sábado, 29 de fevereiro de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro//2020 - Capítulo 5 - Recomendações Finais




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Judas 1.20-25

20. Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,
21. Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.
22. E apiedai-vos de alguns, usando de discernimento;
23. E salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne.
24. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,
25. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém.

Momento Interação

Prezados irmãos, estudantes das Escrituras Sagradas, chegamos ao final do mês de fevereiro, e desta feita, de mais um Comentário Bíblico Mensal. Durante todo o mês, nós estudamos sobre o penúltimo livro das Escrituras Sagradas, que é a epístola de Judas. Encontramos nesta epístola preciosas lições, grandes ensinamentos e um poderoso tônico para a alma de todos que amam e professam a sua fé em Jesus Cristo. Nos últimos versículos desta tão importante epístola, Judas nos transmite pontualmente doutrina cristã, fortalecimento espiritual, e encorajamento para as batalhas que nos afligem na caminhada cristã. Deus vos abençoe os seus estudos e até o próximo Comentário Bíblico Mensal.

Introdução

Ao chegarmos ao final de um livro da Bíblia Sagrada, que é a bilioteca do Espirito Santo, nos deparamos com grandes lições que levamos para toda a vida. Nas recomendações finais destas preciosas obras ímpares, especialmente no Novo Testamento, encontramos carinho nas palavras, gratidão na atenção da mensagem das Escrituras, fraternidade uns para com os outros, união entre os objetivos da Igreja, encorajamento nas estradas tortuosas e inconstantes da vida, e ainda fortalecimento espiritual em todo instante por meio da fé e do amor de Deus. Judas está encerrando a sua mensagem na carta de uma maneira toda especial: fortalecendo aos irmãos no poder do Espírito de Deus com uma mensagem que vem do alto dos Céus para consolar os corações angustiados, as mentes com suas muitas preocupações e os seus espíritos bastante aflitos. A mensagem divina vem também para fortalecer a fé dos que se encontram dúvidas sobre tantos assuntos na vida bem como aqueles que precisam do tônico celestial para darem continuidade em sua estrada cristã. Neste último capítulo, estudaremos sobre as instruções finais de Judas aos seus leitores e as sua mensagem à aqueles que buscam se fortalecer na fé, igualmente para aqueles que estão recuando na caminhada da maratona cristã.

I. A Edificação na Fé em Cristo Jesus

Edificar é o ato ou feito/realização da edificação. A edificação é o desenvolvimento da obra que está sendo construída com cuidado e muito esmero. A edificação quem faz é o Senhor que utiliza os seus edificadores da obra. Paulo disse que Cristo é o Edificador Supremo (1 Co 3.11), e os apóstolos e os profetas são a continuidade da edificação em princípio para o Corpo de Cristo. Assim, Judas como um emissário das regiões celestiais exorta a todos os seus leitores a se edificarem na fé em Jesus Cristo, em desenvolverem um relacionamento especial, íntimo e profundo com o Senhor.

1. Edificadores em Amor. Judas exorta aos seus leitores que eles possam se edificar de maneira crescente no verdadeiro amor que vem de Deus. A fé morta é uma fé sem amor. Se torna uma fé vazia e gélida. Paulo quando cita os fundamentos do amor em 1 Coríntios menciona que o amor "não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha" (1 Co 13.5-8a). A fé do verdadeiro cristão se encontra em uma vida em que tudo dele é consagrado ao Senhor. Vivemos em um período em que tem se falado muito sobre, doutrinas e no Senhor Jesus Cristo, mas muito pouco sobre o amor genuíno e puro. Se não buscarmos o amor que vem do Senhor, de nada vale as palavras, as doutrinas e as nossas ações. Judas prioriza o amor que leva o verdadeiro discípulo de Cristo a um relacionamento mais íntimo com Ele.

2. Edificando a si mesmos. O autor informa em sua carta que o que precisam os cristãos da sua época era se edificarem a si mesmos. Precisamos cuidar de nossas vidas para cuidarmos dos outros. Precisamos buscar a Deus para assim buscarmos pelos outros. Precisamos ser exemplares para assim mostrarmos os exemplos para outros discípulos de Cristo. Há muitos problemas hoje em pessoas que não conseguem cuidar de suas vidas, cuidarem da vidas dos outros. Jesus disse: "E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu?" (Mt 7.3,4). A edificação íntima entre Deus e o homem fazem de nós pessoas capacitadas com o objetivo da Igreja de Cristo ter pessoas devidamente preparadas para toda a boa obra. Devemos crescer em Deus para fazermos outras pessoas crescerem. Precisamos amadurecer na presença do Senhor para ajudarmos outras pessoas frutificarem para Deus.

3. O Poder da Oração. A oração é o meio pelo qual nos relacionamos ao Senhor. É a entrada na sala da intimidade do Senhor para conosco. É a ceia com o Senhor Jesus em nossas vidas ele dentro da nossa casa (Ap 3.20). É a porta divina que se abre para que os céus e a terra se reúnem entre Deus e os homens. Judas em suas últimas instruções relata em sua mensagem que os cristãos devem se encontrar "orando no Espírito Santo" (Jd 1.20c). Sem a oração o crente enfraquece, se torna raquítico na fé, ele dorme e não se encontra vigilante na vida. Sem oração Pedro, Tiago e João dormiram (Mt 26.40,41). Assim como quando Pedro estava Pedro, a Igreja fazia contínua oração por Ele (At 12.5), e assim por intermédio do Senhor Jesus, um anjo o livrou da morte. A oração é vital na vida de um cristão. A presença do Espírito Santo constante na vida de um servo do Senhor passa-se pela oração no poder de Deus.

II. A Conservação no Amor de Deus

De nada adiantaria todas as instruções de Judas destinadas aos seus leitores se eles não possuíssem o principal alvo das suas vidas: a conservação dos irmãos no amor de Deus. Judas os exortou a se edificarem no amor, e isso se dá por meio da conservação. Nossas vidas devem estar em constante vigilância e cuidado como forma de não viermos à cair nas palavras de Cristo: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mt 26.41). Paulo do mesmo modo nos alerta sobre o cuidado que devemos ter com a nossa conduta para com Deus e os homens: "Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia" (1 Co 10.11,12). O cuidado só se dá quando nos edificarmos no amor do Senhor, o verdadeiro amor que lança fora todo o medo (cf. 1 Jo 4.18).

1. O Amor em sua Completude. De acordo com o Dicionário Aurélio em termos simples, o amor é "um sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem". Contudo, o verdadeiro amor, o amor ímpar, vai muito além daquilo é demonstrado nas novelas da tevelisão, nas histórias dos livros e nos relatos clássicos de poemas e poesias. O amor é bem definido na Palavra de Deus nas Palavras do apóstolo Paulo: "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha" (1 Co 13.4-8). O amor verdadeiro, singular, completo e sublime se baseia na dedicação e na entrega sem igual ao Senhor da sua vida, o Deus Criador dos Céus e da Terra (cf. Gn 1.1; Jo 1.3; At 14.27-29).

2. O Amor à Cristo. Devemos nos dedicarmos ao Senhor completamente. Tudo aquilo que é colocado abaixo de nosso compromisso com o Senhor Deus pode ser considerado como uma idolatria, ociosidade ou desconsideração para com os propósitos celestiais. Jesus Cristo disse que se aqueles não o tê-lo como prioridade absoluta em sua vidam, de ouvir, de estar e de cumprir as suas palavas para com Ele, não são dignos Dele. Se não o fazem do Senhor alvo magno em suas vidas, tampouco farão para com os seus, ainda que por um curto período de tempo possa pensar que esteja no caminho certo longe do Senhor, o que é na verdade, caminhos de morte. Disse o Senhor Jesus: "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á" (Mt 10.37-39).

3. O Amor à Deus sobre todas às coisas. Um texto que frequentemente é nos citado acerca da integridade e fidelidade total ao Senhor é Deuteronômio 6.4,5: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças". A humanidade caiu com a Queda de Adão e Eva. Fomos separados e ali se encontrava em cores vivas a derrota final da humanidade, a alegria momentânea de Satanás, e os retratos do afastamento do homem com o Senhor. Contudo o amor de Deus por nós nao se pode imaginar ou colocar como altura ou prodfundidade. É dádiva imerecível. João 3.16 revela em detalhes bastante minuciosos, o mais ato de amor na história de todo o universo: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". O seu amor pela humanidade caída em restabelecê-los ao contato através de Cristo nos trouxe de volta a vida (Ef 2.1), afim de que "sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3.24-26).

