quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2018 - Capítulo 4 - O Chamado do Senhor à Moisés




Comentarista: Walter Menezes



Texto Bíblico Base Semanal: Êxodo 3.1-14

1. E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe.
2. E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia.
3. E Moisés disse: Agora me virarei para lá, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima.
4. E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.
5. E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.
6. Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.
7. E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores.
8. Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuseu.
9. E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel é vindo a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem.
10. Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito.
11. Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?
12. E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte.
13. Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
14. E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.

Momento Interação

Deus em Sua infinita sabedoria e conhecimento, chama diversas pessoas em diversas ocasiões e em diversas maneiras. Todos nós temos experiencias de como e quando o Senhor nos chamou. A importância do chamado do Senhor é de característica ímpar na vida daqueles que o temem e o servem. No capítulo desta semana temos a oportunidade de vermos como se deu o chamado do Senhor à Moisés, e de que forma ele foi usado poderosamente pelo Senhor. Bons Estudos!

Introdução

O chamado de Deus na vida de Moisés foi muito importante. Mas somente “chamar” não garante o sucesso, é necessário obedecer. Alguns ainda insistem em fazer a obra de Deus sem assumir um compromisso pessoal com Ele. Essa falta desqualifica o enviado. 

I. O Senhor Aparece na Sarça

O capítulo 3 do livro de Êxodo nos traz a segunda etapa de 40 anos da vida de Moisés. O treinamento para torná-lo mais humilde estava completo, vindo assim a chamada para um serviço muito especial. Moisés apascentou rebanhos no deserto durante quarenta longos anos. Essa ocupação foi exatamente o oposto do qual ele foi ensinado no Egito a ver como grandeza (Gn 46.34). Durante este tempo ele cresceu em mansidão e humildade. Ele aprendeu a não confiar em sua própria capacidade. Devemos aprender com isso a não desprezar os métodos de treinamento de Deus. As aflições têm sentido se lembrarmo-nos que elas são lições dadas por Deus na Escola Divina (Tg 1.2-4).
Moisés conduzia sob os seus cuidados o rebanho á lugares bem distantes e amplos na procura de bons pastos. Ao se aproximar do monte aonde mais tarde ele receberia a lei de Deus, ele vê uma sarça queimando, mas não se consumindo. Ao se virar para ver esta cena de perto, ele encontra o Todo Poderoso (Dt 33.16). 

Não devemos nos aproximar de Deus por mera curiosidade. Moisés teve que tirar os sapatos e manter certa distância. A verdadeira reverência é a primeira lição da piedade (Pv 1.7; Sl 89.7). Não é a espirituosidade, mas a ignorância, que cria uma familiaridade indevida para com Deus e a irreverência. Fora da pessoa de Cristo, o Senhor não pode ser visto e nem tocado (Jo 1.18, Hb 12.29). Mesmo nos aproximando de Deus, como filhos, vamos observar a devida reverência em oração e adoração. Note como os santos consagrados falaram do Todo Poderoso (Hb 2.20; Sl 93.1-5, 1 Tm 6.14-16; Rm 11.33). 

II. O Senhor Envia Moisés de volta ao Egito

Deus ouviu o clamor de Israel, no entanto, eles não sabiam disso. Ele viu o sofrimento deles e lembrou-se de Suas promessas. Que possamos aprender deste fato a não duvidar do interesse e do conhecimento que Deus tem da nossa situação. Seria mais correto dizer que nós é que nos esquecemos de Deus e não o inverso. Israel havia se esquecido do calendário de Deus (Gn 15.13-14) e de Suas promessas, mas Ele não.

Moisés, sem dúvida, havia abandonado a idéia de ser o libertador de Israel. Depois de quarenta anos ele deve ter ficado espantado quando ouviu Deus dizer que o enviaria á Faraó. Verdadeiramente, a fraqueza humana é a única caraterística humana pelo qual Deus exerce o Seu poder. A limitação do homem é a oportunidade divina.

