sábado, 25 de dezembro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Dezembro/2021 - Capítulo 4 - Os Desafios da Família

 




Comentarista: Maxwell Barbosa



Texto Bíblico Base Semanal: Lucas 12.49-57


49. Vim lançar fogo  terra; e que mais quero, se já está aceso? 

50. Há um batismo em que hei de ser batizado; e como me angustio até que venha a cumprir-se! 

51. Cuidais vós que vim trazer paz  terra? Não, eu vos digo, mas antes dissensão: 

52. pois daqui em diante estarão cinco pessoas numa casa divididas, três contra duas, e duas contra três; 

53. estarão divididos: pai contra filho, e filho contra pai; mãe contra filha, e filha contra mãe; sogra contra nora, e nora contra sogra. 

54. Dizia também às multidões: Quando vedes subir uma nuvem do ocidente, logo dizeis: Lá vem chuva; e assim sucede; 

55. e quando vedes soprar o vento sul dizeis; Haverá calor; e assim sucede. 

56. Hipócritas, sabeis discernir a face da terra e do céu; como não sabeis então discernir este tempo? 

57. E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo? 

Momento Interação

A família é projeto de Deus porque foi Ele próprio quem a instituiu. Isso significa que a origem da família não se deu através de um projeto humano, mas através do projeto divino. Então qualquer ideologia que diga que a família é uma instituição ultrapassada e antiquada ao nosso tempo, é maligna. O propósito de Deus para a família não mudou! Infelizmente estamos vivendo dias em que os valores estão sendo invertidos. Aquilo que é correto está se tornando sinônimo de inadequado; enquanto que aquilo que é errado está sendo cada vez mais admirado como o padrão a ser seguido por uma sociedade corrupta. Todavia, as verdades bíblicas sobre a família são irrevogáveis e permanecem válidas independentemente do comportamento pecaminoso do homem. A família é um projeto de Deus e continuará sendo.

A Bíblia não deixa qualquer dúvida de que a família é projeto de Deus. O estudo bíblico sobre a família revela que Deus criou o homem e logo lhe deu a mulher como companheira. A Escritura afirma que Deus declarou que não era bom que o homem estivesse só, e por isso lhe preparou uma auxiliadora idônea (Gn 2.18). Então depois de ter criado o homem e a mulher, Deus juntou-lhes como um casal e os abençoou para que fossem férteis e se multiplicassem sobre a terra (Gn 1.28). Portanto, a unidade familiar nasce a partir do casamento. A Bíblia é clara quando a isso: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24). Assim, o próprio Deus foi quem instituiu a família sobre a base do casamento, onde o homem e a mulher se unem tornando-se uma só carne, para que vivam juntos em plena comunhão.

Introdução

Os conflitos familiares são tão antigos quanto a própria raça humana. Eles começaram a partir do Éden, com a Queda, atingindo Adão e Eva e, posteriormente, Caim e Abel. Desde muito cedo, o homem natural é inclinado a pecar, o que pode ser visto já nas crianças de tenra idade, que são inclinadas ao egoísmo. Esse é o grande problema da humanidade. Na narrativa bíblica, os grandes homens de Deus enfrentaram sérios conflitos em suas famílias, como é o caso dos patriarcas Abraão, Isaque, Jacó, Davi... O único remédio para solucionar conflitos é o amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5.5). 

Familiares são presentes de Deus. São indivíduos que foram feitos para sofrerem, amarem e viverem juntos. Foi o Eterno quem criou o sentimento de amor na família, de consideração não fingida. O Senhor Jesus amou sua família, apesar das incompreensões dos seus irmãos, como cada um deve amar também a sua. Ele tinha tempo para eles, embora, às vezes, a conversa não fosse agradável. Isso não importava, pois era sua família.

Há pessoas, porém, que dizem que os relacionamentos humanos, inclusive na família, são calcados, sempre, em interesses mesquinhos, como se fosse uma troca, porém nunca em amor sincero. Quando alguém envereda por esse pensamento satânico "do comércio", nunca terá uma família feliz e acabará enxergando maldade em tudo e em todos. Com olhos sujos, a visão sempre será embaçada. O Amor, porém, “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (1 Co 13.7,8). Ele é o remédio para todos os dramas familiares e foi administrado pelo Espírito Santo nos casos de José e seus irmãos, Moisés e seus irmãos, Jesus e seus irmãos, etc. Se for pago mal com mal, o mal sempre prevalecerá e não haverá vencedores. Se for pago, na família, olho por olho, é possível que, em breve, acabem-se os olhos de todos.

