Comentarista: Henrique Lins
Texto Bíblico Base Semanal: Neemias 8.1-18
1. E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
2. E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
3. E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
4. E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
5. E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
6. E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.
7. E Jesuá, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaséias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías, e os levitas ensinavam o povo na lei; e o povo estava no seu lugar.
8. E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.
9. E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
10. Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
11. E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
12. Então todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a fazer grande regozijo; porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber.
13. E no dia seguinte ajuntaram-se os chefes dos pais de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, a Esdras, o escriba; e isto para atentarem nas palavras da lei.
14. E acharam escrito na lei que o Senhor ordenara, pelo ministério de Moisés, que os filhos de Israel habitassem em cabanas, na solenidade da festa, no sétimo mês.
15. Assim publicaram, e fizeram passar pregão por todas as suas cidades, e em Jerusalém, dizendo: Saí ao monte, e trazei ramos de oliveiras, e ramos de zambujeiros, e ramos de murtas, e ramos de palmeiras, e ramos de árvores espessas, para fazer cabanas, como está escrito.
16. Saiu, pois, o povo, e os trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, nos seus pátios, e nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim.
17. E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas, porque nunca fizeram assim os filhos de Israel, desde os dias de Jesua, filho de Num, até àquele dia; e houve mui grande alegria.
18. E, de dia em dia, Esdras leu no livro da lei de Deus, desde o primeiro dia até ao derradeiro; e celebraram a solenidade da festa sete dias, e no oitavo dia, houve uma assembléia solene, segundo o rito.
Momento Interação
O povo de Deus não é formado apenas das construções físicas, com seus templos, suas cidades, seus comércios, seus muros, sua segurança. O povo também precisava ser restaurado, renovado, reformado, principalmente em sua aliança com Deus, de modo a constituir uma comunidade santa. Esdras depois de receber a comitiva deles que pediram que trouxesse a eles o livro da Lei de Moisés, exatamente no primeiro dia do sétimo mês, estando ele em um púlpito de madeira que fizeram para aquele fim, leu o Livro da Lei, desde a alva até ao meio-dia. Foi de fato um momento muito solene e de comoção de todos que ali estavam atentos para ouvirem a palavra de Deus. Esdras abriu o livro à vista de todos – vs 5 - e todos se colocaram de pé atentos. Esdras leu o livro e bendisse ao Senhor – vs 6 – e todo o povo respondeu Amém! Amém! Levantando as mãos (Sl 63.4) naquele momento, juntos, se inclinaram e adoraram o Senhor com o rosto em terra! Mas aquele momento não ficou somente na leitura simples da lei, pois que os levitas, Esdras e até Neemias começaram a ensinar o povo e a tirar todas as dúvidas que por ventura pudessem ter. a doutrina da clareza das Escrituras não exclui a necessidade de uma exposição fiel por pessoas treinadas na Palavra (Ed 7.6-10). Aproveitando aquele momento especial da nação em volta de Deus, da Lei de Deus, diante do muro reformado, na Porta das Águas, diante da cidade reerguida, de seu templo restaurado e da cidade que estava sendo repovoada, Neemias, Esdras e os levitas pregaram ao povo dizendo que aquele era um dia especial consagrado ao Senhor.
Introdução
A despeito de todas as provocações e ameaças, Neemias permaneceu firme em seu propósito e a reconstrução é concluída. A conclusão do muro não poderia mais ser frustrada pelos inimigos, mas havia a possibilidade de surgirem outros tipos de oposição; assim foram tomadas medidas apropriadas para proteger a cidade. O povo de Deus não é formado apenas das construções físicas, com seus templos, suas cidades, seus comércios, seus muros, sua segurança. O povo também precisava ser restaurado, renovado, reformado, principalmente em sua aliança com Deus, de modo a constituir uma comunidade santa. Esse aspecto do programa de restauração que vai até o final do livro de Neemias.
