quinta-feira, 30 de maio de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Maio/ 2019 - Capítulo 5 - O Legado de Josué




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Josué 24.14-22

14. Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao Senhor.
15. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.
16. Então respondeu o povo, e disse: Nunca nos aconteça que deixemos ao Senhor para servirmos a outros deuses;
17. Porque o Senhor é o nosso Deus; ele é o que nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da servidão, e o que tem feito estes grandes sinais aos nossos olhos, e nos guardou por todo o caminho que andamos, e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos.
18. E o Senhor expulsou de diante de nós a todos esses povos, até ao amorreu, morador da terra; também nós serviremos ao Senhor, porquanto é nosso Deus.
19. Então Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor, porquanto é Deus santo, é Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados.
20. Se deixardes ao Senhor, e servirdes a deuses estranhos, então ele se tornará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos ter feito o bem.
21. Então disse o povo a Josué: Não, antes ao Senhor serviremos.
22. E Josué disse ao povo: Sois testemunhas contra vós mesmos de que escolhestes ao Senhor, para o servir. E disseram: Somos testemunhas.

Momento Interação

No século 14 a.C., um dos maiores líderes da história de Israel fez seu último discurso desafiador. Depois de ser fiel ajudante de Moisés, Josué aceitou a incumbência divina de conduzir o povo de Israel na chegada e conquista da terra prometida aos seus antepassados, os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. Durante toda sua carreira, Josué foi fiel ao Senhor e dedicado à sua nação. No final da sua vida, ele desafiou a próxima geração a aprender da história e olhar para o futuro, tomando boas decisões. Frisou o papel e a responsabilidade do povo em ouvir as instruções divinas e seguir sua lei. Desse discurso, registrado em Josué 24, aprendemos uma série de considerações importantes para tomar boas decisões.

Bons Estudos!

Introdução

No capítulo 24 do Livro de Josué, vemos de modo abrangente o desfecho final da exortação de Josué a toda nação. Este capítulo nos traz também os últimos momentos do discípulo de Moisés na frente de Israel e consequentemente, mostra também as últimas palavras de Josué ao povo. O capítulo 24 é uma continuidade do capítulo 23 no qual Josué traz ao povo as recordações acerca da provisão, da bondade e da segurança do Senhor por amor ao seu povo (Js 10.42). O teólogo, escritor e educador Myer Pearlman (1898-1942) foi muito bem objetivo na conclusão do Livro de Josué quando diz que "poderíamos fazer um resumo da mensagem de Josué nas palavras conferidas no capítulo 24.15, que diz: De todas as boas promessas do Senhor à nação de Israel, nenhuma delas falhou, todas se cumpriram". O Livro de Josué é um livro de vitória, que de modo histórico, mostra a poderosa mão de Deus sustentando o seu povo em meio as intempéries da vida, e dos muitos desafios que vinham a eles. Mostra também que um genuíno líder é uma pessoa que está sempre de acordo com a vontade do Senhor. A exemplo de Cristo, Josué busca servir ao Senhor e não ser servido. Este livro consiste em um verdadeiro manual de liderança bíblica, mostrando que devemos ser servos do Senhor, e não buscarmos ser servidos. O Livro de Josué é imprescindível para todos nós que buscamos a orientação divina do Senhor através das Escrituras Sagradas em meio a pós-modernidade.

I. O Compromisso de Servir ao Deus Vivo

Os versículos 14 e 15 do capítulo 24 do Livro de Josué traz um forte momento de decisão para aquela nação. Esta decisão não se prosseguiria somente aonde devesse ficar, e a quem deveriam adorar. Mas sim, esta decisão se decorreria para toda eternidade daquela nação: "Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao Senhor. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24.14,15). Rejeitar ao Senhor Deus é condenação completa, moral social, e espiritual. O que aguarda uma pessoa que buscou estar sempre em guerra com o Senhor é o seu destino final, distante de Deus, no lago de fogo e enxofre para todo sempre (Ap 19.20; 20.10). Jesus Cristo disse que haveria maior rigor para as cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum (no território de Israel) do que para Sodoma e Gomorra (territórios gentílicos), por virem e ouvirem as palavras do Senhor Jesus e não as terem recebido (Mt 11.21-24). Aquele momento para Israel era um momento tão decisivo para todos ali presentes, quanto foram para Nínive no período do Profeta Jonas pregando a mensagem do arrependimento (Jn 3). Josué como líder chama a atenção do povo em como deveriam se portar diante do Senhor de acordo com esses versículos: 1) com sinceridade; 2) com verdade; 3) com integridade de coração (abandonando de vez os falsos deuses); e 4) servindo fielmente ao Senhor Deus. Independentemente da escolha do povo, Josué afirmou de maneira categórica que ele e toda a sua casa serviriam ao Senhor (Js 24.15). Que grande exemplo para a Igreja de Cristo e para muitos líderes! Em um período de grandes mudanças familiares e eclesiásticas com o advento das mídias sociais e notícias das mais diversas, devemos nos impor também assim como Josué o fez, afirmar um compromisso objetivo e direto com Senhor colocando a nossa família em suas poderosas mãos.

II. O Concerto do Povo de Israel com o Senhor

Podemos dizer certamente que pelo contexto do capítulo 24, Josué pregou um poderoso sermão a nação de Israel, com uma mensagem totalmente teocêntrica. Esta mensagem causou impacto aos que ali estavam. A vitória do povo hebreu não se concentrou somente nas lutas ou através delas, mas sim, em voltarem-se para o Senhor Deus de Israel em um momento de crise social, moral e espiritual. Esta situação só foi resolvida quando a consciência do povo com retidão e gratidão, reconhece ao Senhor e concede-Lhe glórias e honras por tudo que tem feito a nação. Isso mostra que devemos sempre nos examinar, de tal maneira que não venhamos a estar reprovados por Deus. O povo depois da mensagem proclama que o Senhor é que os dirige e os guia pois Ele é o Deus de Israel conforme observamos no relato sagrado: "Então respondeu o povo, e disse: Nunca nos aconteça que deixemos ao Senhor para servirmos a outros deuses; Porque o Senhor é o nosso Deus; ele é o que nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da servidão, e o que tem feito estes grandes sinais aos nossos olhos, e nos guardou por todo o caminho que andamos, e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos. E o Senhor expulsou de diante de nós a todos esses povos, até ao amorreu, morador da terra; também nós serviremos ao Senhor, porquanto é nosso Deus" (Js 24.16-18). A nação brasileira passa por um forte momento difícil. Diversas crises estão sendo instaladas nesta nação aonde muitos se recusam a voltarem-se para Deus querendo resolvidas as soluções de vida no presente mundo. Isto se deve fundamentalmente por um país que tem se desviado dos caminhos do Senhor e seguido por caminhos de abismo (Sl 42.7). Corrupções, traições, ganância, busca por poder, ingratidão, avareza, obstinação de muitos, injustiça, insensibilidade, indiferença para com as coisas de Deus, de maneira triste e lamentável, tem sido as marcas do Brasil neste século XXI. Oremos a Deus para que nos conceda a graça de vermos uma nação restaurada, pela sua poderosa palavra, conforme o fez no período de Josué (Js 1.1-8).

III. A Morte de Josué e de Eleazar

Todo momento em nossas vidas aqui nesta terra tem uma carreira a ser completa e não foi diferente com Josué e com Eleazar, filho de Arão, Sumo Sacerdote. Os escritos sagrados deixam registrados sobre a memória de ambos não com um biografia de tristeza, nem um relato de aflição para a nação, mas sim, como uma belíssima história de vida, de conduta e de extrema dedicação ao Deus de Israel: "E depois destas coisas sucedeu que Josué, filho de Num, servo do Senhor, faleceu, com idade de cento e dez anos. E sepultaram-no no termo da sua herança, em Timnate-Sera, que está no monte de Efraim, para o norte do monte de Gaás. Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram muito tempo depois de Josué, e que sabiam todas as obras que o Senhor tinha feito a Israel. Também os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egito, foram enterrados em Siquém, naquela parte do campo que Jacó comprara aos filhos de Hemor, pai de Siquém, por cem peças de prata, e que se tornara herança dos filhos de José. Faleceu também Eleazar, filho de Arão, e o sepultaram no outeiro de Finéias, seu filho, que lhe fora dado na montanha de Efraim" (Js 24.29-33). O relato especifica os momentos do falecimento de Josué e Eleazar como grandes homens de Deus separados, escolhidos para cumprirem o chamado de liderança e de sacerdócio. Não podemos nos esquecer também que os ossos de José (Êx 13.19), foram enterrados em Siquém como prova de que o antigo governador do Egito queria ser participante da terra (Gn 50.25) a qual o Senhor concedeu aos israelitas (Js 24.32). Josué morre na terra como líder, mas parte para a glória como um salvo por meio do Senhor e Salvador Jesus Cristo. A vida do cristão consiste em permanecer fiel ao Senhor até o fim (Mt 24.15), crendo plenamente no nome do Senhor Jesus que é poderoso para nos conservar até o seu grande dia, conforme as palavras do apóstolo Paulo: "Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia" (2 Tm 1.12).