III. Piedade e Temor

Em nossos tempos presenciamos muitos absurdos sociais, morais e eclesiásticos para com muitos irmãos fiéis em Cristo. A falta de piedade e a falta de temor tem construído uma igreja evangélica brasileira bastante pobre espiritualmente, fraca moralmente, individualista e exclusivista socialmente. Sem a piedade não somos pacíficos, conselheiros e amigos de bem uns com os outros, da mesma maneira que sem o temor à Deus, jamais chegaremos à Ele em Espírito e em Verdade, sendo desprovidos de sabedoria, que a falta de temor ocasiona. Virtudes como essas devem ser trazidas à tona para a igreja contemporânea e esta missão Judas busca cumprir magistralmente sendo enfático na missão que o Senhor Jesus Cristo lhe confiou em sua curta dissertação.

1. A Verdadeira Piedade. Piedade em conceito bíblico pleno, é um exemplo ilibado de uma vida humilde, branda, altruísta e exemplar para com o próximo. As palavras piedade, piedoso(a) e piedosamente são encontradas mais de 40 vezes no Novo Testamento, e freqüentemente são mal-entendidas. A nossa palavra "piedade" vem do Latim, e tem dois sentidos: "1. Amor e respeito às coisas religiosas; religiosidade; devoção. 2. Pena dos males alheios; compaixão, dó, comiseração" (Dicionário Aurélio). Na linguagem popular, e muitas vezes no Antigo Testamento, a palavra tem o segundo sentido e traz a idéia de compaixão. Mas, no Novo Testamento, o sentido normalmente é o primeiro, ou seja, devoção a Deus ou respeito às coisas religiosas. Judas nos informa através de sua epístola que aqueles que estãos firmes na fé em Cristo, devem-se "apiedai-vos de alguns, usando de discernimento (Jd 1.22). 

2.  Aqueles que vivem piedosamente em Cristo. Quando você encontra a palavra "piedade" ou "piedoso" na leitura do Novo Testamento, pense primeiro no sentido de devoção a Deus (temente a Deus) ou às coisas religiosas, e na santidade. Na maioria dos casos, essas definições vão comunicar melhor o sentido do original. 2 Timóteo 3.12 diz que "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos." O sentido de mostrar compaixão para com outras pessoas não se encaixa aqui (seremos perseguidos por mostrar compaixão). Antes, os que demonstram reverência a Deus serão oprimidos. 1 Timóteo 3.16 diz que "grande é o mistério da piedade", mas o versículo não fala de sentir dó para os outros. Fala, sim, dos motivos que temos para adorar a Jesus. Enquanto os presbíteros devem mostrar compaixão e hospitalidade, a palavra "piedoso" (gr. hosios) em Tito 1.8 quer dizer santo, puro e devoto a Deus. A nossa palavra "piedade" descreve os dois grandes mandamentos (Mt 22.37-40), mas o sentido mais comum no Novo Testamento enfatiza o primeiro, "Amar a Deus". 

3. Temor: O Princípio da Sabedoria. Judas diz que os cristãos por meio da fé em seu Senhor que é Cristo, devem salvar "alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne" (Jd 1.23). Cristo é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6), é a perfeita e exclusiva mediação entre Deus e os homens (1 Tm 2.5,6). Devemos possuir o temor, que é o princípio da sabedoria com o objetivo de levarmos a Palavra do Senhor corretamente à muitos que anseiam ouvir a sua gloriosa mensagem. Por falta de princípio da sabedoria em muitos, diversas heresias e doutrinas estranhas desprovidas do autêntico conteúdo bíblico tem devastado vidas e ministérios como um furacão, causando problemas à muitos irmãos e em muitas congregações no Brasil e no mundo.

4. Reverência pela Santidade de Deus. “O temor do Senhor é fonte de vida para evitar os laços da morte” (Pv 14.27). Encontramos expressões semelhantes a esta, frisando a importância do temor do Senhor, mais de 25 vezes na Bíblia, a maioria no livro de Provérbios. O temor de Deus não é pavor irracional. É o medo, respeito ou reverência que vem de uma apreciação das qualidades de Deus. Ele é santo, justo e poderoso, e qualquer ser humano deve sentir respeito profundo para com o Criador e Juiz de todos (2 Cr 19.7-9). O temor de Deus traz entendimento e nos protege dos maus caminhos (Jó 28.28; Pv 19.23; 22.4). O respeito a Deus nos dá motivo para evitar o pecado em nossa vida – “Pela misericórdia e pela verdade, se expia a culpa; e pelo temor do Senhor os homens evitam o mal” (Pv 16.6). Vários trechos o descrevem como a base da sabedoria (Pv 1.7; 9.10; Sl 111.10). Qualquer doutrina ou prática que desvia os nossos olhos de Deus pode destruir o temor do Senhor. Esta foi a preocupação dos israelitas quando pensaram que alguns de seus irmãos estivessem caminhando para a idolatria (Js 22.25). Da mesma forma, materialismo e doutrinas que minimizam a importância de Deus devem ser rejeitadas pois não glorificam ao Senhor em seu conteúdo e prática (cf. Gl 1.6-8).

IV. Glorificando sempre ao Senhor

Em seu final belíssimo de sua mensagem apologética, Judas, o irmão de Tiago, aproveita oportuno momento para exaltar e glorificar ao Senhor como forma de transmitir aos leitores a grandeza e a majestade do Criador dos Céus e da Terra e de tudo o que neles há. Em tempos que nós vivemos, de cultos à personalidade humana, de falsas modéstias e de um crescimento do sentimento de orgulho no âmago de muitas pessoas, Judas apresenta-nos aquele que é excluisvamente digno de toda honra e de toda glória.

1. Aquele que é Poderoso. "Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória" (Jd 1.24). Judas expressa em belas palavras o cuidado do Senhor para com os seus. O irmão de Tiago exalta o seu poderio e os seus cuidados em detalhes nos conservando até a sua gloriosa vinda. Judas enfatiza o destino final do cristão, a volta para a casa, a vitória sem igual, o momento mais inefável na vida de um servo do Senhor. Deus é poderoso para nos guardar em vida e nos conservar até que Ele venha. O Senhor é aquele que conta os fios dos nossos cabelos, zelando por nossas vidas, fazendo-nos valer mais do que muitos passarinhos, que também possuem um cuidado especial do Senhor (Lc 12.7). O Senhor tem cuidado de nós (1 Pe 5.7), e nos ama com amor eterno (Jr 31.3).

2. Glórias à Deus para Sempre. Judas encerra a sua mensagem da defesa da fé cristã com uma belíssima glorificação ao Rei da Glória, ao Senhor dos Exércitos: "Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém" (Jd 1.25). Somente ao Senhor deve-se prestar adoração (Dt 10.20,21). Somente à Ele devemos cultuá-lo (Dt 6.3; Lc 4.8) e reconhecermos que o Senhor não divide a sua glória com ninguém (Is 42.8). Não há páreo nenhum para Deus. Aquele que detém o controle de todas as coisas está sempre no comando de tudo executando a sua vontade e realizando o seu querer com infinito amor e infinita misericórdia como cita o salmista: "Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade. Porque dirão os gentios: Onde está o seu Deus? Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou" (Sl 115.1-3).

Conclusão

Judas começa a sua mensagem se direcionando aos irmãos espalhados pelos cantos do mundo na época pelo viés da perseguição da aos cristãos, e conclui as suas palavras nesta epístola se dirigindo à Deus. Judas começa falando sobre os ímpios e os falsos mestres que distorcem o evangelho, e termina falando sobre a salvação destes por meio do verdadeiro evangelho. Judas inicia a sua mensagem falando de um juízo eminente aos devastadores da fé alheia, e termina a sua mensagem falando da redenção que provém do Pai. Judas começa com um rigor contra os falsos mestres e contra os ímpios, e termina exaltando a fé muitos que perseveram nos caminhos e nos ensinamentos de Cristo Jesus. A sua mensagem é vital para nossa época, as suas palavras mais atuais que as notícias de amanhã, e a sua exortação necessária para um período de heresias e de movimentos que tentam denegrir a fé evangélica. Judas exalta ao Senhor da Glória ao fim da sua exposição única na batalha pela fé cristã, da mesma maneira que o fez Paulo: "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera; A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém (Ef 3.20,21).



Sugestão de Leitura: O Progresso do Evangelho. SOUZA, Everton; BARROS, Emanuel. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.










Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2020 - Capítulo 4 - O Juízo Vindouro




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Judas 1.14-19

14. E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos;
15. Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.
16. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse.
17. Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo;
18. Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências.
19. Estes são os que a si mesmos se separam, sensuais, que não têm o Espírito.

