Comentarista: Leonardo Pereira
Texto Bíblico Base Semanal: 2 Reis 2.9-15
10. E disse: Coisa difícil pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará, porém, se não, não se fará.
11. E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.
12. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, pegando as suas vestes, rasgou-as em duas partes.
13. Também levantou a capa de Elias, que dele caíra; e, voltando-se, parou à margem do Jordão.
14. E tomou a capa de Elias, que dele caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o Senhor Deus de Elias? Quando feriu as águas elas se dividiram de um ao outro lado; e Eliseu passou.
15. Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante dele em terra.
Momento Interação
O ministério profético de Eliseu se decorre em muitas etapas de sua vida a partir do seu chamado, chegando até ao arrebatamento do profeta Elias aos céus. Durante este período, houve muitos momentos pelos quais ele passou sendo ele preparado no poder do Senhor para uma preciosa missão em Israel confirmando o seu ministério profético. A atuação do Senhor em seu ministério e em sua vida traz para nós um amadurecimento espiritual de fé e de virtude para todo o seu povo. Bons Estudos!
Introdução
Neste capítulo, estudaremos acerca do começo do ministério profético de Eliseu. Logo após que Eliseu foi arrebatado, Eliseu iniciou o seu ministério profético e momentos importantes da trajetória do profeta de Abel-Meolá adquirimos em nossas vidas a medida que nos aprofundamos na vida e no ministério deste grande homem de Deus. Eliseu, com decorrer de seu ministério, percebemos o que Deus faz na vida daquele que busca verdadeiramente à Ele, e faz de uma pessoa, um poderoso instrumento em suas mãos para a sua honra e glória. Assim como Deus usou a Elias, neste estudo compreenderemos que Deus utiliza os seus servos de modo extraordinário.
I. O Início do Ministério Profético de Eliseu
Agora como profeta do Senhor em toda Israel, Eliseu começa o seu ministério com alguns momentos impressionantes que confirmam cada vez mais o seu ministério. Para o povo, muitas ações divinas por intermédio de Eliseu são provas indiscutíveis de que Deus tem mostrado à muitos, sinais e maravilhas para perseverarem na fé. Eliseu como profeta de Deus e no poder de Deus é o seu representante em uma nação com constantes mudanças que carecem da palavra e do poder de Deus.
1. Os acompanhantes de Eliseu. O Senhor em todos os momentos envia a sua poderosa provisão aos seus obreiros, e não foi diferente com o profeta Eliseu. Logo após o início do seu ministério profético, Eliseu recebe a palavra dos filhos dos profetas que o rogam que lhe acompanhassem por temerem que uma situação similar a de Elias acontecesse com Eliseu (1 Rs 2.16b). Eles insistiram em muito para acompanharem o homem de Deus até que eles o encontraram e prosseguiram com ele, ainda que com ressalvas de Eliseu (1 Rs 2.17,18). O ministério profético sempre contará com o auxílio de Deus e com a sua poderosa provisão. Deus sempre enviará o seu socorro e seu auxílio nos momentos mais variados. O Deus que proveu auxiliares para acompanharem ao profeta Eliseu, é o mesmo que sempre proverá as nossas necessidades (Sl 46.1; 90.1).
2. O Milagre das Águas de Jericó. Precisamos de água para sobreviver. A água é formada e Hidrogênio e de Oxigênio. Ela sacia a nossa sede e refresca o nosso ser. O corpo humano é composto de 80% de água, e sem água, morreríamos pois ela é que mantém ativa a nossa estrutura física. Eliseu quando chegou a Jericó, foi consultado por homens que disseram que ali é um bom lugar para habitar, porém havia um problema que tornava o local inabitável: as águas eram más e a terra era estéril (1 Rs 2.19). Eliseu pela Palavra do Senhor e do seu poder, realiza ali o milagre das águas de Jericó, tornando-as próprias para beber e para outras funções, tirando dela a morte e a esterilidade (1 Rs 2.21). Pela Palavra do Senhor, aquelas águas foram purificadas e se tornaram abençoadas para a Cidade de Jericó. A Palavra do Senhor é vida e flui como rios de águas vivas (Jo 4.10). O Senhor é o manancial da vida (Jr 17.13), pois a nossa alma tem sede de Deus (Sl 42.1; Is 55.1; Jr 2.13; Zc 13.1), o único capaz de saciar completamente o desejo de nossas almas (Jo 4.13,14).
3. Deus está com Eliseu. O Senhor Deus de Israel se encontra em palavras a ações com na pessoa do profeta Eliseu. Observamos que a cada instante a confirmação do seu ministério profético em Israel falando somente em nome de Deus e cumprindo somente a vontade de Deus. Eliseu verdadeiramente é um profeta do Senhor. Seu ministério é ilibado, sua índole é inquestionável e o Deus à quem ele serve mostra em obras e palavras aos israelitas que realmente o profeta de Abel-Meolá é o sucessor do profeta Elias. Ainda que sejamos falhos e percorramos um caminhar difícil aqui nesta terra (1 Jo 2.14,15), jamais devemos nos esquecer que aquele que nos conduz, é o mesmo que conduziu a vida e o ministério de Eliseu. Busquemos servir ao Senhor e a executar a sua gloriosa vontade (Sl 72.1-8).