I. O Retorno aos Valores Morais do Senhor
Depois de assentadas as portas – vs 1 – que é uma indicação clara de que o muro estava completo, Neemias, preocupado, e com razão, com a segurança, nomeia seus líderes escolhidos, tementes a Deus e lhes dá ordens para vigiar, guardar e cuidar dali daquele lugar que estava ainda com poucos moradores. Neemias escolheu guardas encarregados de proteger as portas. Ele também lhes deu instruções para que não se abrissem as portas de Jerusalém até que o sol aqueça – vs 3. Normalmente essas portas eram abertas ao amanhecer; esse atraso visava aumentar a segurança da cidade.
O grande objetivo de Neemias era agora, entre outras coisas, executar o seu programa de restauração de levar mais pessoas, tantas quanto possíveis, a Jerusalém e, depois, santificar a nação. Esta última seção tratará da reconstrução dessa comunidade como um aspecto da reconstrução da “Casa de Deus” – veja Esdras capítulo 7 ao 10. A Casa de Deus somente estaria completa com o povo de Deus nela, organizado, vivendo em segurança e produzindo. O repovoamento de Jerusalém foi uma característica central desse programa. Neemias liderou o povo numa renovação da aliança, na devoção à cidade e em reformas morais e sociais, como teremos oportunidade de estudar.
Apesar de muitas pessoas terem regressado à terra nessa ocasião, Jerusalém continuava relativamente despovoada, talvez por ser o centro de tensões internacionais ou tudo ali estar numa fase embrionária. A expectativa profética era de que Jerusalém transbordaria de gente (Is 9.19,20; 54.2; Ez 36.10-33; Zc 8.4-8). Assim, Neemias insistiu para que mais exilados viessem morar na cidade. Parece que a capital não estava atraindo o povo e aí vemos as questões de segurança, falta de boas condições econômicas – exceto para os empregados do templo. Além do templo, Jerusalém não abrigava uma administração central interessante e muito menos contava com um comércio atraente. Isso acabava fazendo o povo preferir o campo à cidade. Desde o primeiro decreto de Ciro em 538 a.C. até a conclusão do muro, em 444 a.C. já se tinham passado quase cem anos. O programa de restauração de Neemias havia sido abençoado por Deus com o propósito de repovoar Jerusalém, como ficará claro quando esse assunto voltar a ser tratado em Neemias 11.1,2.
II. O Retorno aos Valores Espirituais do Senhor
Coincidentemente – se bem que não cremos em coincidências quando Deus está no caso -, ou melhor, providencialmente, era este o sétimo mês onde os filhos de Israel e todo povo se ajuntou como um só homem na praça, diante da Porta das Águas, para dizerem a Esdras, o escriba e sacerdote, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés que o Senhor tinha prescrito a Israel. Essa relação de participantes – homens e mulheres capazes de entenderem o que ouviam atentamente - que volta a aparecer no v. 3, está de acordo com o que a lei prescrevia para a leitura da lei na Festa dos Tabernáculos (Dt 31.10-13).
Era o primeiro dia do sétimo mês, ou seja, a época exata em que era comemorada a Festa das Trombetas que convergia, depois do Dia da Expiação, para a Festa dos Tabernáculos. A Festa das Trombetas (depois chamada de Rosh Hashaná ou Ano Novo - Lv 23.23-25; Nm 29.1-6) acontecia em 1 de tisri (setembro-outubro) com o propósito era comemorar o início do ano civil. Era um dia de descanso e de fazer ofertas onde as trombetas e os chifres eram tocados o dia inteiro. Já a Festa dos Tabernáculos, ou das Cabanas (Lv 23.33-36a; 39-43; Jo 7.2,37), acontecia no período de 15 a 21 de tisri (setembro-outubro também) com o propósito de lembrar a peregrinação do povo ao deserto. Era uma semana de festa por causa da colheita onde o povo que morava em cabanas, oferecia sacrifícios de agradecimentos.
