quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Lei e Graça


Muitos cristãos de hoje, não sabem a diferença entre lei e graça. Eu me lembro, quando congregava em uma certa igreja, eles ensinavam que, as pessoas do Antigo Testamento eram salvas por intermédio da lei; enquanto que as pessoas do Novo Testamento eram salvas pela graça, então cresci em um ambiente que acreditava dessa forma a respeito de lei e graça. Certo dia, me lembro de ter encontrado algumas passagens no Antigo Concerto falando sobre a graça de Deus, foi então que comecei a fazer alguns questionamentos de o porquê as pessoas ensinarem que a graça só aparece na Nova Aliança, à medida que, encontramos ela claramente nos Salmos; Pentateuco e outros livros do Antigo Testamento.

Portanto, vamos analisar o que as escrituras ensinam sobre esse tema tão importante.

1. Como as pessoas do Antigo Testamento eram salvas  

Como falamos agora pouco, muitos evangélicos creem que, os crentes do Antigo Concerto eram salvos pela lei. Analisando as escrituras, ela nos ensina que as pessoas do Antigo Testamento sempre foram salvas da mesma maneira das pessoas do Novo Testamento, através da fé. Vejamos o que Antigo Testamento ensina como Abraão foi salvo:

creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça (Gn 15:6). Aqui está claro Abraão sendo aceito diante de Deus por meio da fé. Agora vejamos como o Novo Testamento interpreta essa questão: Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça (Rm 4:1-3). Fica evidente que, a Abraão não foi salvo por intermédio da lei, mas por meio da fé. E não somente Abraão, encontramos nessa lista de Romanos 4, Paulo fazendo menção de Davi que também foi admitido diante de Deus por meio da fé. O que dizer de Hebreus 11? Onde registra os heróis da fé, todos eles foram justificados através da fé e não pelas obras da lei.

2. A Graça no Antigo Testamento

Normalmente, os que acreditam na manifestação da graça na Nova Aliança, utilizam o Evangelho de João para provar sua crença: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1:14). Por meio dessa passagem, eles querem dizer que a graça começa na Nova Aliança e não na Antiga. Se for assim, temos um problema com essa interpretação. Ela ensina dois sistemas de salvação, um pela lei e outro pela graça. Como vimos antes, a Bíblia ensina apena um sistema de salvação e não dois. 

Há textos no Antigo Testamento que fala da graça de Deus? Sim! E há várias passagens que fala da graça de Deus claramente. Vamos aqui citar dois textos que prova isto:

 Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor (Gn 6:8). Diante do contexto em que Noé vivia, se não fosse a graça de Deus ele não teria se salvado com sua família e nem teria sido uma pessoa íntegra.

 Porque a tua graça é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão (Sl 63:3). Aqui, percebemos o valor que o salmista dá a graça do Senhor. Essas duas passagens mostram de forma bem clara que, a graça aparece no Antigo Testamento e os autores davam total atenção e valor a ela, se não fosse por meio dela nenhum deles conseguiria viver uma vida santa.

3. A Função da Lei

Um dos temas controverso é falar sobre a lei, mas quero nesse texto deixar qual o objetivo dela de como a Bíblia ensina. A função da lei nunca foi salvar o homem de seus pecados, isso as Escrituras deixam mais do que evidente. Paulo escrevendo para a igreja da Galácia, disse que ninguém seria justificado diante de Deus pelas obras da lei (Gl 3:11), porque a lei coloca todos debaixo de maldição (Gl 3:10).

Entretanto, a lei tinha como o objetivo de nos conduzir a Cristo. Paulo ensina isto claramente: De modo que a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados (Gl 3:24). A palavra aio quer dizer instrutor, mas o sentido dela também é de um criado de confiança, encarregado de acompanhar e educar uma criança até que ela chegasse a maioridade. O que Paulo está querendo dizer aqui é: a lei revela a justiça de Deus, nos mostra que somos pecadores e merecemos a justiça divina sobre nossas vidas; e ela nos revela a necessidade de salvação que só encontramos em Jesus. Depois de alcançarmos a salvação pela fé em Jesus (que é maioridade) não estamos mais debaixo do aio como disse Paulo: Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio (Gl 3:25).

A lei continua sendo válida para os cristãos depois de salvos? Ela continua sim! Jesus disse: Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir (Mt 5:17). Jesus demonstra que não veio para abolir a lei, mas cumprir, ou seja, Ele tanto cumpriu todos aspectos da lei como também interpretou de forma mais profunda ela. Jesus na cruz aboliu toda maldição da lei contra nossa vida. Agora, nós precisamos entender qual parte da lei está em vigor para um cristão, porque os reformadores descavam que a lei estava dividida em três partes; cerimonial, civil e moral. A lei cerimonial não precisamos mais dela para os dias de hoje, porque Cristo cumpriu na sua morte e ressurreição. Contudo, a lei moral continua para os nossos dias e devemos obedece-la; ela revela a santidade e a vontade de Deus para todas as pessoas. Jesus e os apóstolos fizeram menção dos dez mandamentos no Novo Testamento. A lei moral para os cristãos serve como norma de vida e gratidão a Deus por tudo que Ele fez em nossas vidas através de Cristo, ela não é usada como instrumento de salvação.

4. Como a Lei e Graça se relacionam?

Quando não entendemos a relação entre lei e graça, corremos o risco de cair em dois extremos. Um é o antinomismo que, sustenta uma vida sem lei e que abre portas para a libertinagem. Na época da reforma protestante, os católicos romanos acusavam os reformadores de antinomistas, por dar muita ênfase na graça e não na lei; homens como Lutero e outros ensinaram claramente que a lei serve para o cristão como norma de vida. Outro extremo é o legalismo, por sustentar uma guarda da lei de forma rígida em detrimento da graça. O legalismo tenta alcançar a salvação por meios das obras, é a religião do mérito. Portanto, um cristão deve tomar todo o cuidado para não cair em um desses extremos.