I. As Divisões Familiares

A sensação de estar perdido é uma das mais angustiantes. As coisas ao redor não têm sentido. Tudo é igual. Tristeza pelo erro do caminho. Ansiedade pela incerteza do futuro. Estar perdido é para quem não tem familiaridade com o lugar em que se encontra. O que dizer, porém, de dois filhos que se perderam dentro da sua própria casa? Essa foi uma história magnífica contada por Jesus (Lc 15.11-32) e que tem tudo a ver com os conflitos familiares.

Era uma vez um pai que tinha dois filhos. Esses filhos representam todos os membros das famílias. Um decidiu ir embora para uma terra longínqua, levando consigo sua herança. Isso mostra que ele já estava perdido na sua casa. Sua saída fez somente aprofundar o desnorteamento e a distância. Ele já havia perdido os referenciais, os princípios, a intimidade com o pai. O outro filho, que permaneceu em casa, igualmente estava perdido na mesma intensidade do caçula. Acontece que o mais novo reconheceu seu pecado e retornou para casa arrependido. O filho mais velho, porém, “reconheceu” o erro do seu genitor e não quis retornar dos campos para casa. Ele sabia o caminho para a sala do banquete, mas não quis voltar. Está escrito: “Mas ele se indignou e não queria entrar. E, saindo o pai, instava com ele” (Lc 15.28).

O primogênito ouviu os sons da celebração ruidosa e alegre que seu pai patrocinou, pelo retorno de seu irmão caçula, mas isso o indignou. Ele não entrou na casa, apesar de no Oriente haver o costume de que, em caso de festa, o primogênito deveria ficar descalço, à porta, cumprimentando os convidados. Neste caso, o mínimo que se esperava dele era que honrasse o pai, pelo menos saudando as pessoas, e somente depois reclamasse. Mas ele preferiu humilhar seu pai publicamente, discutindo na presença dos convidados. Um insulto, principalmente num banquete. Esse filho estava profundamente perdido.

Entretanto, o pai se humilhou publicamente, saindo de casa e instando com o filho mais velho para que participasse da celebração — um gesto de amor inesperado. Aquele pai falou ternamente ao filho rebelde sobre a importância de eles sempre estarem juntos e também falou da comunhão patrimonial entre ambos, mas o primogênito desprezou o arrazoado paterno. Ele queria dinheiro, destaque, e isso tudo bem distante das pessoas de casa. O filho mais velho, na verdade, odiava o pai que, por sua vez, sem levar em consideração a amargura do coração, a arrogância das palavras, o insulto dos gestos, a distorção dos fatos e as acusações injustas de seu filho mais velho, queria tocar seu coração. Aquele pai não condenou, nem criticou, muito menos rejeitou, da mesma forma como fez com o filho caçula. Houve, com isso, um novo derramamento de amor.

Em flagrante contraste, o pai o chamou de "filho”, um título afetivo. “Não há dor maior do que perder um filho”, pensava o pai, que insistiu: “Filho, entre na festa. Precisamos de você ao nosso lado”. A reação do pai para com cada um de seus filhos foi essencialmente idêntica, já as condutas dos filhos foram bem diferentes. O caçula teve tudo de volta, mas nada se sabe acerca do primogênito. Uma coisa é certa: se ele não se encontrou com a Vida naquele dia, o pai sempre o estará esperando... de braços abertos.

O filho mais jovem era egoísta, pois pensava apenas em si e estava enjoado da vida em família. Ele não precisava de mais ninguém para viver e, por isso, viajou para longe do aconchego do lar e desperdiçou toda sua herança. Quando, por fim, chegou ao fundo do poço, ele, em desespero, se lembrou da casa do seu pai. Essa é a história de muitos filhos que, mesmo sem partirem geograficamente, abandonaram o ideário familiar, buscando construir sua história, relativizando os valores morais com independência emocional e sem compartilhamento de vida. 

O fim sempre será a solidão, pois não há melhor lugar para estar do que na companhia daqueles que o Eterno estabeleceu como família.  Ainda dá tempo para voltar! O outro filho, o orgulhoso, não perdoava ninguém. Ele era aparentemente envolvido com a família, mas seu coração estava muito longe. E o pior: ele, que tanto errava, não admitia o erro de ninguém. Insensível, ele cumpria os rituais familiares, mas era tão ou mais egoísta que seu irmão. Este filho (mais experiente), que sempre está em conflito consigo e com os outros, também precisa cair em si, reconhecer seu erro e voltar à boa convivência da vida familiar.