Na medida em que Deus progressivamente revela os Seus planos, e a Si mesmo, para o homem, Ele constantemente concede mais conhecimento a respeito dEle mesmo. Moisés sabia que ao receber esta grande revelação de misericórdia, que os filhos de Israel iriam desejar saber tanta a natureza divina quanto o nome de Deus que acompanhariam esta nova revelação. É dito a ele para informar Israel que “Eu Sou” ou “Jeová” é quem o havia enviado. Apesar deste nome já ser conhecido, a profundidade de seu significado só é explicado aqui

III. Moisés e Arão perante o Faraó

Moisés e Arão eram agora as figuras-chaves numa ‘batalha de deuses’. Faraó, nas pessoas dos sacerdotes-magos, cujos chefes evidentemente se chamavam Janes e Jambres (2Tm 3.8), convocou o poder de todos os deuses do Egito contra o poder de Deus. O primeiro milagre que Arão realizou perante Faraó, sob a direção de Moisés, mostrou a supremacia de Jeová sobre os deuses do Egito, embora Faraó se tornasse ainda mais obstinado (Êx 7.8-13). Mais tarde, quando ocorreu a terceira praga, até mesmo os sacerdotes se viram obrigados a admitir: “É o dedo de Deus!” E foram tão severamente afligidos pela praga dos furúnculos, que não conseguiram comparecer perante Faraó para se opor a Moisés durante esta praga.

IV. As Pragas do Egito

Moisés e Arão tornaram-se os anunciadores de cada uma das Dez Pragas. As pragas ocorreram conforme anunciadas, comprovando a comissão de Moisés como representante de Jeová. O nome de Deus foi declarado e muito comentado no Egito, realizando tanto um abrandamento como um endurecimento para com este nome, abrandando os israelitas e alguns dos egípcios; endurecendo Faraó, e seus conselheiros e apoiadores (Êx 9.16; 11.10; 12.29-39) Em vez de os egípcios crerem que haviam ofendido os seus deuses, eles sabiam que era Jeová quem julgava os deuses deles. Depois de a nona praga ter sido executada, Moisés também já se tornara “muito grande na terra do Egito aos olhos dos servos de Faraó e aos olhos do povo” (Êx 11.3).

Houve também uma notável mudança nos homens de Israel. Primeiro haviam aceitado as credenciais de Moisés, mas, depois de sofrerem condições de trabalho mais duras, às ordens de Faraó, queixaram-se de Moisés, a ponto de que este, desanimado, apelou para o Senhor (Êx 4.29-31; 5.19-23). Naquela ocasião, o Altíssimo fortaleceu-o por lhe revelar que Ele ia agora cumprir aquilo que Abraão, Isaque e Jacó haviam aguardado, a saber, a plena revelação do significado do Seu nome, Jeová, por libertar Israel e estabelecê-lo como grande nação na Terra da Promessa (Êx 6.1-8). Mesmo assim, os homens de Israel não deram ouvidos a Moisés. Mas agora, depois da nona praga, deram-lhe sólido apoio, cooperando de modo que, depois da décima praga, ele pôde organizá-los e guiá-los para saírem de modo ordeiro, “em formação de batalha” (Êx 13.18).

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2018 - Capítulo 3 - A Trajetória de Moisés




Comentarista: Walter Menezes



Texto Bíblico Base Semanal: Êxodo 2.11-20

11. E aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e atentou para as suas cargas; e viu que um egípcio feria a um hebreu, homem de seus irmãos.
12. E olhou a um e a outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.
13. E tornou a sair no dia seguinte, e eis que dois homens hebreus contendiam; e disse ao injusto: Por que feres a teu próximo?
14. O qual disse: Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Então temeu Moisés, e disse: Certamente este negócio foi descoberto.
15. Ouvindo, pois, Faraó este caso, procurou matar a Moisés; mas Moisés fugiu de diante da face de Faraó, e habitou na terra de Midiã, e assentou-se junto a um poço.
16. E o sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram tirar água, e encheram os bebedouros, para dar de beber ao rebanho de seu pai.
17. Então vieram os pastores, e expulsaram-nas dali; Moisés, porém, levantou-se e defendeu-as, e deu de beber ao rebanho.
18. E voltando elas a Reuel seu pai, ele disse: Por que hoje tornastes tão depressa?
19. E elas disseram: Um homem egípcio nos livrou da mão dos pastores; e também nos tirou água em abundância, e deu de beber ao rebanho.
20. E disse a suas filhas: E onde está ele? Por que deixastes o homem? Chamai-o para que coma pão.

