Por Leonardo Pereira
O primeiro rei de Israel, Saul, era uma pessoa de aparência impressionante. Alto e bonito, tudo indicava que ele seria um rei perfeito. O seu reinado, portanto, demonstrava a verdade que a condição do coração é muito mais importante que a aparência externa. A falha de Saul como rei veio da sua desobediência às instruções divinas. A história de 1 Samuel 15 ilustra bem esta fraqueza de Saul. No início do capítulo, Deus mandou Saul destruir completamente os amalequitas, tanto as pessoas quanto os animais. Os amalequitas haviam feito uma emboscada para o povo de Israel quando eles saíram do Egito, atacando os fracos e os que ficavam para trás e Saul seria o instrumento do castigo de Deus.
O capítulo mostra que Saul e o exército de Israel lutaram, sim, contra Amaleque, mas que pouparam a vida de Agague, rei dos amalequitas, e os melhores animais. A reação de Saul à bronca do Senhor através de Samuel é interessante. Saul cumprimentou Samuel após a batalha, proclamando, “escutei as palavras do Senhor” (1 Sm 15.13), mas Samuel o perguntou a respeito dos animais. Saul então tentou outro jeito; ele alegou que o povo havia guardado os melhores animais para sacrificar ao Senhor. Qual seria uma motivação mais nobre do que sacrificar ao Senhor?
Samuel lembrou Saul do mandamento do Senhor de destruir totalmente os amalequitas. Saul reafirmou a sua obediência, mas finalmente reconheceu que os animais salvos “pelo povo” para o sacrifício deveriam ter sido destruídos. Samuel, porém, não permitiu que Saul, o líder do povo, os culpasse e o informou que a obediência é melhor que o sacrifício. Enfim Saul confessou que havia pecado, reparando que ele temia o povo e assim permitiu que poupassem o rei e os animais.
De grande interesse para mim é o comportamento de Saul depois de confessar o pecado. Ele implorou a Samuel que fosse com ele para que ele pudesse adorar ao Senhor, aparentemente diante do povo. Quando Samuel se recusou, Saul pegou e rasgou as suas vestes. Samuel explicou a Saul que de maneira parecida, o reino lhe seria arrancado, mas Saul ainda implorou a Samuel “honra-me, diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel” (1 Sm 15.30). Parece que Saul estava mais preocupado com os pensamentos dos outros sobre seu rei do que com o remorso pelo seu pecado. A rebeldia causou o seu pecado; o orgulho evitou com que ele reagisse corretamente ao seu pecado.
Todos nós pecamos. Nossa reação ao conhecimento do pecado é crucial. Aqueles que compreendem a verdadeira natureza do pecado, que é uma afronta ao nosso Criador, são levados a tristeza pelo seu pecado. Aqueles que veem o pecado como “nada demais” irão procurar proteger as suas reputações. O orgulho muitas vezes não os deixará reconhecer o seu pecado. A tristeza que vem de Deus, portanto, leva os homens ao arrependimento e a humildade e permite a confissão do pecado (2 Co 7.10; 1 Jo 1.9). Qual é a sua resposta ao pecado?
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