sábado, 29 de abril de 2017

Capítulo 5: Assuntos Gerais e Espirituais


Comentário Bíblico Abr/ 2017

Comentário: José Carlos

Introdução

Com o texto em pauta, Paulo inicia a parênese final e praticamente termina a carta, no capítulo 5 da sua primeira epístola aos Tessalonicenses. Por causa do v.23 a perícope também tem sido usada para a época de Advento. Por esta razão, talvez tenham sido excluídos os vv.12s, já que dentro dessa temática eles se tornam secundários. No entanto, vamos tratar o texto para um dos domingos após Trindade. Depois da comemoração dos grandes eventos salvíficos de Deus, esta é a época silenciosa do crescimento da comunidade e de seu serviço ao mundo. Nesta perspectiva também os versículos em questão se tornam importantes. Na carta que lhes dirige, o apóstolo não cansa de agradecer a Deus pelos frutos da proclamação do Evangelho naquele meio (1.2;2.13;3.9). Mas ele sabe, também, que a comunidade não está pronta (2.12;3.10,12s;4.1,9ss.), e precisa de orientação a respeito de problemas específicos da fé (4.13ss;5.1-H).

Também os outros dois colaboradores são mencionados como autores da carta (1.1). Escrita em 49/50 d.C., em Corinto, ainda no percurso da segunda viagem missionária, esta e a primeira carta de Paulo é o documento mais antigo do NT.

I. Ressurreição e a Vinda do Senhor

Se para Seus redimidos a vinda do Senhor significa a entrada no gozo eterno, para os incrédulos é o sinal de uma "repentina destruição" (v. 3; Lucas 17:26-30). Bem-aventurada esperança para uns, total e terrível surpresa para outros! Infelizmente, na prática, a diferença está longe de ser tão nítida! Alguns "filhos da luz" ocultam sua candeia "debaixo do alqueire, ou da cama" (Marcos 4:21). Eles estão dormindo, e a sonolência espiritual é um estado que se assemelha à morte. E qual é a causa? Geralmente é a falta de sobriedade. Embriagar-se é fazer dos bens terrenos um uso que supera ao que se necessita (ver Lucas 12:45-46). E quando um homem está adormecido acerca dos interesses celestiais e bem acordado acerca dos interesses terrenos, como pode desejar o retorno do Senhor? Nós, que somos do dia, "não durmamos como os demais" (v. 6), "que não têm esperança" (4:13), por temor de sermos surpreendidos pela repentina chegada de nosso Senhor. Voltemos a ler as sérias palavras do Senhor no capítulo 24 de Mateus e no capítulo 13 de Marcos

II. Paulo fala sobre as Estações

No trecho anterior o apóstolo estava abordando a questão do segundo advento de Cristo. Em relação a isso, diz ele, o importante é saber que não estamos destinados para a ira, mas para a salvação mediante Jesus Cristo. Depois de incentivar a mútua consolação e edificação na comunidade, seu pensamento se volta em especial aos que a dirigem e nela trabalham. De que e de quem se trata? Mesmo que já exista em Tessalônica uma espécie de círculo diretivo, ainda não se pode falar de ministérios especiais, como mais tarde serão conhecidos Trata-se aqui de pessoas carismáticas que se preocupam pelo bem-estar, em sentido amplo, dos demais. A conotação dos termos empregados indica que sua tarefa é, sobretudo, poimênica. Mas também profética: como adiante alguns exemplos irão demonstrar, às vezes é necessário coragem e firmeza no trato com os membros da comunidade. Por isso mesmo, os dirigentes se tornam incômodos para alguns. É neste contexto que Paulo pede aos tessalonicenses que os tenham em amor e consideração, que vivam em paz com eles, justamente por causa do trabalho que realizam.

Nos Vv. 14-15: Antes de entrarmos neste bloco, convém chamar a atenção para o seguinte: as exortações que seguem continuam dirigidas a todos os irmãos, e não somente aos dirigentes da comunidade. Admoestar, consolar e edificar a comunidade é responsabilidade confiada a todos os membros, e não apenas a seus dirigentes. Em 4.18 e 5..11 isso é expressamente afirmado, e deve ser pressuposto também no caso da nossa perícope. Estamos, pois, tratando do sacerdócio geral de todos os crentes. Vamos ver como isso pode tornar-se concreto na vida de uma comunidade.
A primeira referência de Paulo diz respeito aos ATAKTO (preguiçosos; Almeida: insubmissos). Conforme 2 Ts 3.6-12, são pessoas que, em vista da iminente parusia de Cristo, julgam não precisar mais trabalhar. Em vez disso, intrometem-se na vida alheia, vivendo às custas dos outros e causando discórdia dentro da comunidade, além de tornar-se mau exemplo para os de fora. A estes Paulo tem seu próprio exemplo para contrapor. Mesmo tendo direito de viver de seu apostolado, a proclamação do Evangelho em Tessalônica não correu às custas dos tessalonicenses (2.7-9; 2 Ts 3.7-9). Por isso, os que vivem às custas dos outros devem ser exortados a trabalhar com as próprias mãos (4.11; 2 Ts 3.1). A segunda carta sugere medidas mais severas contra essas pessoas, que aparentemente ainda não haviam reparado sua conduta (2 Ts 3.6; cf. Mt 18.15-17).

III. Preceitos Gerais

1 Ts. 16-22: Esses versículos dão o embasamento aos anteriores. A convivência fraterna na comunidade e a solidariedade para com os fracos se nutrem do relacionamento com aquele Deus que busca contato com a sua criatura marginalizada e fraca. A vontade de Deus (veja também 4.3) é desdobrada aqui em três aspectos:

a) O convite à alegria (v.16) é bastante frequente nas cartas paulinas. Vale a pena notar que CHAIREIN (alegrar-se) provém da mesma raiz que CHARIS (graça). É realmente a graça imerecida e a experiência do amor divino que formam o fundamento da alegria cristã. Esta não está enraizada em nós mesmos e, por isso, não depende das circunstâncias que atravessamos. Ela é alegria no Senhor (Fp 4.3). Por essa razão, ela pode ser afirmada até mesmo em meio à tribulação pela qual passa a comunidade (1.6; 3.7,9). A perseguição e a tribulação não têm a força de anular ou intimidar a eficácia da fé, porque a fé age na certeza de que a vitória pertence a Deus (1 Co 15.57).

b) A oração (v.17) é como a respiração da fé. Ambas têm o mesmo pressuposto: elas só são possíveis porque Deus rompe nossa solidão e se comunica conosco por meio de sua Palavra. Por isso mesmo, a oração é sempre a resposta do cristão que se sabe interpelado por Deus. Somos convidados a orar incessantemente, e isso quer preservar-nos do perigo de fazer uma dicotomia entre o retiro da oração e a presença divina em nosso cotidiano. A frase nos lembra que nossa vida toda deve ser responsavelmente vivida na presença de Deus.

c) Na base de todo agradecimento (v. 18) está a convicção de nossa dependência fundamental de Deus, e de que precisamos uns dos outros para viver. Quem não sabe agradecer é facilmente dominado pelo orgulho e pelo desprezo aos outros, pois pensa ter conquistado tudo o que é e tem com as próprias forças. Por aqui começa a exploração do semelhante.

