quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Novembro/2020 - Capítulo 2 - Os Salmos e os Atributos de Deus na Adoração

 


Comentarista: Eliezér Gomes



Texto Bíblico Base Semanal: Salmos 139.1-10

1. SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.
2. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
3. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
4. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.
5. Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.
6. Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir.
7. Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?
8. Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.
9. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
10. Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.

Momento Interação

Deus tem muitos atributos constados na Bíblia Sagrada. Quando entendemos esses atributos, descobrimos como Ele é glorioso e digno de ser adorado. As Escrituras nos mostram um Deus acima de todas as coisas e de tudo, perfeito e santo, mas que nos ama profundamente com amor eterno. Bons Estudos!

Introdução

A palavra atributo significa, resumidamente: “o que é próprio, características de algo ou alguém, particularidade”. Como estamos falando de “atributos” podemos também dizer “qualidades de Deus”. Então, os atributos do Senhor são qualidades pertencentes à natureza de Deus por aquilo que nos foi revelado na Bíblia e que, certamente nos ajudam a entender um pouco de quem é Deus. Estudiosos da Bíblia tem feito a classificação dos atributos de Deus da seguinte maneira: Atributos naturais ou incomunicáveis e atributos morais ou comunicáveis. Deus não pode ser definido por uma palavra ou por uma frase. Portanto, é necessário que tentemos, mesmo que de forma limitada, descrever as “qualidades de Deus”, ou seus “atributos”. Essa descrição é limitada, pois Deus é incompreensível a nós. Por isso, o descrevemos com base apenas no que ele nos revelou a seu respeito. Tais descrições apontam igualmente para o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

I. Adorando ao Deus Perfeito pelos Salmos

A palavra onisciência se deriva de duas palavras latinas, Omnes, que significa tudo, e scientia, que significa conhecimento. Deus é Espírito e, como tal, tem todo conhecimento. Ele é Espírito perfeito e, como tal, possui perfeito conhecimento. O termo denota a infinita inteligência de Deus. Seu conhecimento de todas as coisas. Calvino definiu a Onisciência como aquele atributo mediante o qual Deus conhece a si mesmo e as todas as outras cosias em um só simplicíssimo ato eterno.

• O conhecimento de Deus não pode ser medido (Is 40.28)
• Deus conhece todos os nossos pensamentos e intenções (Sl 139.1-4)
• Deus sabe tudo quanto ocorre em todos os lugares, tanto o bem como o mal (Pv 15.3)
• A onisciência de Deus inclui tudo; Seu conhecimento é universal, inclui tudo o que se pode ser conhecido (1 Jo 3.20). A onisciência de Deus, realmente deve fazer-nos ficar envergonhados ao cometer pecados; mas também deve encorajá-los a confessar. Podemos contar os nossos segredos a um amigo que não os conhece; muito mais devemos fazê-lo Aquele que já os conhece. O conhecimento de Deus em muito ultrapassa nossas confissões, e antecipa o que temos a dizer-lhe.
• Deus conhece desde toda a eternidade aquilo que será durante toda a eternidade. (Is 46.9-10) O conhecimento de Deus das coisas que ainda não ocorreram chamamos de Presciência (Ver antes ou conhecer antes) I Pe 1.2. Quando Deus conhece o que vai acontecer e prepara um plano, chamamos isto de providência. Ex. O cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo (Ap 13.8)
”Deus nada faz nem permite fazer. Senão o que tu mesmo farias se pudesse ver. O fim de todas as coisas aqui como Ele o pode ver.”

II. Adorando ao Deus Supremo pelos Salmos

O poder de Deus não é condicionado nem limitado por qualquer pessoa fora dele mesmo. O poder, ou seja , a eficiência de fazer acontecer as coisas, é um atributo de Deus. Deus é a causa originadora do universo, e nele o seu Poder opera sempre. A palavra onipotência deriva de dois termos latinos, omnis e potentia que juntas significam “todo poder”. Esse atributo significa que seu poder é ilimitado, que ele tem poder de fazer qualquer coisa que queira fazer. A onipotência de Deus é aquele atributo pelo qual Ele pode fazer suceder qualquer coisa que deseje. A declaração de Deus da sua intenção é a garantia de que ela se realizará. Deus pode fazer todas as coisas nada é por demais difícil para Ele, Tudo é possível (Gn 18.14; Mt 19.26).

O atributo da eternidade e imutabilidade significa que Deus não tem começo nem fim e que Ele também não muda. Sua existência é eterna, tanto no passado como no futuro, sem interrupções ou limitações causadas por uma sucessão de eventos. A autoexistência de Deus está intimamente ligada com sua eternidade, pois, por não ter começo, ele não foi criado por outro, existindo por si só. A Bíblia fala da eternidade de Deus (Sl 90.2; Gn 21.33). Uma das implicações da eternidade de Deus é que ela nos dá muito conforto, visto que ele nunca deixará de existir e que seu controle sustentador e providencial de todas as coisas e eventos está assegurado.