II. As Inversões de Valores

A ética cristã envolve a forma como você conduzirá sua vida. A base para a nossa ética cristã é a Palavra de Deus, ou seja, a Bíblia. Ela sempre foi considerada como princípio de regras de fé e conduta dos cristãos. Ela é um livro que não importa quando for o estudar, é atual e te envolve como um todo. Quando resolvemos que este livro não determina mais nossa vida encontramos com a inversão de valores. Passo a dar lugares a outras regras de fé e conduta, sendo elas ditados pelo Senhor deste século – Satanás. Enveredo pelo caminho do relativismo (O relativismo é uma doutrina que prega que algo é relativo, contrário de uma idéia absoluta, categórica. Atitude ou doutrina que afirma que as verdades (morais, religiosas, políticas, científicas, etc,) variam conforme a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos de cada lugar.

O que a Bílbia nos orienta passou a ser ultrapssado, sem razão em um mundo globalizado e não me deixa viver como preciso, aproveitando cada oportunidade de “ser feliz” ao meu modo. Segundo vemos o relativismo não nos deixa aceitar uma verdade absoluta, podem haver várias verdades em um mesmo contexo. Isso leva nossa mente a um vaguear de opinioes sem chegar a uma exata conclusão. O pensamento atual é que podemos ter nosso coração voltado ao Deus supremo e nosso exterior tortalmente ligados ao mundo. Como se fossemos pessoas fragmentadas. Não só os jovens tem sido afetados por estas idéias, mas até cristãos maduros e experientes tem encontrado nesse lance a forma de expressar desejos mais ocultos.

Basta olharmos dentro das nossas igrejas e veremos a mudança de valores. Antes os cristãos eram conhecidos pela forma exemplar de vestir, falar, tratar o próximo e a linguagem. E hoje? Hoje não conhecemos mais desta forma, as pessoas estão dentro do chamado padrão comum. Cantam nos púlpitos com roupas chamativas, extravagantes, nao importando se estão defraudando os irmãos ou não. Qurem se mostrar a todo custo como se isso fosse lhes garantior serem modernas e atuais. Os homens em sequência resolveram que serão também modernos, dois brincos em cada orelha, cabelos longos e uma guitarra para tirar aquele som atual e sem unçaõ de Deus. Estamos correndo para a total descaracterização do cristão. Não somos mais conhecidos como um povo diferente. De face brilhante e rosto aliviado. Pois estamos em meio a correria, ao barulho que todos fazem ao mesmo tempo.

III. A Família sob Ataque do Inimigo

A vida familiar é um campo de guerra mais do que um parque de diversões. Há uma orquestração do mal contra a família. Torpedos mortíferos são lançados sobre a família. A família é o campo das batalhas mais rehidas que travamos. Muitos casais têm sido espoliados, roubados e saqueados: 1) Do primeiro amor; 2) Diálogo – comunicação; 3) Romantismo; 4) Harmonia.

Basta observar as propagandas contra o conceito tradicional de família nos anúncios espalhados pela cidade e as conversas com pessoas ao redor para confirmar que a família está sob ataque. A pornografia pela internet, a pressão dos ativistas homossexuais, a banalização do divórcio e a imoralidade geral, tudo atenta para a desconstrução da noção bíblica de família. De fato, “pela primeira vez na História, a civilização ocidental é confrontada com a necessidade de definir o significado dos termos ‘casamento’ e ‘família’”. Isso revela uma crise cultural sem precedentes. Esse impasse moral possui fundamentos espirituais, pois “o mundo jaz no Maligno” (1Jo 5.19). A primeira investida de Satanás foi contra o primeiro casal e os efeitos daquela investida foram nocivos à família: a transferência de culpa entre os cônjuges (Gn 3.11,12), o primeiro fratricídio (Gn 4.8-10), o surgimento da poligamia (Gn 4.19), etc. A família realmente está sob ataque cultural e também espiritual, ou seja, o próprio Maligno quer destruí-la.