Os Vv. 19-22 continuam a mesma temática, só que em sentido universo: o assunto não é mais a comunidade diante de Deus, mas a ação de Deus na comunidade, através de seu Espirito e de sua Palavra. Em 4.9-5.11, 14a, Paulo havia corrigido manifestações entusiastas na comunidade, decorrentes de uma falsa compreensão da parusia de Cristo. Agora, convém proteger a própria correção de mal-entendidos. Por isso: ''Não apagueis o Espírito (v.19). Esta palavra se torna ainda mais compreensível, se levarmos em conta que se trata de uma comunidade jovem, cuja vida espiritual ainda está nos inícios. Apagar o Espírito seria a mesma coisa que apagar a chama de onde provém toda a plenitude de dons e carismas, através dos quais a comunidade é edificada e Deus realiza sua obra no mundo (1 Co 12.4-11).

Entre as manifestações do espírito, a comunidade deve estimar em especial o dom da profecia (v.20), provavelmente em descrédito no seu meio. Ele deve ser especialmente procurado porque por seu intermédio a comunidade é edificada, exortada e consolada (1 Co 14.1-4), e não somente o indivíduo.
Entretanto, nem tudo o que se diz proveniente do Espírito procede realmente do Espírito de Deus. Por isso, nos dois versículos seguintes (21 e 22) Paulo aponta para a necessidade de avaliar criticamente as manifestações do Espírito, com a finalidade de reter apenas o que é bom. Mais tarde, na Primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo há de referir-se ao discernimento de Espírito como um dos carismas concedidos à comunidade (1 Co 12.10; 14.29; cf. também 1 Jo 4.1). No mesmo contexto ele define também o critério pelo qual importa discernir os espíritos e carismas: eles procedem de Deus se estão em conformidade com a fé cristã, se servem, não a interesses particulares, mas ao bem de toda a comunidade, e se são exercidos em amor (1 Co 12.3.7; 13: cf.1Pe 4.10).

Vv. 23-24: Esta visão tripartida da pessoa humana, como espírito, alma e corpo (v,23), quer expressar simplesmente que a vida toda dos tessalonicenses, seu pensar, querer e agir, é marcada pela obra santificadora de Deus. Esta obra de santificação de forma alguma está terminada, conforme expresso em diversas partes da carta. Ela é um processo dinâmico que inicia no Batismo e quer estar em continua realização até a parusia de Cristo. Deus é fiel, e haverá de completar a obra iniciada até a vinda de seu Filho (v.24).

terça-feira, 25 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: Último Capítulo - Lídia - Uma mulher hospitaleira à serviço do Povo de Cristo



Muitas mulheres da Bíblia foram usadas pelo Senhor para que Seu plano se tornasse realidade. A Europa precisava ser evangelizada e a semente do evangelho foi lançada naquelas terras pelo apóstolo Paulo através de uma mulher forte, porém de coração meigo. O seu nome era Lídia.

Foi, exatamente, em Filipos, um lugar improvável para a palavra de Deus ser semeada, que ela ouviu da boca do apóstolo as palavras do shema: "Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças" (Deuteronômio 6:4).

Podemos imaginar Paulo usando estas palavras introdutórias do seu sermão para falar do Senhor Jesus àquele povo sedento que não tinha nem mesmo lugar para adorar a Deus (as mulheres se reuniam à beira de um rio para, ali, orarem ao Pai e Lídia orava com elas).
Lídia, comerciante de grande destaque que viera da Ásia Menor, vendia, em Filipos, tecidos finos tingidos de um tom de púrpura que variava de vermelho escarlate a um púrpura escuro.
Ela não era judia mas tinha o coração aberto para conhecer este Deus que tanto fizera e fazia pelo povo judeu. Ela sabia dos milagres e do perdão contínuo a este povo que Ele chamava de Seu povo.

Lídia, atenta às palavras de Paulo, conheceu Jesus, o próprio Deus, que desceu da Sua glória no céu, da Sua majestade para lhe dar as boas novas do evangelho e derramar o Seu precioso sangue e morrer numa cruz para lhe salvar e dar a vida eterna. Agora, como uma mulher de Deus, e com um espírito hospitaleiro, ofereceu e insistiu com o apóstolo para ele, juntamente com Lucas e Timóteo, se hospedar em sua casa.
ela coloca sua casa à disposição de Paulo, Silas, Lucas e outros que talvez estivessem com eles. Não era uma casa pequena. E para mantê-la, Lídia deveria contar com alguns empregados. Por isso é razoável concluir que Lídia provavelmente gozava de excelente situação financeira. Além disso, os tecidos de púrpura eram caríssimos e os lucros deveriam ser muito bons.

Lídia era uma mulher independente. Tinha seu próprio negócio e aparentemente não precisa prestar contas a ninguém. Ela convidou Paulo para hospedar-se em sua casa sem ter a necessidade de consultar qualquer outra pessoal. Pode ser que Lídia fosse solteira ou mesmo uma viúva.

Outra coisa que chama a atenção a respeito de Lídia é que Lucas a identificou como uma mulher temente a Deus. Essa expressão não tinha o mesmo significado que tem hoje. Lídia não era judia nem cristã. Ela não era uma mulher com um profundo relacionamento com Deus.

Na verdade a expressão “temente a Deus” servia para identificar aquelas pessoas que tinha simpatia pelo Judaísmo, mas que ainda não se haviam convertido àquela religião. Como simpatizante, Lídia deveria ter ouvido algo sobre o messias e escutado alguma coisa sobre as promessas do Deus criador de todas as coisas. 

A vida não é só trabalho

O que fazia a empresária do ramo de confecções, em pleno sábado, sentada na beira do rio junto com outras mulheres? Porque ela não estava conferindo a vendas da semana e verificando os pagamentos da semana seguinte? Porque ela não estava negociando melhores preços com os mercadores que chegaram de Tiatira? Porque ela estava em um chá beneficente promovido pela esposa de um militar romano, onde poderia conquistar outros clientes? Por um motivo simples. É saudável e necessário trabalhar, mas a vida não é só trabalho. Lídia parou os negócios para orar.

Há mulheres com grande capacidade de trabalho, talvez Lídia fosse assim, talvez você seja assim. Inúmeras atividades ao mesmo tempo: compra mercadorias, vende seus produtos e serviços, arruma a casa, orienta os funcionários, vai ao banco, conversa com os filhos, apóia o marido, vai ao supermercado, sorrir para o cliente, aconselha a amiga, negocia como fornecedor, dá um jeito no cabelo, escolhe a carne da semana, pechincha o preço, acerta um prazo. Você precisa parar!

A vida não é só trabalho! Era sábado e Lídia parou os negócios para orar e conversar sobre Deus. Quando é que você para? Ou você acha que não precisa? Ou você pensa que não dá? É muito bom realizar-se profissionalmente, dá muito prazer ser reconhecido por aquilo que se faz, mas a vida não é só trabalho.

É preciso parar pra tocar a família. Não é só alimentar vestir e dar conselho, mas abraçar beijar, ficar junto, sorrir junto. Quando é que você para pra estar em família?

Sensibilidade à Palavra de Deus

Outro aspecto importante da vida de Lídia é sua sensibilidade à Palavra de Deus. Ela achava bom ouvir sobre Deus. Quando Paulo se aproximou e começou a falar sobre o evangelho de Jesus, ela prontamente quis saber do que se tratava. Talvez ela já tinha ouvido falar sobre o Deus Iavé e sobre os feitos tremendos que o povo de Israel vivera no passado, mas Jesus ela não conhecia.