Nós devemos compreender que, a lei e graça andam lado a lado em toda a Bíblia. De um lado a lei vai revelando o pecado do homem e de outro a graça vai salvando o homem do seu pecado revelado pela a lei. A lei demonstra que precisamos da graça de Deus, já a graça demostra que precisamos obedecer aos dez mandamentos que está na lei que é a vontade de Deus revelada ao homem. A lei para os que foram alcançado pela graça, serve como instrumento de santificação e gratidão, ela é amiga de todo aqueles que foram justificados por Cristo, porém, inimiga de todos que não foram justificados. Desse modo, podemos dizer que encontramos graça na lei e lei na graça. Entendendo dessa maneira a lei e a graça, não cairemos nem no legalismo e nem no antinomismo.   

Conclusão 
   
O que podemos tirar de aprendizado até aqui é que, ninguém no Antigo Testamento foi salvo por intermédio da lei, mas sim pela fé depositada no Messias que haveria de vir. A graça de Deus está claramente no Antigo Concerto e não somente na Nova Aliança, a diferença entre elas é que no Novo Testamento ela se revelou de uma forma mais ampla. A função da lei nunca foi salvar alguém, mas revelar o pecado. A lei tem tanto a função pedagógica como persuasiva. Pedagógica no sentido de ensinar a andar em retidão, persuasiva no sentido de mostrar o pecado do homem e de que ele precisa de Cristo. Entendendo como a graça e a lei se relacionam, evitaremos de cair no extremo do legalismo ou do antinomismo.


Sidney Muniz

Comentário Bíblico Mensal: Novembro/2017 - Capítulo 5 - Jesus é a Verdadeira Prosperidade




Comentarista: Leonardo Pereira


Introdução

Prezado estudante da Palavra do Senhor. Chegamos ao final de mais um estudo do Comentário Bíblico Mensal neste mês de Novembro de 2017 com o tema: Conhecendo os fundamentos da Verdadeira Prosperidade. Vimos aqui muitos ensinamentos preciosos em relação à verdadeira prosperidade Bíblica em seus textos e contextos de modo fiel, e cremos que a sua fé foi acrescentada neste estudo. Neste último capítulo deste comentário bíblico, estudaremos sobre a maior prosperidade que há de maior preciosidade: o Senhor Jesus Cristo e os seus ensinos. Estudaremos neste último capítulo, sobre a Solicitude da Vida, sobre o Reino de Deus e sobre a Salvação em Cristo Jesus; temáticas muito importantes e valiosas para entendermos e crermos que Jesus Cristo é a nossa Verdadeira Prosperidade. Ótimos estudos e até o próximo Comentário Bíblico Mensal, se o Senhor assim o permitir.

I. Jesus fala sobre a Solicitude da Vida

Em meados de seu célebre discurso intitulado Sermão do Monte (Mt 5-7; Lc 6.19-49), o Senhor Jesus menciona entre muitas lições, a importância de não sermos apreensivos em nossa vida, sobre o que iremos ter ou se alimentar (Mt 6.25), pois Ele tem cuidado de nós (Mt 6.26-30; 1 Pe 5.7). Vemos que já naquela época, pessoas tem buscado serem apreensivas sobre o amanhã e não vendo o agora. Devemos ouvir e atentar para as palavras do Senhor Jesus Cristo que nos dá segurança, objetivo e um modo certo de se viver: "Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal"  (Mt 6:31-34). As palavra de Cristo orienta-nos à vivermos de forma controlada e equilibrada, de modo que o temos de confiar plenamente no Senhor Deus.

II. Jesus fala sobre o Reino de Deus

Diversas vezes o Senhor Jesus falou sobre o Reino de Deus em seus ensinamentos. Devemos aqui entendermos separadamente o que é o Reino dos Céus, e o que é Reino de Deus. Reino dos Céus são as regiões celestiais aonde o Pai, os anjos e os salvos se encontram: "Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus" (Mt 5.19). Reino de Deus é o Senhor Jesus Cristo em nosso meio presente e atuante de diversas formas, em prol da salvação de muitos: " E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós" (Lc 17:20,21). O Reino de Deus é o próprio Cristo presente enfatizando a Sua obra e mensagem (Mt 3.2). Diversas vezes o Senhor passar para os seus discípulos seus ensinamentos preciosos acerca de quem Ele é, e o que faz. Hoje temos esta graciosa oportunidade concedida à todos nós de ouvirmos e vermos a sua mensagem (Ap 3.20).

III. Jesus nos concede a Salvação

O Senhor Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). É a Luz do Mundo (Jo 8.12). É enfaticamente o cumprimento completo das profecias do Antigo Testamento acerca Dele mesmo (Mt 1.1; Mc 1.1-3; Lc 4.14-21; Jo 1.45-49). Ele em muitas vezes mostrou e demonstrou a sua terna compaixão, sua preocupação pelas pessoas e a sua obra no Calvário, fazendo-se maldição por nós (Gl 3.13). Ele veio para buscar o que estava perdido (Lc 19.8-10), chamar os pecadores ao arrependimento (Mt 9.12,13). Conforme ele mesmo menciona: " E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim" (Mt 11:4-6). Cristo é a única e plena esperança para o homem decaído. Pedro, cheio do Espírito Santo, diz perante à todos no Sinédrio, que somente em Cristo há salvação: " Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4:10-12). Somente Jesus Cristo salva, transforma, cura, liberta e restaura o pecador, o trazendo das trevas para a Sua maravilhosa luz (Rm 6.4; 1 Pe 2.9).

