sexta-feira, 1 de maio de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Abril/2020 - Capítulo 5 - João - O Evangelho do Filho de Deus




Comentarista: Anderson Ribeiro



Texto Bíblico Base Semanal: João 1.1-14

1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2. Ele estava no princípio com Deus.
3. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
5. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz.
9. Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
10. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
11. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
13 Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
14. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.


Momento Interação

O Evangelho de Jesus na versão de João é bem diferente, no sentido literário e na apresentação do Filho de Deus, quando comparados aos escritos de Mateus, Marcos e Lucas. Ele firma os argumentos de sua declaração sobre Jesus, como o Verbo de Deus, no testemunho de João Batista e de Deus Pai. O objetivo principal deste início do Evangelho de João é introduzir o Verbo de Deus, nos mostrando quem ele é e afirmar a sua divindade. O que a Bíblia está dizendo é que o Verbo de Deus é o próprio Deus: e o Verbo era Deus. Esta introdução está feita no primeiro capítulo do Evangelho de Jesus Cristo, pois Jesus é o Autor do Evangelho, logo João nos estão apresentando Jesus Cristo, também chamado de o Verbo de Deus.

Introdução

O evangelho de João é certamente um evangelho cercado por louvores e A.T. Robertson (1863-1934) não está equivocado ao dizer que esse evangelho é o mais supremo em sua profundidade de pensamento. Não podemos negar que no Evangelho de João que podemos perceber com clareza as características mais aprofundadas do caráter de Cristo. Por um lado, temos um aprofundado e detalhado relato sobre Cristo, por outro, as dificuldades Teológicas que o cercam são tantas que eventualmente sua beleza é acobertada pelos desafios relacionados à natureza, integridade e credibilidade desse evangelho. O que podemos dizer com certeza é que, com tons diferentes dos evangelhos sinóticos, João também pinta a figura de Jesus Cristo em seu Evangelho e por ser o último dos apóstolos a escrever sobre Ele, é bem provável que João intencionasse acrescer aos relatos já conhecidos informações que os outros evangelhos não tinham apresentado. Isso poderia explicar por que grande parte do livro é exclusivo a João e que algumas ênfases Teológicas, sejam apologéticas ou fundamentais, foram apresentadas com mais clareza que em outros evangelhos.

I. O Autor do Evangelho de João

João era pescador. Ele trabalhava junto com seu irmão Tiago e seu pai Zebedeu. Eles tinham jornaleiros (empregados) no seu serviço e um barco de pescar. Moravam em Capernaum perto do Mar da Galiléia onde pescava (Mc 1.16-21). O apelido dele era Boanerges que significa filho do trovão (Mc 3.17). Porque este apelido? Porque João era homem de um temperamento forte, duro, valente e severo (Lc 9.49-54). Tiago e João (todos dois) eram apelidos os filhos do trovão porque os dois tinham o mesmo temperamento bravo. Tudo isto mostra que João era homem de condição e que trabalhava e não homem parado nem preguiçoso. Também João era conhecido do sumo sacerdote em Jerusalém (Jo 18.15,16). 

João tinha uma casa em Jerusalém (Jo 19.26,27). . Depois da ascensão do Senhor Jesus Cristo João continuou em Jerusalém durante alguns anos (At 1.14; 3.1; 4.13 8.14). Durante este tempo que ficou em Jerusalém, parece que ficou cuidando a mãe de Jesus na sua própria casa. Muitos antigos disseram que João ficou em Jerusalém quinze anos depois da ascensão de Jesus Cristo, até que Maria morreu. João o Apóstolo era discípulo de João o Batista primeiramente (Jo 1.35-40). João o Batista guiou André e João, dois dos seus discípulos, para seguir Jesus, e eles foram seguí-lo. João era um dos discípulos mais perto de Jesus. Até é provável que estivesse o mais perto de Jesus (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7, 20, 24).

II. O Evangelho do Filho de Deus

O Evangelho de João foi escrito para provar que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Como uma testemunha ocular do amor e do poder mostrados nos milagres de Jesus, João nos dá uma visão pessoal e próxima da identidade de Cristo. Ele nos mostra que Jesus, embora totalmente Deus, veio em carne para revelar de maneira clara e precisa Deus, e que Cristo é a fonte da vida eterna para todos os que crêem nele. O tema predominante no livro de João é a revelação de Deus ao homem através de sua ilustração viva – Jesus Cristo, o Verbo feito carne. Os versos iniciais descrevem lindamente Jesus como a Palavra. Ele é Deus revelado ao homem – a expressão de Deus – para que possamos vê-lo e crer.