Então, seu coração, sensível às coisas eternas, foi aberto pelo Senhor para atender às coisas que Paulo dizia. A palavra grega usada por Lucas para descrever a atitude de Lida, traduzida como atender, tem o sentido de... Ocupar a mente em... Prestar atenção a... Ser cuidadoso sobre... Aplicar-se a… Aderir a…

Depois de parar e orar, a comerciante de Tiatira agora está prestando atenção. Deus abriu seu coração, lhe fez sensível. Ela decidiu ocupar sua mente em compreender o evangelho de Jesus, optou por aplicar-se a tudo que Paulo lhe falava e por fim aderiu à mensagem salvadora de Jesus.

Em que você ocupa sua mente? Em que você tem investido sua energias e emoções? A vida é muito breve e muitas vezes consumimos nossos dias com frivolidades e intrigas; outras vezes,obsecados pela perfeição, ocupamos a mente com detalhes bobos e sem importância; outras vezes ainda aplicamos nossa vida em coisas, e não em pessoas. As coisas são fulgazes, pessoas são eternas.

Lídia descobriu que há algo maior e melhor do que tudo: conhecer ao Senhor Jesus e viver para Ele. Não é abandonar a vida, mas viver a vida para o louvor de Deus, do jeito que se alegra e que é o melhor para nós. Se Deus lhe tornou sensível ao evangelho, abra seu coração para atender ao que a Palavra lhe diz.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: 9 - Mãe de Jesus - Uma mulher que guarda as Palavras em seu coração



Maria, a mãe de Jesus, era uma mulher que foi descrita por Deus como “agraciada”. A palavra “agraciada” vem do grego, e significa, essencialmente, “muita graça”. Maria recebeu a Graça de Deus. Graça é “favor imerecido”, que significa que é algo que recebemos apesar do fato de que não o merecemos. Maria precisava de graça de Deus, assim como o resto de nós precisa. Maria compreendeu este fato, como declara em Lucas 1:47, “E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador. ” Maria reconheceu que precisava ser salva, que ela precisava de Deus como seu Salvador. A Bíblia nunca diz que Maria foi qualquer coisa além de uma mulher comum que Deus escolheu para usar de uma forma extraordinária. Sim, Maria era uma mulher correta e favorecida (agraciada) por Deus (Lucas 1:27-28). Ao mesmo tempo, Maria era também um ser humano pecador como todos os outros, que necessitava de Jesus Cristo como seu Salvador, como todas as outras pessoas (Eclesiastes 7:20; Romanos 3:23; 6:23; I João 1:18).

Maria não teve uma “concepção imaculada” – não há qualquer razão bíblica para crer que o nascimento de Maria tenha sido qualquer coisa que não seja um nascimento humano normal. Maria era virgem quando deu à luz Jesus (Lucas 1:34-38), mas a idéia de uma virgindade perpétua de Maria não é bíblica. Mateus 1:25, falando de José, declara: “E não a conheceu ATÉ que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus. ” A palavra “até” claramente indica que José e Maria tiveram união sexual após o nascimento de Jesus. José e Maria tiveram vários filhos juntos depois que Jesus nasceu. Jesus tinha quatro meios irmãos: Tiago, José, Simão e Judas (Mateus 13:55). Jesus também tinha meias irmãs, mas não são nomeadas e nem se conhece seu número (Mateus 13:55-56). Deus abençoou e agraciou Maria dando a ela vários filhos, o que naquela cultura era a mais clara indicação de que Deus estava abençoando uma mulher. 

Uma vez, quando Jesus estava falando, uma mulher na multidão proclamou: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste” (Lucas 11:27). Nunca houve melhor oportunidade para Jesus declarar que Maria era verdadeiramente digna de louvor e adoração. Mas qual foi a resposta de Jesus? “Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lucas 11:28). Para Jesus, a obediência à Palavra de Deus era MAIS IMPORTANTE do que ser a mulher que o pôs no mundo. Em nenhum lugar das escrituras Jesus, ou qualquer outra pessoa, dirige qualquer louvor, glória ou adoração a Maria. Isabel, parente de Maria, a louvou em Lucas 1:42-44, mas seu louvor é baseado no fato de que Maria daria à luz Jesus. Não foi baseado em qualquer glória inerente a Maria.

Maria estava perto da cruz quando Jesus morreu (João 19:25). Maria estava com os apóstolos no dia do Pentecostes (Atos 1:14). Entretanto, jamais se menciona Maria depois de Atos capítulo 1. Os Apóstolos, em nenhum lugar, dão a Maria papel proeminente. A morte de Maria não é registrada na Bíblia. Nada é dito sobre Maria subindo aos Céus, ou tendo qualquer forma de papel exaltado no Céu. Maria deve ser respeitada como a mãe terrena de Jesus, mas ela não é digna de nossa adoração ou exaltação. A Bíblia, em nenhum lugar, indica que Maria pode ouvir orações, ou que ela possa ser mediadora entre nós e Deus. Jesus é nosso único defensor e mediador no Céu (I Timóteo 2:5). Se fosse oferecida adoração, exaltação ou orações, Maria diria o mesmo que os anjos: “Adora a Deus!” (Apocalipse 19:10; 22:9). A própria Maria dá para nós exemplo, direcionando sua adoração, exaltação e louvor somente a Deus: “Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome” (Lucas 1:46-49).

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Comentário Bíblico Mensal - Abril/2017 Capítulo 4: Exortação à Santidade, Amor Fraternal e o Trabalho



Introdução

A ideia de que Paulo trabalhava “noite e dia” seria um grande exagero, se tomada literalmente. O grego, entretanto, expressa uma ideia qualitativa, e não a quantidade real de tempo despendido. Em outras palavras, Paulo estava dizendo que trabalhava além do chamado do dever, para não sobrecarregá-los. Ele não queria que nada atrapalhasse seu testemunho a eles. Além disso, ele era muito cuidadoso para se comportar de modo a não causar ofensa diante de Deus nem de outros (1Ts 2:10); Conforme crescia, Jesus ia crescendo também em sabedoria, e tanto Deus como as pessoas gostavam cada vez mais dele. (Lc 2:52). Paulo e os apóstolos procuravam ser irrepreensíveis em seus relacionamentos para que o evangelho se tornasse o foco central de atenção. Veremos neste capítulo, suas orientações vindas do Senhor, sobre a Santidade, Amor Fraternal e o trabalho.

I. Paulo Envia Timóteo à Tessalônica

A congregação em Tessalônica sofreu oposição desde que foi formada, quando o apóstolo Paulo esteve ali. Assim, quando Timóteo — talvez com 20 e poucos anos — voltou de lá com um bom relatório, Paulo sentiu-se motivado a escrever uma carta aos tessalonicenses para os elogiar e encorajar. Essa carta, escrita provavelmente em fins de 50 EC, foi o primeiro dos escritos inspirados de Paulo. Não muito depois, ele escreveu aos cristãos em Tessalônica uma segunda carta. Dessa vez, ele corrigiu um conceito errado que alguns tinham e exortou os irmãos a se manterem firmes na fé.
Uns dez anos depois, Paulo estava na Macedônia e Timóteo em Éfeso. Paulo escreveu a Timóteo, incentivando-o a permanecer em Éfeso e travar guerra espiritual contra falsos instrutores na congregação. Quando os cristãos sofreram uma onda de perseguição, depois do incêndio que devastou Roma em 64 EC, Paulo escreveu sua segunda carta a Timóteo.


