terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2019 - Capítulo 4 - Os Membros do Corpo de Cristo




Comentarista: Oliveira Silva



Texto Bíblico Base Semanal: 1 Coríntios 12.12-25

12. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
13. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
14. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
15. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?
16. E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo?
17. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?
18. Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.
19. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
20. Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo.
21. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós.
22. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários;
23. E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra.
24. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela;
25. Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros.

Momento Interação

A Igreja jamais crescerá integralmente se não existir unidade entre os membros do Corpo. A divisão de forças promoverá o enfraquecimento de todo o grupo. E o contínuo esforço para a convivência harmoniosa com Deus e com o próximo que promove o aperfeiçoamento das práticas cristãs e a participação nos privilégios da comunhão. Em João 17, Jesus roga ao Pai em favor da unidade do povo de Deus. Riqueza, posição social, nacionalidade e outros interesses são esquecidos em favor do que realmente importa. Portanto, Ele quer que vivamos no amor e na unidade de Seu Espírito. No estudo desta semana, analisaremos a grande importância que tem o Corpo de Cristo, e a importância de sua unidade relacional (uns com os outros) e congregacional (uns no meio de outros).

Introdução

A primeira consideração a ser feita é que existem dois significados para corpo de Cristo na Bíblia. O primeiro significado está ligado ao próprio corpo físico de Jesus Cristo, entregue na cruz do calvário pelos nossos pecados: “Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus” (Rm 7.4). Nesse sentido, observamos que existem alguns textos que mencionam esse corpo com o objetivo de relembrar a obra de sacrifício realizada por Jesus na cruz. Temos também esse significado em 1 Coríntios 10.16, onde o objetivo é relembrar a entrega de Jesus de seu corpo na cruz.

O segundo significado de corpo de Cristo está ligado à igreja de Deus. Quando Jesus Cristo estava entre nós como homem, Ele inicia uma obra, a nova aliança de Seu sangue (Mt 26.28). Após a Sua morte essa presença física de Jesus não era mais possível, pois Ele subiu ao céu (At 1.11). Mas Jesus estabelece Sua igreja como sendo Seu próprio corpo aqui nesta terra, ou seja, como se Ele estivesse presente por meio de Seus servos: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (1 Co 12.27). Esse texto mostra que cada servo de Deus forma o corpo de Cristo. Não somente aqueles para quem Paulo escreveu, mas todos os servos fieis.

I. A Diversidade de Dons

Os dons espirituais são uma manifestação da graça de Deus concedida pelo Espírito Santo. Eles são fundamentais no crescimento e desenvolvimento da Igreja, o corpo de Cristo. Os dons estão a disposição de todos os santos. Contudo, precisamos buscá-los diligentemente. Devemos demonstrar interesse e disposição, porque os dons espirituais não são para proveito pessoal: “Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que vocês sejam ignorantes”; “Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos” (1 Co 12.1, 4-6).  dons espirituais não devem ser um tabu na Igreja. Os cristãos não devem apenas saber sobre os dons, de uma maneira geral como também, devem procurar descobrir quais possuem. omo nosso Deus é extremamente criativo, ele dispôs uma grande variedade de dons ministeriais e espirituais. Esses dons, se manifestam de diferentes maneiras. Isso promove uma dinâmica poderosa e rica, na Igreja. Não há ambiente mais dinâmico que o de uma Igreja que explora os dons espirituais e ministeriais de sua comunidade. Portanto, conhecê-los é nosso dever. Precisamos buscá-los.

E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.

O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro (Ef 4.11-14). O propósito dos dons espirituais não é para a promoção pessoal, é para “preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus”. Os dons dentre tantas coisas, têm a finalidade de preparar os cristãos para uma vida saudável e produtiva no seio da igreja. São mecanismos de segurança e desenvolvimento para o corpo de Cristo. A vontade de Deus é que cresçamos como cristãos. Não sejamos como crianças. Eles são portanto, responsáveis por essa evolução. Pela maturidade e pelo crescimento.