Momento Interação

O Senhor Jesus em seus últimos dias aqui na terra, falou abertamente aos seus discípulos a respeito do juízo vindouro que haveria de vir sobre toda a terra (Mt 24-25). Falou-lhes sobre o fim dos tempos, bem como sobre aqueles que se diziam que eram Dele, mas não eram de verdade. Muitos deles discorrendo pelas Escrituras do Novo Testamento se mostravam quem eles eram de fato: Professavam a fé em Cristo mas não agiam de acordo com as suas próprias palavras. Usavam muitas vezes o nome de Jesus em vão, em prol de benefícios próprios. Levavam palavras vãs a muitos que desejavam ardentemente o conhecimento na fé e na graça do Senhor Jesus. Judas avisa através de sua epístola um duro juízo que haveria de vir sobre aqueles que erroneamente jamais eram observados e acompanhados pelo Senhor da Glória, Cristo Jesus.

Introdução

As Escrituras estão repletas de mensagens a respeito de um juízo vindouro. O tempo que havia para os falsos mestres disseminarem os seus enganos teológicos e filosóficos possui um limite de tempo. Para estes homens, haveria um juízo muito forte vindo sobre eles por tudo que eles tem causado para o povo de Deus. Nenhum deles escapará do rigor divino que sobreviria à eles. Eles serão usados como exemplos neste juízo que vem até eles para aqueles que intentarem tramar contra a igreja evangélica, contra um servo fiel do Senhor, terem a devida atenção a respeito da seriedade e da responsabilidade do genuíno evangelho do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. No estudo desta semana, estudaremos acerca do juízo divino anunciado por Judas em sua epístola.

I. A Profecia de Enoque

Judas como forma de introduzir o assunto acerca do juízo divino vindouro, introduz um personagem muito importante nas Escrituras Sagradas: Enoque. A partir deste servo do Senhor, Judas desenvolve todos os pontos principais sobre o que diz Enoque a respeito do juízo de Deus para aqueles que buscam perveter os caminhos do Senhor. Iniciando por Enoque e dando prosseguimento na temática do rigor divino, Judas abre-nos as portas da revelação celestial de como se dará os eventos que prosseguem tanto para a igreja na preservação da fé, quanto para o justo destino dos falsos mestres e dos falsos profetas.

1. Enoque: Servo do Deus Altíssimo. Antes da profecia é crucial conhecermos o profeta. A mensagem profética mostra em muito o caráter do profeta, e Judas mostra exatamente isto quando nos traz a luz do texto Enoque. Antes de falarmos sobre quem foi Enoque, também é preciso saber que em Gênesis existem dois Enoques, e não podemos confundi-los. O outro Enoque citado em Gênesis é o filho mais velho de Caim (Gn 4.17), que deu nome à cidade edificada por seu pai. Um dos membros da galeria dos heróis da fé, Enoque é descrito pela Palavra de Deus como um homem que "Andou com Deus por trezentos anos" (Gn 5.23). Enoque foi filho de Jarede e pai de Metusalém (Gn 5.18,21), pertencente à descendência de Sete, através da qual o conhecimento de Deus foi preservado. Enoque tinha um relacionamento profundo com Deus, pois a expressão “andou com Deus” é aplicada somente à Enoque e Noé (Gn 5.24; 6.9). No Novo Testamento, Enoque é citado na genealogia presente em Lucas 3.37 e também é citado na Epístola aos Hebreus: "Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus" (Hb 11.5). No capítulo conhecido como “Galeria dos Heróis da Fé“, o escritor aos Hebreus atribuiu o arrebatamento de Enoque à sua fé notável, cuja qual o conduziu a um “testemunho de que agradara a Deus”.

2. A citação de Judas à Enoque. Há também uma citação na Epístola de Judas (Jd 1.14), a qual os estudiosos discutem sobre a fonte que Judas realmente utilizou, se tradição escrita ou oral. A citação em questão é de caráter messiânico, e possivelmente é uma citação de Deuteronômio 33.2 presente em 1 Enoque 1.9. Sobre a citação feita por Judas nos versículos 14 e 15, e que remetem a alguns trechos do Livro de Enoque (1.9; 63.8; 93.3), os estudiosos se dividem. Alguns acreditam que Judas fez uma citação de uma tradição oral, que também estava presente no Livro de Enoque. Outros acreditam que Judas estava intencionalmente citando uma literatura pseudoepígrafa usada por falsos mestres a fim de silenciá-los com seu próprio material. Contudo, a contestação da citação de Enoque em Judas nos leva a crer na importância do texto, não levando em conta que Judas considerado 1 Enoque inspirada. Judas está citando um texto de relevância para a proposta da temática, não saindo em momento algum do foco do objetivo de sua epístola.

3. A Profecia de Enoque. Judas não utiliza de termos dificultosos no entendimento para chegar diretamente ao autor. O autor da carta buscava enfatizar em toda sua pequena mensagem a importância do perigo da infiltração destes falsos mestres no meio evangélico. E quem mostra em detalhes é Enoque: "E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse" (Jd 1.14-16). O Senhor não se deixa escarnecer (Gl 6.7). Muitos dos que estão hoje zombando, fazendo desdém para os objetivos celestiais e eternos de Cristo Jesus, bem como escandalizando e ridicularizando a sua mensagem das Boas-Novas, não escaparão do juízo de Deus que em breve virá e não tardará. Judas está anunciando que esta citação de Enoque é atualíssima no que se refere a justiça de Deus, à aqueles que prosseguem e insistem em persistirem nos maus caminhos, principalmente quando o escâdalo envolve a igreja, o Corpo de Cristo e o seu testemunho perante os homens e perante a Deus. Judas a partir de Enoque, começa à escavar profundamente as características e as intenções dos "mestres da apostasia".

4. O Juízo é Chegado. Não há como escapar do juízo de Deus. O julgamento irá começar pela Casa de Deus. Pedro anuncia que se o julgamento começará pelo povo do Senhor, em qual situação ficará aqueles que não vivem e se afastam do evangelho de Deus? "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? "(1 Pe 4.17). Independentemente de como interpretemos a profecia sobre o fim dos tempos, a Bíblia nos diz que "como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo" (Hb 9.27). Todos nós temos um compromisso divino com o nosso Criador. O apóstolo João registrou alguns detalhes do julgamento final. Podemos ter certeza disto: nenhum erro será feito em nossas audiências porque seremos julgados por um Deus perfeito (Mt 5.48, 1 Jo 1.5). Isto irá se manifestar em muitas provas inegáveis. Primeiro, Deus será perfeitamente justo e imparcial (At 10.34, Gl 3.28). Em segundo lugar, Deus não pode ser enganado (Gl 6.7). Em terceiro lugar, Deus não pode ser influenciado por quaisquer preconceitos, desculpas ou mentiras (Lc 14.16-24). Portanto, o juízo para aqueles que praticam a maldade, a impiedade e muitas outras obras vis, serão julgados com a reta justiça de um Deus santo, puro e que não tolera em momento algum o mal: "Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, meu Santo? Nós não morreremos. Ó Senhor, para juízo o puseste, e tu, ó Rocha, o fundaste para castigar. Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele" (Hb 1.12,13).

II. As Características dos Falsos Profetas

Até aqui pudermos observar como agem e falam os falsos mestres buscando obter aquilo que eles almejam em detrimento da fé cristã de muitos, para os seus próprios proveitos. Agora, Judas vai mais profundo ainda em suas verdadeiras faces. O autor da carta não tem medo de expô-los, muito menos de denunciá-los a todos aos que amam, honram a Palavra do Senhor e aguardam a sua maravilhosa Vinda. Judas nos encoraja a detectarmos tais mestres e profetas que são contrários a Cristo e a sua mensagem, e a não recuarmos afim de batalharmos continuamente pela fé que nos foi outorgada.

1. Murmuradores e Queixosos. Estes mestres não vivem uma vida correta e digna. Pelo contrário. Eles vivem em desonra e indignidade em suas formas de viver e de práticas. O pecado é conveniente em suas vidas, como se ligados em continuamente com as suas ações. Um destes pecados que seguem estes ímpios é o pecado de murmuração que se segue com as queixas ou reclamações. Aonde se encontra murmuração, há incômodo para muitos. Com a murmuração, as reclamações crescem, a paz não é mais encontrada e as soluções desaparecem dos olhares daqueles que buscam alívio para a vida. Para evitarmos a murmuração não devemos tentar a Deus (Êx 17.2,7; Dt 6.16); O murmurador contamina os outros (Nm 13.32; Nm 14.1-4), e precisa ser disciplinado (Is 29.24). A murmuração causa divisão (At 6.1; Fp 4.2,3) e o murmurador está descontente com Deus (Ef 4.29,30) Para evitarmos a murmuração em nossos ambientes, precisamos parar com estas coisas (1 Pe 2.1,2), e uma delas é não falarmos mal dos outros (Tg 5.9; Lc 10.40-42; Nm 12.1,2,10), e  dominarmos a língua (Tg 3.2,5,6). Isto é o que Deus espera de nós (Tg 4.11,12; Fp 4.4). 