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Sugestão de Leitura da Semana: Supercrentes, de Paulo Romeiro




De Leonardo Pereira

Há muito tempo, não somente na mídia, mas também ao longo das igrejas evangélicas brasileiras, temos visto o alvorecer de um novo movimento que tem crescido de forma incrível na nação que é a respeito da doutrina da Teologia da Prosperidade, fruto de raízes parapsicológicas e pensamentos filosóficos na Europa, passando pela América do norte até chegar em terras brasileiras. Durante os anos, várias obras apologéticas¹ tem sido escritas combatendo essa doutrina, seus mentores e suas ideias dentro dessa doutrina de "barganha com Deus" ². Entre estas obras está uma obra em especial do pastor Paulo Romeiro, conhecido pastor brasileiro e conferencista internacional, pela sua apologética esmerada e zelo pela sã doutrina, que estudou e acompanhou de perto a progressão da Teologia da Prosperidade no Brasil. Esta obra é o livro Supercrentes - O evangelho segundo os profetas da prosperidade.
Supercrentes aborda de uma maneira dinâmica e tranquila, diversos assuntos acerca da origem da teologia da prosperidade, o seu desenvolvimento no mundo e aqui no Brasil, seus principais propagadores e os seus ensinamentos. Paulo Romeiro é enfático quanto a dizer que o ensinamento errôneo acerca desta doutrina é um grave erro e deve ser considerado uma heresia devido ao seu ensino e o grande estrago que tem feito não somente nas igreja evangélicas, tanto fora do Brasil, quanto dentro, mas também em muitos lares que foram destruídos por causa da busca pelas benesses desta doutrina.³ É um livro de caráter apologético e doutrinário cujo mostra-nos as reais intenções por detrás de um falso evangelho, visando interesses, lucros, benefício próprio, e não visando somente a glória de Deus. 

O livro Supercrentes não é somente o livro mais do que recomendado nesta semana, quanto necessário e vital  em nossas bibliotecas e em nossas cabeceiras, visando conhecimento acerca do que é errado e certo, dentro da Palavra de Deus , a nossa bússola da vida (Sl 1).


Notas

1. Entre muitas obras acerca do assunto do livro Supercrentes, recomendamos também os livros: Dissidentes da Igreja, de Alan Correia; Apóstolos - A Verdade Bíblica sobre o apostolado, de Augustus Nicodemus Lopes; e Evangélicos em Crise, também de autoria do pastor Paulo Romeiro.

2. Os livros O Evangelho da Prosperidade de Allan B. Pierrat, e O Evangelho da Nova Era de Ricardo Gondim, ambos de 1993, abordam de forma concreta acerca da temática que consta no livro Supercrentes, de Paulo Romeiro.

3. No livro de minha autoria (A Verdadeira Prosperidade Bíblica - Evangelho Avivado - SP, 2017), cito vários exemplos de muitos propagadores acerca da ênfase na Teologia da Prosperidade que tentam de muitas maneiras, dar argumentos bíblicos e teológicos (muitas vezes, fora do seu contexto), em sua maioria esmagadora, visando lucro e arrasando com congregações e muitos lares pelo Brasil afora.






sexta-feira, 24 de novembro de 2017

As Tribulações na vida dos Cristãos


Muitos cristãos tem uma visão bem negativa acerca das tribulações. Alguns chegam a pensar que, se um servo de Deus passar por tal situação, é sinal de que alguma coisa está errada com sua vida; deve haver algum pecado cometido para essas coisas de mal acontecerem. Entretanto, quando olhamos para as tribulações segundo as escrituras, ela nos ensina que todas as coisas contribuem para o nosso bem. As aflições fazem parte do cristianismo, não existe cristianismo sem cruz. Jesus disse que para ser seu discípulo é necessário levar a cruz, e a cruz é um símbolo de aflição que um cristão há de enfrentar durante sua caminha para o céu de glória.

Portanto, vamos analisar o propósito das tribulações, conforme a palavra de Deus para a vida do cristão.

1. Nos fazem voltar para Deus
    
As tribulações nos fazem voltar para Deus, esse é uns de seus propósitos. Podemos ver isso no capitulo 4 de Deuteronômio, quando Moises instrui o povo a obedecer aos mandamentos de Deus. Alerta o povo a não se esquecer das instruções, dos milagres e das manifestações de Deus por meio do fogo. Porém, se eles esquecessem da aliança que fizeram com seu Deus indo após as outras nações e adorando os outros deuses; eles seriam espalhados entre as nações como castigado pelos seus pecados.

Olhando para os livros dos profetas, percebemos que, o povo de Israel desobedeceu a Deus e foi para o exilio por causa do seu pecado, Deus tinha orientado eles muito antes por meio de Moises, mas o povo não ouviu. E como Deus ia trazer o povo de volta a Ele? Por meio das tribulações! Encontramos tanto no livro dos reis como dos profetas, Deus permitindo todo tipo de mal para que o povo se voltasse ao Senhor. Deus deixa uma promessa para o seu povo quando eles tivessem em aflições:
Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz; porquanto o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá do pacto que jurou a teus pais (Dt 4:30,31).

Desse modo, se Deus não tivesse permito tribulações na vida do seu povo sobre o Antigo Concerto, eles nunca teriam voltado para Deus. Quando tivermos em angustia e as coisas estiverem dando tudo errado, não devemos olhar de modo negativo, mas devemos entender que, Deus nos chama para mais perto da sua presença. Devemos confiar no que Ele diz na sua palavra: o Senhor teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá do pacto que jurou a teus pais.

2. Nos purificam

O segundo propósito das tribulações na vida do cristão, tem a ver com a purificação. Deus por meio da sua providência, usa as aflições para tirar as impurezas dos corações dos seus servos, Deus faz isto, para que seus filhos venham andar mais em santidade diante de sua presença.

Um exemplo disso, temos quando o profeta Isaias fala para o povo de Israel: Eis que te purifiquei, mas não como a prata; provei-te na fornalha da aflição (Is 48:10). Porque que Deus ia purificar seu povo? Porque seu povo estava andando em desobediência diante de sua presença, o povo de Deus estava adorando outros deuses e com isso praticando a infidelidade para com o Senhor. Por isto, Deus diz que ia purificar eles por meio das aflições, e essas aflições era o exílio que estava prestes acontecer para a nação. Sabemos que, o propósito de Deus deixar que tudo isso acontecesse, era para tirar toda infidelidade e desobediência do seu povo por meio das tribulações. Assim, acontece com cada um de nós que servimos a Deus, Ele permite que tais circunstância aconteçam para que algumas impurezas saíam de nossos corações, para que possamos andar mais em santidade diante de sua presença.