Momento Interação

Moisés cresceu e se desenvolveu como um rapaz que estudou, conheceu a ciência egípcia e que amadureceu ao longo do tempo. Contudo, chegou o momento de visitar os seus irmãos e ver como eles estavam. O amadurecimento em nossas vidas vem de diferentes maneiras. Todos nós temos criações diferentes e dinâmicas socio-familiares diferentes. Com Moisés, ocorreu de a sua vida ser mudada de uma hora para outra, desde o palácio até uma região montanhosa, que é de Midiã. Que neste estudo possamos buscar a prudência e a sabedoria que vem do alto. Que vem do Senhor.

Introdução

Desde seu nascimento Moisés foi separado por Deus para ser o libertador de Seu povo que estava escravizado no Egito há quatro séculos. No contexto histórico aprendemos que os hebreus foram para o Egito por causa da grande seca que assolou toda a terra por sete longos anos e, como José se tornou poderoso na terra de Faraó, toda a casa de Jacó, seu pai, emigrou para lá e foi muito bem recebida.

Acontece que o tempo passou, José morreu, o Faraó amigo de José também morreu e outros Faraós foram se sucedendo no trono egípcio e nenhum deles conhecia José. Por outro lado, o povo de Israel tinha uma promessa da parte de Deus de multiplicação e ela se cumpriu literalmente, os hebreus passaram a ser vistos como uma praga no Egito e uma ameaça à sua soberania. Por essas razões o povo hebreu foi escravizado, humilhado e seus meninos eram mortos pelas parteiras egípcias logo após seu nascimento. O povo começou a clamar a Deus por libertação e Deus os ouviu. Moisés foi o escolhido por Deus para libertar o Seu povo e Ele começou a preparar a cena final com riqueza de detalhes.

Moisés nasceu bonito e por isso foi poupado da morte após seu nascimento, depois de três meses ele foi colocado num cesto de vime e deixado entre os juncos às margens do Rio Nilo. A filha de Faraó encontrou o menino e se compadeceu dele e resolveu ficar com ele. A princesa era estéril e Moisés foi criado como príncipe do Egito no palácio de Faraó.

I. Moisés visita seus Irmãos  

A rica educação egípcia era bastante avançada naquela época, porque o Egito havia se tornado o centro do mundo e suas ciências e cultura foram ensinadas ao jovem Moisés. A Bíblia não relata de que forma Moisés ficou sabendo de sua origem hebreia, mas o fato é que ele sabia. Um dia, sendo Moisés já homem, ele saiu pelas ruas e viu seus irmãos hebreus escravizados e atentou para suas cargas de trabalho, sua jornada extenuante e a forma como eram mal tratados pelos egípcios.

A mesma coisa acontece em nossos dias: há um povo clamando a Deus por sua libertação, ainda que de forma inconsciente e desta vez Deus já mandou o Grande Libertador, que é Jesus Cristo, mas Deus precisa de servos dispostos a anunciar a vinda do Senhor, que levem Sua mensagem, que se disponham a ser instrumentos nas mãos de Jesus. A recompensa é extraordinária: a vida eterna com Deus e uma jornada feliz na terra. 

II. Moisés mata o Egípcio 

Moisés viu uma cena que o chocou profundamente, pois um egípcio feria um hebreu para que ele trabalhasse mais e não conseguiu se conter, Moisés olhou para um lado, para o outro e como julgou que não havia ninguém por perto, então ele matou o egípcio e escondeu o corpo na areia. Tudo parecia ter ficado em oculto, mas no dia seguinte ele viu dois hebreus brigando e foi apartar a confusão e descobriu que todos já sabiam que ele tinha matado o egípcio, porque um dos homens disse: “Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio?” (Êx 2.14). Moisés ficou apavorado, se Faraó soubesse, ele seria condenado à morte e então Moisés fugiu do Egito.