2. Caçadores de Más Intenções. Judas diz que estes também "andam segundo as suas concupiscências". Concupiscência é o termo utilizado para designar a cobiça ou apreço por bens materiais, assim como os prazeres sexuais. Etimologicamente, este termo significa “o que tem um forte desejo”, que deriva da palavra concupera, que quer dizer “ter forte desejo”. Estes ímpios buscam o prazer sexual ilícito, levando ao descrédito o casamento, o projeto de Deus para o homem e para a mulher. Muitos também utilizam deste pecado para praticarem atos vis como o adultério e a pornografia, buscando se satisfazerem para sí próprios, não dando valor em momento algum o que Deus espera de cada um: "Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gn 2.24). A instituição do casamento bem como a instituição familiar em atitudes destes ímpios ameaçam em demasia a paz e a estabilidade das igrejas e das famílias em muitos lugares no mundo que honram ao Senhor.

3. Interesseiros Impiedosos. Judas ainda cita em sua carta que estes ímpios pela sua "boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse". Existem pessoas que dizem coisas que não convém falando daquilo que não entendem, dos assuntos que desconhecem completamente. Pedro, de maneira similar a Judas na segunda epístola os citam como grande falta de entendimento e de desconhecimento das Escrituras: "E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza" (cf. 2 Pe 3.15-17). De igual modo, estes ímpios distorcedores da mensagem divina, são igualmente comparados aos escribas e fariseus no tempo de Jesus: "Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29). Muitos buscam o lucro ao invés de Cristo, as glórias do mundo do que os tesouros no céu, a lã das ovelhas em vez de alimentá-las. Devemos evitar tais falsos mestres e falsos profetas e isso só faremos se crescermos na graça e no conhecimento da Palavra de Deus.

III. As Palavras dos Apóstolos de Cristo

A mensagem apostólica é a continuidade da mensagem de Cristo Jesus. É o prosseguimento da instituição da Igreja na qual as portas do inferno não prevalecem e todo o Corpo de Cristo segue ajustado e enraizado no Senhor (Mt 16.18; 1 Co 6.17; Cl 3.12,13). Sendo assim, darmos a devida atenção às palavras dos apóstolos do Senhor Jesus constitui-se de um poderoso tônico espiritual para todo os cristãos bem como aqueles que possuem dúvidas na caminhada rumo ao Céu. Ouvir aos apóstolos é ouvirmos a essência da doutrina do Senhor, e por isso, Judas nos recorda de trazermos a memória a mensagem daqueles que são genuinamente os pilares da Igreja: os Apóstolos de Jesus Cristo.

1. A Mensagem Apostólica dos Últimos Tempos. Os apóstolos do Senhor nos alertaram sobre os acontecimentos dos ímpios no fim dos tempos. Judas recorda-nos da mensagem deles quando relata aos seus leitores, que nos últimos tempos "haveriam escarnecedores que andariam segundo as suas próprias concupiscências" (Jd 1.18). Os apóstolos do Senhor defenderam ardentemente o evangelho com as suas vidas. Paulo, Pedro, Tiago, João e Judas foram aqueles que mais dedicaram tempo em suas cartas quando informaram aos cristãos espalhados pelo mundo afora, do perigo de muitos apóstatas, ímpios e hereges estarem crescendo em quantidade. João fala sobre o perigo de amar o mundo (1 Jo 2.15-17). Tiago fala sobre o perigo de viver uma vida de hipocrisia sob o risco de os mesmos causarem polêmicas e problemas aos irmãos (Tg 1.19-2.8). Paulo fala sobre os tempos trabalhosos nos quais muitos buscarão os alvos do mundo, do que o Reino de Deus e a sua justiça (2 Tm 3.1-5), e Pedro trata sobre os escarnecedores que vivem no pecado e o amam sendo estes pedras de escândalos para os que se encontram firmes na fé real em Jesus. Em cada uma das mensagens dos apóstolos, encontramos um alerta, ao mesmo tempo que um cuidado pastoral, das ovelhas que se encontram no campos verdejantes do Reino de Cristo.

2. A Mensagem Apostólica para a Igreja. Judas encerra a sua citação das recordações da mensagem dos apóstolos, com uma menção aos falsos mestres, aos ímpios e os apóstatas citando que além deles ser para o povo do Senhor, um perigo eminente à fé cristã, estes também "causam divisões, sensuais, que não tem o Espírito" (Jd 1.19). Judas parece-nos que está escrevendo detalhadamente sobre  nos jornais, sobre os últimos acontecimentos  das novidades do mercado da fé. A cada dia que se passa, presenciamos polêmicas, escândalos, relativização dos valores autênticos da fé em Jesus em detrimento da pureza, da união e do fortalecimento moral, ético e espiritual da igreja. A mensagem de Judas nos relembrando das palavras dos apóstolos, é uma urgência para a igreja. É um despertamento para o povo de Deus se posicionar diante dos acontecimento que tem escandalizado a muitos irmãos em Cristo, e que tem feito a Igreja de Cristo ser escarnecida por Satanás e pelo mundo. A mensagem apostólica é uma mensagem de esperança, de amor e de fé naquele que deu a sua vida em resgate de muitos, Jesus Cristo.

Conclusão

A Igreja de Cristo deve prosseguir na caminhada rumo ao Céu combatendo os falsos mestres e se afastando de más conversações e das heresias. Se não fizermos nada, à semelhança da igreja de Laodicéia, estaremos como mortos espirituais no deserto, sem prosseguir com a fé no Deus Verdadeiro. Em meio à muitas crises que estamos observando no Brasil e no mundo, enfoquemos todo o nosso ser em Deus que nos guarda, nos chama e nos conserva durante todas as etapas de nossas vidas (Jd 1.1,2).



Sugestão de Leitura: O Sermão Profético - VAGNER, Carlos. São Paulo: Evangelho Avivado, 2018.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A Mulher do Fluxo de Sangue



Em Marcos 5.24-34, temos o relato de uma mulher que tinha um fluxo de sangue. O texto apresenta suas decepções, esperança e vitória. Ela realmente teve uma vitória alcançada pela fé. Portanto, queremos nesse texto analisar como essa mulher venceu todas as dificuldades presentes em sua vida.

Suas decepções

Estava ali certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia. Ela havia padecido muito nas mãos de vários médicos e gastado tudo o que tinha, sem, contudo, melhorar de saúde; pelo contrário, piorava cada vez mais (Mc 5.25,26).

A passagem apresenta algumas das decepções que aquela mulher enfrentou. Primeiro, ela mulher estava condenada à morte. Marcos relata que ela “padeceu nas mãos de vários médicos” (Vv 26). Segundo, teve seus recursos humanos totalmente falidos. “Tendo despedido tudo quanto possuía” (Vv 26). Terceiro, sem estimulo para viver e lutar. “Sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, piorava cada vez mais” (Vv 26). Dessa forma, percebemos que muitas eram as dificuldades enfrentadas por essa mulher. Não é nada fácil conviver com uma hemorragia por doze anos.

Última esperança

Tendo ouvido a fama de Jesus, a mulher chegou por trás, no meio da multidão, e tocou na capa dele. Porque dizia: Se eu apenas tocar na roupa dele, ficarei curada (Mc 5.27,28).

Parecia que estava tudo perdido para aquela mulher, teve sua esperança frustrada diante dos médicos e de seus recursos econômicos. Mas apareceu “uma última esperança”, como isso aconteceu? Primeiro, ela ouviu falar de Jesus. Talvez teria ouvido que Cristo tivesse curado muitos com enfermidades incuráveis e isso fez a mesma enxergar uma luz no final do túnel. Segundo, foi ao encontro de Jesus. Essa era uma oportunidade única, não poderia deixar escapar de suas mãos, isso nos ensina que devemos aproveitar cada oportunidade que o Senhor nos conceder. Terceiro, deparou-se com obstáculos a sua fé. A multidão compactada impedia sua ida a Jesus. Além disso, a opinião pública (que pensarão de mim?). Vale ressaltar que, essa mulher perante a sociedade da época era considerada imunda (Lv 15.25-27). Finalmente, o desanimo (pela dificuldade de chegar até Jesus. Assim, a chama da esperança acendeu no coração daquela mulher quando ouviu falar de Cristo Jesus.