Imutabilidade significa que Deus não muda. Não quer dizer que ele esteja imóvel ou inativo, mas que não se altera, cresce ou se desenvolve. A Bíblia ensina sobre a imutabilidade de Deus (Ml 3.6; Tg 1.17). Um problema levantado dentro desse assunto é: “Deus se arrepende?” (Gn 6.6). Na verdade, tal linguagem não corresponde ao que, como homens, vivenciamos no arrependimento. Tanto a imutabilidade como a sabedoria e onisciência de Deus tornam vazias as ideias de que ele muda seus planos eternos ou que se arrepende de algo que fez. Nesse caso, o arrependimento é mais uma linguagem antropomórfica (ver Gn 6.6 no que fala do “coração” de Deus).

Há também o problema de vermos Deus tratando fatos iguais de maneiras diferentes durante a história. Isso também não quer dizer que Deus mude, mas que ele executa seu plano para com o homem durante a história conforme seus eternos propósitos. A imutabilidade de Deus também nos conforta e encoraja, pois sabemos que suas promessas não falharão (Ml 3.16; 2 Tm 2.13). Deus também mantém sempre a mesma atitude contra o pecado.

III. Adorando ao Deus da Excelência pelos Salmos

O livro de Gênesis começa com Deus criando todas as coisas. Sua criatividade se vê em tudo à nossa volta. Ele tem poder sobre tudo que existe porque todas as coisas são criação dele. Deus conhece cada detalhe do universo e nada está escondido dele. Cada ser vivo recebe sua vida de Deus e todas as coisas estão debaixo de Seu domínio. Deus reina sobre toda a criação e Sua vontade é soberana. Não existe autoridade mais alta que Deus.

Deus não foi criado por outro ser. Ele sempre existiu, por toda a eternidade, sem princípio nem fim. A Bíblia diz que Deus é espírito. Isso significa que Ele não está limitado pelas regras da física nem do tempo. Seu poder é sem limites. Além de eterno e sem limites, Deus é constante. Ele não muda. Seu caráter é sempre igual e consistente. Podemos confiar que Ele nunca vai se tornar diferente. Só existe um Deus. Não há outro ser que se pode comparar a Ele, porque Ele é infinitamente superior a todas as outras coisas. Deus é um só, mas com três “partes”: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Essas são as três formas em que Deus se manifesta a nós.

O Deus da Verdade  é o próprio Deus coerente consigo mesmo, que ele é tudo que deveria ser, que ele se revelou como realmente é e que sua revelação é totalmente confiável. Deus é o único Deus verdadeiro (Jo 17.3), portanto, não pode mentir (Tt 1.2) e é sempre confiável. Deus não pode fazer nada que contradiga sua própria natureza e não é possível que quebre sua palavra ou que não cumpra suas promessas (2Tm 2.13). Apesar de ser triúno, Deus não é composto de muitas partes ou substâncias. Um aspecto da simplicidade de Deus é “Deus é espírito” (Jo 4.24). Em contraste, os seres humanos são tanto espírito como matéria. Na encarnação, Jesus se tornou carne, mas o Deus-homem sempre foi espírito. Isso nos garante que Deus sempre será Espírito e nos capacita a adorá-lo em espírito, isto é, não de maneiras materiais.

Conclusão

O dicionário de português define a palavra atributos como: 1. característica, propriedade, qualidade. 2. símbolo, emblema, insígnia. “O termo atributo, em sua aplicação ás pessoas e ás coisas, significa algo pertencente ás pessoas ou coisas”. Pode ser definido como qualidades ou características essencial, permanente, distintiva e que pode ser afirmada, como por exemplo, a cor ou o perfume. Os atributos de uma coisa lhe são tão essências que, sem eles, ela não poderia ser o que é; e isso é igualmente verdade dos atributos de uma pessoa. Se um homem se visse privado dos atributos que lhe pertencem, deixaria de ser homem (Se o homem não pensar ele deixaria de ser homem), pois tais atributos lhe são inerentes, na sua qualidade de ser humano. Se transferirmos essas ideias a Deus, descobriremos que Seus atributos lhe pertencem são inalteravelmente, e, portanto, o que Ele é agora, há de ser sempre. “Os atributos de Deus, portanto são aquelas características essenciais, permanentes e distintivas, inseparáveis de sua natureza e que condicionam Seu caráter.” A palavra atributo vem do idioma latim atributum, que significa o que é próprio a uma pessoa.

Desde que o tempo teve inicio, o homem tem procurado descrever ou retratar Deus por meio de figuras de pinturas, levando criar ídolos, e com isto surgiu à idolatria. Mas Deus se revelou aos homens através das sagradas Escrituras. È nas páginas da Bíblia que conhecemos como é Deus através dos seus atributos. Ao estudarmos os atributos de Deus veremos como é que Deus age em relação a sua criatura, pois Deus é uma pessoa e ele tem o interesse de se relacionar com o homem que Ele criou. A natureza de Deus se revela pelos seus atributos. Precisamos ter o cuidado de não imagina-los como sendo abstratos, mas como meios vitais que revelam a natureza de Deus.



Sugestão de Leitura da Semana: SOUZA, Everton. A Imagem do Deus Invisível. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.


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