III. Moisés foge do Egito para Midiã

Viajando pelo deserto sozinho, o foragido Moisés chegou às terras de Midiã, cujo sacerdote tinha sete filhas e elas foram tirar água para dar de beber aos rebanhos de seu pai. Moisés estava perto do poço de água e viu quando vieram pastores e expulsaram as moças dali para dessedentar seus rebanhos primeiro.

Uma das características dos verdadeiros servos de Deus é o senso de justiça, aquele sentimento maior que o tamanho do agressor e que se dispõe a proteger e ajudar as pessoas injustiçadas, ou ameaçadas de agressão. Moisés tinha senso de justiça e quando viu o que os pastores fizeram às moças se levantou, foi lá e defendeu as filhas do sacerdote de Midiã, depois ele mesmo tirou água do poço e deu de beber aos rebanhos delas. A atitude de Moisés agradou o sacerdote de Midiã que convidou Moisés para ficar em sua casa e ele acabou casando com Zípora, filha de Jetro, sacerdote de Midiã e teve dois filhos com ela.

A vida de Moisés entrava numa nova fase. Primeiro ele viveu a fase de príncipe do Egito, desfrutando de todas as mordomias de filho da filha de Faraó. Depois sofreu a solidão e as incertezas da fuga do Egito, o medo de ser capturado, a fome e a sede do deserto. Agora Moisés estava morando na casa do principal da terra de Midiã, estava sob a proteção do sacerdote e casado com sua filha. Moisés deixou para trás sua identidade egípcia, as roupas e maquiagem que o caracterizavam como egípcio e que foi facilmente percebido pelas filhas de Jetro, mas tudo isso era só o começo da preparação de Deus para capacitá-lo como o libertador do Seu povo. Moisés precisava passar pelo deserto, assim como aconteceu com Jesus antes de começar Seu Ministério na terra.

Foi preciso Moisés matar o egípcio e ser descoberto para que ele deixasse sua confortável vidinha no Egito. Dentro do palácio de Faraó ele jamais seria o libertador do povo hebreu, até porque, ele fazia parte da família da filha de Faraó, mas não estava na lista de herdeiros do trono. Moisés não conhecia o Deus dos hebreus e o plano de Deus era se apresentar a Moisés de forma extraordinária, que não deixou dúvidas sobre Seu Poder. A preparação para a grande jornada no deserto comandando Israel estava apenas começando.

domingo, 14 de outubro de 2018

Moisés - A vida e o ministério de um valoroso homem de Deus




de Leonardo Pereira



O Comentário Bíblico Mensal deste mês nos traz um estudo acerca da vida e do ministério de Moisés, um dos homens mais sábios, experientes e maduros na fé e no conhecimento da Lei do Senhor, logicamente ficando atrás de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Com isso, temos a oportunidade e a grata satisfação de podermos conhecer um pouco mais acerca do grande legislador, líder e organizador da nação de Israel, que outrora, vinha sendo fortemente afligida e afrontada no Egito pelo jugo pesado de Faraó e de seus súditos.

Assim como as Escrituras nos revelam, Moisés entrou no tempo certo da história, contudo, em um momento bastante conturbado e crítico para a segurança de sua vida. Não fora o Senhor Deus sabiamente ter fortalecido a fé dos pais de Moisés e ter sustentado a sua vida durante aquele aterrador período de morte e perseguição infantil hebréia no Egito, a história do pequeno hebreu haveria de infelizmente, ter sido tragado no rio Nilo por crocodilos ou pelos próprios cidadãos egípcios devido a lei satânica usada por Faraó, de tentar matar os pequenos hebreus, com o intuito de preservar a sustentabilidade de seu reinado (Êx 2.1-10), como Herodes intentou fazer séculos mais a frente com o pequeno Jesus (cf. Mt 2.13-23). Graças a intervenção divina em manter a vida do pequeno hebreu a salvo, Moisés viria a ser futuramente um dos maiores líderes não somente da nação de Israel, como também de toda a história, sendo uma grande referência e exmplo para muitos líderes de diversas vertentes através dos tempos.

