segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Dezembro/2018 - Capítulo 4 - A Direção de Jesus ao Ministério dos Discípulos




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: Mateus 10.24-33

24. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.
25. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?
26. Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se.
27. O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados.
28. E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.
29. Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.
30. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
31. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.
32. Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.
33. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.

Momento Interação

Hoje em dia se fala em muita teoria e debates acerca de assuntos já até então resolvidos durante os períodos históricos, seja na área social, acadêmica, ou até mesmo, na área religiosa. A importância de não somente ouvirmos, mas vivermos as Palavras de Jesus é uma missão que deve ser levada à sério por todos nós. A prática é a amostra daquilo que ouvimos e aprendemos. Haverá momentos difíceis em que a nossa fé e nossas atitudes e palavras serão postos à prova. Por isso, ser um discípulo de Cristo é estar na contramão deste mundo seguindo as suas pisadas mesmo em meio à dor. Estudante da Palavra de Deus, não se esqueça: Jesus é a verdade, o caminho e a vida! (Jo 14.6). Bons Estudos!

Introdução

Mateus reúne em um mesmo lugar materiais que provêm de diferentes oportunidades (Mt 10.1-42). Aqui encontramos reunidos vários ensinos de Jesus sobre a perseguição. Não cabe dúvida de que até a primeira vez que Jesus enviou a seus discípulos, deve ter-lhes dito algo com respeito à sorte que os esperava. Mas, por exemplo, enquanto que na passagem anterior Jesus ordena a seus discípulos não pisar em território de gentios ou samaritanos. Aqui O ouvimos antecipando o destino dos mensageiros que seriam levados perante governadores e reis, algo que só podia ocorrer muito longe da Palestina. A explicação é que Mateus reúne aqui coisas que Jesus disse sobre o tema das perseguições em diferentes oportunidades. De maneira que temos palavras reunidas que Jesus deve ter pronunciado quando enviou a seus discípulos a pregar pela primeira vez e palavras que lhes comunicou depois da ressurreição, quando os enviou a pregar o evangelho a todo o mundo. Aqui temos, pois, não só palavras de Jesus da Galiléia, mas também do Cristo Ressuscitado.

I. O Espírito Santo dirigindo os Discípulos

Jesus nunca vacilou em dizer a seus discípulos qual era a sorte que podiam esperar se o seguiam. É como se houvesse dito: "Esta é a tarefa que tenho para encomendar-lhes; não é fácil nem está livre de perigos. Vocês são capazes de aceitá-la?" 

Quando fossem levados ante os juízes e submetidos a julgamento, não deviam preocupar-se com as palavras com que se defenderiam; porque Deus poria tais palavras em sua boca. “Agora, pois, vê, que eu estarei em sua boca” , disse Deus a Moisés, “e te ensinarei o que deves falar.” (Êx 4.12). Os primeiros cristãos não temiam a humilhação, nem mesmo a dor e a agonia; muitos deles, em troca, temiam que sua incapacidade para expressar-se de maneira eloquente prejudicasse à fé em vez de beneficiá-la. A promessa de Deus é que quando o crente é julgado por sua fé, encontrará as palavras. A Igreja os perseguiria. Seriam expulsos e perseguidos pelas sinagogas. A Igreja não quer ser perturbada e tem seus próprios métodos para enfrentar e eliminar os que alteram a paz. Os cristãos foram e são os que "transtornam ao mundo" (At 17.6). Tem ocorrido com muita freqüência que o crente possuidor de uma mensagem de parte de Deus tenha que suportar o ódio e a inimizade de uma ortodoxia fossilizada. 

A família os perseguiria. As pessoas mais próximas e queridas de seus discípulos os veriam como loucos, e lhes fechariam as portas de seus próprios lares. Às vezes o cristão deve enfrentar a opção mais difícil de todas – entre obedecer a Cristo ou obedecer a seus parentes e amigos. Jesus advertiu a seus discípulos que no futuro muito possivelmente deveriam confrontar-se com a aliança opositora do Estado, a Igreja e a família, aliados contra eles.

II. Uma Vida sem Temor

Jesus a seus discípulos de que deviam esperar que lhes acontecesse o mesmo que acontecia a ele. Os judeus conheciam muito bem a frase que dizia: "O escravo deve contentar-se sendo como seu senhor." Em uma época posterior, estas palavras adquiririam para eles um significado especial. No ano 70 a cidade de Jerusalém foi destruída por completo, até o ponto de que sobre suas ruínas foi passado o arado. O templo e a Cidade Santa estavam totalmente em ruínas. Os judeus foram dispersos por todo o mundo, e muitos lamentavam, e choravam, e amaldiçoavam pelo destino que lhes cabia sofrer pessoalmente. Foi então quando os rabinos ensinaram a suas congregações que nenhum judeu tinha direito de lamentar-se por suas desgraças pessoais, quando o Templo de Deus tinha sido destruído há duas coisas importantes sobre a mensagem do Reino de Cristo:

(1) Há uma advertência: É a advertência de que, assim como Cristo teve que levar uma cruz, cada cristão individualmente deverá carregar com sua própria cruz. A palavra traduzida os de sua casa é oikiakoi, que possui em grego um significado técnico que vale a pena recordar. Significa os membros da servidão de um funcionário do governo; quer dizer, seu séquito ou o pessoal que colaborava com ele. É como se Jesus dissesse: "Se eu, que sou o dirigente, o líder, devo sofrer, vocês, que são membros de meu séquito, não poderão escapar às perseguições". Jesus nos chama a compartilhar sua glória, mas também sua luta e sua agonia; e ninguém merece usufruir dos frutos da vitória se negar-se a participar da luta que produzirá tais frutos.

(2) Jesus estabelece um privilégio: Sofrer por Cristo significa participar da obra de Cristo; ter que sacrificar-se pela fé é participar do sacrifício de Cristo. Quando se torna difícil ser cristão não só podemos dizer: "Irmãos, estamos transitando pelo mesmo caminho dos santos", mas também: "Irmãos, estamos caminhando nas pegadas de Jesus Cristo." Sempre é emocionante pertencer a uma nobre companhia.

III. Uma Vida que Confessa que Cristo é o Senhor

Não devem ter temor os mensageiros de Cristo de apresentar com ousadia a mensagem que receberam. Devemos comunicar a todos os homens o que Jesus lhes comunicou. Aqui, neste versículo (Mt 10.27) temos um resumo perfeito da função do pregador. Em primeiro lugar, o pregador deve ouvir; deve acompanhar a Cristo no segredo de sua presença oculta, para que nas horas mais escuras Cristo lhe faça chegar sua palavra de consolo, e na solidão lhe sussurre ao ouvido palavras de estímulo. Ninguém pode falar no nome de Cristo a menos que Cristo tenha falado a ele; ninguém pode proclamar a verdade a menos que tenha ouvido falar a verdade; porque ninguém pode falar do que não conhece. 

Jesus quer ainda com a mensagem do Reino que os seus discípulos entendam que seja qual for o castigo que os homens possam administrar, não é nada em comparação com a sorte final de quem é achado culpado de infidelidade e desobediência a Deus. É verdade que os homens podem até tirar a vida física de outro homem, mas Deus pode condenar o homem à morte de sua alma.

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