IV. Começando Bem - Concluindo Bem

A carreira cristã é como uma grande maratona, na qual devemos estar prontos para irmos até o fim (1 Co 9.24,25). Diferente da maratona na qual muitos buscam os louros da vitória e da coroa corruptível, nós buscamos a Jerusalém Celeste e a coroa incorruptível (1 Co 9.26,27). Paulo exemplificou muito bem isso quando em suas últimas palavras na sua segunda epístola a Timóteo, o apóstolo dos gentios mostra que é necessário estarmos firmes e resistentes até o último segundo aqui na terra: "Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda" (2 Tm 4.6-8). O cristão enquanto viver nesta terra passará por lutas, tristezas, angústias, desafios, doenças, aflições sociais, morais, éticas espirituais, financeiras e muito mais. Não estamos isentos de passarmos por aflições das quais muitas vezes, Satanás venha estar sempre ao nosso derredor para nos afligir (1 Pe 5.8). Não basta começarmos bem; temos de buscar continuarmos na excelente caminhada até o fim. Não somos perfeitos, mas busquemos no Senhor a excelência de um viver transformado e renovado por meio do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Gl 2.20) que sempre está perto de todos nós (At 17.27).

Conclusão

O Livro de Josué é um livro que contém riquíssimas lições para o povo de Deus. O conteúdo deste livro está enraizado em um grande relacionamento de fé e fidelidade com o Senhor, mostrando a Igreja como devemos nos relacionar com Deus e como vivermos uma verdadeira vida cristã. Josué aos pés de Moisés, aplicou-se em aprender toda a Lei de Deus, para assim estar aos pés do Senhor para serví-lo em espírito e em verdade. Josué assim como muitos personagens do Antigo Testamento, faz parte de uma galeria de homens e de mulheres de Deus que, apesar dos momentos mais difíceis e desafiadores que tiveram de passar, não deixaram de confiar no Senhor, seguindo em frente, puderam ver e ouvir as gloriosas maravilhas do Senhor. Assim como Josué e todo o povo de Israel em sua época, hoje a Igreja de Cristo pode seguir firmemente a recomendação do autor da Epístola aos Hebreus que diz: "Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa; Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu" (Hb 10.22,23).

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Maio/2019 - Capítulo 4 - A Mensagem de Josué ao Povo de Israel




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Josué 23.2-11

2. Chamou Josué a todo o Israel, aos seus anciãos, e aos seus cabeças, e aos seus juízes, e aos seus oficiais, e disse-lhes: Eu já sou velho e entrado em dias,
3. E vós já tendes visto tudo quanto o Senhor vosso Deus fez a todas estas nações por causa de vós; porque o Senhor vosso Deus é que tem pelejado por vós.
4. Vede que vos reparti por sorte, em herança às vossas tribos, estas nações que restam, bem como as nações que tenho destruído, desde o Jordão até o grande mar para o pôr-do-sol.
5. E o Senhor vosso Deus as impelirá, e as expelirá de diante de vós; e vós possuireis a sua terra, como o Senhor vosso Deus vos tem prometido.
6. Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés; para que dele não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda;
7. Para que não entreis no meio destas nações que ainda ficam convosco; e dos nomes de seus deuses não façais menção, nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem a eles vos inclineis,
8. Mas ao Senhor vosso Deus vos apegareis, como fizestes até o dia de hoje;
9. Pois o Senhor expulsou de diante de vós grandes e fortes nações; e, quanto a vós, ninguém vos tem podido resistir, até o dia de hoje.
10. Um só homem dentre vós perseguirá a mil; pois é o Senhor vosso Deus que peleja por vós, como já vos tem falado.
11. Portanto, guardai diligentemente as vossas almas, para amardes ao Senhor vosso Deus.

Momento Interação

Prezados estudantes da Palavra de Deus. Estamos chegando, finalmente ao fim, desta maravilhosa jornada de Josué toda registrada por ele mesmo, conforme se vê de modo objetivo no capítulo 24 do Livro de Josué. Neste último capítulo do Comentário Bíblico Mensal, veremos Josué renovando a aliança com o povo de Israel e a sua morte com 110 anos de vida. Deus tem demonstrado de diversas maneiras sua fidelidade às suas promessas e o povo, apesar deles mesmos, tem se mostrado disposto a cumprir a sua parte, embora ainda não completamente por que ficou para trás muitas terras e povos para serem expulsos. Josué, em seu último momento de liderança, reúne todas as tribos em Siquém e chama os anciãos, os seus cabeças, os seus juízes, os seus oficiais. Todos estavam ali se apresentando diante de Deus e Josué começa sua pregação da palavra de Deus ao povo de Deus.
Bons estudos!

Introdução

A mensagem de Josué ao povo de Israel naquele momento consistia em ser uma exortação, repreensão, recordação e restauração (Js 24.1-6). A nação israelita ainda tinha muitas terras a serem conquistadas e chegaram a um momento que resolveram deixar as coisas ficarem como está e ir viverem as suas vidas de uma maneira que eles não estavam mais enxergando os planos do Senhor para as suas vidas querendo não mais prosseguirem nos caminhos de Deus. Com isso, Josué convocou a nação para lhes passarem uma mensagem que trouxessem a tona para todos eles uma recordação da manifestação amorosa e milagrosa do Senhor pelo que fizeram em suas vidas, antes durante e depois de terem cruzado o Rio Jordão.

A semelhança de Josué, somos nós hoje exortados pelo Senhor, para que voltemos a nossa memória em tudo aquilo que o Senhor fez por nós durante a trajetória de nossas vidas, de tal maneira que não caiamos nos caminhos arenosos do mundo, e não iremos ir nem para a direita, nem para a esquerda. A mensagem do líder Josué ao povo de Israel é tão atual hoje quanto o foi em sua época, e isso nos traz excelente lições de como devemos nos portar verdadeiramente como povo de Deus, atuante, viva e triunfante nesta terra, cumprindo sempre o seu poderoso querer.

I. A Mensagem de Josué

Logo após uma parte das tribos de Israel terem prosseguido na conquista das terras ao qual lhes pertenciam por direito, uma parte das tribos de Israel edificaram um altar em Canaã, algo que não lhes eram permitido fazerem, pois ali não era o momento, a condição, o local e o ambiente propício para que ali fizesse este altar, visto que ao tudo indica, um altar de sacrifício (Js 22.1-26), e que o verdadeiro altar dedicado ao Senhor, com o Tabernáculo, se encontravam em Siló (Js 18.1-10). Josué estando chegando a uma idade muito avançada (Js 23.1), ele convoca toda a nação para para lhes dizerem uma mensagem teocêntrica. A mensagem de Josué se compara a um sermão bíblico que tem como propósito ser bastante objetivo com o povo ante ao compromisso de estarem firmes com o Senhor e com a sua Palavra. Israel estava passando naquele momento por um forte período de transação de gerações e era necessário uma palavra a todos presentes. Em um período como o nosso com grandes conflitos de gerações, são necessários homens e mulheres de Deus presente e ativos na obra do Senhor, transmitindo-nos uma poderosa mensagem exortativa que nos coloquem na vocação da qual o Senhor nos tem chamado (Ef 4.1).

II. A Exortação a Guardar a Palavra de Deus

A síntese dos últimos capítulos do Livro de Josué e da mensagem de Josué a toda nação de Israel do início ao fim é conservar, guardar a Palavra de Deus em nossas vidas. Podemos conferir no Livro de Josué que do começo ao término, a Palavra do Senhor foi a ênfase magna que rege este livro. Com a mensagem para toda Israel Josué não foi diferente. Ele começa com uma reflexão para toda a Israel como um filme nos olhos, mostrando a eles tudo o que o Senhor tem feito por eles, conservando-os, guardando-os e fortalecendo a cada um deles. Josué passa ao povo que o Senhor constantemente tem livrado o seu povo do mal, e que por isso, jamais eles deveriam dar as costas para Deus em momento algum. Trazendo a tona todos estes eventos, o discípulo de Moisés afirma que eles deveriam guardar a Palavra de Deus em suas vidas: "Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés; para que dele não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda" (Js 23.6). Um dos grandes males do presente século é a insensibilidade com as coisas de Deus, e a ingratidão. Devemos nós tomarmos muito cuidado para que tais sentimentos não venham crescer no viver cotidiano. E a base principal para termos um viver regado pelo poder e conhecimento do Senhor, se encontra nas Escrituras Sagradas, pois ela não nos deixa irmos nem para a esquerda, nem para a direita em momento algum.