Através deste Evangelho, testemunhamos o poder eterno e a natureza do Deus Criador, oferecendo -nos a vida eterna através do seu Filho Jesus Cristo. Em cada capítulo, a divindade de Cristo é revelada. Os oito milagres registrados por João revelam seu poder e amor divinos. São sinais que nos inspiram a confiar e acreditar nele. O Espírito Santo é um tema no Evangelho de João também. Somos atraídos pela fé em Jesus Cristo pelo Espírito Santo; nossa crença é estabelecida por meio da presença interior, orientadora, conselheira e consoladora do Espírito Santo; e através do poder do Espírito Santo em nós, a vida de Cristo é multiplicada para os outros que crêem.

III. Data e Local da Escrita do Evangelho

Estudiosos tem considerado a muito tempo que o Evangelho de João tenha sido um dos últimos textos a ser escritos no Novo Testamento. A razão para tal conclusão é que o Evangelho de João foi escrito depois das cartas de Paulo, os Evangelhos Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) e muitas das últimas cartas são baseadas em uma variedade de evidências que quando consideradas coletivamente sugerem uma data de composição por volta de 90 d.C. Talvez a suposição mais básica relativa a data da composição do Evangelho de João é a sua teologia em comparação aos outros evangelhos. Especificamente, o quarto evangelho enfatiza a divindade de Jesus e seu papel pré-mortal como deidade (Jo 1.1,14). Jesus também parece ser onisciente em vários episódios, tais como na história da mulher no poço em Samaria, quando Jesus sabe detalhes íntimos sobre o estado civil da mulher sem que ninguém lhe diga nada (Jo 4.16-18). Jesus também declara que ele é um Deus no Evangelho de João (Jo 8.58) e se associa a Jeová do Antigo Testamento. 

Enquanto o modelo erudito de desenvolvimento teológico continuar a segurar o balanço, o Evangelho de João continuará sendo considerado um documento do final do primeiro século que capturou uma das declarações finais teológicas da Igreja do primeiro século. A precaução dos estudiosos determina, entretanto, que a ultima data provável do Evangelho de João permanece uma tentativa de conclusão que é resultado de uma teoria da origem dos Cristãos ao invés de uma teoria literária compreensiva usada para explicar o Evangelho de João em si.

IV. O Evangelho para a Humanidade

Cada um dos quatro relatos da vida de Jesus no Novo Testamento tem suas características únicas. João tem menos em comum com os outros no seu conteúdo, focalizando o trabalho de Jesus na Judeia, enquanto Mateus, Marcos e Lucas enfatizam o ministério na Galileia. João apresenta seu relato de uma maneira mais temática do que os outros, oferecendo evidências apoiando as afirmações de Jesus de ser o Cristo (Messias), Deus em carne. João foi provavelmente o último dos evangelhos a ser escrito, e mostra certa preocupação do autor com distorções doutrinárias que surgiam no final do primeiro e no segundo século, especialmente sobre a divindade de Jesus. Quatro outros livros do Novo Testamento são atribuídos ao mesmo autor: as epístolas (1, 2 e 3 João) e o livro do Apocalipse.
João, o filho de Zebedeu, foi um dos apóstolos de Jesus, um dos três citados com mais frequência nos evangelhos (junto com seu irmão, Tiago, e Simão Pedro). 

Antes de conhecer Jesus, estes três já eram sócios no seu trabalho como pescadores na Galileia. Deixaram seus barcos para seguir a Jesus (Lc 5.10,11). Durante sua caminhada com Jesus, os dois filhos de Zebedeu receberam um apelido que significava “filhos do trovão” (Mc 3.17), provavelmente devido à sua tendência de buscar a justiça vingativa de Deus (Lc 9.54). É interessante que este filho de trovão se tornou o apóstolo do amor, um tema enfatizado nos seus escritos. O evangelho tem poder para transformar o caráter de todos que se submetem ao Senhor. João não se esqueceu da justiça do Deus Santo, mas aprendeu a necessidade de divulgar a notícia da graça do Deus do amor.

Conclusão

João queria mostrar para todos o fato fundamental do evangelho: Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, o Santo de Deus, o único que tem “as palavras da vida eterna”, a verdade, a vida e o caminho exclusivo que leva ao Pai celeste (Jo 20.31; 6.7-68; 14.6). João não pregou Jesus como apenas um ser mais evoluído que outros, nem como apenas mais um profeta. Ele introduziu seu evangelho com afirmações da eternidade e da divindade de Jesus, e continua até o fim defendendo essa tese.



Sugestão de Leitura da Semana: BARBOSA, Maxwell. Andando como Ele Andou. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

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