II. Exortação à Santidade

Ao ouvir o evangelho de Cristo e ao recebê-lo como a palavra de Deus e não como a dos homens (veja 1 Tessalonicenses 2:13), os tessalonicenses aprenderam a maneira pela qual deviam viver e agradar a Deus (4:1). O evangelho revela "a justiça de Deus", ou seja, tudo aquilo que Deus julga necessário que saibamos, a fim de vivermos vidas que lhe sejam agradáveis e que levem à vida eterna (veja Romanos 1:16-17; 2 Pedro 1:3-4). Estes irmãos foram "inteirados" nas instruções do Senhor Jesus (4:2; veja Mateus 28:18-20), e precisavam continuar "progredindo cada vez mais" (4:1). A vida cristã não é o resultado do mero conhecimento da vontade de Deus, e sim da prática desta vontade (veja Tiago 1:22-25).

Da santidade (4:3-8). O ensino do evangelho visa a vontade de Deus para nos santificar (4:3; veja 1 Pedro 2:4-5, 9-10). "Santificar" (e assim, "santo," "santidade," etc.) literalmente quer dizer "separar", e significa que Deus, pelo evangelho, separa do mundo para salvação as pessoas que lhe obedecem (veja Hebreus 5:9; 2 Tessalonicenses 2:13-14; 1 Pedro 1:14-16). Quem é santo se disciplinará na vontade de Deus em todos os aspectos da sua vida, mas aqui Paulo fala explicitamente de santidade nas relações sexuais. A ordem de Deus é que o cristão não participe de prostituição, ou seja, relações sexuais antes de casar ou com quem não é seu cônjuge (4:3).
Estas não são meras recomendações de Paulo baseadas na ética ou na moralidade, e sim são mandamentos de Deus, visando a disciplina e a santidade do corpo e da mente, pois até "o desejo de lascívia" não cabe a pessoas que conhecem a Deus (4:4-5). O cristão se afastará da sensualidade do mundo, sabendo que Deus vai julgar toda impureza, quer seja pública, quer seja em particular (4:6-8; veja Hebreus 4:12-13).

Do amor fraternal (4:9-12). Nunca é possível amar demais, e mesmo que os irmãos já fossem instruídos e estivessem fazendo bem na prática do amor fraternal, Paulo achou necessário exortá-los a progredir (4:9-10). Ele lhes deu exemplos de como aplicar o amor em suas vidas: vivendo sua própria vida de maneira que não perturbassem a outros (veja Romanos 12:17-18, 13:13-14), e trabalhando para suprir as suas necessidades e as de outras pessoas (veja Efésios 4:28), para que não viessem a ser um peso a ninguém (4:11-12).


III. Amor Fraternal e o Trabalho
Parece que alguns já não queria trabalhar, na expectativa do Senhor que vem. Paulo contudo esclarece: Que vos empenheis em viver tranquilos…trabalhando com as próprias mãos… Para levar uma vida digna, exemplar na igreja e diante de Deus. No amor fraterno, solícitos com as comunidades Cristãs. No trabalho, exemplo de fidelidade e vigilância diante de Deus e dos homens.
I Ts 4, 11-12
“Que vos empenheis em viver tranquilos, ocupando-vos dos vossos próprios negócios e trabalhando com as próprias mãos, como vos ordenamos. Assim estareis levando uma vida digna aos olhos dos que não são da comunidade, e não tereis necessidade de ninguém.”

Qual a mensagem de Deus para mim hoje?
O amor fraterno é um dos maiores testemunhos que podemos dar da nossa fé. Mas sem o trabalho do justo e santo, nos acomodamos e vivemos sem rumo, perdendo o foco da verdade que é a nossa pobreza.
Como posso pôr isso e prática? Desempenhando meu trabalho com simplicidade e dedicação.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: 8 A Senhora eleita (2ª Epístola de João) - Uma mulher protetora do lar



Aparentemente a "senhora eleita" era mesmo uma senhora crente. "O presbítero à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na verdade, e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade" (2 Jo 1:1). A carta é escrita para encorajá-la em sua fidelidade na criação dos filhos para o Senhor e também para alertá-la de alguns perigos de engano que são comuns à vida cristã. Mas, por estar hoje no volume da inspiração divina a que temos acesso, a carta é também dirigida a cada um de nós.

Esta parece ser também a opinião de outros que comentaram a passagem, como William MacDonald:

"A expressão 'a senhora eleita' não é tão fácil de explicar. Três pontos de vista são comumente encontrados. (1) Alguns acreditam que a senhora eleita seja a igreja, em outra parte conhecida como a Noiva de Cristo, ou uma igreja local em particular. (2) Outros pensam que a carta tenha sido endereçada à 'eleita Kyria' - o nome dela seria Kyria, que pode ser o equivalente grego do nome aramaico Marta (ambos significam 'senhora'). (3) Outros acham que João está escrevendo para uma anônima senhora cristã, que como todos os outros crentes está entre os eleitos de Deus escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo.

"Nós preferimos o último ponto de vista, e sinto que é especialmente significativo que esta advertência contra os mestres anti-cristãos seja encontrada em uma carta dirigida a uma mulher. O pecado entrou pela primeira vez no mundo por Eva ter sido enganada por Satanás. 'A mulher, sendo enganada, caiu em transgressão' (1 Tm 2:14). Paulo fala de falsos mestres que fazem um apelo especial às mulheres, falando dos que 'se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências, que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade'(2 Tm 3:6-7). Ainda hoje, as falsas religiões visitam as casas durante o dia, quando o homem da casa geralmente está fora, no trabalho. As crianças precisam de ser alertadas contra os falsos mestres também".

Hamilton Smith comentou assim:

"Nesta Segunda Epístola o apóstolo dirige-se a uma pessoa, a senhora eleita, e a seus filhos. Ele fala, portanto, de nossa responsabilidade individual. Sua motivação em escrever esta carta de advertência era o amor ao qual outros que tinham conhecido a verdade viriam a se juntar dentro do círculo cristão".

terça-feira, 18 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: 7 - Maria - Irmã de Marta e Lázaro - Uma mulher aos Pés do Senhor Jesus




Maria de Betânia, irmã de Lázaro de Marta, é a mesma mulher pecadora referida em  Lucas 7.37,38.

“E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa da casa do fariseu, levou um vaso de alabastro  com ungüento. E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos. E beijava-lhes os pés e os ungia com o ungüento”.

No Evangelho  de Mateus descobrimos que Simão, o fariseu que convidou Jesus para jantar, era leproso e morava em Betânia, a mesma aldeia onde morava a família de Lázaro. (Mateus  26.6).

Betânia era uma espécie de subúrbio de Jerusalém, pois ficava a menos de três quilômetros dali.

O bálsamo que Maria usou era muito caro. Mateus diz que os discípulos ficaram indignados com aquele “desperdício”. (Mateus 26.8,9). Ele diz que foram “os discípulos” que reclamaram, incluindo, assim a todos.

Marcos diz que foram “alguns entre si” que se indignaram e nem chega a dizer se eram ou não discípulos. Podiam ser outros convidados para o jantar.