III. Trazendo a Memória o que o Senhor Fez por Israel

Josué no capítulo 23 do livro que leva o seu nome, exorta ao povo de Israel que todos tenham um genuíno compromisso com Deus. Diferentemente do que prega e ensina hoje muitas doutrinas heréticas sobre curas e bênçãos, este compromisso é levado muito à sério por um Deus Todo-Poderoso que almeja a santidade e a purificação do seu povo, buscando sempre um relacionamento real com Israel. Este fato deve-se por um período de misturas, doutrinas e de povos que ainda habitavam naquela terra. Josué compreendeu certamente e guiado pelo Espírito de Deus, sabia que era o melhor momento possível para falar ao povo sobre o compromisso com Deus. Conforme dito, ele trouxe a memória no capítulo eventos que ocorreram durante as conquistas de Israel (Js 13.2,6; 18.11), como a promessa basilar do Senhor sobre a posse daquela terra (Êx 23.30). Era o momento de o povo tomar uma importante decisão: seguir ao Senhor ou seguir os deuses estranhos? O Senhor jamais permitirá que a sua glória seja dividida (Is 42.8), e Israel com a mensagem de Josué estava observando isso muito bem.

Conclusão

Deus é plenamente santo com a divina pureza e divina santidade. Jamais permitirá que algo impuro, indigno, e infiel fique durante a sua presença. Josué diz ao povo sobre os efeitos de desobedecerem ao Senhor em meio aquelas conquistas e buscarem práticas pecaminosas que o afrontem (Js 23.13-16). Contudo, quando se voltarem para o Senhor, Ele os abençoará, os dirigindo por um caminho reto, sincero e verdadeiro: "Mas ao Senhor vosso Deus vos apegareis, como fizestes até o dia de hoje; Pois o Senhor expulsou de diante de vós grandes e fortes nações; e, quanto a vós, ninguém vos tem podido resistir, até o dia de hoje. Um só homem dentre vós perseguirá a mil; pois é o Senhor vosso Deus que peleja por vós, como já vos tem falado. Portanto, guardai diligentemente as vossas almas, para amardes ao Senhor vosso Deus" (Js 23.8-11).

sábado, 18 de maio de 2019

Passos para se estudar a Bíblia Sagrada




Por Leonardo Pereira



O conhecimento das Escrituras não decorre de uma leitura bíblica esporádica e eventual. Brota de um esforço dedicado e planejado. Você pode conhecer as Escrituras, mas tem que se esforçar. Há muitos fatores em jogo no estudo eficaz da Bíblia. Neste artigo, trataremos resumidamente de alguns deles.

1. Creia que a Bíblia pode ser entendida. Os homens que registraram a Bíblia sem dúvida achavam estar escrevendo para que as pessoas pudessem entender (Lc 1.1-4; Ef 3.3,4; 1 Jo 5.13). Você está começando a estudar um livro escrito pelo seu Criador. Se há alguém que possa se comunicar com você, esse alguém é Deus.

2. Seja comprometido no Estudo Bíblico. O estudo bíblico bem-sucedido sempre começa com um comprometimento. Para entender a palavra de Deus, você deve verdadeiramente desejar os seus ensinamentos (Jo 7.17). Isso significa uma determinação infalível com o estudo da Bíblia. Querer estudar é tão importante quanto o próprio estudo em si. Muitas pessoas lêem a Bíblia; poucas a estudam.

3. Prepare-se para o estudo da Bíblia. Em muitos aspectos, o estudo eficaz da Bíblia se assemelha ao estudo eficaz de qualquer outro livro. Devemos estudá-lo de modo lógico e sistemático. Os bons estudiosos da Bíblia planejam o que vão estudar, tendo tempo e lugar fixos para estudar. Estabelecem alvos específicos e decidem quanto tempo gastarão nesse ou naquele livro ou assunto e o que esperam realizar em determinado estudo. O estabelecimento de alvos é muito importante. O preparo também implica o elemento adicional da oração, pedindo a sabedoria do alto (Tg 1.5). Peça a ajuda de Deus em seu estudo. Ele o ajudará se realmente desejar saber e cumprir a sua vontade.

4. Termine o que começou. Uma vez que você tenha-se preparado para estudar e já estabeleceu os seus alvos, vá até o fim no seu plano. Entenda que você está realizando um projeto que terá implicações para toda a vida. O bom conhecimento bíblico não se adquire em poucas semanas ou meses. As pessoas que são “fortes nas Escrituras” gastaram anos no estudo bíblico aplicado e acompanhado por oração.

5. Busque ajuda em seu estudo. Os bons alunos da Bíblia buscam a contribuição de outras pessoas, principalmente no começo e no caso de livros ou temas mais difíceis. Os irmãos em Cristo estão sempre dispostos a ajudar os outros irmãos a ter um conhecimento melhor da verdade. Há também bons recursos básicos para o estudo bíblico que serão úteis por toda a vida. As concordâncias, os dicionários da Bíblia, as introduções aos livros da Bíblia e os atlas bíblicos são todos bastante úteis. Esteja disposto a investir neles. Você não se arrependerá.

6. Ponha em prática o que aprender. Talvez o elemento mais importante do estudo bíblico bem-sucedido é o anseio de colocar em prática o que se aprende. Você não aprende devidamente as Escrituras enquanto você não se comprometer a fazer tudo o que elas dizem. É inútil estudar a Bíblia só pelo conhecimento bíblico em si. O estudo da Bíblia com o objetivo de transformar a vida é a busca mais valiosa que o homem conhece. Tenha a coragem de mudar a sua vida para ser padronizada pela vontade de Deus. Então, você realmente será um bom estudioso da Bíblia.


Referências:

Antonio Gilberto. A Bíblia Através dos Séculos. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

Augustus Nicodemus Lopes. A Bíblia e seus Intérpretes. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.

Elinaldo Renovato. Deus e a Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

Gilmar Vieira Chaves. Temas Centrais da Fé Cristã. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2015.

Matheus Gonçalves. Conhecendo o Deus da Bíblia. São Paulo: Evangelho Avivado, 2017.

Myer Pearlman. Através da Bíblia - Livro por Livro. São Paulo: Editora Vida, 2008.




quinta-feira, 16 de maio de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Maio/2019 - Capítulo 3 - As Batalhas do Povo de Israel na Conquista da Terra Prometida




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Josué 6.6-20

6. Então Josué, filho de Num, chamou aos sacerdotes e disse-lhes: Levai a arca da aliança; e sete sacerdotes levem sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor.
7. E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da arca do Senhor.
8. E assim foi que, como Josué dissera ao povo, os sete sacerdotes, levando as sete buzinas de carneiros diante do Senhor, passaram e tocaram as buzinas; e a arca da aliança do Senhor os seguia.
9. E os homens armados iam adiante dos sacerdotes, que tocavam as buzinas; e a retaguarda seguia após a arca; andando e tocando as buzinas iam os sacerdotes.
10. Porém ao povo Josué tinha dado ordem, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca até ao dia que eu vos diga: Gritai. Então gritareis.
11. E fez a arca do Senhor rodear a cidade, contornando-a uma vez; e entraram no arraial, e ali passaram a noite.
12. Depois Josué se levantou de madrugada, e os sacerdotes levaram a arca do Senhor.
13. E os sete sacerdotes, que levavam as sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor, iam andando, e tocavam as buzinas, e os homens armados iam adiante deles e a retaguarda seguia atrás da arca do Senhor; os sacerdotes iam andando e tocando as buzinas.
14. Assim rodearam outra vez a cidade no segundo dia e voltaram para o arraial; e assim fizeram seis dias.
15. E sucedeu que, ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; naquele dia somente rodearam a cidade sete vezes.
16. E sucedeu que, tocando os sacerdotes pela sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos tem dado a cidade.
17. Porém a cidade será anátema ao Senhor, ela e tudo quanto houver nela; somente a prostituta Raabe viverá; ela e todos os que com ela estiverem em casa; porquanto escondeu os mensageiros que enviamos.
18. Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis.
19. Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal, e de ferro são consagrados ao Senhor; irão ao tesouro do Senhor.
20. Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande brado; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada um em frente de si, e tomaram a cidade.