O despertar da sua fé veio quando ela pensou consigo: “Se eu apenas tocar na sua roupa, ficarei curada” (Vv 28). Outrora, o pensamento dela era mais de “desânimo, morte e sem estimulo para viver”. Mas quando seu pensamento foi mudado, sua fé começou a florescer em seu coração. Se quisermos mudança em nossas vidas, precisamos começar pela mente, é por meio dela que vem a transformação. Como disse o apóstolo Paulo: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Paulo também disse: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês” (Fp 4.8). Dessa forma, fica evidente que a mudança dela veio por intermédio da mente.

Sua vitória

Tendo ouvido a fama de Jesus, a mulher chegou por trás, no meio da multidão, e tocou na capa dele (Mc 5.27).

Como aquela mulher alcançou sua vitória? Primeiramente, ela colocou sua fé em ação (tocou em Jesus). Tudo começou com a mudança na mente, depois veio a ação, isto é, a fé começa na mente para depois manifesta-se em ação. A prova disso está no fato dela ter tocado nas vestes de Jesus – vale destacar que nas vestes dos judeus tinha uma franja azul, como lembrança de submissão aos mandamentos de Deus (Nm 15.38,39). Talvez o toque dessa mulher demonstra-se total submissão a Cristo. Além disso, a sua fé foi recompensada. O texto enfatiza que logo após tocar em Jesus, “ela sentiu no corpo que estava curada daquele mal” (Vv 29). Por fim, voltou ao normal. A passagem menciona que Jesus perguntou quem o tinha tocado, os discípulos estranharam a pergunta de Jesus e responderam que toda a multidão o tocava. Todavia, Jesus não estava falando de um toque físico, mas um toque de fé. A mulher veio e prostrou-se diante de Jesus, contou toda a verdade. A pergunta de Jesus tinha como a finalidade tornar pública a fé daquela mulher. Talvez ela fosse rejeitada pela a sociedade, “o milagre de Jesus trouxe justamente dignidade para aquela mulher, Jesus restaurou sua posição na sociedade”. Assim, essa foi a sua vitória, colocou a fé em ação e foi recompensada por Cristo. Esse exemplo nos ensina que a fé além de poderosa, pode resolver todos os nossos problemas.

Conclusão

Essa passagem têm muitas lições a nos ensinar sobre fé. A primeira delas é que na caminhada cristã enfrentaremos decepções, como: desanimo, recursos humanos muita das vezes falidos, médicos que não conseguirão resolver nossos problemas em alguns casos e outros. Por outro lado, precisamos entender que a nossa esperança deve estar sempre em Cristo. Nem tudo o dinheiro pode resolver, mas o nosso Cristo pode todas as coisas. Por fim, a fé sempre nos leva a vitória. Começando pela mente e unindo-se com a ação, como disse o autor de Hebreus: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que recompensa os que o buscam” (Hb 11.6).

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

"Santa" Hipocrisia




Por Carlos Vagner



Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior.

‭‭1 Timóteo‬ ‭1.15‬ ‭NVI

Ao se enxergar, olhar a sua própria distância em relação a Jesus, e perceber que é um pecador, o homem tem condições de se abrir pro amor de Deus e focalizar o outro ser humano, como um carente como ele próprio. Assim aconteceu com o apóstolo Paulo e tantos outros discípulos até o dia de hoje. 

Entretanto, existem em todos os lugares, inclusive no segmento religioso os hipocritas/religiosos que tem a característica de criticar, acusar, condenar os outros com a capa da moralidade, enquanto não se dá conta que é pecador carente da misericórdia e Graça de Deus. Não se reconhece como pecador, anulam seus erros, falhas, aí percebemos que o mestre nos ensinou, existem pessoas que engolem um camelo e se engasgam com um mosquito, querem tirar o cisco no olho do outro, mas não tira a trave do seu próprio olho. 

Quando entendemos quem somos, que temos carne e osso como qualquer pessoa, que a nossa natureza humana por muitas vezes nos engana, que cometemos erros ainda que não seja de igual modo do outro, podemos deixar nossa mente ser dominado por sentimentos destrutivos como qualquer pessoa, e que a nossa consciência se dobra ao auto exame, podemos viver na base do amor, pois assim como fomos alvo do amor de Deus, como discípulos destilamos esse amor. 

Quanto mais próximos de Deus, mais humano, amoroso, misericordioso, compassivo, o homem se torna. Que Deus tenha sempre misericórdia de mim, para que o meu olhar da vida, seja sempre com amor e misericórdia.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2020 - Capítulo 3 - Advertência contras os falsos mestres e falsos cristos




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Judas 1.8-13

8. E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades.
9. Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.
10. Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem.
11. Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré.
12. Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;
13. Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas.

Momento Interação

Passamos por diversos momentos da vida em que não encontramos uma resposta concreta para o momento em que estamos. A respeito da fé cristã, muitos ensinos são propagados e com eles, dúvidas surgem de forma exorbitante, ao passo de que, com os ricos ensinos de Jesus Cristo, todas elas são sanadas. Judas segue as pisadas de Cristo, e continua em sua missão de defesa da fé. Evitando dúvidas e achismos, encontramos na epístola, absoluta firmeza de caratér espiritual. Judas prossegue dizendo a realidade que precisamos encontrar: pôr à prova aqueles que se dizem mestres no ensino das Escrituras.

Introdução

A atenção redobrada dos discípulos de Jesus Cristo deve-se estar em completa primazia em consideração à mensagem da Bíblia Sagrada sobre os relatos dos falsos mestres e as suas heresias perniciosas de perdição que atingem ferozmente a igreja. O Mestre certa vez preveniu os seus discípulos em seu Sermão Profético que apareceriam muitos com a forte intenção de engano e de tentarem manipular à muitos se passando por falsos mestres e por falsos cristos também: "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos" (Mt 24.4,5). No estudo desta semana, nos atentaremos a mensagem de Judas em sua epístola sobre o que ele menciona dos falsos mestres com relação ao caráter e as suas más obras. É para nós uma excelente oportunidade de nos protegermos biblicamente e espiritualmente, daqueles que tentar transtornar a Igreja de Cristo.

I. Falsos Mestre e Falsos Cristos

Percebemos um crescimento de falsos mestres na nação brasileira disseminando heresias e modismos visando muitos interesses pessoais, e não o cuidado dos discípulos de Cristo com o autêntico ensino da Palavra de Deus. Tais pseudo-mestres arrogam para si, objetivos ocultos dos quais não se encontram na vontade do Senhor. Este crescimento dos falsos mestres e dos seus ensinos trazem um resultado extremamente negativo para os cristãos, como um problema que precisa ser retirado do meio do Povo de Deus e para realizarmos tal feito, devemos nós regressarmos na Epístola de Judas.

1. Ímpios em sua forma de viver. Judas retrata estes homens de muitas maneiras. O falso mestre não vem somente com uma característica, mas sim, com muitas características negativas em sua conduta e em seus frutos. Judas primeiramente vai nos informar que estes homens são reprováveis no caráter e nas suas atitudes, pois realizam obras dignas de condenação. Há muitos que estão ensinando heresias e prometendo aquilo que o Senhor não prometeu e falando aquilo que o Senhor não falou. São homens com personalidades distorcidas. Falam do Céu, mas anseiam pela terra. Com seus corações dobres, inconstantes, navegam nos mares das dúvidas e da incredulidade arrastando os incautos de mente e de corações, fazendo deles os exemplos de agregadores de heresias e modismos. A nação brasileira tem passado com angústia por este momento tão turbulento sobre a transmissão de falsos ensinos por meio destes falsos mestres em sua maneira de viver, de falar e de agir.

