domingo, 1 de setembro de 2019

A Segunda Multiplicação de Pães e Peixes



O evangelho de Mateus e Marcos são os únicos que registram a segunda multiplicação de pães e peixes. Mateus ao escrever esse Evangelho tinha em vista um público judeu, por isso, ele usa muitas passagens do Antigo testamento para provar que Jesus é o Rei e o Messias prometido de Israel. Há alguns estudiosos da Bíblia que consideram esse relato apenas como um único acontecimento, por outro lado, muitos consideram essa passagem como eventos separados. Apesar das opiniões, vemos que esse milagre aponta claramente para a provisão de Cristo.

Iremos analisar de forma sucinta seus aspectos práticos para vida cristã e sobre a pessoa de Cristo.

Jesus cura muitos enfermos

Partindo Jesus dali, foi para junto do mar da Galileia; e, subindo ao monte, assentou-se ali. E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou. De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos galavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel (Mt 15.29-31).

Nesse trecho Jesus estava mostrando a sua providência sobre as enfermidades. Mateus escrevendo que Jesus curava os enfermos estava provando que Jesus estava cumprindo as profecias de Isaías (Is 35.1-7; 61.1-3). Quando João Batista estava com duvidas sobre Jesus ser ou não ser o Messias, mandou seus discípulos a Cristo, aos quais respondeu: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho” (Mt 11.5). Com isto, João entendeu que Jesus era o Messias prometido.

As pessoas ao levarem os enfermos a Jesus demonstravam a esperança que elas tinham nEle. Diante disso, aprendemos que a única pessoa que pode solucionar nossos problemas é Cristo, nele deve estar toda a nossa esperança.

O texto descreve que o povo se maravilhava com os milagres. Com certeza pelo fato de verem os coxos andando, cegos enxergando, mudos falando e etc. Os milagres de Jesus sempre causavam boas reações e não dúvidas, como se têm atualmente.

As multidões glorificavam a Deus diante dos milagres de Jesus. Porém hoje, os milagres estão engradecendo mais as denominações e os pregadores. Assim, vemos que o objetivo dos milagres é glorificar a Deus e não o homem.

Jesus tem compaixão da multidão

E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho (Mt 15.32).

Jesus tem compaixão daquela multidão. A palavra compaixão significa: Ter piedade, um sentimento de aflição pelas adversidades dos outros e se sensibilizar. E o motivo da compaixão de Cristo, foi justamente por aquelas pessoas estarem três dias com ele e não terem o que comer. Jesus nessa passagem nos ensina duas verdades:

Primeiro, Cristo se compadece de nossas necessidades básicas. Segundo, devemos ter compaixão pelo o próximo. Paulo disse: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram” (Rm 12,15). João ainda nos deixa mais claro sobre o assunto: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.17).

Vale ressaltar que aquelas pessoas passaram três dias com Jesus. Podemos deduzir que elas passaram esses dias ouvindo a palavra de Deus, nos relatos dos Evangelhos Jesus estava sempre curando, expulsando demônios e ensinando. Desse modo, podemos aprender que aquelas pessoas tinham desejo de ouvir Jesus. Será que temos o mesmo desejo para com a pregação da palavra de Deus? Ou achamos os sermões cansativos? Se houver essa negligência da nossa parte, isso só irá revelar que não temos vontade de ouvir Jesus falar por meio da sua palavra.

A resposta dos discípulos

Mas os discípulos lhe disseram: Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tão grande multidão? (Mt 15.33).

Depois de Jesus revelar aos discípulos a compaixão pela multidão e por elas não terem o que comer, eles respondem “onde haverá neste deserto tantos pães para alimentar uma tão grande multidão?”. Essa resposta soa como incredulidade, pois os mesmos já haviam visto Cristo alimentar cinco mil pessoas e sobrar doze cestos. Os seus olhos estavam fechados para a provisão de Cristo e não entendiam que o próprio de Deus encarnado estava com eles. Portanto, muitas vezes nos encontramos assim, com os olhos vendados para a soberania de Cristo.

A pergunta de Jesus

Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendem? Responderam: Sete e alguns peixinhos (Mt 15.34).
Jesus pergunta quanto pães eles tinham, isso revelava claramente a sua providência diante das coisas básicas da vida. Todas as nossas reais necessidades, jamais passam despercebidas diante dos olhos de Cristo, cada uma delas é contemplada por ele.

 Aqui encontramos outra diferença entre a primeira e a segunda multiplicação, na primeira eram cinco pães, enquanto na segunda sete pães. Assim, Cristo contempla e sabe daquilo que precisamos, podemos confiar inteiramente na sua providência.

Jesus alimenta uma multidão pela segunda vez

Então, tendo mandado o povo assentar-se no chão, tomou os sete pães e os peixes, e, dando graças, partiu, e deu aos discípulos, e estes, ao povo. Todos comeram e se fartaram; e, do que sobejou, recolheram sete cestos cheios. Ora, os que comeram eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças (Mt 15.35-38).

Jesus alimenta outra vez uma multidão. Ele começa primeiramente, ordenando que sentassem no chão, na primeira multiplicação ele ordenou que assentasse na relva, provavelmente estavam na primavera. Segundo, ele pega os pães e peixes, e deu graças a Deus. Cristo sempre agradecia quando estava diante de um alimento, assim também devemos agradecer a Deus pelo pão de cada dia. Terceiro, Jesus deu os pães e peixes aos discípulos, e estes, ao povo. Jesus deixou um princípio importante para eles, que o Evangelho não é apenas alimentar o povo com a palavra de Deus, mas sua parte material também. Quarto, todos comeram e fartaram-se. A passagem aponta para o Antigo Testamento quando Deus alimentou os israelitas no deserto, provando que Cristo é o Deus que supre as necessidades do seu povo. Quinto, sobrou sete cestos cheios. Na primeira multiplicação sobraram doze cestos, na segunda, sete. Sexto, os que comeram foram quatro mil pessoas, tirando as criança e mulheres. Os números nesse relato, nos mostram a dimensão do milagre de Cristo, nenhum profeta do Antigo Concerto fez um milagre desta proporção, Elias alimentou uma viúva assim como Eliseu, cem homens foram alimentados por Eliseu, porém, nenhum desses pode ser comparado com o sangue de Jesus.

Conclusão

Portanto, a segunda multiplicação dos pães e peixes, nos ensina que o primeiro e o segundo não são os mesmos, contudo diferente. Além do mais, Cristo tem compaixão das necessidades do seu povo e supre nossas necessidades por meio da sua poderosa providência. Que possamos sempre confiar nos cuidados de nosso Senhor Jesus Cristo.

Sidney Muniz

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