Por que Satanás odeia tanto a família? Certamente porque ela é importante. A família é fundamental para a criação e educação da próxima geração, mas não apenas por isso. Segundo as Escrituras, a família é fundamental para instruir e capacitar a pessoa para os diferentes aspectos da vida. Há vários aspectos da vida cristã sobre os quais Deus decidiu nos instruir usando a família. Essa é uma das metáforas mais utilizadas na Bíblia, pois há lições que só podem ser aprendidas mediante uma compreensão correta da família, conforme instituída por ele. A relação entre os membros de uma família estabelece um vislumbre do relacionamento existente entre as Pessoas da Trindade. O convívio familiar deve refletir a natureza relacional de Deus. Por essa razão, o objetivo de Satanás é destruir qualquer relacionamento pacífico na família, pois assim ele criará confusão quanto à natureza relacional do próprio Deus.

Quando Deus justifica alguém em Cristo, essa pessoa é adotada como seu filho. Dessa maneira, aprendemos que o relacionamento entre pais e filhos não é sem importância. Além do mais, a adoção acaba espelhando a misericórdia de Deus conosco. Assim, o evangelho da graça pode ser experimentado diariamente pelos filhos de Deus. Todavia, se Satanás destruir os relacionamentos entre pais e filhos, ele distorcerá a mensagem do evangelho para as pessoas. Pedro chama a igreja de a “casa de Deus” (1Pe 4.17) e Paulo diz que os crentes são a “família de Deus” (Ef 2.19; 3.15). Desde que os cristãos são unidos sob a paternidade do Pai pela adoção em Cristo, eles constituem a família de Deus e devem se relacionar como “irmãos” e “irmãs” em Cristo. Assim, a vida familiar ajuda a compreender o tipo de comunidade a ser desenvolvido na igreja. Por essa razão o Inimigo procura destruir a família, pois isso acabará distorcendo nossa compreensão sobre a igreja.

Desse modo, para se compreender a virtude relacional de Deus, o seu evangelho e a sua igreja, é necessário primeiro compreender a natureza da família. Quando um cônjuge abandona o outro, quando pais e filhos não se relacionam bem, quando se defende um conceito “diferente” de família com dois pais, duas mães, ou sem a fidelidade exigida no relacionamento, etc., a metáfora é distorcida. Sempre que isso ocorre, Satanás consegue destruir o centro de instrução teológica no lar.

Conclusão

O relativismo moral é mais facilmente compreendido quando comparado com o absolutismo moral. O absolutismo afirma que a moralidade depende de princípios universais (lei natural, consciência). Os absolutistas Cristãos acreditam que Deus seja o recurso principal da nossa moralidade comum, e que essa moralidade é tão imutável quanto Ele. O relativismo moral afirma que moralidade não é baseada em qualquer padrão absoluto. Ao contrário, “verdades éticas” dependem da situação, cultura, sentimentos, etc. O relativismo moral está ficando cada vez mais popular nos dias de hoje.

Muitas coisas podem ser ditas sobre os argumentos para o relativismo que demonstram a sua natureza duvidosa. Primeiro, embora muitos dos argumentos usados na tentativa de sustentar essas afirmações até pareçam bons de primeira, há uma contradição lógica inerente em todos eles, pois todos propõem um esquema moral “correto” – o esquema que todos nós devemos seguir. Entretanto, isso em si é absolutismo. Segundo, mesmo os tão chamados relativistas rejeitam o relativismo na maioria dos casos – eles não diriam que um assassino ou estuprador não são culpados contanto que não tenham violado os seus próprios padrões. Terceiro, o fato de que temos palavras como "certo", "errado", "deve", “melhor", etc., mostra que essas coisas existem. Se a moralidade fosse realmente relativa, essas palavras não teriam qualquer significado, diríamos: - “isso me faz sentir mal”, e não “isso é errado”.

Vivemos a era do mundo moderno, do Ter e não do Ser; valores invertidos, extinção da ética. Vida moderna onde a sociedade idealiza estereótipos de beleza, onde os corruptos são heróis no ambiente que deveria ser ético. Se você não se encaixar nesse meio, será discriminado pela própria sociedade, extinto do mesmo. A que ponto chegamos? No seio familiar damos e recebemos amor, construímos vínculos, ensinamos valores morais e éticos, mas será que isso vem acontecendo? As prioridades estão invertidas e a família fica em segundo plano. Vigiemos quanto à nossa família e a prioridade com o Senhor.

Sugestão de Leitura da Semana: VAGNER, Carlos. O Sermão Profético. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.


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