Deus ainda deixa mais claro para a nação de Israel porque deixou tais circunstância acontecerem: Por amor de mim, por amor de mim o faço; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória não a darei a outrem (Is 48:11). Aqui percebemos o amor de Deus para com o seu povo, e quem ama corrige, por isso que Deus ama seu povo e corrige ele por meio das aflições para que as impurezas saiam do seu coração. Deus também deixa claro que isso Ele faz para sua glória, para que o seu nome não seja profanado. Portanto, as dificuldades da vida revelam o grande amor de Deus para com o seu povo, quando passares por qualquer coisa ruim; lembre-se que esse amor está bem presente para nos conduzir cada vez mais a uma vida de santidade.

3.  Nos ensinam a vontade de Deus

Sabemos que, a vontade de Deus conhecemos por meio das Sagradas Escrituras. Mas as aflições da vida também são um meio de Deus nos ensinar sua vontade, o salmista revela isso claramente no Salmos 119: 71: Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. Percebemos até aqui que, o salmista não reclama de ter passado por tribulações em sua vida, mas entende essas aflições de uma forma positiva que o leva a dizer: Foi-me bom ter sido afligido. Será que teríamos a mesma ação do salmista de dizer essas palavras, quando passamos por tais circunstância?

Ele diz que se não tivesse sido afligido, não teria conhecido a vontade de Deus, ou seja, as tribulações contribuíram para que o salmista se aproximasse mais de Deus. Em muitas ocasiões, não entendemos o porquê passamos por tantas aflições, entretanto, ela tem o propósito de nos mostrar muitas das vezes a vontade do Senhor. Há circunstancias em que aprendemos apenas na teoria, a palavra de Deus, mas Ele não quer apenas que fiquemos na superfície; por isso que Ele permite que passemos por aflições, para que nos aprofundemos mais ainda nas verdades contidas na sua palavra. Portanto, não devemos olhar as dificuldades de forma negativa, porém, como positiva como o salmista olhou.

4. Nos convence do pecado 

 A Bíblia é clara em dizer que, o Espírito Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8,9). Mas as escrituras também nos ensinam que, Deus usa as tribulações da vida, para nos convencer de algum pecado cometido muitas das vezes; em que nós não percebemos em certa ocasião. Podemos ver isso no Salmos 119:67: Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra. O salmista aqui está dizendo que, ele andava errado, ou seja, ele andava pelos seus próprios caminhos errados. Percebe-se, um certo orgulho em seu coração de seguir seus próprios pensamentos, sabemos que tudo isto, estava acontecendo por causa do pecado. O pecado sempre leva o homem a confiar em si mesmo, já as Escrituras nos ensinam que Devemos confiar somente em Deus. Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento (Pv 3:5).

Depois das aflições ter alcançado o salmista ele diz: mas agora tenho guardado a tua palavra. Porque ele estava guardando a palavra? Por causa das aflições, que contribuíram para convencer o mesmo de seu erro. Aqui fica evidente que, as tribulações estão dentro do propósito de Deus e Ele usa para corrigir seus filhos, para que eles venham guardar a palavra de Deus. E Deus não é mal fazendo isto, o próprio salmista reconhece isso quando ele diz: Tu és bom e fazes bem (Sl 119:68). Diante disso, devemos entender que as tribulações servem para nos convencer de algum pecado, e Deus ao fazer isto, está sendo inteiramente bom para os seus filhos.

5. Nos fazem buscar mais a Deus

Outro objetivo das tribulações na vida do cristão, tem a ver com ele buscar mais ao seu Deus. Podemos entender isso por meio do livro de Lamentações de Jeremias, um profeta de Deus que profetizou na sua época, quando o povo do Senhor estava seguindo a idolatria. Jeremias trouxe as ordenanças de Deus para aquele povo, mas eles não ouviram a palavra de Deus por meio dos profetas a quem o Senhor enviara; com isso, Deus ia permitir que eles passassem pelo exílio por causa de sua desobediência.

Quando o exército babilônico invade Jerusalém, derruba os seus muros e o templo, o povo começa a perceber o juízo de Deus sobre sua desobediência. É aqui que encontramos o profeta Jeremias clamando a Deus diante de uma aflição: Fez o SENHOR o que intentou; cumpriu a sua palavra, que ordenou desde os dias da antiguidade; derrubou, e não se apiedou; fez que o inimigo se alegrasse por tua causa, exaltou o poder dos teus adversários. O coração deles clamou ao Senhor: Ó muralha da filha de Sião, corram as tuas lágrimas como um ribeiro, de dia e de noite; não te dês descanso, nem parem as meninas de teus olhos. Levanta-te, clama de noite no princípio das vigias; derrama o teu coração como águas diante da presença do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas (Lm 2:17-19).

Encontramos o profeta, reconhecendo o juízo de Deus sobre o povo e o clamor deles para com o Senhor. Aqui entendemos que, Deus permitiu tudo isso para que seu povo amado, viesse busca-lo, apesar da desobediência deles, Deus deixou isto acontecer para que eles reconhecessem seus erros e se voltasse a Deus que é o melhor caminho. Quando Deus deixa que certo tipo de circunstância venha a nossa porta, é com o objetivo de que venhamos busca-lo mais ainda.

6. Elas promovem a glória de Deus 
  
O último ponto que queremos colocar aqui sobre as tribulações na vida dos cristãos, é que elas promovem a glória de Deus. Isso fica evidente na vida de Lázaro que, se encontrava enfermo: Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo. Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela (Jo 11:1-4). 

Lázaro estava enfrentando uma situação difícil em sua vida, como muitos de nós enfrentamos. Jesus tinha dito que essa enfermidade na vida de Lázaro, era para manifestar a glória de Deus. Lázaro tinha morrido a quatro dias, Jesus foi até onde ele estava sepultado e mandou que tirassem a pedra, o milagre que Jesus realizou na vida de Lázaro, fez com que muitos cressem em Jesus. Apesar de não entendermos certos tipos de sofrimentos em nossas vidas, devemos compreender que as tribulações têm o propósito de engrandecer a Deus. Na vida de Lázaro, o milagre teve uns dos objetivos de levar pessoas a crer em Jesus. No Antigo Testamento, Deus usando o profeta Isaías, deixou claro que toda situação que eles passariam, era para purificar a vida deles da infidelidade para com Deus; e tudo isto tinha como objetivo a glória de Deus.