No Quarto Evangelho temos mais detalhes desse memorável jantar. Vemos que toda a família de Lázaro estava presente. Ele estava com Jesus à mesa e Marta, como era de sua índole e costume, estava servindo aos convivas. (12.2). Também descobrimos a quantidade de nardo que ela usou (uma libra) e uma avaliação do preço (trezentos denários). (12.3).

Tendo em vista que um denário pagava a diária de um trabalhador braçal, concluímos que o nardo tinha o valor de 300 dias de trabalho, o que era uma pequena fortuna. No Quarto Evangelho nem há registro da indignação “dos discípulos”, nem de “alguns”, mas há uma declaração clara de que foi Judas Iscariotes o que se indignou e calculou o preço do nardo.

Podemos concluir três coisas aqui.

Judas pode ter influenciado alguns dos convidados (incluindo os discípulos), a se indignarem junto com ele.

A família de Lázaro era uma família de grandes posses.

Judas valorizou o nardo dez vezes mais do que a vida do Senhor Jesus, a quem ele vendeu por apenas trinta denários.

A Maria que ungiu Jesus, foi sem dúvida, a irmã de Lázaro, pois no capítulo 11 do Evangelho de João, lemos.

“Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era A MESMA que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos”.  (v.2).

Logo, Maria de Betânia, aquela mulher que se assentou, de maneira submissa e piedosa, aos, pés de Jesus, para ouvir suas palavras, e que foi por Ele elogiada, por ter escolhido a melhor parte, era a mesma mulher que foi identificada pelo evangelista Lucas e pelos convidados do jantar com  uma mulher “pecadora”.    (Lucas 7.37.39).

Que tipo de “pecadora” seria ela? Dificilmente seria uma meretriz, pois a família parece bem rica para tal artifício. Talvez fosse uma mulher de vida mundana.
 Não sabemos exatamente que tipo de pessoa foi Maria, o que sabemos com certeza é que, depois, ela “escolheu a melhor parte” (Lucas 10.42), ou seja, converteu-se a Cristo e passou a ter uma vida maravilhosa.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: 6 - Joquebede - Uma Mulher Sábia





Sobre Joquebede, pouco sabemos. Era descendente de Levi, portanto, da mesma tribo de Anrão, seu esposo. Ela é citada pelo nome apenas duas vezes. Mas é talvez a única mãe na Bíblia que tem a oportunidade de ver três filhos servindo a Deus em uma missão exclusiva deles.

O início de seu cuidado com Moisés

Comecemos pela primogênita Miriã – ainda menina, seguiu a orientação da mãe para proteger seu irmãozinho ameaçado de morte pelo Faraó (Êxodo 2. 4 e 7). É uma das profetisas (Êxodo 15.20), e uma líder sobre o povo de Israel (Miqueias 6.4). Uma filha que toda a mãe gostaria de ter!
Vejamos o que aconteceu com o caçula, Moisés. Nascido em um tempo de perseguição ordenada pelo rei, que quer matar todos os recém-nascidos do sexo masculino. A mãe corajosa é ouvida por Deus e ele sobrevive (Êxodo 2. 1-9). A mãe o educa enquanto é criança, e o entrega à princesa que o adota como filho (Êxodo 2.10). Deus prepara o futuro líder do povo de Israel na sua Palavra, nas ciências da cultura egípcia, em um período no deserto, tudo dentro do plano para a libertação de Israel da escravidão.

Os frutos de seu cuidado

E ainda temos o filho do meio, Arão. Três anos mais velho do que Moisés, vem a ser o seu companheiro direto diante de Faraó para conduuzir o povo de Deus à Terra Prometida. Não só um porta-voz (Êxodo 4. 14-16), mas principalmente o sumo sacerdote, designado por Deus, com a sua descendência para sempre (1 Crônicas 23.13). Ministério que atravessará cerca de dezesseis séculos, até a vinda do Messias, o Grande Sacerdote por toda a eternidade (Hebreus 9.11).
Joquebede e seu esposo Antão ocupam poucas linhas da Bíblia. Mas a fé que seu lar transmitiu aos três filhos é um exemplo para todos os lares hoje. Agora sabemos quem é Joquebede!

Mulheres Direcionadas por Deus: 5 - Rebeca - Uma mulher Dedicada




Suponhamos que você mesmo pudesse escolher uma esposa para o seu filho. Que tipo de mulher escolheria? Que qualidades ela deveria ter? Procuraria uma mulher fisicamente atraente, inteligente, bondosa e trabalhadora? Ou procuraria primeiro alguma outra virtude?
Abraão se viu confrontado com esse dilema. Deus havia prometido que seus descendentes teriam bênçãos por meio do seu filho Isaque. Porém, a essa altura da narrativa, Abraão já era idoso, mas o seu filho ainda era solteiro. (Gênesis 12:1-3, 7; 17:19; 22:17, 18; 24:1) Já que Isaque compartilharia bênçãos com uma esposa que ainda seria encontrada e com quaisquer descendentes que viessem a ter, Abraão providenciou que se procurasse uma esposa adequada para seu filho. Acima de tudo, ela tinha de ser serva de Deus. Visto que em Canaã, onde Abraão morava, não se podia encontrar uma moça assim, ele tinha de encontrá-la em outro lugar. A moça finalmente escolhida foi Rebeca. Como foi encontrada? Era uma moça espiritual? O que podemos aprender por considerar o seu exemplo?

A procura duma moça com as qualidades necessárias

Abraão enviou seu servo mais antigo, provavelmente Eliézer, à distante Mesopotâmia, a fim de escolher uma noiva para Isaque dentre os parentes de Abraão que também adoravam a Jeová. O assunto era tão sério, que se fez Eliézer jurar que não tomaria uma cananéia como esposa para Isaque. A insistência de Abraão nisso é digna de nota. — Gênesis 24:2-10.
Depois de viajar até a cidade dos parentes de Abraão, Eliézer levou os seus dez camelos a um poço de água. Imagine a cena! Já estava anoitecendo, e Eliézer orou: “Eis que me acho de pé junto a uma fonte de água e vêm saindo as filhas dos homens da cidade para tirar água. O que tem de acontecer é que a moça a quem eu disser: ‘Por favor, inclina o teu cântaro para que eu possa beber’, e que deveras disser: ‘Bebe, e darei de beber também aos teus camelos’, esta é a que tens de determinar ao teu servo, a Isaque. ” — Gênesis 24:11-14.
Conforme toda mulher daquela região sabia, um camelo sedento podia beber muita água (até 100 litros). De modo que a moça que se oferecesse a dar água a dez camelos tinha de estar disposta a trabalhar muito. Sua disposição para fazer isso, enquanto outras, só olhariam sem fazer nada, seria uma prova concreta de que ela tinha energia, paciência, humildade e era bondosa com as pessoas e com os animais.
O que aconteceu? “Bem, sucedeu que, antes de ele ter acabado de falar, ora, eis que saía Rebeca, que nascera a Betuel, filho de Milca, esposa de Naor, irmão de Abraão, e ela tinha seu cântaro no ombro. Ora, a moça era de aparência muito atraente, era virgem, . . . e ela desceu até a fonte e começou a encher o seu cântaro, e depois subiu. O servo correu imediatamente ao seu encontro e disse: ‘Por favor, dá-me um gole de água do teu cântaro. ’ Ela, por sua vez, disse: ‘Bebe, meu senhor. ’ Com isso ela abaixou depressa o seu cântaro sobre a sua mão e deu-lhe de beber.” — Gênesis 24:15-18.

Será que Rebeca tinha as qualidades necessárias?