2. Ímpios e Falsos Mestres Adormecidos. A epístola retrata os ímpios e os falsos mestres como pessoas adormecidas. Este é sem dúvidas, um dos maiores problemas que ocorrem na nação brasileira no conceito doutrinário e teológico. Com a falta de um ensino sólido da Palavra de Deus, muitos irmãos de boa consciência tem perecido nas mãos de ímpios e hereges, que, se aparentam com boa teologia, com ensino de excelência, mas que revelam posteriormente como mercenários cruéis com atitudes cruéis. O adormecimento da igreja evangélica brasileira contribuiu para o fortalecimento de ensinos estranhos e perigosos que são ferramentas para a porta aberta da apostasia nas igrejas. Devemos nós retirarmos este adormecimento da igreja e este feito passa-se por meio de a igreja clamar insistentemente ao Senhor (Sl 44.23; 59.4; 80.2). O profeta Isaías como uma voz profética do Senhor levanta um brado de esperança mostrando à todos o que o Senhor fez por intermédio da vida dele: "O Senhor DEUS me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem" (Is 50.4). Devemos assim como Isaías, clamarmos ao Senhor que levante homens e mulheres com a voz profética à semelhança do profeta, para que esta nação desperte do sono espiritual que luta juntamente com os falsos mestres para levar a igreja evangélica à uma ruína por completo. 

3. Falsos Mestres reprováveis no Caráter. O caráter é a marca de todo cristão, é o seu registro nos céus, é a sua identidade diante das hostes celestiais e diante do Senhor. Jesus disse que conhecemos verdadeiramente alguém pelos seus frutos. Judas vai nos informar a respeito do cárater destes ímpios e dos falsos mestres. Seu caráter é reprovável na terra e nos céus, e a imagem de tais homens em nada diferem dos ímpios de Sodoma e Gomorra ou dos tempos de Nóe (cf. Gn 6.1-7.24; 18.17-19.29). Na epístola, Judas diz que tais pessoas "contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades" (Jd 1.8). Os disseminadores de heresias eram adeptos do ensino chamado gnosticismo. O Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas. Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os gnósticos também acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas. os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento elevado, uma “verdade superior”, conhecida apenas por poucos. O Gnosticismo se origina da palavra grega gnosis, a qual significa “saber”, pois os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento mais elevado, não da Bíblia, mas um conhecimento adquirido por algum plano místico e superior de existência. Os gnósticos se enxergam como uma classe privilegiada e mais elevada sobre todas as outras devido ao seu conhecimento superior e mais profundo de Deus. Contudo nós seguidores de Cristo, afirmamos que há apenas uma fonte de Verdade, e essa é a Bíblia, a inspirada e inerrante Palavra do Deus vivente, a única regra infalível de fé e prática (cf. Jo 17.17; 2 Tm 3.15-17; Hb 4.12). Ela é a revelação escrita por Deus aos homens e nunca deve ser substituída pelos pensamentos, ideias, escrituras ou visões humanas.

II. Falsos Ensinos

Os falsos ensinos estão vindo de heresias antigas com novas roupagens. Estão vestidas de ensinos bíblicos mas interiormente são ensinos perniciosos de destruição da fé cristã. Precisamos observar que Judas é um autêntico apologista do evangelho, e como tal, mostra o dever de sempre defendermos a todo custo, a nossa fé em Cristo Jesus em meio às tempestades conflituosas da vida de um discípulo de Cristo. Se os falsos ensinos hoje tem por objetivo se infiltrar na igreja e disseminar perigosas doutrinas que pervertem a fé cristã, devemos nós, como leitores e praticantes das Escrituras Sagradas, combatê-los com os ensinamentos de Cristo a fim de obtermos uma fé sadia e poderosa.

1. Cristo combatendo os Falsos Ensinos. Como se deve combater os falsos ensinos? aqui se encontra a tônica das informações na epístola. Para respondermos estas questões tão cruciais ante de nos aprofundarmos na epístola em si, temos de retornar à alguns textos do Novo Testamento, mais precisamente nos evangelhos, na mensagem de Cristo Jesus. O próprio Senhor Jesus disse: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.15,16). Em outra ocasião, Jesus avisou sobre o “fermento dos fariseus e saduceus” e explicou que esse fermento que espalha e corrompe é o falso ensinamento desses líderes religiosos (cf. Mt 16.6-12). Em todos esses casos, como em diversas outras advertências nas Escrituras, a responsabilidade do ouvinte é de verificar os ensinamentos pelo padrão da palavra já revelada. Quem introduzir outra doutrina, contradizendo a mensagem já pregada pelos apóstolos de Jesus, deve ser rejeitado (cf. Gl 1.8,9; 2 Jo 9). Não importa a posição do mestre. Paulo disse que esses avisos se aplicam até quando se trata de mensagens de apóstolos ou até de anjos!

2. Os apóstolos combatendo os Falsos Mestres e seus ensinos. Seguindo as pisadas de Cristo Jesus, os apóstolos em diversas ocasiões combateram pela fé cristã e pelo santo evangelho. Pedro em seu primeiro sermão pregado, expôs por completo os objetivos da vida e da obra de Jesus Cristo (cf. At 2). Logo em seguida foi a vez de Estêvão de ministrar um poderoso sermão sendo graciosamente assistido pelo próprio Senhor da Glória (At 6-7). Seguindo a trajetória de defesa da fé, nós temos Paulo, Pedro, Filipe e muitos outros companheiros de Paulo que seguiram com grande bravura, a caminhada cristã de grande perseguição e sofrimento por amor  em defender à fé em Cristo Jesus e em sua mensagem (cf. At 9-26). Podemos perceber que o procede na defesa da cristã contra os falsos ensinos são a pregação poderosa pautadas nas Escrituras Sagradas com relação a vida e a obra de Jesus com grande poder na intimidade com Deus. Jesus Cristo iniciou a sua mensagem e a sua obra com completude gloriosa aqui na terra e os seus apóstolos deram sequência à esta obra maravilhosa que presenciamos e nos atentamos até os dias de hoje.

3. Judas e os Falsos Ensinos. Já vimos no tópico anterior alguns destes falsos ensinos que pervertiam a igreja no primeiro século como por exemplo o Gnosticismo. Judas vai abordar mais alguns dos falsos ensinos que procuravam minar a igreja de dentro para fora. Para isto, mostra as reais intenções destes ímpios disfarçados de irmãos em Cristo Jesus. Judas diz que: "Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem. Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré" (cf. Jd 1.10,11). Heresias e doutrinas muito estranhas mencionadas em igrejas brasileiras como as tão conhecidas "Teologia da Prosperidade", "Confissão Positiva", e movimentos estranhos de culto e de adoração como objetivos ungidos para vendas a muitas pessoas frequentadoras de cultos em busca de bênçãos e de prosperidade à cada instante, o retorno às práticas veterotestamentárias para a igreja, são algumas das inúmeras questões que a igreja passa pela apostasia bíblica presente na condição evangélica atual. Entrar por estes caminhos de intenções contrárias ao que o Senhor colocou na sua Palavra como busca pelo autorrealizações humanas em detrimento da glória para Deus como fez Caim, ou negociatas das novidades no mercado da fé como fez Balaão ou primazia entre os homens como fez Corá, mostra que os falsos ensinos vem das intenções secundárias, carnais, cujo objetivo de muitos são os lucros e não as almas, é a glória para si e não a glória para Deus.

III. Evitando os Falsos Mestres e Falsos Cristos

Quando perguntado sobre como e quando ocorrerá o fim do mundo, Jesus respondendo aos seus discípulos, lhes ensinam que devem estar sempre atentos à aqueles que se faz de homens à serviço do Reino, mas que procuram enganar à muitos: "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos" (Mt 24.4,5). Hoje no mundo, por conta das doutrinas e dos ensinamentos contrários à Palavra de Deus por intermédio dos falsos mestres e dos falsos profetas, existem uma multidão sendo enganada em virtude das intenções deste falsos mestres. De acordo com a mensagem em Judas, podemos perceber como podemos evitá-los. Como pessoas com dupla intenção para com o Povo do Senhor, suas práticas condenáveis e as suas mensagem carregadas de heresias e modismos podem ser tornar uma direção a fim de podermos detectarmos tais pervertedores do Evangelho de Cristo. Podemos sim evitar tais pessoas em nosso cotidiano por intermédio da Palavra do Senhor nosso Deus.

1. Conhecendo os Falsos Mestres. Os falsos mestres não se revelam de primeira impressão, ou na primeira aparência. Eles vão se revelando com o tempo a medida em que os seus planos entre os irmãos em Cristo estão sendo concretizados para si próprios. As intenções no começo mostram-se benignas para muitos, mas com as condições estando ao favor de tais mestres, trazem infortúnio e escândalo para a igreja. Alguns textos da epístola de Judas nos ajudam a elucidar este pensamento. O irmão de Tiago conhecendo bem quem são estas pessoas, as definem de maneira interna e externamente contribuindo assim, para o cuidado com o Corpo de Cristo: "Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas" (Jd 1.12,13). Judas, os mostrando quem são, traz para a igreja detalhes minuciosos de como podemos evitar tais pessoas incômodas em nosso redor, cujo o fim deles são alvos terrenos, nem a salvação dos irmãos em Cristo, nem a glória para Deus, mas sim, a glória para ´si mesmos.