Em muitos momentos das Escrituras Sagradas, especialmente no Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada), Moisés nos mostra momentos diversificados, desde desafios em sua vida interna (com a família) e externa (com líderes de outras tribos), até em momentos de provações de sua fé com Deus e de sua lealdade para com Israel o levando a altos níveis de crescimento moral e espiritual com Deus de forma grandiosa e estupenda. Logicamente, jamais poderíamos comparar Moisés com Cristo, a estatura de varão perfeito, como Cristo o foi e sempre será. Moisés não foi perfeito. Houve falhas em sua vida em diversos momentos como as Escrituras nos mostram e não escondem jamais. No entanto, os erros e acertos de sua vida estão para que nos sirvam de instruções sobre como devemos proceder nesta vida rumo à Jerusalém Celeste. Nas palavras do Apóstolo Paulo: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Tm 3.16,17). Assim, a vida de Moisés como um todo, nos serve de base para compreendermos mais a nossa relação com Deus, nos mantendo perseverantes na caminhada cristã e como devemos nos firmar no Senhor em meio a um presente mundo que tenta de todas as maneiras nos afastar da verdade revelada em Deus. Como diz o próprio Moisés à Israel: "Porém vós, que vos achegastes ao Senhor vosso Deus, hoje todos estais vivos. Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus; para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida" (Dt 4.4-6).

Estudar acerca da vida e da obra de Moisés é fazermos uma viagem no túnel do tempo e acompanharmos a vida de um dos homens mais valorosos e importantes tanto para a nação de Israel, como a para a Igreja de Jesus Cristo. A sua imensa contribuição o coloca com muitas honras na Galeria dos Heróis da Fé e tão somente, seus escritos inspirados pelo Espírito Santo (Jo 5.46; Rm 15.4; 2 Pe 1.21) nos abençoam e contribuem imensamente para o crescimento moral, ético e espiritual de nossas vidas, no relacionamento com o Senhor da Glória (Dt 6.15-18).

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2018 - Capítulo 2 - O Nascimento de Moisés




Comentarista: Walter Menezes



Texto Bíblico Base Semanal: Êxodo 2.1-10

1. E foi um homem da casa de Levi e casou com uma filha de Levi.
2. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.
3. Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos, e a revestiu com barro e betume; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à margem do rio.
4. E sua irmã postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer.
5. E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam, pela margem do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, que a tomou.
6. E abrindo-a, viu ao menino e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele, e disse: Dos meninos dos hebreus é este.
7. Então disse sua irmã à filha de Faraó: Irei chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti?
8. E a filha de Faraó disse-lhe: Vai. Foi, pois, a moça, e chamou a mãe do menino.
9. Então lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino, e criou-o.
10. E, quando o menino já era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou-lhe Moisés, e disse: Porque das águas o tenho tirado.

Momento Interação

Em nossas vidas há momentos de alegria, há momentos de tristeza, momentos de sorrirmos e momentos de chorarmos. O nascimento de Moisés foi um momento muito conturbado devido a maldade egípcia desde o rei até os soldados com o objetivo de matarem as crianças, no caso da época, meninos de dois anos para baixo. A maldade humana está presente ainda hoje, com aprovação de leis e atitudes de grandes líderes mundiais e nacionais, que visam acabar com as famílias e com as crianças. Que o estudo desta semana acerca do nascimento de Moisés, possa nos trazer valores para defender as nossas famílias e as nossas crianças das mãos do império de Satanás. Bons Estudos! 

Introdução

Pressionados pela possibilidade de perder um filho querido! Ameaça para as suas vidas! A injustiça e a discriminação! A pobreza extrema e o trabalho duro! Estes eram os grandes desafios que a família de Moisés estava enfrentando. Eles encontraram a resposta através do cesto. O cesto guiado pela mão de Deus, o cesto da intervenção divina.