II. As Qualidades de cada membro do Corpo de Cristo

Alguns acreditam erroneamente que isoladamente podemos ser corpo de Cristo, no entanto, o que o texto nos esclarece é que somos membros desse corpo e, conjuntamente, formamos esse corpo que também é chamado de igreja. O que fortalece esse argumento é a forma como Paulo ensina a cooperação de cada membro na edificação desse corpo e dentro de sua missão dada pelo Mestre: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11-12). O corpo de Cristo (a união de todas as partes) é edificado com a cooperação de cada um.

A Bíblia também nos ensina que Jesus Cristo exerce o papel de cabeça desse corpo, ou seja, a liderança plena pertence a Jesus e não a qualquer líder humano: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15). Além disso, isso nos aponta para a importância do bom funcionamento do corpo de Cristo. Sendo a cabeça o próprio Jesus, esse corpo tem todas as possibilidades de trabalhar unido, formando um corpo forte e vigoroso, com a contribuição de cada uma das partes, pois são importantes.

III. A Importância Preciosa da Unidade Cristã

“Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos” (Ef 4.4-6). O Apóstolo Paulo faz um apelo à unidade, ele mostra a unidade divina e a unidade cristã. Mas a unidade cristã não implica necessariamente em uniformidade, ação que só tem uma forma, falta de variedade. O ensino das Escrituras é que vivenciemos a unidade na diversidade e na pluralidade de dons e chamados. Reconhecer a importância da diversidade, nos leva a uma obra mais excelente. As nossas diferentes habilidades e capacidades cooperam para um melhor serviço. Elas somam e não dividem quando há unidade espiritual. “São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Tem todos o dom de realizar milagres? Tem todos dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam?” (1 Co 12.29-30). A unidade é do Espírito, mas também, é algo que não se realiza sem a nossa cooperação. Ao ensinar sobre o tema da unidade, o apóstolo Paulo, em Efésios 4.4-6 expôs o que é unidade.

A figura do corpo aqui se refere à Igreja e explica que ela é um organismo vivo e indivisível. É a figura que melhor expressa como devem ser nossos relacionamentos no contexto da igreja local. Todos os salvos formam “um corpo”, o corpo místico de Cristo. Somos “um só corpo” independente das diferentes denominações evangélicas, com exceção das pseudas igrejas, pois temos uma só cabeça espiritual – Cristo.

A Igreja como Corpo é uma unidade espiritual – onde todos os nascidos de novo estão unidos em Cristo. Mas esta unidade tem que se manifestar na horizontal, numa união onde judeus e gentios, homens e mulheres, escravos e livres, são um “em Cristo”. Nossa posição “em Cristo” presente nos escritos Paulinos indica nossa união espiritual com Jesus, nos dá poder para ser mais “santos” e “fiéis” a Ele neste mundo. É por esta razão que uma das armas principais de Satanás – e das mais utilizadas contra a Igreja é a divisão e a desunião entre os cristãos. Mas se somos “santos” e “fiéis” a Cristo, podemos superar as sutilezas do tentador.

Conclusão

A esperança nasce da vocação de Deus para nós. A nossa fé baseia-se na esperança. Quando Deus nos chamou para a salvação tornou possível nosso futuro em Cristo. A obra redentora de Cristo proporcionou a esperança da glória. Em relação ao presente, indica que aceitamos a obra de Cristo em nossos corações, cancelando os nossos pecados. Em relação ao futuro, esta esperança aponta para a volta de Cristo, a redenção plena da Igreja: “Peço a Deus que abra a mente de vocês para que vejam a luz dEle e conheçam a esperança para a qual Ele os chamou. E também para que saibam como são maravilhosas as bênçãos que Ele prometeu ao Seu povo” (Ef 1.18). 

A nossa bendita esperança é a volta de Jesus Cristo, este é o nosso objetivo final, mas a nossa caminhada e o nosso trabalho aqui na terra precisam ser relevantes. Precisamos crescer, frutificar, brilhar e ser instrumentos para que reflitam a glória de Deus a este mundo. Conhecer os propósitos de Deus para a nossa vida é fundamental! Por isso, precisamos, antes de tudo, conhecer o Criador e sua natureza. Deus não faz nada sem propósitos, tudo quanto Ele fez foi com propósito. Que Deus abra a nossa mente para descobrirmos a vocação de nosso chamado, afim de vivermos para o propósito de nossa criação.

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