2. Manchas em Festas de Amor. Judas diz que uma das características dos falsos mestres são que eles são como "manchas em festas de amor". Judas usa tal termo como um simbolismo para ilustrar o quão mal tais mestres podem causar para os cristãos. A Igreja se constituiu no Corpo de Cristo, a alegria na terra e o regozijo no céu. A esperança para muitos que se reúnem buscando a redenção em Cristo Jesus. Os falsos mestres tiram esta alegria de muitos quando os seus falsos ensinos pervertem a mente e o coração de muitos que buscam seguir na caminhada cristã. Transformam a festa da conversão de uma pessoa em uma desonra para muitos através de polêmicas e escândalos. Aonde estes hereges se encontram, a alegria dos cristãos e da igreja é comprometida.

3. Apascentadores de si mesmos. Judas diz que estes homens se apascentam à si mesmos. Eles estão buscando objetivos próprios ao invés de verem as necessidades dos irmãos em Cristo Jesus. Buscam os prazeres para sí ao invés de buscarem cumprir os objetivos que Cristo. São negociantes da fé evangélica, mercadores dentro dos templos e influenciadores negativos levando pessoas para caminhos tortuosos em detrimento do prosseguimento bíblico na vida de irmãos piedosos. Cuidam de sí mesmos ao invés de cuidarem daqueles que necessitam. O profeta Jeremias envia uma dura mensagem da parte do Senhor a estes homens: "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR. Portanto assim diz o Senhor Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitas-tes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor" (Jr 23.1,2). Ezequiel como voz profética de Deus enfatiza a mesma questão: "E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam" (Ez 34.1-5). Muitas nações sofrem por haverem pastores e mestres que não são realmente aquilo que eles dizem ser.

4. Infrutíferos em sua forma viver e de falar. Judas completa as características dos falsos mestres, dizendo que conhecemos um falso mestre e um falso cristo pela forma que ele se porta em nosso meio. A sua vida é infrutífera, não há produção nem crescimento moral e espiritual para o Povo de Deus. Judas utiliza alguns termos que denotam a condição de um falso mestre, dizendo que eles "são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigada". A vida de um falso mestre é apenas de teorias vazias e nenhuma prática para com obra glória do evangelho do Senhor Jesus. Muita teologia vazia que não é teologia, e ensinamentos que dizem ser das Sagradas Escrituras mas que não são das Escrituras Sagradas. A vida de um falso mestre e desprovida de uma doutrina bíblica sadia e verdadeira, juntamente com a praticidade cristã, nas boas obras, no jejum, na oração e na comunhão com os irmãos.

5. Impetuosos e Inconstantes. Judas conclui aqui a sua análise para com os falsos mestres. Judas lista agora características negativas que são determinantes a fim de percebemos se eles mesmos são hereges disfarçados de conhecedores do evangelho. O autor da epístola diz que eles são como "ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas". A impetuosidade mostra inconstância. Pseudo-mestres que não há em nenhum deles maturidade emocional, social e principalmente, espiritual. Não respondem a ninguém e sempre se encontram à margem da mensagem bíblica, da mensagem de Cristo. Pessoas que entram no ministério por motivações e intenções erradas, sem preparo ou sem experiência ou sabedoria para tamanha tarefa e responsabilidade para com o Corpo de Cristo. Diz Paulo sobre isto: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças" (1 Tm 4.1-3). O cuidado que devemos ter com relação aos falsos mestres e nos colocarmos em constante vigilância através da Palavra de Deus.

Conclusão

O apóstolo Paulo escrevendo ao seu filho na fé Timóteo em sua primeira carta, lhe orienta a prosseguir na caminhada cristã seguindo os ensinamento de Jesus Cristo: "Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada. Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade" (1 Tm 4.4-7). Da mesma forma que o apóstolo Paulo ao seu filho na fé, Judas instrui-nos hoje com para que possamos compreender os graves problemas morais, sociais e teológicos existentes na igreja da atualidade que foram criados pelos falsos mestres. A única forma de combatermos tais ímpios em nosso meio é retornarmos as Escrituras. Somente assim, poderemos ter casas, cidades e igrejas sadias com o genuíno estudo bíblico.



Recomendação de Leitura: Defendendo o Evangelho de Cristo. Marcos Rogério. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Comentário Bíblico Mensal: Fevereiro/2020 - Capítulo 2 - A Autêntica Batalha pela Fé




Comentarista: Leonardo Pereira



Texto Bíblico Base Semanal: Judas 1.3-7

3. Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.
4. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.
5. Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram;
6. E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;
7. Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.

Momento Interação

Precisamos estar sempre alertas e vigilantes ante às astutas ciladas do inimigo (1 Pe 5.8). Judas percebeu que com o passar do tempo, pessoas estavam sendo levadas por muitas doutrinas estranhas por intermédio dos falsos mestres. Uma grande divisão de valores éticos e espirituais, estavam sendo adentradas no meio de cristãos que buscavam a respeito de Cristo, o Nazareno, e de seus ensinos. Judas começa de forma introdutória e objetiva, denunciando os falsos mestres e mostrando como o povo de Deus devesse se portar diante daqueles que se dizem mestres, mas na realidade, são instrumentos de Satanás para levá-los ao erro e ao engano.

Introdução

Se nos atentarmos para mensagem de Jesus Cristo, observaremos que a sua preocupação para com os seus discípulos, era mostrar-lhes como os irmãos estavam sendo atacados de todos os lados, e de todas as maneiras  por um aumento constante de heresias e modismos daqueles que estavam contaminando os ensinamentos sagradas da mensagem do Senhor. Nesta epístola, encontramos fundamentos bíblicos poderosos que obtemos para estarmos adequadamente equipados em todo o nosso ser, de maneira que, afim de não sermos enganados por heresias e modismos gerados e transmitidos por falsos mestres e profetas, possamos estar capacitados para combater o bom combate, pela genuína fé cristã.

I. O Alerta de Judas

O aviso de Judas sobre os perigos que os irmãos em Cristo correm é vital e importante para o estudo de toda a epístola para o nosso crescimento espiritual. Para analisarmos bem esta epístola é considerável, darmos a devida atenção as palavras do escritor inspirado. Judas começa a epístola com objetividade e sinceridade no que se refere aos que irão ser mencionados e os seus feitos. Este alerta assim como Judas o fez, todo o povo de Deus deve realizá-lo em cada canto deste mundo, aonde a mensagem de Cristo Jesus puder ser ouvida e transmitida.

1. O Rumo da Direção da Epístola. Judas informa aos seus leitores que o assunto da epístola não era o da defesa da fé cristã, mas sim da salvação comum. Contudo, devido às muitas ocorrências do que ele mais à frente da sua epístola irá abordar, ele muda o rumo da sua mensagem e se focaliza em escrever uma dissertação no que se refere sobre a defesa da fé evangélica: "Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 1.3). A mensageira naquele momento foi de extrema necessidade sobre os acontecimento entre os irmãos em Cristo. O Espírito Santo o levou a mudar a sua mensagem com o objetivo em exortar o Povo de Deus (cf 2 Pe 1.20,21). Se o tema da salvação deve ser a máxima do aprendizado cristão, defender a fé que nos foi entregue constitui-se numa dedicação esmerada para nos conservarmos em Cristo Jesus, a todos os que são "chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo" (Jd 1.1a).

2. A Atenção à Mensagem da Epístola. Nenhum ponto da mensagem de Judas deve ser ignorado. Todos os pontos ali colocados são para nossa advertência e exortação, bem como obter para nos, instruções precisas e sublimes com o alvo magno de nos encontrarmos preparados para  combatermos os falsos mestres e as heresias que os mesmos disseminam. Se a doutrina não se encontra adequada para nossos irmãos em Cristo, muito menos o prosseguimento do ensino deva ser considerado. Por isto, quando voltamos os olhos para o penúltimo livro das Escrituras Sagradas, volta-se com a intenção de ali, buscarmos sermos combatentes da fé cristã, defendê-la custe o que custar, pois nesta epístola, é a mensagem da importância dos cristãos estarem de prontidão ante às portas do inferno (Mt 16.18), contras as heresias e os falsos ensinos contrários a Palavra do Senhor que tão exorbitantemente tentar nos levar para os caminhos estranhos, tortuosos, aonde não está o Senhor (Sl 119.106).