I. O Perigo no Egito

O novo governante subiu ao poder e este via Israel com suspeita e temor. Toda memória e apreciação que havia por José já se havia perdido. O imenso número de israelitas que permaneciam segregados do resto dos Egípcios eram vistos como possibilidades a serem temidas. Isto culminou em três tentativas de destruição de Israel como um povo. Nisto nós vemos uma antiga inimizade, citada em Gênesis 3.15, tomando maiores proporções enquanto as nações se confrontam. Satanás tem sempre tentado a destruir o povo de Deus e o Filho de Deus. A primeira tentativa de destruir Israel é mencionada no versículo 11. O rei tentou arruiná-los através do trabalho duro e árduo. O povo que havia sido convidado a entrar no Egito como hóspede de honra, agora era tratado como escravo.
Na segunda tentativa de destruir Israel, Faraó pediu as parteiras para que matassem os recém-nascidos. Nós não acreditaríamos nisso se não pudéssemos ver em nossos dias a indústria do aborto. Satanás é um assassino e deleita-se em destruir a vida humana (Jo 8.44). Como já foi anteriormente mencionado, ele está pessoalmente interessado em destruir a linhagem de Cristo (Gn 3.15). Pense como Herodes matou os meninos em Belém enquanto tentava destruir a Cristo. Tanto nesta ocasião, quanto em Êxodo, era satanás quem conduzia estes governantes a agirem desta maneira.

Ninguém pode impedir os planos de Deus (Sl 33.10-11, Êx 9.16, Dn 4.35). Os homens maus se tornam instrumentos em Seus planos. Deus fez com que o nascimento das crianças se tornasse mais fácil para as mulheres judias e assim venceu a ira de satanás. O Senhor nos protege hoje, e vigiará por Seu povo em todas as épocas (Ap 12.1-17).

II. A Fé de Joquebede

Ao lermos esta passagem de Êxodo 2.1-10, vemos que as circunstancias não eram de todo favoráveis a Joquebede e o seu marido Anrão pouco ou nada podia fazer para ajudar, ela não desanimou. Era uma mulher temente a Deus, sabemos que os sacerdotes eram eleitos da tribo à qual ela pertencia. Mas sobretudo ela olhou o seu filho e a Bíblia diz que ela o “achou formoso”. Que mãe não acha o seu filho formoso? No entanto, há que reconhecer que esta palavra revela que era uma criança bela, forte e prendeu o coração da mãe.

A mãe de Moisés o escondeu até os três meses de idade porque não quis que ele fosse morto pelos egípcios. Mas, visto que Moisés podia ser achado, ela fez o seguinte para salvá-lo. Pegou um cesto e o preparou para entrar na água. A irmã de Moisés, Miriã, ficou vigiando por perto. Fazendo isso, ela cumpria à risca a ordem do Faraó, pois estava de fato jogando o menino no Nilo, mas por outro lado dava uma chance de sobrevivência ao filho, chance que não teria se fosse encontrado pelos soldados.

Ninguém tem dúvidas que Joquebede teria protegido o seu filho de qualquer maneira. Sabe-se que as mães dedicam mais carinho a filhos débeis e doentes. No entanto estes esforços para proteger a vida de Moisés são elogiados em Hebreus 11.28 como sendo um acto de fé. Isto compreende que Deus o tinha destinado para um papel importante e que, por isso, interviria para preservar-lhe a vida.

III. A Filha de Faraó cuida de Moisés

Numa atitude desesperada, Faraó manda que os Israelitas destruam seus próprios filhos ao nascerem. Novamente nós vemos a tolice de tentar lutar contra Deus. Como o próximo capítulo revela, Faraó só obtém sucesso em criar o libertador de Israel em sua própria casa. Deus faz com que a ira do homem se torne um meio de exaltar a Sua própria glória (Sl 76.10). A filha de Faraó desceu ao rio Nilo para tomar banho. De repente, viu o cesto. Chamou uma das suas servas: ‘Vai buscar aquele cesto.’ Quando a princesa abriu o cesto, viu um belo menino. O pequeno Moisés estava chorando, e a princesa teve pena dele. Não quis que ele fosse morto. 