Portanto, as aflições da vida não são em vão, elas vêm para manifestar a grandeza de Deus por meio dos sofrimentos que enfrentamos.  

Conclusão

Creio que até aqui, podemos compreender as tribulações de uma perspectiva bem positiva. Não devemos entender de uma forma negativa cada uma delas. Paulo nos seus escritos dizia para as igrejas, que se gloriava nas tribulações, porque elas manifestam a grandeza de Deus. Pedro na sua carta exortava a igreja: Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis (1Pe 4:12). Pedro também diz que somos bem-aventurados se sofrermos por seguir a Cristo, porque sobre nós repousa o Espírito da glória de Deus (1Pe 4:14).

Portanto, as tribulações nos fazem voltar para Deus, nos purifica, nos ensina a vontade de Deus, nos convence do pecado, nos fazem buscar mais a Deus e elas promovem a glória de Deus.  



Sidney Muniz

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Comentário Bíblico Mensal: Novembro/2017 - Capítulo 4 - Jesus e o Dinheiro



Comentarista: Leonardo Pereira

Introdução

No capítulo do estudo desta semana, dando continuidade sobre o tema da verdadeira prosperidade, focaremos sobre o quê, e como, Jesus falou ou mencionou sobre o dinheiro e riquezas. É muito importante atentarmos para este estudo porque, muitas pessoas tem uma pensamento ou ideia errada sobre a relação sobre evangelho e riquezas. Não é pecado ser rico, ou ser próspero. O pecado é ser dominado pelas riquezas. Não é pecado ter dinheiro. O pecado é o dinheiro nos ter. Devemos ter uma base fortemente bíblica para haver equilíbrio entre o evangelho genuíno e o falso evangelho que visa lucros às custas das palavras e dos seguidores de Cristo. Roguemos que o Senhor nos guarde deste mal do consumismo exacerbado e dos interesses financeiros e pessoais dentro do puro evangelho que nos liberta, nos salva e nos transforma (Jo 3; 5.24; 8.32).

I. Jesus e o Jovem Rico 

Se há uma passagem que muitos tendem à distorcer, sem dúvidas é a passagem do encontro entre Jesus e o jovem rico, que se encontra em Mateus 19.16-30, que se trata sobre a importância do perigo das riquezas e o afastamento das pessoas de Deus. O Jovem rico aproximou-se de Jesus perguntando o que ele deveria fazer para ser salvo? (Mt 19.16). O Senhor Jesus Cristo menciona que ele deveria observar os mandamentos e bem faria (Mt 19.17). Sabemos que Cristo veio para cumprir a Lei (Mt 5.17), e que ela não salva, mas conduz à Cristo (Gl 3.11-13), pois Ele é o fim da Lei para a justiça de todo aquele que nele crê (Rm 10.4). O Senhor responde ao jovem rico: " Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus" (Mt 19:21-24). Jesus não está aqui menosprezando o trabalho, nem neste texto, informa que devemos vender tudo (como infelizmente, muitos mencionam), mas menciona para ele que o seguisse e terías um tesouro no céu (Mt 19.21). Este texto, é importante lembrarmos que está se tratando de um diálogo entre Cristo e o jovem rico, no qual o foco é sobre Cristo convidá-lo à acompanhá-lo. Devemos tomar muito cuidado com as riquezas e com as coisas deste mundo, para não perdemos de vista o foco em Cristo e em Sua palavra (Lc 6. 44-49).

II. Jesus e Mateus

Mateus, o autor do primeiro evangelho, narra de forma clara sobre a chamada do mestre em sua vida (Mt 9.9-13). Mateus trabalhava na coletaria como publicano em Cafarnaum, uma classe muito desprezada na época pela maioria dos judeus devido a sua ligação com o império romano, sobre impostos e juros. Cristo, passando pela alfândega viu Mateus e lhe fez o chamado: " E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu" (Mt 9:9). Jesus é sempre assim! Transformando vidas de pessoas que o mundo despreza, e que Ele o recebe. Mateus foi chamado pelo Senhor para a execução de uma grande obra, não visando riquezas, mas sim, o Reino dos Céus.

III. Jesus e Zaqueu

Zaqueu foi um publicano que tem um dos maiores relatos de mudança de vida que podemos encontrar dentro das Escrituras Sagradas (Lc 19. 1-10). Seu encontro com o Senhor se deu pela sua curiosidade em saber que Jesus era, e ao subir em uma figueira brava para vê-lo, pois ele era de pequena estatura, o Senhor Jesus lhe faz um convite para que ele o receba, e que naquele conveio Cristo, estar na casa de Zaqueu para salvá-lo da perdição. Todos nós precisamos da verdadeira salvação e riqueza que é o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Zaqueu menciona que se defraudou alguém iria restituir 4 vezes mais aquele que tinha furtado (Lc 19.8), e alí chegou a salvação naquela casa. O apóstolo Paulo menciona que Cristo sendo rico, se fez pobre para que nós fôssemos ricos (riqueza no sentido de novidade de vida (cf. Romanos 6.4)) em sua presença e em sua graça (2 Co 8.9).

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Sugestão de Leitura da Semana - Poder pela Oração, de E.M. Bounds



De Leonardo Pereira

Uma das palavras que pouco aparecem em pregações ou até mesmo em estudos bíblicos é a palavra "oração". Dificilmente muitos dão a ênfase na pregação em detrimento da pregação. O autor do livro que está sendo recomendado nesta semana trata muito bem sobre o valor, a importância e a preciosidade da oração. O livro nesta semana que estamos recomendando como leitura é o livro Poder pela Oração do escritor e pastor metodista  E.M Bounds (1835-1913). E.M Bounds foi um exímio pastor e escritor com uma extrema ênfase na oração. Dedicou o seu ministério, a sua vida e o seu tempo a estudar e orar, e neste livro sem dúvidas, abre a mente de muitos que buscam saber o que é a oração, como orar, e o que a oração faz com a pessoa.