II. A Autentificação do Ministério Profético de Eliseu ao Povo
A autentificação do ministério profético não é tão aceito como o ministério evangelístico. Havia muitos perigos de um falso profeta buscar se infiltrar no meio do povo para enganar a muitos com as suas falsas mensagens e ações. Contudo, o ministério de Eliseu foi ratificado pelo Senhor e confirmado pelos filhos dos profetas que viram as obras e palavras logo após ao arrebatamento de Elias aos céus. Com a continuidade, Eliseu vem mostrando a atuação divina em Israel através dele e nele para a honra e glória do Senhor.
1. A situação de Israel na época de Eliseu. Acabe foi o rei mais ímpio de Israel superando em maldade e apostasia mais do que os seus anteriores. Da sua casa ímpia para a nação israelita, intentava fazer o mal sempre contra o Senhor e buscar irritá-lo cada vez mais. Após a sua morte, seu filho Acazias assumiu o trono da nação ficando pouco tempo, por um período de dois anos. A semelhança de seu pai, executou um reinado ímpio e por conta de suas maldades, morreu após uma perda de cem homens em um confronto contra o profeta Elias. Após a morte de Acazias, Jorão filho de Acabe, assume o trono de Israel seguindo os exemplos de seu pai e de seu irmão, não tanta quanto estes (2 Rs 3.2), mas não se voltando para os caminhos do Senhor.
2. Conflitos entre as nações. Neste tempo, surge um forte conflito entre Moabe e os reis de Israel, de Judá e de Edom. Neste momento, por indicação de Josafá, rei de Judá, haveriam eles a necessidade de os três consultarem a um verdadeiro profeta do Senhor. Este homem era Eliseu, discípulo de Elias e agora, profeta do Senhor em Israel (2 Rs 3.11,12). Em meio a conflitos, homens e mulheres de Deus são usados nas mãos do Senhor para o cumprimento da sua obra. Eles foram a pessoa certa no momento certo. Os reis foram em direção de um profeta do Senhor a fim de que não Eliseu, mas o próprio Senhor no seu Espírito, os guiassem prudentemente em meio aquela crise entre as nações.
3. Eliseu e o rei de Israel. O conflito entre Eliseu e Jorão era visível. Não fosse a presença de Josafá, o profeta de Deus não receberia os reis de Israel e de Edom. Estes dois reis eram ímpios e não tinham nenhum compromisso com Deus Todo-Poderoso. Eliseu como profeta autêntico não iria se envolver em questões das quais não há ali a presença do Senhor para glorificá-lo. Diferentemente de Josafá, Jorão estava pensando no seu reino e somente por isso buscou Eliseu. Aonde se encontra os interesse pessoais e não a glória do Senhor, ali não se faz presente Deus. Seguindo o caminho ímpio da casa de Acabe, Jorão não se converteu diante da situação e a busca por um profeta do Senhor era somente para salvar o seu reino e a sua posição (2 Rs 3.13). Deus não se compraz no interesse próprio, fruto de muitos males ao redor do mundo desde os tempos bíblicos (cf. Gn 4.4-8; Nm 16.1-50; Js 7.1-26; Mt 6.43-48; 24.10,12; Jo 6.25-27; Fp 1.27-29).
4. O livramento do Senhor às nações. Elias ministrando a Palavra de Deus aos reis sobre o que deveriam fazer é detalhista e específico, falando somente o que o Senhor lhe permitiu falar. Com todas as ações feitas, a batalha se realizou com a vitória dos três reis contra o rei dos Moabitas (cf. 2 Rs 3.20-27). Eliseu diante do povo e diante dos reis é confirmado com o profeta do Senhor, falando somente o que o Senhor lhe ordena falar, indo aonde o Senhor lhe ordena ir, e fazendo o que o Senhor lhe ordena fazer. Eliseu no Espírito do Senhor, salva os três reis e os seus reinos. Ainda que dos três reis, dois não se encontravam nos caminhos de Deus, misericordiosamente para com a promessa à Abraão (Gn 12.1-3) o Criador poupa os reinos e demonstra a sua benignidade não tem fim (Sl 136.1) e que a sua fidelidade, um dos seus atributos, é imutável: "Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo" (2 Tm 2.13).