As princesas egípcias, segundo entendem os estudiosos, não teriam por hábito descer ao rio Nilo para se banhar, pois tinham seus próprios banheiros privativos. Esta deve ter sido uma ocasião excepcional, totalmente imprevista por Joquebede. Mas atrás de tudo isto vemos a mão de Deus, que usou o ato de fé desta mãe hebreia para colocar o seu filho no palácio do faraó. A irmã de Moisés, Miriã, estava à margem do rio observando tudo e ofereceu à filha do Faraó uma mulher Hebreia para amamentar a criança. Depois de Miriam ter sido fiel à sua tarefa, chegaram aos ouvidos da mãe cujo coração devia estar a pulsar acelerado num misto de esperança e temor, as boas-novas: “Leva este menino, e cria-mo, eu te darei o teu salário (Êx 2.9). A filha do Faraó o adotou e levou para a Corte, educando-o como o Príncipe do Egito. Ao abrir o cesto e ver a criança chorando, seu coração moveu-se de profunda compaixão, e embora não tivesse filhos, logo pensou na angústia da mãe hebréia que para salvar seu filho do decreto do Faraó o lançou ao rio.O menino foi adotado pela princesa que sem saber contratou Joquebede, a mãe verdadeira de do bebê para amamentá-lo e educá-lo. De acordo com historiadores, com a idade de 12 anos o menino foi levado ao palácio e passou a ser reconhecido oficialmente como filho da filha de Faraó, então recebeu o nome de Moisés.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2018 - Capítulo 1 - Moisés – Um Profeta Direcionado por Deus




Comentarista: Walter Menezes



Texto Bíblico Base Semanal: Hebreus 11.24-29

24. Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
25. Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado;
26. Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.
27. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.
28. Pela fé celebrou a páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos lhes não tocasse.
29. Pela fé passaram o Mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os egípcios, se afogaram.

Momento Interação

Pela graça do Senhor Jesus estamos iniciando o Comentário Bíblico Mensal de Outubro de 2018. Estudaremos acerca do maior profeta e legislador que este mundo presenciou: Moisés. É uma oportunidade para que todos nós possamos entender e compreender a sua vida e sua caminhada com o Senhor. O comentarista deste mês é o pastor Walter Menezes. Teólogo, escritor e professor de Antigo Testamento. Neste mês roguemos ao Senhor que o exemplo deste grande homem de Deus que representa a Lei, possa nos legar valores e lições para toda nossa vida. Bons Estudos!

Introdução

Deus escolheu Moisés para conduzir seu povo à Terra Prometida. Esta missão não seria possível se o Eterno não lhe moldasse o caráter, mediante o exercício da paciência (At 7.30). Por quarenta anos, Moisés viveu como um príncipe no Egito recebendo instrução e preparo na arte de liderar (At 7.22). Todavia, a humildade, tão urgente à sua grandiosa incumbência, só viria após quarenta anos de exílio em Midiã. Período igual de peregrinação no deserto ainda seria necessário para que Deus completasse a obra em sua vida.

Deus tinha planos para Moisés bem antes que ele nasceu. Isso pode ser facilmente visto por meio das coisas que Deus fez em seu nascimento para preservar sua vida, assim como tê-lo criado como neto do Faraó e herdeiro do trono do Egito. Moisés é considerado o principal personagem bíblico do Antigo Testamento. Ele foi o legislador por meio do qual Deus constituiu os hebreus como nação, e os conduziu até os limites da Terra Prometida. Moisés é reconhecido como o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia.