E.M. Bounds não se prende a técnicas, sistemas ou até situações para que a pessoa possa orar. Ele menciona o que é orar e porque orar. O autor é direto objetivo, vai no profundo do propósito da oração, de modo a que o homem se ligue a oração e a oração se ligue ao homem. O autor menciona no seu livro a célebre frase até hoje conhecida: " A igreja procura métodos aperfeiçoados; Deus procura homens mais aperfeiçoados". Bounds também afirma acerca de exemplos de grandes homens de oração, a necessidade de líderes colocarem o povo para orar, e prepararmos as próximas gerações para estarem sempre aos pés do Senhor. Bounds menciona que o cristão genuíno é aquele que ora por amor ao Senhor, pois tem desejo de falar com o Pai, de se relacionar com Deus, de buscar a Deus e de desejar cada vez mais se aproximar de Deus (Tg 4.8).

Mais do que nunca precisamos de homens e mulheres de oração, dispostos a dedicarem suas vidas a se relacionarem com o Pai, serem cheios do Espírito Santo, e serem grandes instrumentos de Deus, de maneira a abençoar vidas e trazer glória ao nome do Senhor. É um livro que sem dúvida leva-nos ao pleno conhecimento do objetivo do relacionamento entre Deus e o homem através da oração.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Comentário Bíblico Mensal: Novembro/2017 - Capítulo 3 - A Prosperidade no Novo Testamento



Comentarista: Leonardo Pereira

Introdução

No capítulo desta semana estudaremos à respeito da prosperidade bíblica no Novo Testamento. É muito comum vermos pessoas que pregam e muitas vezes ensinam o conceito da prosperidade do Antigo Testamento, e muito pouco à respeito do Novo Testamento e suas bases de ensino. Ambos os testamentos, apesar de se complementarem, se mostram um completo paradigma em coparações quanto o assunto é a prosperidade. Veremos isto no estudo de hoje como se deve o conceito da prosperidade do Novo Testamento, saindo do conceito material e pessoal, e partindo do ponto de início do conceito completamente espiritual.

I.  A Pregação de João Batista

João Batista foi o último profeta do Antigo Testamento, que teve como uma grande missão em sua vida, ser aquele que apresentaria o Messias ao mundo (Is 40.3; Jo 1.29). Suas mensagens enfatizavam que viria aquele que nem ele mesmo seria digno de desatar as correias de suas alparcas (Mt 3.11; Mc 1.8). A mensagem de João Batista vinha com a forte ênfase de que o povo se arrependessem dos seus pecados pois o reino de Deus é chegado (Mt 3.2). Indagado pelas pessoas que o ouviam perto do Jordão, João Batista instruiu-lhes que tivessem uma vida correta e digna: "E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois? E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira. E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer? E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado. E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo" (Lc 3:10-14).

II. A Vinda do Messias

A vinda do Messias foi enfatizado como plano de redenção antes da fundação do mundo (Ap 13.8). Reiterado pelo Senhor no Éden (Gn 3.15), e predito por diversos profetas (Is 9.6; Is 42.1-4; 53.1-12; Mq 5.2). O Antigo Testamento apontava para Aquele que é completamente a grandiosa prosperidade em nossas vidas, que é o nosso Senhor Jesus Cristo (Is 60.1-3). Moisés quando refazia a recapitulação das leis no livro de Deuteronômio, menciona que viria um profeta semelhante à ele e à quem devemos escutar tudo quanto ele disser (Dt 18.15; At 3.22). Daniel menciona que o seu reino (o reino de Cristo) jamais teria fim e que sempre existiria (Dn 2.44). Tudo isso podemos comprovar que o Senhor Jesus Cristo já foi prenunciado com grande ênfase dentro do Antigo Testamento para a plenitude dos tempos, por meio de graça e do dom de Deus (Ef 2.8,9; Gl 4.4,5).

III. O Início do Ministério de Jesus

O início do ministério do Senhor Jesus Cristo, se inicia plenamente quando João Batista ao vê-lo chegando perto do Jordão, desejando ser batizado, menciona à todos que Cristo é o Filho de Deus: "No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu" (Jo 1:29,30). Quando o Senhor Jesus Cristo chega à João Batista, o solicita que seja batizado: "Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3.13-17). Depois de seu batismo, o Senhor Jesus Cristo vai para o deserto com o propósito de jejum de 40 dias, para ser tentado pelo Diabo (Mt 4.1-11), e depois disto seleciona os seus discípulos para o seguirem (Mt 4.12-25; Mc 1.14; Lc 5.1-11). O início do ministério do Senhor Jesus Cristo marca-nos uma etapa evidente de que Ele verdadeiramente é o Filho de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).

domingo, 12 de novembro de 2017

Sugestão de Leitura da Semana - Reforma Protestante - História, ensinos e legado, de Gilmar Vieira Chaves



De Leonardo Pereira

Neste ano de 2017 em que se completa os 500 anos da Reforma Protestante, grandes obras tem sido publicadas e republicadas, para conhecimento nosso, acerca do que ocorreu antes, durante e depois da Reforma Protestante, mediante aos feitos dos pré reformadores e dos reformadores. Isto é importante para todos nós, visto que como frutos da reforma que somos depois de muitas lágrimas, orações e martírios pelos que nos antecederam, é extremamente vital  entendermos os feitos do passado para se compreender o presente e o futuro da igreja, a qual o Senhor Jesus Cristo comprou com seu próprio sangue na cruz do calvário (At 20.28). Por isto entre muitas obras teológicas e históricas acerca da reforma, nesta semana recomendamos uma obra que preenche em muito o conhecimento acerca da Reforma Protestante, a biblioteca de todo pastor, membro e estudante da Palavra de Deus.

O livro Reforma Protestante - História, ensinos e legado, escrito pelo pastor Gilmar Vieira Chaves aborda com muita maestria e habilidade na escrita dos capítulos, um conteúdo robusto nos passando precisas e importantes informações concernentes acerca sobre a pré-reforma e os seus efeitos para que chegassem a Reforma Protestante, o desenvolvimento mundial realizado em várias camadas das sociedades e dos países europeus por intermédio da reforma, a teologia propriamente reformada sendo desenvolvida ao longo dos tempos e o progresso da Reforma em nossos dias, buscando cada vez mais busca sempre uma genuína Reforma (Mt 16.18). 