Rebeca era sobrinha-neta de Abraão, e além de ser bela, tinha virtudes. Ela não se refreou de falar com um estranho, mas também não tomou liberdades indevidas. Atendeu Eliézer quando pediu algo para beber. Isso era de esperar, como sinal de cortesia. Que dizer da segunda parte da prova?
Rebeca disse: “Bebe, meu senhor. ” Mas não disse só isso. Ela prosseguiu: “Tirarei também água para os teus camelos até que acabem de beber. ” Ela ofereceu mais do que normalmente se esperaria. Com boa disposição, “ela esvaziou depressa o seu cântaro no bebedouro e correu ainda várias vezes ao poço para tirar água, e continuou a tirar água para todos os seus camelos”. Mostrou que era bem ativa. “Todo esse tempo”, diz o relato, “o homem fitava-a admirado”. — Gênesis 24:19-21.
Ao saber que a moça tinha parentesco com Abraão, Eliézer se prostrou em agradecimento a Deus. Perguntou-lhe se havia lugar na casa do pai dela para ele e os seus companheiros de viagem passarem a noite. Rebeca respondeu que havia, e correu para casa levando a notícia a respeito dos visitantes. — Gênesis 24:22-28.
Depois de ouvir a história de Eliézer, o irmão de Rebeca, Labão, e o pai dela, Betuel, perceberam que Deus estava orientando as coisas. Rebeca certamente era a escolhida para ser esposa de Isaque. “Toma-a e vai-te”, disseram, “e torne-se ela esposa do filho do teu amo, assim como Deus falou”. O que diria Rebeca? Quando lhe perguntaram se queria partir imediatamente, ela respondeu com uma só palavra hebraica, que significa: “Estou disposta a ir. ” Ela não era obrigada a aceitar a proposta. Abraão deixou isso claro ao dizer que Eliézer ficaria livre do seu juramento, ‘se a mulher não quisesse vir’. Mas Rebeca também viu a mão de Deus no assunto. De modo que, sem demora, ela deixou a família para se casar com um homem que nem conhecia. Essa decisão corajosa foi uma notável demonstração de fé. Sem dúvida, ela era a escolha certa! — Gênesis 24:29-59.
Ao se encontrar com Isaque, Rebeca pegou um véu e se cobriu, provando a sua submissão. Isaque se casou com ela e, sem dúvida, por causa de suas excelentes qualidades, amou-a muito. — Gênesis 24:62-67.

Filhos gêmeos

Rebeca não teve filhos por uns 19 anos. Por fim, ela ficou grávida de gêmeos, mas a gravidez foi difícil, porque os filhos lutavam no seu ventre, fazendo Rebeca clamar a Deus. Podemos fazer o mesmo em ocasiões de grande aflição na vida. Deus ouviu Rebeca e a tranqüilizou. Ela se tornaria mãe de duas nações, e ‘o mais velho serviria ao mais jovem’. — Gênesis 25:20-26.
Essas palavras talvez não fossem o único motivo por que Rebeca amava mais o filho caçula, Jacó. Os meninos eram diferentes. Jacó era “inculpe”, ao passo que Esaú dava muito pouca importância a assuntos espirituais que, para obter uma só refeição, vendeu a Jacó a sua primogenitura, seu direito de herdar as promessas de Deus. Ao casar-se com duas moças hititas, Esaú mostrou falta de respeito — e até desprezo — por valores espirituais, causando muita amargura aos seus pais. — Gênesis 25:27-34; 26:34, 35.

Garantida a bênção para Jacó

A Bíblia não diz se Isaque sabia que Esaú teria de servir a Jacó. De qualquer modo, tanto Rebeca como Jacó sabiam que a bênção era para ele. Assim, Rebeca passou a agir ao ouvir que Isaque pretendia abençoar Esaú quando este lhe levasse um prato de carne de caça. Ela não havia perdido a determinação e o zelo que a caracterizavam na sua juventude. ‘Mandou’ que Jacó lhe trouxesse dois cabritinhos. Ela ia preparar um prato que seu marido gostava. Daí, Jacó tinha de fazer-se passar por Esaú para obter a bênção. Jacó objetou. Seu pai com certeza ia perceber a manobra e amaldiçoá-lo! Rebeca insistiu: “Venha sobre mim a invocação do mal dirigida contra ti, meu filho”, disse ela. Depois ela fez o prato, disfarçou Jacó e o enviou ao seu marido. — Gênesis 27:1-17.
A Bíblia não diz por que Rebeca agiu assim. Muitos condenam sua ação, mas a Bíblia não faz isso, nem tampouco Isaque a condenou ao descobrir que Jacó havia recebido a bênção. Antes, Isaque acrescentou mais coisas à bênção. (Gênesis 27:29; 28:3, 4) Rebeca sabia o que Deus predissera a respeito dos seus filhos. De modo que agiu para garantir que Jacó recebesse a bênção que de direito lhe pertencia. Isso estava claramente em harmonia com a vontade de Deus. — Romanos 9:6-13.

Jacó é enviado a Harã

Rebeca frustra os planos de Esaú por exortar Jacó a fugir até que a ira de seu irmão se aplacasse. Ela busca o consentimento de Isaque para o seu plano, mas bondosamente evita mencionar a ira de Esaú. Antes, com tato, apela para o marido e expressa preocupação quanto à possibilidade de Jacó se casar com uma cananéia. A mera idéia disso foi suficiente para persuadir Isaque. Ele ordenou que Jacó evitasse um casamento desses e o enviou para a família de Rebeca, a fim de conseguir uma esposa que temesse a Deus. Não há registro de que Rebeca tenha visto Jacó novamente, mas a sua ação trouxe uma rica recompensa para a futura nação de Israel. — Gênesis 27:43-28:2.
O que sabemos sobre Rebeca nos faz admirá-la. Ela era fisicamente muito atraente, mas a sua verdadeira beleza era a devoção piedosa. Era isso o que Abraão procurava numa nora. As outras boas características que ela tinha provavelmente superaram todas as expectativas de Abraão. A fé e a coragem que ela demonstrou ao acatar a orientação divina, seu zelo, sua modéstia e sua hospitalidade generosa são qualidades que todas as mulheres cristãs fariam bem em imitar. Estas são as qualidades que o próprio Jeová procura numa mulher realmente exemplar.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: 4 - Sara - Uma mulher de Fé




Sara foi a esposa de Abraão e a mãe de Isaque. Junto com Abraão, ela se tornou a matriarca do povo judeu. Sara ficou conhecida por sua fé em Deus e seu apoio a Abraão.
Quando Abraão obedeceu a Deus e deixou a sua cidade para ir para a terra prometida, ele levou sua esposa Sara com ele. Naquele tempo eles se chamavam Abrão e Sarai. Mesmo tendo 65 anos de idade, Sarai aceitou a decisão de seu marido e o acompanhou, passando a viver em tendas para o resto de sua vida.

Uma mulher muito bonita

Sarai era muito bonita e, quando foram para o Egito, Abrão ficou com medo que os egípcios o matassem para ficar com sua esposa. Por isso fingiram que eram irmãos (Gênesis 12:11-13). O faraó gostou de Sarai e a levou para seu palácio mas Deus revelou ao faraó que ela era a esposa de Abraão. O faraó não gostou de ter sido enganado e mandou Abrão e Sarai embora do Egito.
Anos mais tarde, eles fizeram a mesma coisa entre o povo de Gerar. Abimeleque, o rei de Gerar, tomou Sara para ser sua esposa mas, mais uma vez, Deus lhe revelou que ela era a esposa de Abraão. Abimeleque censurou Abraão por ter mentido e quase trazido desgraça sobre seu povo (Gênesis 20:9). Abimeleque não tocou em Sara e ela voltou em segurança para seu marido.