Momento Interação

Após a morte de Moisés, Josué foi encarregado com o trabalho de guiar os israelitas na próxima fase do desenvolvimento da nação. Sob sua liderança, o povo tomou posse da terra de Canaã e, desta maneira, Deus cumpriu mais uma parte da promessa feita a Abraão (Gn 12.3). A grande nação constituída na saída do Egito recebeu a herança prometida. 

O homem destacado no livro de Josué servira como auxiliar de Moisés durante a jornada do povo no deserto e se destacou como guerreiro valente e homem de fé. Josué e Calebe foram os únicos dois dos doze homens enviados numa missão de reconhecimento que acreditavam na promessa de Deus, e foram os únicos daquela geração admitidos à terra. Por isso, as conquistas na Terra prometida, e as mais diversas situações que se seguem são a base do nosso estudo bíblico de hoje.

Bons estudos!

Introdução

Os diversos desafios e provações que Israel teve que passar durante as conquistas da Terra Prometida sem dúvida alguma, uma grande prova de fé, obediência e comunhão a Deus. Não obstante, muitos momentos houve vitórias e lágrimas, provações e conquistas. A vida do povo de Israel não foi fácil, mas sempre demonstrou confiança no Senhor e reiteradas vezes demonstrou isso combatendo a maldade e o pecado no meio do arraial quando o Senhor os denunciava o erro de alguém no meio deles. A vida de uma pessoa pode não ser perfeita ou sempre alegre, mas, sempre contará com o auxílio do Senhor para se viver da melhor forma possível enquanto aqui viver. Neste capítulo, estudaremos sobre as conquistas do povo de Israel sobre Jericó e as outras nações, sobre o pecado e como isso afetou grandemente a Josué e a todo o povo de Israel, e como se deu as repartições das terras conquistas para as tribos da nação procedente de Abraão.

I. A Conquista de Jericó

A conquista de Israel sobre a cidade de Jericó se mostra um momento muito importante não somente para Israel, como também para a Igreja de Cristo. A conquista de Jericó se passa por muitas etapas com a intervenção divina do Senhor em conceder a vitória ao seu povo. Começava ali naquela cidade as conquistas que se decorrem durante todo o livro de Josué. Antes da invasão de Israel a Jericó, Josué enviou dois espias com o intuito de ali observarem a terra e trazer informações importantes sobre a região, cidadãos, tudo o que seria imprescindível para uma luta contra Jericó. Raabe, a meretriz, que já mencionara antes que sabia que o Senhor já os tinham entregado aquela cidade (Js 2.9) se propôs em auxiliar aos espias na condição de que no momento da invasão da Israel a derrubada de Jericó, eles poupassem a sua vida e a vida de sua família, que deveriam estar dentro da casa de Raabe, com o cordão escarlate posto na janela de sua casa (Js 2.10-14). Tendo os espias retornado aonde  a nação de Israel se encontrava e relatado tudo da missão dada por Josué acerca do que presenciaram na cidade, e confirmado que aquela terra o Senhor os entregara nas mãos de Josué e de Israel, com a intervenção divina do Senhor trabalhando em prol dos israelitas e cumprindo fielmente a sua promessa dando-lhes a terra prometida para ser conquistada, Israel obedecendo fielmente as ordens de Deus, invade a cidade e a conquistam, não por braço forte ou por armas, mas pela graça, benevolência e misericórdia do Senhor Deus de Israel (Js 6.10-21). 

II. O Pecado de Acã

No capítulo 7 e 8 do livro de Josué, nós presenciamos nas Escrituras Sagradas um testemunho muito trágico sobre os efeitos do pecado no meio de uma nação e as malícias que os afetam, e depois das conquistas de Jericó, este homem passaria a ser de um servo do Senhor a um perturbador de Israel.  Acã é um personagem que entra para a história de Israel e da Igreja de Cristo.

Acã foi um israelita que desobedeceu a Deus, no tempo de Josué. Ele roubou coisas destinadas à destruição e trouxe condenação sobre Israel. Na primeira batalha dos israelitas na terra prometida, Deus mandou destruir todos os despojos (Js 6.17-19). Essa era uma guerra santa, para cumprir a vontade de Deus; o objetivo não era matar para ficar rico. Ao entregar todos os despojos da primeira batalha a Deus, os israelitas consagrariam sua missão a Deus. Josué e os israelitas destruíram Jericó e fizeram como Deus tinha ordenado: mataram todas as pessoas e animais, queimaram a cidade com fogo e entregaram todos os metais ao santuário de Deus. Mas uma pessoa desobedeceu – Acã. Em Jericó Acã viu uma capa bonita, algum ouro e prata e decidiu ficar com eles. Ele levou tudo para sua tenda e escondeu o que tinha feito (Js 7.20-21). Mas Deus viu e ficou muito zangado.

A segunda batalha que os israelitas travaram foi contra uma cidade pequena, muito mais fácil de conquistar que Jericó. Mas os israelitas perderam a batalha e 36 homens morreram. Quando Josué perguntou a razão a Deus, Ele respondeu que os israelitas tinham pecado contra Ele, ficando com coisas consagradas para a destruição (Js 7.10-12). Para consertar a situação, os israelitas teriam de destruir os objetos roubados e o ladrão. Para revelar quem tinha cometido o pecado, Deus ordenou que os israelitas se santificassem. No dia seguinte, cada tribo se apresentou diante de Deus e a tribo de Judá foi sorteada. De entre a tribo de Judá, o clã e a família de Acã foram escolhidos (Js 7.18-19). Finalmente, a sorte caiu sobre Acã, que confessou seu pecado e revelou onde os objetos roubados estavam escondidos. 

Então os israelitas pegaram em Acã e em todos os seus filhos e filhas e os apedrejaram. Eles queimaram os corpos, os objetos roubados e tudo que pertencia a Acã (Js 7.25-26). Os israelitas se mantiveram fiéis a Deus e, depois desse incidente, conseguiram vencer seus inimigos.

O pecado de Acã foi a cobiça. Ele viu a prata, o ouro e a capa e não resistiu ao desejo de os roubar. Mas Acã não estava apenas roubando de um inimigo. Tudo que estava em Jericó estava consagrado a Deus. Ao roubar alguns objetos, Acã desobedeceu a Deus. O pecado de Acã teve consequências muito graves. 36 pessoas morreram! De acordo com a Lei, tudo que tocasse em algo impuro também se tornava impuro (Nm 19.22). Assim, Acã contaminou sua família, que também sofreu as consequências. O pecado escondido de Acã trouxe muita desgraça.

III. As Conquistas de Israel sobre as Diversas Tribos

Do capítulo sete em diante no Livro de Josué (Js 7-12) nós temos um grande relato das conquistas que o povo de Israel durante a progressividade em adentrar na Terra Prometida. Capítulos 7 a 12 falam da conquista do país, começando com o sul, passando para o norte e, depois, apresentando um resumo da campanha da conquista, incluindo as terras conquistadas na Transjordânia antes da morte de Moisés. É muito importante reconhecermos e crermos que durante toda a trajetória da nação de Israel em meio as conquistas, Deus foi o principal responsável pela retomada das terras para serem outorgadas a nação de Abraão, conforme a promessa do Senhor feita a ele (Gn 12.1-3). Não fosse o Senhor, nem mesmo Israel subsistiria para termos este livro de Josué sendo mostrado a todos nós a intervenção divina em favor do seu povo.

Estas conquistas na Terra Prometida  representam fielmente a manifestação da misericórdia e da graça de Deus em não deixar o seu povo perecer, e sempre encorajá-los a seguir no caminho que os tem direcionado. Por mais astuto e perito em guerras que sejam Josué e Calebe, e por mais que sejam numerosos que sejam os guerreiros hebreus dispostos a enfrentar os adversários, sem o Senhor não poderiam fazer, nem mesmo estarem vivos para verem e entrarem na Terra Prometida. Não fora a intervenção do Senhor, o Livro de Josué não seria escrito. Teria sido mais uma história de um povo que foi apagado como poeira sendo levado pelo vento.

Hoje, com o forte advento da Teologia da Prosperidade e de inúmeras outras campanhas com muitos adeptos outorgando para sim as bênçãos de Deus e muitas vezes jamais agradecendo ao Senhor se considerando para si o portador da bênção, creem infelizmente que por sí mesmas podem chegar a algum lugar ou fazer algo. As conquistas na Terra Prometida avançando desde o sul indo em direção ao norte servem-nos de grande lição para que sempre reconheçamos e nos humilhemos diante da soberania e da supremacia do Deus Altíssimo. Sem o Senhor, nada podemos fazer e de forma alguma, chegaremos a algum lugar.