I. Quem foi Moisés

Moisés era descendente da tribo de Levi, do clã de Coate. Alguns estudiosos defendem que ele era filho de Joquebede e Anrão. Outros acreditam que ele foi apenas um descendente desse casal, ou seja, um filho da casa de Anrão. De qualquer forma, o nome dos pais de Moisés não aparece no texto bíblico que descreve a história de seu nascimento e infância, embora creia ser verdadeiramente os pais de Moisés (Êx 2; 6.20; Nm 26.59). O significado do nome “Moisés” é incerto, pois não se sabe com exatidão sua origem. Alguns acreditam que esse nome seja de origem semita, no hebraico Mosheh, que significa “tirado para fora” (cf. Êx 2.10). Outros entendem que esse nome seja de origem egípcia, talvez derivado de Mose, que significa “é nascido”. Toda essa discussão acontece porque também não se sabe ao certo quem deu esse nome ao menino. Provavelmente foi a princesa egípcia quem lhe deu o nome de Moisés. Porém existe alguma possibilidade de sua própria mãe, que serviu como sua ama, ter lhe dado esse nome (Êx 2.10).

II. Moisés: Um Grande Profeta

Foi enquanto estava sendo pastor de ovelhas que Deus se revelou a Moisés e o convocou para liderar o povo de Israel em sua libertação do Egito. Ele estava cuidando do rebanho no deserto quando viu uma sarça ardente. Entenda o significado da sarça ardente. Através daquele evento miraculoso, Moisés conheceu o Deus santo e vivo. Ele mostrou-se um tanto quanto relutante a retornar ao Egito. Porém ele recebeu de Deus a garantia de sua presença como sinal de que ele havia sido enviado pelo Todo-Poderoso, cujo nome é: “Eu sou o que Sou” (Êx 3.13-15). Moisés também alegou não ser eloquente ao falar. Por isso Deus permitiu que Arão, seu irmão, servisse como seu porta-voz, declarando a mensagem dada pelo Senhor a ele (Êx 4.14-16). Depois de ter passado quarenta anos cuidando de ovelhas no deserto, Moisés retornou ao Egito para confrontar Faraó e pedir a liberação do povo hebreu. Naquela ocasião ele já estava com oitenta anos de idade. Faraó se opôs ao seu pedido e desprezou o Deus de Israel.

Tudo aconteceu conforme o plano soberano de Deus. Muitos anos antes, o Senhor havia prometido ao patriarca Abraão que julgaria a nação que haveria de dominar e oprimir o seu povo (Gn 15.13,14). Deus então demonstrou, através de Moisés e Arão, sinais de seu poder, tanto aos egípcios quando os hebreus. Deus enviou uma série de dez pragas que significavam o juízo divino sendo derramado sobre a nação do Egito, seu rei e seus deuses.

III. Moisés: Um Grande Líder do Povo de Israel

Moisés foi o grande líder de Israel, que libertou seu povo da escravidão do Egito. Moisés recebeu os Dez Mandamentos de Deus e que preparou os hebreus para a conquista de Canaã. Moisés levou o povo até o monte Sinai, onde recebeu os Dez Mandamentos e todas as leis para governar o povo de Deus. Mas os israelitas se rebelaram e adoraram um bezerro de ouro. Deus puniu o povo mas Moisés intercedeu por eles e Deus não os destruiu totalmente.

Algum tempo depois, chegaram à fronteira da terra prometida. Mas o povo ficou com medo dos habitantes e se recusou a entrar. Então Deus declarou que iriam passar 40 anos no deserto, até que toda a geração rebelde tivesse morrido (Nm 14.32-34). Durante 40 anos, Moisés liderou os hebreus no deserto. O povo era ingrato e várias vezes se rebelou contra Moisés e contra Deus. Moisés era um homem muito paciente mas ele ficava frustrado com a falta de fé do povo diante de tantos milagres (Nm 12.3). No fim de sua vida, Moisés levou o povo novamente até a fronteira da terra prometida. A nova geração não era rebelde e estava pronta para a conquista. Do monte Nebo, Moisés viu a terra prometida e depois morreu. Moisés é lembrado como um grande herói, que foi fiel a Deus e, por isso, viu grandes milagres (Dt 34.10-12).

Sem dúvida, Moisés foi um profeta que realizou “feitos grandiosos” (Dt 34.10-12). Ele permitiu que Deus o usasse de modo poderoso. Mas Moisés era um homem comum. Assim como outros profetas, ele tinha “sentimentos iguais aos nossos” (Tg 5.17). Moisés passou por muitos dos problemas que nós passamos hoje e conseguiu vencê-los.