Um filho para Abrão

Dez anos depois que Deus tinha prometido pela primeira vez uma terra e muitos descendentes a Abrão, Ele repetiu a promessa, garantindo que Abrão teria um filho. Mas Deus não tinha dito nada sobre Sarai ser a mãe. Por isso, Sarai achou que deveria providenciar outra esposa para Abrão ter um filho, segundo o costume da época (Gênesis 16:1-3).
Sarai entregou sua escrava Hagar para se casar com Abrão e Hagar engravidou. Mas Hagar passou a desprezar Sarai e, em resposta, Sarai maltratou Hagar (Gênesis 16:5-6). Sarai não encontrou a alegria que esperava em Ismael, filho de Hagar.

Sara se torna mãe

Quando Abrão tinha 99 anos, Deus falou com ele novamente e lhe disse que seu herdeiro seria filho de Sarai, que agora seria chamada Sara (que significa princesa). Um pouco mais tarde, Deus repetiu essa promessa, quando três anjos do Senhor apareceram perto de sua tenda. Sara, que estava por perto ouviu e se riu, pensando que isso era impossível (Gênesis 18:12-14). Mas Deus garantiu que ela teria um filho e, na primavera seguinte, ela deu à luz Isaque.
Sara ficou muito feliz por ser mãe depois de tanto tempo (Gênesis 21:6-7). Mas quando ela viu o adolescente Ismael rindo de Isaque, ela não gostou e quis mandar Ismael e sua mãe embora. Abraão não queria expulsar seu filho mas Deus lhe disse para atender ao pedido de Sara, porque Isaque seria seu herdeiro. Mas Deus prometeu cuidar de Ismael.
Sara cometeu alguns erros em sua vida mas ela cria em Deus e foi sempre fiel a seu marido. Ela acompanhou Abraão em suas viagens e o tratava com respeito (1 Pedro 3:5-6). Depois da dúvida inicial, Sara creu que Deus lhe daria um filho. Mesmo sendo estéril, Abraão amava Sara muito e não a abandonou. Quando Sara morreu, Abraão e Isaque ficaram muito tristes. A única propriedade que Abraão comprou na sua vida foi o lugar para sepultar sua querida esposa Sara (Gênesis 23:19-20).

sábado, 8 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: 3 - Ester - Uma mulher Corajosa



Ester foi uma jovem judia que casou com o rei da Pérsia e salvou o povo judeu do extermínio. Seu nome hebraico era Hadassa e ela era órfã, criada por seu primo Mardoqueu.

Ester se torna rainha

Durante uma festa, o rei Xerxes da Pérsia ficou embriagado e mandou chamar sua esposa Vasti para mostrar sua beleza aos seus súditos. Mas a rainha Vasti se recusou ir e o rei ficou muito zangado com ela, mandando ela embora.
Algum tempo depois, o rei mandou trazer todas as mulheres mais bonitas do império persa para ele escolher uma para ser sua nova rainha. Ester foi uma das mulheres escolhidas e ela recebeu um tratamento de beleza especial durante um ano. Ester causava boa impressão em todos que a conheciam e ela ganhou o favor do rei, que a tornou sua rainha (Ester 2:15-17).

O plano de Hamã

Hamã era um príncipe importante do império persa que não gostava de Mardoqueu, porque Mardoqueu não se curvava diante dele. Hamã decidiu então se vingar e matar todo o povo judeu. O rei, que não sabia que Ester era judia, deixou Hamã fazer o que queria. Então Hamã marcou uma data e se preparou para o dia da matança (Ester 3:12-13).

Ester intervém

Mardoqueu contou o plano de Hamã a Ester e lhe pediu para interceder por seu povo ao rei. Ester teve medo porque ninguém podia entrar na presença do rei sem ser chamado, sob pena de morte. Então ela pediu que todos os judeus jejuassem durante três dias, depois ela foi falar com o rei (Ester 4:15-16). O rei teve misericórdia dela e lhe perguntou o que queria. Ester convidou o rei e Hamã para um banquete e eles foram. Durante o banquete, Ester convidou o rei para outro banquete no dia seguinte.
No segundo banquete, Ester revelou ao rei que ela era judia e lhe contou o plano maléfico de Hamã para matar todo seu povo. O rei ficou muito zangado com Hamã e mandou executá-lo na forca que Hamã tinha construído para Mardoqueu. Com o apoio do rei, os judeus se uniram para se defender e mataram muitos de seus inimigos (Ester 9:1-2). Assim, Ester salvou o povo judeu.

O que podemos aprender com Ester?

  • Confiar em Deus – Ester arriscou sua vida para obedecer a Deus e Ele cuidou dela
  • Ter coragem – Ester estava segura, ninguém conhecia sua identidade e ela não seria afetada pelo extermínio; mas ela arriscou tudo para fazer o que era certo
  • Orar é importante – Ester buscou a ajuda de Deus antes de agir e Ele lhe deu sucesso

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: 2 - Noemi - Uma mulher Forte



A vida de Noemi teve o antes e o depois. Esta mulher forte e corajosa teve que passar "pelo vale da sombra da morte" mas, confiantemente, segurou nas mãos de Deus naqueles momentos de aflição e conseguiu, vitoriosa, escalar a montanha íngreme, cheia de caminhos tortuosos...

O Antes


Ela conheceu tempos felizes juntamente com seu esposo Elimeleque e seus dois filhos Malom e Quiliom, apesar de ter que viver nas terras de Moabe por causa da fome que assolava Belém, sua terra natal. Sim, Noemi era feliz e, certamente, era agradecida ao Senhor por tê-los colocado em uma terra onde havia alimento. Mas a Bíblia nos diz que Elimeleque, seu marido, morreu ficando ela com seus dois filhos que se casaram com "mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o da outra Rute; e ficaram ali quase dez anos" (Rute 1:4). Apesar de ter perdido o marido, Noemi tinha paz no coração, pois ela confiava que o Senhor sempre tinha o melhor para aqueles que O amavam. Mas ela, nem de longe, sabia os planos que o Senhor tinha para a sua vida. Ela jamais imaginou que o plano perfeito de Deus não estava de acordo com os seus planos, mas ela sabia, e eu e você sabemos, que "... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).

O seu nome Noemi, que significava "minha alegria" ou "amável", combinava com estes momentos felizes pelos quais ela passava. Ela era feliz com seus dois filhos e com as suas duas noras.

O Depois
 
Agora, o plano do Senhor ia mudar a sua vida. A Bíblia nos revela o que aconteceu. Ela diz que "... morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim a mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido" (Rute 1:5).

O quadro que tomou conta da sua vida era trágico. As circunstâncias que a rodeavam eram terríveis.

Quando nos deparamos com situações desta natureza - perda de um filho, doença grave, perda do emprego, divórcio... - nos surpreendemos, muitas vezes, agindo do modo que não agrada a Deus. Se não estivermos em comunhão constante com o Senhor, alimentando, diariamente, a nossa nova natureza que recebemos quando aceitamos Jesus em nossa vida, certamente, fazemos perguntas como:
"Será que Deus me ama?"
"Será que Ele está, realmente, vendo o meu sofrimento?"
"Por que aconteceu tudo isto, exatamente, comigo?"
 
