domingo, 24 de fevereiro de 2019

A Ressurreição nas Escrituras Sagradas




Por Leonardo Pereira



A partir do monoteísmo primitivo, os homens criaram inúmeros sistemas religiosos, multiplicando deuses e filosofias para agradar ou manipular povos em todos os cantos do mundo. A maioria dessas religiões inclui alguma noção de vida após morte, embora os conceitos sejam muito diversos. Nenhuma das principais religiões enfatiza tanto a ideia da ressurreição dos mortos como o cristianismo. Vencer a morte, que aflige o homem como uma das consequências do pecado, e restaurar a vida é uma demonstração do poder divino. Nas Escrituras, esse poder é demonstrado por meio de servos humanos especialmente capacitados por Deus, e pelo próprio Senhor, como observamos em alguns dos mais notáveis dos milagres de Jesus.

Encontramos uma ênfase bíblica na ideia da ressurreição, tanto no sentido literal de reavivar uma pessoa morta como em sentidos figurados de reanimar uma pessoa ou até uma nação espiritualmente morta. Vamos considerar exemplos desses vários sentidos bíblicos da ressurreição.

Pessoas Literalmente Ressuscitadas. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, há registros de várias ressurreições. No começo da época dos profetas, trabalho iniciado principalmente por Elias e Eliseu no século 9 a.C., três pessoas foram ressuscitadas para mostrar que a mensagem pregada por esses homens realmente veio de Deus. No Novo Testamento, o próprio Jesus ressuscitou algumas pessoas durante seu ministério. Pelo menos dois dos apóstolos, Pedro e Paulo, foram instrumentos usados para ressuscitar outras pessoas. Mateus relata a ressurreição de muitos santos para mostrar a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte no seu sacrifício na cruz (Mt 27.51-53). A ressurreição mais importante de todas foi a de Jesus Cristo, que saiu do túmulo para mostrar a sua vitória absoluta sobre a morte.

A Ressurreição Figurativa de uma Nação. Vários dos profetas do Antigo Testamento pregaram mensagens fortes de castigo iminente, mostrando que Deus chamaria nações pagãs para destruir a nação de Israel. Nas mesmas profecias, ele falou da restauração de um restante. A figura empregada para comunicar esta mensagem esperançosa, em alguns casos, foi a imagem de uma ressurreição. Um excelente exemplo desse sentido figurado se encontra em Ezequiel 37, onde o profeta assiste à cena de um vale cheio de ossos secos se tornarem em um exército de pessoas vivas, representando o povo restaurado.

A Ressurreição Figurativa de Pecadores. Uma vez que a morte espiritual, a separação de Deus, é consequência do pecado, a salvação do pecador é comparável a uma ressurreição. Foi exatamente nesse sentido que Paulo escreveu: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Ef 2.4-7).

A Ressurreição dos Mortos no Dia Final. A Bíblia promete a ressurreição de todos os mortos na vinda do Senhor Jesus. Depois de saírem dos seus túmulos, todos serão julgados e separados, recebendo a vida eterna ou a condenação eterna. Jesus disse: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (Jo 5.28,29). Em 1 Coríntios 15, Paulo frisou a importância da doutrina da ressurreição. Entre outros fatos, ele afirmou a ressurreição de todos os mortos (1 Co 15.22).


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