No meio dessas duas festas, no dia 10 de tisri (setembro-outubro igualmente), acontecia o Dia da Expiação (Lv 16; 23.26-32; Hb 9.27) com o propósito de oferecer sacrifícios pelos pecados dos sacerdotes e do povo e purificar o santuário. Era um dia de descanso e jejum onde eram também oferecidos sacrifícios. Esdras depois de receber a comitiva deles que pediram que trouxesse a eles o livro da Lei de Moisés, exatamente no primeiro dia do sétimo mês, estando ele em um púlpito de madeira que fizeram para aquele fim, leu o Livro da Lei, desde a alva até ao meio-dia. Foi de fato um momento muito solene e de comoção de todos que ali estavam atentos para ouvirem a palavra de Deus. Esdras abriu o livro à vista de todos – vs 5 - e todos se colocaram de pé atentos. Esdras leu o livro e bendisse ao Senhor – vs 6 – e todo o povo respondeu Amém! Amém!
III. O Retorno aos Valores da Palavra de Deus
Mas aquele momento não ficou somente na leitura simples da lei, pois que os levitas, Esdras e até Neemias começaram a ensinar o povo e a tirar todas as dúvidas que por ventura pudessem ter. a doutrina da clareza das Escrituras não exclui a necessidade de uma exposição fiel por pessoas treinadas na Palavra (Ed 7.6-10). Aproveitando aquele momento especial da nação em volta de Deus, da Lei de Deus, diante do muro reformado, na Porta das Águas, diante da cidade reerguida, de seu templo restaurado e da cidade que estava sendo repovoada, Neemias, Esdras e os levitas pregaram ao povo dizendo que aquele era um dia especial consagrado ao Senhor.
Não era para chorarem, nem prantearem, mas se alegrarem na presença do Senhor. Também deveriam comer carnes gordas, beberem bebidas doces e enviar porções aos que nada tinham preparado para si (Sl 22.26). Era aquele um dia consagrado ao Senhor! Era um dia em que a tristeza estava proibida de entrar nessa grande festa porque “A ALEGRIA DO SENHOR É A VOSSA FORÇA”. Nos versos 11 e 12 os levitas novamente disseram a eles que se calassem e não se entristecessem porque aquele era um dia santo, especial e todo o povo, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber, se foi:
⦁ A comer – comer carne gorda;
⦁ A beber – beber bebida doce;
⦁ A enviar porções – aos que não tinham preparado nada para si;
⦁ A ter grande regozijo.
Depois do ano novo celebrado com grande alegria, no dia seguinte, ainda continuavam atentos às palavras da Lei e acharam uma parte escrita na Lei falando dos filhos de Israel que deveriam habitar em cabanas, durante a festa do sétimo mês. Assim, novamente em união e empolgados com as festas e com o Senhor e a sua Lei, saíram aos montes trazendo ramos de oliveiras, de zambujeiros, de murtas, de palmeiras e de árvores frondosas para fazerem cabanas, cada um no seu terraço, nos pátios, nos átrios da Casa de Deus, na praça da Porta das Águas e na praça da Porta de Efraim. Toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas, e habitaram nas cabanas. Era essa uma maneira de lembrar da vida no deserto depois da libertação da escravidão no Egito, mas antes da entrada na Terra Prometida (Lv 23.42,43).
Conclusão
Desde os tempos de Josué, filho de Num, até aquele momento – mais ou menos uns 1000 anos tinham se passado! Jamais Israel tinha feito isso novamente (Ne 8.17) pelo que muito se alegraram. Foi assim que dia após dia (Ne 8.18) Esdras leu no Livro da Lei de Deus e celebraram a festa por sete dias e no oitavo dia houve uma assembleia solene, segundo o prescrito. Fazendo um paralelo por causa deste oitavo dia com a Festa dos Pães Asmos (março-abril), foi igualmente que o Senhor Jesus no grande dia da festa, ou seja, também no oitavo dia da festa – neste dia era feita uma prece especial com pedidos para que houvesse chuvas - ele se levantou e proclamou em alto e bom som que se alguém tivesse sede, era para vir até ele e beber: “No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37).
Sugestão de Leitura da Semana: MENEZES, Walter. Liderança e Legado. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário