sábado, 30 de outubro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2021 - Capítulo 5 - O Estudo Constante da Palavra de Deus

 




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Salmos 119.92-104

92. Se a tua lei não fora o meu deleite, então eu teria perecido na minha angústia. 

93. Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado. 

94. Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos. 

95. Os ímpios me espreitam para me destruírem, mas eu atento para os teus testemunhos. 

96. A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é ilimitado. 

97. Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo. 

98. O teu mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está sempre comigo. 

99. Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação. 

100.  Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos. 

101. Retenho os meus pés de todo caminho mau, a fim de observar a tua palavra. 

102. Não me aperto das tuas ordenanças, porque és tu quem me instrui. 

103. Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca. 

104. Pelos teus preceitos alcanço entendimento, pelo que aborreço toda vereda de falsidade.

Momento Interação

Para estudar a Bíblia é necessária a combinação de oração e estudo. Quando falamos em como estudar a Bíblia, primeiramente precisamos lembrar que ela é um livro inspirado por Deus. Portanto, é impossível interpretá-la corretamente sem o auxílio do Espírito Santo. Todavia, ela também é um livro humano, no sentido de que foi escrita por homens. Por isto ela possui particularidades gramaticais e estilos literários que exigem um estudo cuidadoso. Neste texto, separamos algumas dicas importantes sobre como estudar a Bíblia e interpretá-la corretamente. Certamente essas dicas lhe ajudarão em seu estudo bíblico.

Com base no que foi exposto acima acerca das naturezas da Bíblia, podemos claramente entender por que devemos estudá-la. Visto que a Bíblia é a Palavra de Deus, devemos estudá-la com o intuito de entender a mensagem do Senhor para nós. Sob esse aspecto, nenhum outro livro pode ser comparado à Bíblia. Nunca devemos ler e estudar a Bíblia como lemos e estudamos um livro qualquer. Por outro lado, visto que ela foi escrita por homens, devemos estudar a Bíblia a fim de interpretá-la da maneira mais coerente possível. Precisamos estar atentos às suas características textuais. Então sob esse aspecto, devemos estudar a Bíblia assim como estudamos qualquer outro livro que exige interpretação.

Introdução

Durante meus 25 anos de cristianismo li a Bíblia dezoito vezes do Gênesis ao Apocalipse e já li cem livros. Atualmente estou no décimo nono ano bíblico. O Ano Bíblico é um plano de leitura da Bíblia Sagrada em um período de um ano, plano este elaborado pela Sociedade Bíblica do Brasil. Além de estar lendo a Bíblia pela décima nona vez e estar lendo meu centésimo primeiro livro, também já li muitos artigos teológicos, revistas e lições bíblicas. Todo esse estudo gira em torno da Palavra de Deus.

Estudar a Bíblia Sagrada constantemente é reconhecer a importância da Palavra de Deus em nossa vida e traz como benefícios a melhora em nossa vida espiritual, pois a santificação operada pelo Espírito Santo é por meio da Palavra de Deus (Jo 17.17). O estudo constante da Palavra de Deus contribui para nosso desenvolvimento intelectual, conhecimento teológico, capacidade raciocinal, análise crítica, raciocínio lógico, habilidade de questionar entre muitas outras bênçãos.

O Espírito Santo pode nos ensinar tanto ou mais da Palavra de Deus como as melhores faculdades de teologia a medida que nos colocamos aos pés de Jesus com humildade cristã para aprender. Além de estudar a Bíblia Sagrada,  é importante praticar seus maravilhosos, aplicando à nossa vida os princípios do Evangelho.

I. O Estudo da Bíblia

As Escolas Bíblicas devem levar o povo de Deus a ter em mente a importância do estudo da Bíblia Sagrada. Nos púlpitos a Palavra de Deus deve ser a principal fonte de ensino. A Palavra de Deus sendo o melhor e mais importante livro já escrito e singular entre toda a literatura existente deve também ser o singular, principal e mais importante livro em nossa vida. O fato de pessoas de má fé se utilizarem da Bíblia Sagrada isolando textos dos respectivos contextos para justificar atrocidades como as cruzadas, a inquisição, a escravidão, a exploração do seu semelhante e grandes crimes contra a humanidade não compromete a Palavra de Deus nem diminui sua importância.

Como a mensagem de Deus à humildade o estudo desse livro jamais pode ser negligenciado. O salmista disse que Deus magnificou acima de tudo Seu nome e Sua Palavra (Sl 138.2). Não podemos professar o Nome do Senhor enquanto desprezamos Sua Palavra. Ao estudarmos a Bíblia Sagrada, o Espírito Santo imprime em nós as verdades bíblicas e contemplando a Deus por meio de Sua Palavra somos transformados de glória em glória à Sua imagem (2 Co 3.18). Tendo em vista o autor valor que Deus deu à Sua Palavra exaltando-a junto com Seu Nome acima de tudo devemos igualmente e com humildade reconhecer a importância da Bíblia Sagrada e de estudá-la atentamente incorporando seus ensinos e transmitindo-os aos demais.

Jesus disse que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Mt 4.4) fazendo referência a (Dt 6.13). A importância do estudo da Bíblia Sagrada é importante por vários fatores como os mencionados aqui, mas também para ficarmos precavidos contra falsos ensinos contrários à Bíblia cujos propagadores utilizam-se da Bíblia distorcendo o verdadeiro significado dos textos bíblicos. A Teologia Inclusiva ou Teologia Gay como é conhecida é uma nova abordagem da Bíblia Sagrada se declarando a verdadeira teologia e pretende atualizar os ensinos bíblicos para apoiar pela Bíblia o movimento LGBT, a homossexualidade e o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. Todas as falsas ideologias, falsas teologias, falsos ensinos, falsas doutrinas, falsas filosofias e toda e qualquer forma de contrariedade ou distorção do Evangelho tem duas características, a negação da Palavra de Deus ou sua distorção.  O ateísmo nega a Bíblia, as falsas teologias a distorcem. Por isso é importante um bom conhecimento da Palavra de Deus para pela apologético refutar tais heresias e impedir que membros do corpo de Cristo de desgarrem seja pela descrença ou apostasia por falsas crenças.

II. Como Estudar a Bíblia

A leitura do texto bíblico nos ajuda a familiarizarmos com o texto e contexto da Bíblia Sagrada. O estudo da mesma nos ajuda a familiarizarmos com suas doutrinas. Antes de estudarmos a Bíblia devemos fazer uma oração a Deus em nome de Jesus pedindo auxílio para que o Espírito Santo ilumine a nossa mente para compreender a Bíblia e aceitar seus ensinos. É importante conhecer as cinco regras de hermenêutica bíblica previamente estabelecidas nas próprias Escrituras Sagradas! 

Regras de Hermenêutica Bíblica

1. A Bíblia é sua própria intérprete. A Escritura explica a Escritura.

2. É preciso tanto quanto possível tomar as palavras em seu sentido usual e comum.

3. É de todo necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase.

4. É preciso tomar as palavras considerando o objetivo do livro.

5. É necessário consultar as passagens paralelas, ou seja, textos que tratem do mesmo assunto em questão.

Princípios Práticos de Aplicação da Hermenêutica Bíblica Para Não Confundir Exegese Com Eisegese

1. A Bíblia é a sua própria intérprete e cada texto deve ser interpretado pelo seu contexto imediato e amplo.

2. Os textos mais obscuros devem ser entendidos à luz dos textos mais claros que tratam do mesmo assunto.

3. A Bíblia não se contradiz fazendo uma afirmação doutrinária em uma parte e outra afirmação oposta a primeira em outra parte.

4. Cada assunto deve ser estudado separadamente.

5. Nunca se usa um texto que trata de um assunto para provar outro assunto do qual o texto não está tratando.

6. Não se estuda a Bíblia com ideias preconcebidas.

7. Não se tenta ajustar a Bíblia às nossas crenças, mas nossas crenças que devem ser ajustadas à Bíblia.

8. Não usar textos alegóricos para provar doutrinas.

9. Não se interpreta textos literais simbolicamente.

10. Não interpretar textos simbólicos literalmente.

11. Deve-se procurar entender as palavras em seu contexto original, no idioma em que foram escritas.

12. Quando não é possível conhecer os idiomas originais devemos procurar traduções bíblicas de qualidade.

13. É recomendável ter várias traduções e compará-las para entender melhor o significado do texto.

14. Devemos buscar iluminação do Espírito Santo por meio da oração.

15. Deve-se esquecer opiniões pessoais preconcebidas  ao examinar a Bíblia Sagrada.

16. É necessário tentar entender o que o texto realmente diz e não o que se quer que ele diga.

A exegese é a interpretação correta do texto sagrado levando em consideração as cinco regras de hermenêutica bíblica, o que possibilita a Bíblia Sagrada ser sua própria intérprete e dizer o que realmente diz e não o que se quer ou se acha que ela diz. A eisegese é uma interpretação incorreta do texto sagrado não levando em consideração as cinco regras de hermenêutica bíblica, o que impossibilita a Bíblia ser sua própria intérprete e dizer o que realmente diz e sim o que se quer ou se acha que ela diz. A eisegese é a mãe das distorções teológicas, aleijões doutrinários, mitos interpretativos, equívocos teológicos erros doutrinários e falsas doutrinas. O que gera o misticismo e a ignorância. A exegese é a aplicação da hermenêutica bíblica, ou em outras palavras a hermenêutica colocada em prática. A aplicação correta das cinco regras de hermenêutica nos leva ao verdadeiro conhecimento da sã doutrina, à verdadeira compreensão da Palavra de Deus. 