IV. As Repartições das Terras ao Povo de Israel

Os capítulos 13 a 22 do Livro de Josué registram sobre a divisão da terra entre as tribos de Israel, destacando o estabelecimento das cidades dos levitas e, entre elas, as cidades de refúgio. Esta porção das Escrituras Sagradas é de suma importância e preciosidade pois aqui está a síntese do cumprimento da promessa do Senhor a Abraão. Ainda havia muita terra a ser conquistada, inimigos a serem vencidos e pecados que deveriam ser deixados. Estas repartições servem de um forma de organização das tribos em uma unidade partidária. Isso significa que as tribos teriam as suas terras conforme as promessas do Senhor mencionadas através de Moisés conforme nós encontramos no livro de Deuteronômio capítulos 2-4; 29. 

A história dos israelitas ensina que eles falharam em sua conquista porque deixaram de eliminar completamente os habitantes de Canaã. A presença dos que ficaram na terra tornou-se um foco de infecção e impurezas, perturbando seriamente a paz interna no país. É um perigo que também corremos, se não eliminarmos o pecado completamente das nossas vidas, e que poderá ter conseqüências desastrosas para nossa vida espiritual. Em linhas gerais, a distribuição foi feita da seguinte forma:

A tribo de Levi não recebeu um território como herança, como as demais tribos. Sua função era o serviço de Deus no templo, e a instrução do povo na lei de Deus. Cada tribo lhes deu cidades para morar em proporção com o seu próprio território, e pastagens em volta para os seus animais (Js 13.14; 21). Recebeu ao todo 48 cidades.

As tribos de Rúbem e Gade, bem como metade da tribo de Manassés já haviam recebido de Moisés seu território ao oriente do rio Jordão (Nm 32).

As tribos de Judá, Efraim e a outra metade da tribo de Manassés receberam o território que lhes havia sido concedido por Jacó como herança, 450 anos antes (Gn 48.22; Js 15-17).

Os territórios das tribos restantes foram determinados através de sorteio (Js 18).

O tipo de território que cada tribo deveria receber havia sido definido por Jacó, em função do caráter de seus filhos (Gn 49) e por Moisés (Dt  33). Essas descrições foram proféticas, pois coincidiram com as características dos territórios designados ou sorteados para cada tribo.

As cidades de refúgio aparecem na narrativa bíblica do Antigo Testamento e despertam a curiosidade e algumas pessoas. As principais referência acerca das cidades de refúgio são encontrada nos livros de Números (Nm 35.9-34) e Josué (Js 20.1-9). As cidades de refúgio serviam como um tipo de asilo para os homicidas. Entretanto, havia uma restrição clara em relação ao tipo de homicídio. Só podia recorrer ao recurso das cidades de refúgio, a pessoa que, sem intenção (crime culposo), tirasse a vida de alguém (Nm 35.15). Em caso de assassinato intencional (crime doloso), o assassino não tinha qualquer direito de partir para as cidades de refúgio, devendo então ser morto por conta do crime cometido. Em Números 35.16-23, encontramos os critérios que ajudavam a determinar quando um crime era intencional e quando era involuntário. O próprio Deus foi quem cuidou dos detalhes de localização de cada uma das seis cidades de refúgio (indicamos o nome de cada uma delas abaixo). A localização geográfica era estratégica: três do lado leste do rio Jordão e três na terra de Canaã (Nm 35.13). Quando o Senhor entregou Canaã aos Hebreus, Ele ordenou que a terra fosse dividia em três partes, e cada parte deveria escolher uma cidade de refúgio (Dt 19.2-3). Assim, foram instituídas as três primeiras: BEZER, RAMOTE e GOLÃ.


Conclusão

Tanto as repartições das terra, quanto a importância das cidades de refúgio servem como referenciais para uma vida cristã no poder do Espírito Santo de Deus. Temor e tremor devem sempre fazer parte do nosso cotidiano pois o padrão de ser um seguidor de Cristo, de um verdadeiro discípulo, se encontra em sua conduta e da forma que lidamos prudentemente com as coisas do Senhor. Andar prudentemente nos caminhos de maneira ordenada e reta faz de nós exemplos para este mundo decaído. Devemos sempre buscarmos ser o sal da terra e a luz do mundo. Isso só sera possível quando verdadeiramente confiarmos no Senhor pois somente Ele poderá lutar as nossas batalhas. Somos verdadeiramente e totalmente, dependentes de Deus.

sábado, 11 de maio de 2019

Os Perigos do Movimento Neopentecostal




Por Leonardo Pereira


Doutrinas estranhas, sempre povoaram a Igreja, ao longo de sua história. Temos visto atualmente no seio das Igrejas evangélicas, uma gama, extensa de ensinamentos, comportamentos e toda sorte de modismo. Todos eles, anti bíblicos. O que preocupa, é, porque muitas pessoas, são enganadas por estas falsas doutrinas, sem ao menos se preocupar em confronta-las com os ensinamentos de Cristo e da palavra de Deus.

A bíblia nos alerta, em vários, textos (Mt 24.11; Mc 11.22; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1; 1 Tm 4.1), que isso aconteceria. Por isso precisamos fazer como os Bereanos. Ouvir tudo, mas reter o que é bom. Para filtrarmos bem o que é bíblico, do que é falso ensinamento, precisamos manejar bem, a Palavra de Deus. João 8.32, diz: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

Heresia - Uma Palavra Perigosa

Não podemos aceitar nenhum ensinamento que fira os princípios bíblicos. Isto corrompe as bases de nossa fé e nos afasta dos verdadeiros ensinamentos, da palavra de Deus. Muitas das heresias surgem das mensagens, até mesmo, de muitos pregadores conhecidos. Surgem também através de louvores antropocêntricos, fora do contexto bíblico. Surgem também por intermédio de comportamentos adotados, estranhos ao que é bíblico.

Erros de uma Mensagem Neopentecostal

1. Alegorização das Escrituras: Ex: certo pregador, ensinava que os Jebuseus, Heteus e Amorreus (Dt 7.1; 20.17; Js 3.10), simbolizam, o diabo, a carne e o mundo. Em outra situação, o pregador ensinava, que os amigos do paralitico, levado, até Jesus, simbolizavam, amor, compaixão, misericórdia e companheirismo. São erros grosseiros. Sempre devemos nos prender tão somente ao texto, para evitarmos, erros, como estes.

2. Falta de conhecimento, das regras da Hermenêutica. 

3. Exageros nas expressões coloquias e chavões: Recebaaa!! Jovém solteiro é treva! OOh Glória!! Queeeimaaaa! Entre outros.

4. A miscigenação de textos bíblicos com textos bíblicos fora de contexto: o pregador, usa muitas vezes um versículo isolado, e o distorce completamente. 

5. A forte enfase na satisfação das necessidades humanas: à todo custo, o pregador, que convencer os ouvintes, que eles não podem se satisfazer com pouco. Tem que ser cabeça! Tem que ser rico, bem sucedido etc...(onde está isto na bíblia?) Olhe a vida dos apóstolos. 

6. Ausência das principais doutrinas, como salvação pela graça, perdão dos pecados e vida eterna. 

7 - Ausência do evangelho, Entre tantos outros ensinamentos, que não são bíblicos.


A Teologia da Cruz

A teologia da Cruz, não precisa de acréscimos. Os fariseus convertidos queriam que, além da doutrina da redenção, se acrescentassem alguns preceitos essenciais ao judaísmo, como a circuncisão no seio da Igreja. Paulo então, os advertiu: Eu porém irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que sou perseguido? Logo o escanda-lo da cruz está aniquilado. Porque vós, irmãos,  fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne" (Gl  5.11,13).

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Maio/2019 - Capítulo 2 - Chegou o Momento de Cruzar o Jordão




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Josué 3.5-17

5. Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós.
6. E falou Josué aos sacerdotes, dizendo: Levantai a arca da aliança, e passai adiante deste povo. Levantaram, pois, a arca da aliança, e foram andando adiante do povo.
7. E o Senhor disse a Josué: Hoje começarei a engrandecer-te perante os olhos de todo o Israel, para que saibam que, assim como fui com Moisés, assim serei contigo.
8. Tu, pois, ordenarás aos sacerdotes que levam a arca da aliança, dizendo: Quando chegardes à beira das águas do Jordão, parareis aí.
9. Então disse Josué aos filhos de Israel: Chegai-vos para cá, e ouvi as palavras do Senhor vosso Deus.
10. Disse mais Josué: Nisto conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós; e que certamente lançará de diante de vós aos cananeus, e aos heteus, e aos heveus, e aos perizeus, e aos girgaseus, e aos amorreus, e aos jebuseus.
11. Eis que a arca da aliança do Senhor de toda a terra passa o Jordão diante de vós.
12. Tomai, pois, agora doze homens das tribos de Israel, de cada tribo um homem;
13. Porque há de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes, que levam a arca do Senhor, o Senhor de toda a terra, repousem nas águas do Jordão, se separarão as águas do Jordão, e as águas, que vêm de cima, pararão amontoadas.
14. E aconteceu que, partindo o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levavam os sacerdotes a arca da aliança adiante do povo.
15. E quando os que levavam a arca, chegaram ao Jordão, e os seus pés se molharam na beira das águas (porque o Jordão transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da ceifa),
16. Pararam-se as águas, que vinham de cima; levantaram-se num montão, mui longe da cidade de Adão, que está ao lado de Zaretã; e as que desciam ao mar das campinas, que é o Mar Salgado, foram de todo separadas; então passou o povo em frente de Jericó.
17. Porém os sacerdotes, que levavam a arca da aliança do Senhor, pararam firmes, em seco, no meio do Jordão, e todo o Israel passou a seco, até que todo o povo acabou de passar o Jordão.

Momento Interação

O Povo de Israel ansiava por esse momento desde a promessa feita a Abraão. Mais de 500 anos haviam se passado. Mas, agora, chegara o momento. O tempo da oportunidade batia à porta. O tempo oportuno de Deus havia chegado. Era hora de tomar posse da herança. Há muitos sonhos que você tem nutrido há anos: no seu casamento, na sua família, no seu trabalho, nos seus estudos, na sua vida financeira, na sua vida espiritual. Agora, chegou a hora de você também cruzar o seu Jordão, entrar na sua terra prometida. Nesta semana, estudaremos sobre a passagem do povo de Israel pelo Jordão e as lições que são tiradas deste momentos tão importante não somente para o povo de Israel, como também para a Igreja de Cristo, da promessa que foi feita a Abraão (Gn 12.1-3; Lc 24.44; Gl 3.8). Bons Estudos!

Introdução

Pensemos em um momento no qual você esperava ansiosamente por uma reviravolta em sua vida. Um momento no qual seria um divisor de águas para você e para as próximas gerações para a glória de Deus. Foi nessa perspectiva da passagem do Jordão do povo de Israel. Aquele momento era muito mais do que passar pelas águas e entrar na terra. Seria este um momento de grandes reflexões para Josué, para o povo e consequentemente para nós ao estudarmos o contexto dos capítulo 3 e 4 do livro de Josué.

Estudar a respeito da passagem do povo de Israel pelo Rio Jordão implica muitas coisas para o povo de Deus. Em um mundo de grandes crises como o mundo atual, precisamos compreender que ainda com crises tanto manifestas em nosso meio ou não, o Senhor continua supremo e soberano em todas as circunstâncias. O povo estava em crise com a morte de Moisés, mas o Senhor continua no trono guiando o seu povo ao caminhar correto.

Devemos, pois, confiar no Senhor tendo a plena certeza que, assim como passou o povo pelo Rio Jordão concedendo-os aprendizados maravilhosos, passará conosco pelas grandes tempestades tenebrosas de nossas vidas também outorgando-nos grandes lições morais e espirituais. E estas lições podemos conferir no estudo de hoje. 

I. A Preparação do Povo para Cruzar o Jordão

Antes de mencionarmos sobre a passagem do povo pelo Rio Jordão, nos é conveniente inserir neste estudo uma personagem marcante tanto pelas suas características, quanto pela sua fé no Deus Vivo. Depois da morte de Moisés, Josué se prontificou a organizar espias para espiarem a terra de Jericó (Js 2). Em dado momento com a descobertas dos mesmos pelo rei da cidade, Raabe, uma meretriz, ajudou-lhes e contou que soube como o Senhor os fez passar em seco pelo imenso Mar Vermelho e reconhecia que o Senhor tinha já lhes dado aquela terra. Em meio a um momento de fé e coragem, Raabe rogou-lhes pela segurança de sua família aos espias que os garantiram se Raabe coloca-se um cordão escarlate em sua janela na hora do ataque dos israelitas naquela cidade e os que estivessem em sua casa seriam poupados. Quão grande fé no Deus Vivo e na salvação de sua casa Raabe possuía.
Após tendo eles se retirado da casa de Raabe e se escondido por três dias pelos soldados da cidade de Jericó, os espias foram a Josué trazendo boas novas informando que "certamente o Senhor tem dado toda esta terra nas nossas mãos, pois até todos os moradores estão atemorizados diante de nós" (Js 2.24). A preparação do povo se decorreu a respeito da mensagem dos príncipes de Israel (Js 3.2), seguirem atrás dos sacerdotes que seguram a Arca da Aliança (Js 3.3), que haja uma certa distância de dois mil côvados [aproximadamente 914,4 M] (Js 3.4), e que santificassem para o grande dia, o "dia das maravilhas do Senhor no meio do povo" (Js 3.5). Percebemos já de introdução no capítulo 3 que requisitos deveriam ser seguidos para que pudessem seguir adiante em meio a passagem do Jordão. Infelizmente nos dias atuais, muitas pessoas agem sem pensar, sem o devido preparo, não percebendo as consequências dos seus erros que poderiam ser evitados se pudessem parar e refletir no qual caminha devesse tomar. Podemos aprender com os líderes do povo e com esta preparação que nós hoje devemos nos adequar para as situações mais diversificadas da vida, sem agirmos inapropriadamente e irresponsavelmente para que objetivos a serem traçados em nossas vida, possam ser concluídos com a ordem e a decência a qual Deus almeja de todos nós. Esta preparação merecem ser destacados quatro pontos para nossa reflexão mediante ao texto.

a) a mensagem dos mais experientes ao povo de Israel (Js 3.2). O povo certamente teriam dos príncipes de Israel uma palavra com prudência e experiência. Deus capacitou estes homens para que sejam maduros o bastante para dar conselhos e orientações ao povo.

b) a humildade de um grande líder (Js 3.2b). Josué não usurpou para si a sua função nem mesmo rejeitou outras pessoas experientes como os príncipes para dar bons conselhos e orientações ao povo. Pelo contrário. Como líder guiava muito bem Israel em meio a humildade, prudência e decência, sem soberba ou arrogância. Quantos líderes das mais diversas funções e vertentes hoje agem de forma contrária a Josué, com grande soberba em suas atitudes e em grande arrogância em seu caráter e em seu coração?

c) o povo seguindo a direção certa (Js 3.3). A recomendação dos mais experientes da nação, fez o povo seguir em uma direção certa. Seguindo atrás o povo de Israel, dos sacerdotes que levavam a Arca em uma distância de aproximadamente 900 metros, estariam em uma posição de acompanhar o caminho que devessem tomar e seguir. De acordo com o relato bíblico, eles deveriam fazer para saberem aonde devessem andar (Js 3.3b). Nas palavras de Salomão: "Anda com os sábios e serás sábio, mas o companheiro dos tolos será afligido" (Pv 13.20). A verdadeira sabedoria que nos ao caminho certa está no Senhor Deus que nos ilumina os nossos caminhos (Sl 119.105).

d) a santificação que agrada a Deus (Js 3.4). Existem algumas palavras que são ditas na palavra de Deus que representam uma realidade tão profunda que tendem a ecoar por diversos século e milênios. Este é o caso desta frase de Josué que foi dita ao povo no momento em que eles se preparavam para atravessar o rio Jordão em direção à terra prometida. Esta frase nos mostra um princípio espiritual: sempre que Deus deseja fazer algo poderoso no meio do seu povo ele precisa de santificação. A santificação precede as maravilhas de Deus. Quando nos santificamos temos a fé necessária para enfrentar os gigantes da terra prometida e para assumir esta terra que o Senhor nos entregou.

Infelizmente a santificação é um processo que temos esquecido ao longo dos tempos. Muito triste ver a realidade tão degradada da Igreja no nosso tempo. Quanto pecado há no nosso meio! Orando nestes últimos dias o Senhor me revelou a nossa situação: o povo de Deus está morto. Infelizmente o pecado penetrou de uma forma talvez irreversível na maioria das denominações. Se queremos viver grandes coisas com Deus devemos abrir mão de todas estas coisas e não apenas do pecado aparente, mas de todo desejo e concupiscência.