Em tempos de muita pluralidade religiosa e muitos ensinamentos sendo passados e não sendo verificados a luz da Palavra de Deus, um livro que venha nos remeter a Reforma Protestante é de grande necessidade para a igreja hoje, de maneira que possamos com grande confiabilidade nos púlpitos e nas congregações, grandes pregadores, estudiosos da Palavra e membros conhecedores do verdadeiro evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Rm 1.16,17). É um livro que certamente enriquece e abençoa a vida de muitos irmãos em Cristo Jesus.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Comentário Bíblico Mensal: Novembro/2017 - Capítulo 2 - A Prosperidade no Antigo Testamento




Comentarista: Leonardo Pereira

Introdução

Atualmente, em sua maioria extrema, em muitos ensinos e pregações ao redor do Brasil, se fala à respeito da prosperidade do Antigo Testamento, sendo trazida para os dias de hoje como um sentido pleno e válido. Devemos tomar cuidado com os textos e contextos bíblicos que são passados à nós, de modo a que estejamos sempre atentos à saber do que a Palavra do Senhor se trata sobre diferente aspecto (Jo 5.39a). Neste capítulo estudaremos sobre o que à prosperidade bíblica no Antigo Testamento e as mais variadas lições que aprendemos com este ensino. Roguemos ao Senhor que nos conceda uma capacitação bíblica cada vez mais de qualidade para sabermos discernir entre o ensino certo e o errado (Mt 7.21,22).

I. A Prosperidade no Trabalho

Deus abençoou a humanidade para que ela pudesse produzir frutos e viver com o resultado do esforço do qual o Senhor nos concede. Quando o Jardim do Éden foi criado, Ele assim que formou o homem (Gn 1.26,27), o colocou para trabalhar sobre a terra (Gn 2.7,8). Moisés também quando foi mencionado a Lei, cita a importância do trabalho: "seis dias trabalharás" (Ex 20.9; Dt 5.13). É importante que venhamos enfatizar o trabalho, ou a busca do mesmo pois como diz o salmista: "Pois comerás da obra das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem" (Sl 128.2).
Não também devemos esquecer do orfão da viúva e do necessitado, que sempre precisam de ajuda e não tem como, nem aonde recorrer. O Senhor sempre enfatizou a importância de ajudar essas pessoas: "Quando no teu campo colheres a tua colheita, e esqueceres um molho no campo, não tornarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos" (Dt 24.19); "Que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa" (Dt 10.18).; "E não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, o mal contra o seu irmão" (Zc 7.10). Devemos sempre exercer a importância de fazermos o bem à quem mais precise pois há pessoas que necessitam e precisam de nós sempre. O Senhor afirmou que sempre haveria pobres na terra: "Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra" (Dt 15.11).

II. A Prosperidade na Família

A família tem um papel importantíssimo dentro do contexto do Antigo Testamento devido as suas bases instituintes. Em todos os períodos do Antigo Testamento, a família sempre se mostrou uma instituição muito sólida, cumpridora dos desígnios do Senhor, desde o Éden (Gn 1.28), no Egito com Joquebede protegendo o seu pequenino de ser morto e futuramente se tornando o homem que falara com Deus face à face: Moisés (Ex 2.2,3;Dt 34.10). A família tem como sua base, adorar à Deus (Js 24.15), estarem unidos (Sl 128.3), e sempre estarem protegidos e vigilantes com vários perigos que os rondam (Dt 22.8). Deus nos abençoa de modo grandioso visando edificar as nossas famílias de modo que conheçam ao Senhor de geração em geração (Sl 79.13; 90.1). 

III. A Prosperidade na Fidelidade com Deus

A fidelidade ao Senhor é um tema continuamente recorrente desde o Antigo Testamento. Ser fiel, nem sempre é sermos bem-sucedidos ou prósperos, mas é sabermos que o Senhor sempre tem estado conosco (Sl 46.7). É sabermos e entendermos que podemos confiar plenamente no Senhor e rogarmos que tire dúvidas, situações adversas que inundam nossos corações, de nós (Sl 51.7). Ser fiel ao Senhor é reconhecê-lo como Criador do Céu e da Terra (Gn 1.1; Ne 9.6), é amá-lo (Dt 6.5; 10.12) e adorá-lo continuamente (Sl 29.2; 96.9). Essa é a nossa prosperidade além do que vemos e ouvimos!

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Sugestão de Leitura da Semana - O Peregrino, de John Bunyan



De Leonardo Pereira

Grandes obras permanecem em nossas mentes e em nossos corações ao longo dos anos. Muitas obras se tornam imortais e em nossas bibliotecas é recomendação de excelência para os que desejam se aprofundar no conhecimento social, moral e bíblico. Há aquelas obras também que podemos ler e reler quantas vezes pudermos, sempre precisaremos  regressar às suas páginas e vermos a beleza de cada letra ali inserida no texto em apreço.

Entre estas obras se encontra o famoso livro O Peregrino do escritor e pregador puritano John Bunyan (1628-1688). Bunyan escreveu este livro enquanto se encontrava na Prisão Bedford em vários meses no ano de 1675 por amor à pregação da Palavra de Deus (na época era proibido a pregação na Inglaterra, a não ser quem tivesse de acordo com o governo. Bunyan era contra à questão governamental da época em controlar a palavra de Deus e os pregadores genuínos), e a partir de sua publicação em 1678, esta obra é destinada à todas as pessoas de todas as idades e de todas as classes sociais, sejam jovens, sejam idosos, sejam ricos, sejam pobres, esta obra mostra de modo claro a caminhada de um cristão rumo a pátria celestial.