III. Deus Confirma os seus Ministros da Palavra
Eliseu nos mostra que um profeta do Senhor é aquele que o serve e cumpre plenamente a sua vontade. Ele tem prazer, coragem e dedicação para levar à frente o seu ministério profético na vontade de Deus. Indo além das críticas e das dúvidas, o discípulo de Eliseu demonstra sabedoria e integridade em seu ministério. Em tempos tão conflituosos entre o ministério profético, da palavra, do ensino e do ministério evangelístico, observamos que ao olhar para estes homens de Deus que antes da vinda do Senhor, nos eram intermediários como boca de Deus na terra, as suas confirmações como homens do Senhor nos serve de exemplo para que nos tornemos o sal da terra e a luz do mundo.
1. O Ministério da Palavra. A Palavra é a plena autoridade da mensagem e a autoridade do mensageiro. Não é o mensageiro mais importante que a Palavra de Deus; é a Palavra de Deus mais importante que o mensageiro. Devemos ministrar a Palavra do Senhor e não as nossas próprias palavras. Conhecemos os verdadeiros ministros da mensagem do Altíssimo quando eles estão falando aquilo que é de Deus e não de suas próprias mentes e corações. O perigo em nossos dias é que o que está sendo ministrado aos povos não é a Palavra do Senhor, mas mensagens desprovidas de conteúdo bíblico e espiritual do Senhor da Glória. Como autênticos ministros da Palavra do Senhor devemos cumprir o Ide do Senhor de ensinar as suas palavras, a sua mensagem (Mt 28.19). O compromisso que devemos obter é somente com a Palavra do Senhor, que rege as nossas vidas, e que nos instrui com toda sabedoria e crescimento espiritual que provém de Deus.
2. O Ministério do Discipulado. Eliseu passou por um período de discipulado com o profeta Elias. Em atenção as ações do seu mentor, Eliseu cresceu em sabedoria e maturidade para quando fosse ele, o próximo profeta do Senhor em Israel, Deus atuaria em seu ministério confirmando ainda mais a sua trajetória diante do povo. Atualmente encontramos uma banalização no ministério do discipulado, do qual, muitos não se encontram preparados devido a falta de preparo de muitos líderes que estão no comando de seminários e muitas igrejas. Para um discipulado poderoso na presença do Senhor, devemos ter igrejas firmes e líderes firmes com o intuito de passar às próximas gerações, maturidade, sabedorias e qualidades dignas para serem vozes proféticas na nação como o foi Eliseu.
3. Integridade e Moralidade. Uma das graves crises as quais encontramos em nosso tempo, e em evidência na nação brasileira são as crises de integridade e de moralidade. Integridade é a qualidade de se manter em justiça (ser justo, imparcial) e corretividade (ser correto); é não se corromper com os conceitos do mundo e do pecado. É não caminhar por estradas das quais o Senhor não se encontra no caminho. Moralidade é a condição de uma pessoa ser moral, ou seja, exemplar em sua conduta como um referencial para muitos irmãos em Cristo, especialmente para as próximas gerações. A falta destas qualidades nas igrejas evangélicas brasileira, especialmente nas lideranças tem deixado rastros de pecaminosidade e de muitas dores para os crentes fiéis, bem como de falta de exemplos, de modelos para se seguir. Ambas as qualidades são próprias para que o ministro da Palavra do Senhor possa estar com seu alvo voltado para o que o Criador lhe revelar aos cristãos que almejam a verdade revelada nas Escrituras, e em evidência no ministro da mensagem divina.
4. Fidelidade com o que o Senhor nos confiou. A fidelidade é um dos atributos de Deus, os quais se expressam pelas Escrituras Sagradas com sublime poesia do salmista o exaltando: "A tua misericórdia, Senhor, está nos céus, e a tua fidelidade chega até às mais excelsas nuvens" (Sl 36.5). Fidelidade é a observância de fé devida, é uma lealdade indissolúvel, incorruptível e inegociável. Devemos ser fiéis ao Senhor com tudo aquilo que tem feito à nós e o que Ele fez por nós. Esmeremo-nos com bons despenseiros das responsabilidades que Deus tem nos confiado para que o recebamos em honras para sua glória: "Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim" (Lc 12.43).
Conclusão
O ministério profético de Eliseu foi sendo confirmado com suas palavras e ações. Desde o Jordão seguindo até Jericó e Samaria, o profeta mostra as nações que Deus é o Supremo Criador e Mantenedor de Todas as Coisas. A fidelidade de Eliseu ao Senhor é inquestionável, ainda que com ressalvas de muitos o acompanharem, os filhos dos profetas sabem que se encontra na nação um verdadeiro homem de Deus que cuida da nação israelita com muito esmero, integridade e sinceridade. Assim como o Eliseu, cuidemos nós dos ministérios aos quais o Senhor tem nos confiado, e vigiemos para que não ocorra de entrarmos em um juízo pela apostasia e pela infidelidade à Ele: "E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá" (Lc 12.47,48).
Sugestão de Leitura da Semana: SILVA, Oliveira. Arautos de Deus. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.
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