II. A Passagem do Povo pelo Jordão

O texto bíblico é maravilhoso em nos relatar como o povo passou pelo Rio Jordão: "E aconteceu que, partindo o povo das suas tendas, para passar o Jordão, levavam os sacerdotes a arca da aliança adiante do povo. E quando os que levavam a arca, chegaram ao Jordão, e os seus pés se molharam na beira das águas (porque o Jordão transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da ceifa), Pararam-se as águas, que vinham de cima; levantaram-se num montão, mui longe da cidade de Adão, que está ao lado de Zaretã; e as que desciam ao mar das campinas, que é o Mar Salgado, foram de todo separadas; então passou o povo em frente de Jericó. Porém os sacerdotes, que levavam a arca da aliança do Senhor, pararam firmes, em seco, no meio do Jordão, e todo o Israel passou a seco, até que todo o povo acabou de passar o Jordão" (Js 3.14-17). Observamos que a Arca ia na frente do povo sendo carregados diligentemente pelos sacerdotes, quando eles colocaram os pés na beira das águas elas se pararam formando como uma espécie de parede da mesma como o Senhor fez 40 anos atrás com a passagem de Israel pelo Mar Vermelho dando escape da terra do Egito. Os sacerdotes que estavam com a Arca do Senhor pararam no meio do Jordão e esperou aproximadamente mais dois milhões de israelitas atravessarem o Jordão. A Arca ali presente no meio do povo simbolizava a presença do Senhor. Era o Senhor que determinou que o povo passasse o Jordão. Foi o Jordão que os conduziu em seco até o outro lado do rio e foi o Senhor quem parou as águas para que Israel pudesse passar. Deus opera em nosso meio e nós somos os seus instrumentos para a sua grande obra pois nenhum dos teus planos podem ser frustrados (Jó 42.1,2).

III. A Palavra do Senhor a Josué

Assim que todo o povo passou o Jordão, Deus fala com Josué para que escolhesse doze homens, um de cada tribo de Israel, para que pegassem do Jordão doze pedras para que as colocassem do outro da margem e depositassem aonde eles ficariam aquela noite. O teor completo do diálogo do Senhor com Josué não temos, mas pelo texto bíblico Josué compreendeu o propósito daquelas pedras e do motivo de elas passassem para o outro lado da margem, aonde eles agora se encontravam. Podemos ver a intimidade de Josué em sua conversa e compreender o propósito da sua mensagem. Josué ensina-nos a atentarmos para as palavras de Deus de modo prudente e inteiramente centrado nas palavras do Senhor. As palavras que o Senhor disse a Josué e o propósito daquelas pedras visa muito mais para os que estão ali presente como nós veremos a seguir.

IV. O Memorial em Gilgal

O destino dos legados e dos valores de uma nação estarão sempre em grande perigo se não for bem conservados em nossas mentes e corações. Josué demonstra ser um grande líder não somente como um grande estrategista de guerra, mas como um líder moral e espiritual para toda Israel. As pedras que foram retiradas do Jordão serviriam para edificar um memorial do momento da passagem de Israel em Gilgal, na época, atual residência do povo de Israel (Js 4.19,20). Percebemos o grande amor que ele tem pelo povo em suas próprias palavras relacionadas ao memorial, para que os mais novos conheçam e temam ao Senhor: "Para que isto seja por sinal entre vós; e quando vossos filhos no futuro perguntarem, dizendo: Que significam estas pedras? Então lhes direis que as águas do Jordão se separaram diante da arca da aliança do Senhor; passando ela pelo Jordão, separaram-se as águas do Jordão; assim estas pedras serão para sempre por memorial aos filhos de Israel" (Js 4.6,7). A próxima geração só conhecerá ao Senhor se guardarmos os valores divinos e conservarmos em nosso ser para que eles saibam que o Senhor é o mesmo ontem, hoje e sempre (Hb 13.8). Ajamos como Josué. Devemos hoje conservar valores divinos, quer morais, quer espirituais para os que nos sucederão possam ver em nós e através de nós que o Senhor é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.

Conclusão

O que é preciso hoje para que você possa cruzar o seu Jordão? Talvez hoje o seu Jordão sejam as dificuldades da sua vida, algum pecado que você deva vencer ou um problema moral ou espiritual. O povo de Israel teve o Jordão pela sua frente mas creu no Senhor e consegui passar em seco para o outro lado e edificar um memorial para memória do povo e para a próxima geração para que saibam que o Senhor os cuidou antes, durante e depois do Jordão.

Sabemos que há problemas e situações das mais diversas vertentes e condições. Contudo, ainda em meio a crises o Senhor continua plenamente no controle de todas as coisas. O antes, durante e depois da passagem de Israel pelo Jordão foi cuidado com todo zelo pelo Senhor. Por isso, podemos crer com total convicção que o nosso antes, durante e depois das nossas lutas e situações da vida estão sempre sendo cuidados pelo Senhor também (1 Pe 5.7).

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Comentário Bíblico Mensal: Maio/2019 - Capítulo 1 - Josué - O Sucessor de Moisés na Liderança do Povo de Israel




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Josué 1.1-9

1. E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:
2. Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.
3. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.
4. Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.
5. Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.
6. Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.
7. Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
8. Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
9. Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.

Momento Interação

Prezados estudantes da Palavra do Senhor. Neste mês de Maio estudaremos acerca do sexto livro da Bíblia Sagrada, o primeiro livro histórico das Escrituras Sagradas com o tema: Liderança Guiada por Deus - O Livro de Josué e os ensinamentos para nossos dias. É de suma importância que venhamos conhecer um pouco mais sobre o Livro de Josué pois ali se decorre todo o prosseguimento da instauração de Israel na Terra Prometida e o cumprimento de muitas promessas do Senhor feitas a Abraão e a nação hebréia. O comentarista deste mês é Leonardo Pereira. Ministro do Evangelho, teólogo, graduando em Antigo Testamento pelo IBAD-SP, escritor, articulista e membro da equipe educacional do Ministério Evangelho Avivado.

Que neste mês de maio possamos meditar com grande regozijo e empenho em nossos corações, neste livro tão profundo didático, belo e glorioso que é o Livro de Josué e com ele, aprendermos com as muitas lições que ali se encontram para obtermos um estilo de vida que agrade ao nosso Senhor confiando e glorificando a Ele.

Bons Estudos!

Introdução

Estudarmos a respeito de Josué e do seu livro, implica aprofundarmos nos grandes valores divinos ali inseridos nas Escrituras Sagradas para nossa consolação (Rm 15.4). Mais precisamente, é como escavarmos os tesouros em um nível bem mais profundo dentro da Bíblia Sagrada, lendo, meditando e analisando o que ocorreu nas passagens em que se refere a Josué, seu chamado, ministério e atitudes e pensamentos. Por isso, uma observação bastante criteriosa nos é extremamente útil para todo aquele que quer estudar o Livro de Josué. Antes então de adentrarmos profundamente no Livro de Josué, é vital que conheçamos bastante bem o Josué do Livro. Prossigamos em conhecer acerca da origem, conduta e dos valores de Josué.

I. O Livro de Josué

No século 14 a.C., um dos maiores líderes da história de Israel fez seu último discurso desafiador. Depois de ser fiel ajudante de Moisés, Josué aceitou a incumbência divina de conduzir o povo de Israel na chegada e conquista da terra prometida aos seus antepassados, os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. Durante toda sua carreira, Josué foi fiel ao Senhor e dedicado à sua nação.  O livro de Josué relata a entrada dos israelitas na terra prometida sob a liderança do Profeta Josué. Ao estudar esse livro, nós aprendemos princípios que podem nos ajudar a termos coragem e força em meio à oposição. Aprendemos também lições importantes com o sucesso que os israelitas tiveram devido a sua obediência ao Senhor e com seu fracasso por causa de sua desobediência. O pedaço da terra mais disputado do mundo talvez seja a terra de Canaã. Este lugar, hoje chamado de Israel, ocupa uma faixa bem estreita entre o mar Mediterrâneo e o rio Jordão. Canaã é pequena, contendo uma área bem menor que o estado de Sergipe e menos de uma metade dos metros quadrados de Alagoas. Mesmo assim, esse território tem sido almejado e contestado desde a antiguidade. O que a Bíblia nos ensina sobre esta terra, a quem pertence hoje, e quais são os planos que o Senhor tem para seu futuro?