O Peregrino trata da caminhada de um homem chamado cristão em direção a Cidade Celestial. Durante a trajetória deste homem, podemos ver claramente as mais várias etapas e desafios da vida de um cristão na terra, e também podemos perceber a medida que lemos, situações que ocorreu também na vida do autor, John Bunyan. Seu estilo e modo de enfatizar situações que se mostram necessários é de importante buscarmos a compreensão do passado para podermos entender melhor o agora do cristão neste mundo e estes tempos trabalhosos (2 Tm 3.1-5)  e o porvir quando nos encontramos rumo à pátria celeste (Ap 22). O Peregrino, livro emblemático de John Bunyan, sempre nos enriquece de valores morais, éticos e espirituais e inspira cada vez mais, homens e mulheres de Deus, à deixarmos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta; Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus (Hb 12.1,2).

Recomendamos com louvores esta obra maravilhosa de literatura cristã!

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Comentário Bíblico Mensal: Novembro/2017 - Capítulo 1 - O Surgimento da Teologia da Prosperidade



Comentarista: Leonardo Pereira

Introdução

Prezado estudante da Palavra de Deus. Neste mês de novembro de 2017 iniciaremos uma série de estudos focados em estudarmos à respeito do conceito bíblico de prosperidade. Muito tem se falado em prosperidade e bênçãos de maneiras distorcidas e heréticas. Mas o que a Palavra de Deus nos ensina à respeito disto?  Qual o significado da prosperidade Bíblica? Por isso, neste mês estudaremos o tema: A Verdadeira Prosperidade Bíblica - Conhecendo a Verdadeira Prosperidade. O comentarista deste mês é o irmão Leonardo Pereira. Ministro do Evangelho, escritor, articulista, professor de estudos bíblicos e membro da Equipe de Produção Textual do Ministério Evangelho Avivado. Que neste mês, todos nós possamos, com a permissão do Senhor, estudarmos este tema de modo que venhamos conhecer as certezas reais das prosperidades encontradas genuinamente, dentro das Sagradas Escrituras em seus devidos contextos. Ótimos Estudos!

I. Definição da Teologia da Prosperidade

Muito se fala sobre o que é verdadeiramente a Teologia da Prosperidade, mas o que ela de fato é? Um ensino bíblico? Uma Heresia? Certamente muitas dúvidas surgem em nossas vidas quando este assunto entra em pauta principalmente nos dias atuais aonde mais se propaga este ensino de modo diversificado e diluído. Vamos entender um pouco melhor o que é a Teologia da Prosperidade e suas vertentes.
A Teologia da Prosperidade é o estudo sobre a prosperidade divina (vinda do Senhor) que em sua misericórdia e graça, o Senhor Deus, Todo-Poderoso, concede aos seus filhos de modo gracioso e bondoso. A Teologia da Prosperidade bíblica em seu contexto mostra-nos diferentes tipos de prosperidades tanto para o povo de Israel, quanto para a Igreja de Cristo.
Quando falamos ou nos referimos sobre a Teologia da Prosperidade dentro da Palavra do Senhor, estamos nos referindo ao estudo que se concentra de modo textual e contextualizado, sobre os diversos tipos de bênçãos, sejam elas material, espiritual e fisicamente encontrado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (cf. Gn 1.28; 2 Cr 7.14; At 3.19).

II. O Início da Teologia da Prosperidade

A Teologia da Prosperidade biblicamente falando, se iniciou no Jardim do Éden a partir da criação (Gn 1.1) do próprio Senhor, havendo tudo sendo finalizado ele menciona uma ordenança ao homem: " Deus os abençoou e lhes ordenou: “Sede férteis e multiplicai-vos! Povoai e sujeitai toda a terra; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo animal que rasteja sobre a terra!; acrescentou Deus: “Eis que vos dou todas as plantas que nascem por toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes: esse será o vosso alimento" (Gn 1.28,29). Lá no jardim já se iniciava todas as situações maravilhosas a qual o Senhor havia colocado a humanidade, refletindo a Sua majestade e glória. Deus, o criador de todas as coisas em sua misericórdia e graça aprouve à nos abençoar de forma espiritual, moral, material e eticamente.

III. Heresias na Teologia da Prosperidade

A teologia da prosperidade de forma errônea e generalizada como estamos vendo e ouvindo em muitos locais, podemos dizer que se iniciou a partir de uma mulher chamada Mary Baker Eddy (1821-1910), fundadora do movimento chamado "Ciência Cristã". Movimento este que foi resultado da criação de grandes criadores de fundamentos bíblicos errôneos como Essek William Kenyon (1867-1948), que foi o mentor de um dos grandes propagantes das heresias na teologia da prosperidade. Kenneth Hagin (1917-2003) que foi um dos maiores propagadores deste ensino, de modo completamente desvirtuado das Escrituras Sagradas. Na Teologia da Prosperidade, de modo errôneo com misturas de misticismo, paganismo e idolatria, vemos também uma ênfase exacerbada às petições financeiras em troca de milagres, confissão positiva (ensino errôneo no qual menciona que tudo que você confessar com a sua boca, você receberá), ênfases aos ministérios de cura, pregações antropocêntricas, e manifestações estranhas, que não tem como foco a pregação do evangelho genuíno, salvação de almas, e transformação de vidas, no âmbito moral, ético e espiritual. Situações dentro de movimentos heréticos que tem por objetivo "usarem" o Senhor nosso Deus, e que não são provenientes do Senhor. 

IV. A Verdade sobre a Prosperidade Bíblica

A Teologia da Prosperidade é um estudo bíblico que verdadeiramente foca-nos a entendermos um pouco a respeito sobre bênçãos e a oportunidade de sermos cada vez mais gratos ao Senhor. Muitos quando falam em prosperidade bíblica do Antigo Testamento com o Novo Testamento (Mt 5.17). É necessário aprofundarmos na Palavra do Senhor para sabermos o que é a prosperidade para o Novo Testamento, já que a parede entre judeus e gentios foi tirada (Ef 2), e que toda a escritura é inspirada por Deus (2 Tm 3.16,17), e que devemos fazer uma exame apuradíssimo dos textos e dos seus contextos (Jo 5.39). Por isso, devemos à luz da Bíblia Sagrada estudarmos e aprendermos sobre o que a Palavra de Deus nos fala quando se trata de prosperidade bíblica (Jo 10.10,14).