3. A Objetividade da Epístola de Judas. Judas, bem mais do que escritores do Novo Testamento, é bastante objetivo na transmissão da sua mensagem. Ao escrever a carta, ele aborda de uma maneira clara e simples, ao mesmo tempo, profunda e prática. Ela não é uma carta teológica, mas a sua belíssima teologia se encontra ali presente, mostrando-nos que o Corpo de Cristo está sempre sendo cuidado com carinho, amor e dedicação pelo Bom Pastor, que é Jesus (cf. Jo 10). Os maravilhosos ensinamentos inseridos nesta epístola para a Igreja de Cristo atualmente se consiste em um desafio para o Povo de Deus. Em um delicado momento em que a Igreja está passando, com uma avalanche de ensinos desvirtuados das Escrituras Sagradas, cabe aos cristãos defender a fé que Jesus Cristo confiou à cada um. Os estudos para a Igreja atualmente devem ser com a mesma objetividade que Judas teve quando transmitiu aos irmãos da época.

II. O Perigo dos Homens Ímpios

Judas quando começa a sua mensagem de uma maneira uma maneira extremamente intensa e forte. Com grande objetividade e ousadia, ele começa a revelar quem são os propagadores dos falsos ensinamentos bem como aqueles que pervetem o Povo de Deus, se infiltrando como falsos irmãos a fim de atacar a Igreja do Senhor de dentro para fora. Judas busca combater esses ímpios alertando os irmãos em Cristo.

1. A Infiltração de Falsos Mestres na Igreja. Ao longo da Igreja Primitiva, houve um terrível combate contra as heresias e os falsos mestres. Jesus Cristo e os apóstolos pregavam esta mensagem combatendo tais hereges no seio da Igreja. Escrevendo sobre a batalha da fé, heresias começavam a crescer entre os irmãos entre elas as mais perniciosas da época, que são o antinomismo e o gnosticismo. Enquanto os falsos mestres através do antinomismo ensinava que a graça liberava o ser humano da lei moral, ensinavam através do gnosticismo que a salvação era alcançada pelo conhecimento e não pelá fé que há somente em Cristo Jesus. Com o crescimento destas heresias, tais falsos mestres encontrava locais em que pudesse proporcionar doutrinas estranhas entre os irmãos.

2. Quem são estes Falsos Mestres?  De maneira rápida e clara, podemos definí-los como os deturpadores da mensagem de Jesus Cristo, ou seja, aqueles que alteram a mensagem do Senhor ensinando doutrinas humanistas heréticas, que não se encontram nas Escrituras Sagradas, indo à margem da mensagem divina. Judas os define como "homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo" (Jd 1.4). Tais homens entram na igreja ou se encontram na igreja (At 20.29), com propósitos em manter-se com a máscara de piedade tendo eles atitudes de lobos devoradores (At 20.30), que enredam muitos com os ensinos heréticos, pervertendo os genuínos ensinamentos de Cristo.

3. As Atitudes dos Falsos Mestres. Judas no versículo 4 da epístola que leva o seu nome, deixa para nós quatro características de como são as atitudes dos falsos mestres. De modo sequencial, os falsos mestres: são ímpios (v. 4b), inimigos da graça de Deus (v. 4 c), negam a supremacia de Jesus Cristo (v.4d), e estão destinados à condenação (v. 4b). Podemos observar pela ótica de Judas que eles combatentes ferrenhos do anti-evangelho (Gl 1.6-8), com os propósitos mais vis possíveis como deturpar a mensagem cristocêntrica na Palavra Sagrada. Estes homens entram nas igrejas para mudarem a doutrina evangélica. Tentam de todas as formas descontruirem os pilares do cristianismo, e roubar a fé no coração de inúmeros irmãos fiéis. Os falsos mestres falam em nome de Deus, mas apartam as pessoas de Deus, como atores prestes a estrelarem em palcos.

III. O Exemplo que as Escrituras nos Ensina

Judas, tendo colocado como propósito em sua epístola o alvo de fortalecer a fé dos irmãos em Cristo Jesus, traz para estes irmãos alguns exemplos do Antigo Testamento como uma forma de obter atenção devida e precaução constante no que se refere a conduta e a moral dos falsos mestres para não sermos levados por doutrinas falsas e palavras vãs. Tais homens ímpios e hereges são completamente reprovados por Judas em semelhança com muitos personagens que se encontram na mensagem da Antiga Aliança. Por intermédio das Escrituras Sagradas, é-nos mostrado os exemplos e como será o triste fim de muitos destes que se assemelham à tais personagens bíblicos.

1. Os Judeus que saíram da escravidão do Egito. O primeiro exemplo que Judas transmite aos seus leitores sobre a impiedade e a incredulidade se refere aos judeus que saíram do cativeiro egípcio. Mesmo depois das maravilhas que o Senhor realizou dentro do Egito,  por intermédio de Moisés durante o povo caminhando no deserto por 40 anos, a incredulidade permaneceu no coração de muitos deles, de maneira que se endureciam implacavelmente: "Então respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu sabes que este povo é inclinado ao mal; E eles me disseram: Faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque não sabemos o que sucedeu a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito. Então eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no fogo, e saiu este bezerro" (Êx 32.22-24). O resultado foi que a primeira geração dos judeus, a geração que saiu do Egito, não entrariam na Terra Prometida, exceto por Josué e Calebe, pela fé que ambos possuíam no Deus Vivo (cf. Nm 31.11,12).

2. Os Anjos Rebeldes. Judas prossegue nos exemplos de impiedade e incredulidade e agora o alvo são os seres celestiais. Ele agora fala sobre os anjos que se rebelaram contra o Senhor e agora aguardam o juízo em prisões eternas. Pedro em sua segunda epístola trata sobre este mesmo tema (2 Pe 2.4). Lúcifer, agora como Satanás, ajuntou o orgulho no coração (Ez 28.17) e cobiçou a posição do próprio Deus: “eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono… subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.13, 14). O orgulho moveu Satanás a se rebelar contra seu Criador. Usando sua extraordinária inteligência para o mal e empregando a mentira, Satanás seduziu a terça parte dos anjos (Ap 12.3,4). O destino dos anjos caídos e de Satanás já fora decidido pelo Senhor. Os anjos rebeldes temem este dia (Lc 8.2, 29). O evangelista Mateus chama Satanás de “maioral dos demônios” (Mt 12:24; 25.41). A Bíblia nos revela que os anjos rebeldes aguardam em prisões para o Juízo divino. Satanás também estará em condenações eternas. Aquele que atormentava constantemente será atormentado para toda a eternidade: "E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre" (Ap 20.10).

3. Sodoma e Gomorra. Sodoma e Gomorra é um relato amplamente conhecido tanto pelos cristãos, quanto pelos históriadores e amantes do cinema. Foi retratado por diversas vezes como uma sociedade pagã e imoral. Biblicamente, é um dos maiores exemplos de apostasia e imoralidade que trouxe a ira de Deus como advertência para os as localidades futuras. Toda a cidade ficou contaminada pelas presas ferozes do pecado e não havia mais escapatória para aquela população. Ló como um ser justo naquele local, pela misericórdia do Senhor, foi poupado com a sua família para que pudesse sair daquela cidade o mais rápido possível: "Então disseram aqueles homens a Ló: Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; Porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem aumentado diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo" (Gn 19.12,13). O julgamento imediato veio aquelas cidades que em uma noite não havia mais nada que ali pudesse propagar o pecado e a imoralidade. Ainda que nem toda a família de Ló veio com eles ainda permanecendo na cidade (Somente ele e suas duas filhas sobreviveram), o texto mostra que o pecado atrai a ira divina, e se não buscarmos nos voltar para Deus, corremos um perigo eminente de juízo e de condenação eterna pela impiedade e pela incredulidade.

Conclusão

Podemos observar com atenção  dos versículos 3 à 6 da Epístola de Judas, que a impiedade e a incredulidade sempre caminham juntas levando muitos à perdição. Hoje, muitos não buscam ouvir da voz de Deus através da sua Palavra nos alertando sobre os inúmeros que sobrevêm com poderoso rigor. Judas  como um arauto de Deus proclama à muitos um genuíno despertamento bíblico e espiritual através da mensagem divina nas Escrituras Sagradas como forma de estarmos devidamente prontos para entrarmos em uma batalha contra as hostes do mal, pela nossa fé devidamente firme, confiante e segura em Jesus Cristo. Batalhemos hoje pela fé que nos foi entregue por Jesus.



Sugestão de Leitura: A Obra Gloriosa da Evangelização. Anderson Ribeiro: São Paulo: Evangelho Avivado, 2019