O plano de Deus para a nossa vida é perfeito. Os nossos olhos não alcançam o que vem depois de toda a tragédia que cai sobre nossa vida. Os nossos olhos não alcançam a bonança que o Senhor prepara para nós, após a tempestade. Na verdade, estes momentos de sofrimento ...
 
1- nos aproximam do Senhor;
2- fazem com que dependamos mais dEle;
3- nos levam a ler mais a Sua Palavra e a orar;
4- nos encorajam a perseverar na fé;
5- nos aproximam mais de nossos irmãos em Cristo.

Com estas mudanças em nossa vidas, podemos ver que o Senhor está nos ensinando a ...
 
1- ajudar as pessoas com um conforto que aprendemos através do sofrimento;
2- sermos mais assíduas na leitura da Sua Palavra, pois é aí onde encontramos as ferramentas para o nosso crescimento espiritual;
3- sermos mais constantes nas orações que o Senhor espera de nós, Seus filhos, a fim de que possamos colocar no Seu altar nossos agradecimentos, preocupações, necessidades...

A Bíblia nos diz que ela, Noemi, "... saiu do lugar onde estivera, e as suas noras com ela. E, indo elas caminhando, para voltarem para a terra de Judá, disse Noemi às suas noras: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes com os falecidos e comigo. O Senhor vos dê que acheis descanso cada uma em casa de seu marido. E, beijando-as ela, levantaram a sua voz e choraram. E disseram-lhe: Certamente voltaremos contigo a teu povo" (Rute 1:7-10). Vemos que tanto Orfa como Rute amavam Noemi, porém somente Rute é que, realmente, decidiu segui-la até aquela terra que ela não conhecia. Rute abriu seu coração, proferindo palavras que, certamente, agradaram não apenas a Noemi mas, principalmente, a Deus. Ela disse: "... aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada..." (Rute 1:16-17)

O Senhor, pouco a pouco, traçava o plano perfeito que Ele preparava para a sua serva Noemi. Ele sabia que seu marido morreria, que seus filhos também morreriam e que ela, já idosa, teria que ter uma pessoa que a amasse, cuidasse dela e trouxesse alimento para casa. A mão do Senhor estava agindo na sua vida e na vida de Rute.
 
Dentre as suas noras, o Senhor escolheu aquela que ...
* decidiu ir com ela aonde ela quisesse ir;
* decidiu pousar com ela aonde ela quisesse pousar;
* decidiu ser parte do seu povo;
* decidiu aceitar o mesmo Deus dela;
* decidiu morrer onde ela morresse;
* decidiu ser sepultada onde ela fosse sepultada.

O Senhor escolheu Rute para segui-la porque Ele viu nela não apenas uma nora que a amava mas uma nora que tinha um amor maior do que o amor de muitos filhos. Rute foi um presente de Deus na vida de Noemi.

Muitas vezes, Deus coloca diante de nós, mulheres que são verdadeiras Rutes. A bondosa misericórdia do Senhor é derramada em nossas vidas através destas mulheres. Procuremos também ser como Rute nas vidas das pessoas que precisam de nós. Sejamos um instrumento usado por Deus para transmitir o Seu amor e misericórdia.

Chegando em Judá com Rute, Noemi, por causa do seu sofrimento, pediu às pessoas que a chamassem de "Mara" que quer dizer "amarga".
O plano perfeito de Deus foi surgindo. Noemi queria o melhor para Rute e Rute queria o melhor para a sua sogra.O tempo da fome foi agora substituído pelo trigo que a própria Rute colhia nos campos de Boaz, o homem com quem ela se casaria. Noemi se alegrou com este casamento mas ficou muito mais feliz quando pôde colocar em seus braços já cansados o pequeno Obede, filho de Rute e Boaz. A Bíblia nos diz que "... Noemi tomou o filho, e o pôs no seu colo, e foi sua ama. E as vizinhas deram um nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E deram-lhe o nome de Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi" (Rute 4:16-17). Finalmente, chegamos do outro lado do "vale da sombra e da morte". Presenciamos a tempestade que caiu sobre Noemi mas, agora, vemos as bênçãos derramadas em sua vida.

Devemos sempre ser gratos ao Senhor e confiar nas inúmeras promessas que existem na Sua Palavra. Vejamos algumas:
 
"Tu, que me tens feito ver muitos males e angústias, me darás ainda a vida e me tirarás dos abismos da terra" (Salmo 71:20). É nestes momentos que sentimos as mãos do Senhor nos amparando e nos levanta.



terça-feira, 4 de abril de 2017

Mulheres Direcionadas por Deus: 1 - Débora: Uma Mulher Confiante



Débora foi uma juíza e profetisa de Israel, que liderou o povo na guerra contra o rei de Canaã. Ela convocou o povo para a batalha e profetizou sua vitória sobre um exército muito grande. No tempo de Débora não havia rei sobre Israel. O povo era liderado por juízes – pessoas influentes, usadas por Deus, que se tornavam líderes políticos, espirituais e militares. Quando Deus levantou Débora, os israelitas tinham se desviado de Deus e estavam sendo oprimidos por Jabim, rei de Canaã (Juízes 4:1-2). Débora era profetisa e uma mulher sábia. Ela se sentava debaixo de uma tamareira e o povo vinha até ela para resolver suas questões (Juízes 4:4-5).

A batalha de Débora

Um dia Débora chamou um guerreiro chamado Baraque e lhe disse que Deus lhe iria dar vitória sobre o exército de Jabim. Baraque insistiu que Débora fosse com ela para a batalha e ela aceitou mas avisou que seria uma mulher que iria matar o chefe do exército inimigo. Juntaram dez mil homens de Israel e foram para a batalha (Juízes 4:6-7).
O exército de Jabim era mais poderoso e tinha muitos carros de guerra, que era uma grande vantagem. Mas Débora abençoou Baraque e Deus derrotou esse grande exército. Os israelitas mataram todos os soldados inimigos (Juízes 4:14-15).O comandante do exército de Jabim, chamado Sísera, fugiu da batalha e pediu abrigo a uma mulher chamada Jael. Mas enquanto ele dormia na sua tenda, Jael lhe encravou uma estaca na testa com um martelo. Quando Baraque chegou, Jael lhe mostrou seu inimigo, morto! - (Juízes 4:21-22)
O rei Jabim nunca mais recuperou dessa derrota e acabou sendo destruído. Depois da grande vitória, Débora e Baraque cantaram, agradecendo a Deus e lembrando os momentos mais importantes da batalha. Depois houve paz durante quarenta anos.

O que a vida de Débora nos ensina?

A vida de Débora nos ensina que Deus vê mais do que as aparências. No tempo de Débora, não era normal uma mulher ser líder. Mas Deus não rejeitou Débora por ser mulher. Ele a tornou no líder político e espiritual do país inteiro! Não importa quem você é, Deus pode usar você para fazer grandes coisas (1 Coríntios 1:27-29). Débora também era casada (Juízes 4:4). Isso nos prova que ter uma família e trabalhar ativamente para Deus não são duas coisas incompatíveis. Tanto homens como mulheres são chamados por Deus para formar família e contribuir para o Ide do Senhor.