Quando Deus chamou Abraão para que deixasse a parentela e fosse para uma determinada terra (Gn 12.1), este foi para Canaã. Ali, ele peregrinou e criou sua família. O Senhor prometeu que daria aos descendentes de Abraão "esta terra" (Gn 12.7), e repetiu a promessa para Abraão (Gn 13.14-15, 17; 17.8), Isaque (Gn 26.3-4) e Jacó (Gn 28.13). O Senhor explicou que o cumprimento ia demorar uns quatrocentos anos (Gn 15.13-16). De fato, 430 anos depois (Êx 12.40-41), o Senhor levantou Moisés que libertou o povo do Egito e o conduziu à terra prometida. Por causa da incredulidade do povo, a realização da promessa demorou mais uma geração (Nm 13-14). Mas finalmente, Israel entrou e conquistou a terra (cf. Js 1-4). Israel tomou conta de toda a terra que Deus prometeu. "Assim o Senhor deu aos israelitas toda a terra que tinha prometido sob juramento aos seus antepassados, e eles tomaram posse dela e se estabeleceram ali ... De todas as boas promessas do Senhor à nação de Israel, nenhuma delas falhou; todas se cumpriram" (Js 21.43, 45). O próprio Josué afirmou num discurso aos líderes de Israel: "Vocês sabem, lá no fundo do coração e da alma, que nenhuma das boas promessas que o Senhor, o seu Deus, lhes fez deixou de cumprir-se. Todas se cumpriram; nenhuma delas falhou" (Js 23.14b; cf. 1 Rs 4.21; Ne 9.7-8).

II. Quem é Josué

De acordo com as Escrituras Sagradas, a primeira vez em que encontramos Josué na Bíblia, anteriormente se chamava Oséias, filho de Num (Nm 13.8). Ele pertencia a tribo de Efraim (Nm 13.8). O seu nome foi mudado por Moisés em decorrência da escolha dos doze homens para espiarem a terra de Canaã pela ordem do Senhor (Nm 13.2,16). Tanto o seu antigo nome "Oséias" quanto o novo nome recebido tem o sentido hebraico que significa "Salvação". Há várias opiniões sobre quando o livro de Josué foi escrito. Alguns detalhes no livro de Josué dão a entender que pode ter sido escrito durante ou logo após o período de vida de Josué (segundo alguns eruditos, entre os séculos 15 e 13 a.C.). Por exemplo, Josué 6.25 declara que Raabe, que foi salva em Jericó, “habitou no meio de Israel até ao dia de hoje”, indicando que Raabe e outros contemporâneos de Josué ainda estavam vivos quando esse livro foi escrito. É provável que o livro tenha sido escrito na terra de Canaã.

III. O Panorama do Livro de Josué

Na leitura do Livro de Josué observamos a história da conquista da terra de Canaã de uma forma bastante progressiva geográfica, social, cultural e espiritualmente. Podemos dividir o Livro de Josué da seguinte maneira para facilitarmos o nosso estudo bíblico neste livro:

Os Capítulos 1 a 5 relatam o início do trabalho de Josué como líder e a entrada do povo na terra prometida. Quando chegaram a Canaã, os homens nascidos no deserto foram circuncidados, uma condição da posse da terra, e o povo celebrou a Páscoa, comemorando sua libertação do poder dos egípcios exatamente 40 anos antes.

Capítulo 6 registra a vitória dos israelitas sobre Jericó, uma cidade bem fortificada perto do rio Jordão. Esta primeira batalha na terra foi importante para mostrar ao povo o poder do Senhor e sua fidelidade em cumprir as promessas feitas a eles e aos seus antepassados.

Os Capítulos 7 a 12 falam da conquista do país, começando com o sul, passando para o norte e, depois, apresentando um resumo da campanha da conquista, incluindo as terras conquistadas na Transjordânia antes da morte de Moisés.

Os Capítulos 13 a 22 registram a divisão da terra entre as tribos de Israel, destacando o estabelecimento das cidades dos levitas e, entre elas, as cidades de refúgio.

Os Capítulos 23 e 24 encerram a história de Josué com seu resumo da história da fidelidade de Deus e os desafios finais apresentados ao povo antes da morte deste grande líder.

IV. O Senhor Deus Conforta a Josué

Josué ainda se encontrava envolvido com o luto pela morte de Moisés, como era de se esperar, quando Deus o chamou para liderar uma grande multidão rumo à terra prometida (Js 1.2). Naquele momento, Josué tinha duas grandes barreiras a vencer: uma era a ausência de Moisés, seu mentor e pai na fé, e a outra, o exercício da liderança de um grande povo com todas as dificuldades que isso em si trazia. Esta situação era um grande peso sobre os ombros de Josué. Entrementes, Deus fala a Josué: “Esforça-te e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria” (Js 1.6). O sucesso ou o fracasso de Josué residia basicamente em uma questão: meditar na palavra do Senhor e cuidar para ela ser uma realidade diária em sua jornada, dela não se afastando sob hipótese alguma (Js 1.8). Josué precisava confiar na palavra de Deus e dela devia se alimentar, inclusive recitando-a. Do contrário, ele não prosseguiria em busca de seus objetivos, já que os obstáculos à sua espera, sob a ótica humana, eram enormes e desalentadores.

Obedecer a Deus é um grande privilégio e as bênçãos decorrentes deste ato são inúmeras. Além disso, a obediência atrai a presença do Altíssimo. Assim como fez Josué, precisamos nos apossar da promessa do Senhor e meditar em Suas verdades, zelando pelo fiel cumprimento de sua palavra em nossas vidas. Ele é fiel e amoroso para nos sustentar mesmo diante da mais complicada situação e por isso precisamos aplicar em nossas vidas seus mandamentos. Só assim conseguiremos a realização de nossos sonhos, pois assim Ele prometeu: “… porque o Senhor, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares” (Js 1.9).

V. Josué Assume a Liderança de Israel

Após a morte de Moisés, Deus levanta Josué como novo líder do povo de Deus. Esse foi um momento de luto para os hebreus, visto que o legislador, também chamado por Deus de “meu servo”, acompanhou o povo mesmo quando ele ainda era escravo no Egito. Mas, em um momento de tristeza e aparente incerteza, Deus confirma Josué e dá a ele as orientações necessárias para que possa ser vitorioso. Josué não era igual a Moisés, mas deveria confiar no Senhor e obedece-lo como Moisés obedeceu, e o resultado dessa obediência seria a vida bem-sucedida dentro dos propósitos de Deus. O Senhor estaria com Josué como estivera com Moisés. Os homens mudam os estilos de liderança, entretanto Deus permanece o mesmo. O segredo não foi o estilo de liderança diferente, mas a presença de Deus em ambos estilos.

Meditando na palavra do Senhor. Deus ordenou a Josué que falasse ao povo a palavra do Senhor (Js 1.8). Entretanto, isso jamais aconteceria se ele não meditasse no livro da Lei dia e noite. Pode parecer obvio, mas hoje muitas pessoas se esquecem de que para ensinar ou falar a palavra de Deus, é preciso meditar nela, e sempre. A meditação auxilia a assimilação do que foi lido e a pratica do que aprendemos. Quando tiramos um tempo para meditar na palavra, somos abençoados.

Josué demonstrou ser possuidor de grande disciplina ao obedecer as inusitadas táticas de Deus para vencer Jericó. Ele aos sacerdotes e ao povo que marchassem em volta da cidade ignorasse os gritos e as replicas mordazes cheias de visíveis deboches dos defensores Cananeus (Js 6.6-10). Exceto no caso de Acã, as tropas israelitas seguiram suas ordens de não saquear as ruínas em benefício próprio. Sentindo-se pessoalmente responsável, Josué teve um grande sofrimento pela derrota e pela perda de 36 de seus homens em Ai, e prostrou-se sobre a sua face, desesperado, perante o Senhor (Js 7.6-9). Para que haja conquistar e vitórias no Reino de Deus é necessário que nós sejamos capazes de desenvolver características como Josué, é necessário não termos medo dos fracassos, nem ficarmos olhando para os gigantes. Com Jesus nós sempre seremos uma pessoa de êxito.

Conclusão

O livro de Josué é uma continuação dos cinco livros de Moisés (Gênesis–Deuteronômio) e descreve como o Senhor ajudou os israelitas a obter a terra prometida. O relato da conquista mostra que, quando os israelitas obedeciam estritamente aos mandamentos do Senhor, Ele deva-lhes a vitória sobre seus inimigos. Os dois últimos capítulos do livro (Js 23–24) salientam a importância de servir ao Senhor em vez de a falsos deuses na terra de Canaã, prenunciando um importante problema que os israelitas enfrentariam no futuro, como registrado no livro dos Juízes e em muitos outros livros do Velho Testamento.