Estudar a Bíblia da forma errada é tão prejudicial como não estudá-la.  Devemos ser perseverantes no estudo correto da Palavra de Deus e na aplicação de seus nobres ensinos em nossa vida. Jesus ou o Espírito Santo não substituem o estudo da Bíblia nem nos guiam a compreensões diferentes da Bíblia Sagrada desconsiderando os princípios de interpretação bíblica dados pelo próprio Espírito Santo.  As experiências espirituais não devem ser colocadas como padrão de autoridade doutrinária ou de conhecimento da verdade, mas todo conhecimento e revelação deve ser testado pela Bíblia. Não devemos ler um versículo e pedir que o Espírito Santo o interprete e fechar a Bíblia. Devemos sim pedir iluminação do Espírito Santo e ler o texto e analisar os contextos imediato e amplo de cada texto e, assim o Espírito Santo nos iluminará e guiará a uma correta compreensão da Bíblia Sagrada.

III. O Estudo Temático da Bíblia

Temático é um adjetivo que diz respeito a tema. Um estudo temático é um estudo de um assunto ao qual se quer provar ou estudar a partir de um tema em uma obra literária. Para fazer um estudo temático da Bíblia Sagrada basta organizar os versículos ou capítulos por temas e estudá-los através de comparações. Jesus fez isso ao explanar as Escrituras Sagradas aos discípulos na estrada para Emaús (Lc 24.27). A temática bíblica trabalha em harmonia com a exegese e a hermenêutica. A temática geralmente é o tema ou conjunto de temas inseridos em determinada obra literária, a temática bíblica é o estudo dos diversos temas bíblicos examinando um tema de cada vez comparando seus relatos conforme aparecem na Bíblia Sagrada.

As concordâncias bíblicas são uma excelente ferramenta para estudar a Bíblia além dos dicionários e das Bíblias de estudos ou de esboços.  Ao lermos o Novo Testamento vemos que em diversas ocasiões Jesus fez estudos temáticos da Palavra de Deus sempre com uma exegese correta dos textos sagrados. As controvérsias entre Jesus e os líderes religiosos judeus sempre giravam em torno da interpretação correta da Palavra de Deus. Tais líderes acusavam a Jesus de fazer interpretações erradas e distorções das Escrituras Sagradas ao passo que o próprio Jesus se defendia de tais acusações fazendo sempre uma correta exegese da Palavra de Deus e mostrando aos escribas e fariseus que eram eles que não conheciam as Escrituras Sagradas e cometiam o erro de interpretá-las conforme suas próprias tradições e conveniências rabínicas e até políticas.

Ao fazermos um estudo temático da Bíblia determinamos uma série de perguntas ao texto estudado, perguntas como: Onde? Por que? Como? Para quem? Por meio de quem? Quando? Etc... Assim fazemos um estudo temático abordando o assunto e pesquisando o tema em questão para responder tais indagações. Agimos assim para com um tema em determinado livro da Bíblia e depois consultamos as passagens paralelas repetindo a cada um as mesmas perguntas e então tiramos uma conclusão. Com o auxílio de uma boa concordância exaustiva da Bíblia podemos selecionar todos os versículos que contém determinada palavra relacionadas à pesquisa que você procura fazer. Os dicionários bíblicos te ajudarão a conhecer o significado das palavras relacionadas ao tema pesquisado. 

Não devemos nos permitir levar a uma empolgação exagerada e adentrar no campo da especulação procurando ver temas supostamente bíblicos que na verdade não estão na Bíblia. Mesmo não encontrando todas as respostas às suas perguntas não se frustre, entenda que a revelação da verdade é sempre crescente, progressiva e faça desse fato uma motivação para continuar estudando. A teologia bíblica é uma ciência da qual nunca esgotaremos nosso aprendizado. Nunca chegaremos ao limite do conhecimento, só Deus é onisciente. 

Você pode repetir a metodologia do estudo temático da Bíblia a todos os temas bíblicos que desejar e também pode realizar estudos sobre o mesmo tema quantas vezes quiser. Quanto mais estudar, aprender e praticar tanto mais gosto você adquirirá no estudo da Palavra de Deus. Você pode iniciar sua metodologia de estudo temático escolhendo temas simples e com poucas referências e depois eu evoluindo para outros temas e ampliando os estudos. Todo estudo da Bíblia é sempre compensador, gratificante e todo estudante da Bíblia Sagrada leigo ou não é um teólogo porque teologia na prática nada mais é do que um estudo da Palavra de Deus.

V. O Estudo Expositivo da Bíblia

A palavra expositivo é um adjetivo que denota exposição, que descreve, que dá a conhecer. O estudo expositivo é aquele que tem por objetivo apresentar um assunto e ao mesmo tempo acrescentar mais informações verídicas sobre o tema estudado.  Esse tipo de estudo tem a finalidade de sintetizar ou analisar alguma ideia, teoria ou conceito o que forma a compreensão sobre determinado tema. O estudo expositivo da Bíblia expõe e aplica o verdadeiro significado do texto bíblico, levando em consideração seu contexto sociocultural e seu contexto textual imediato e amplo.

Esse método de estudo da Bíblia Sagrada assim como os demais métodos analisados nesse comentário bíblico e com mais exatidão no livro de apoio desse comentário é igualmente cristocêntrico. O propósito desse método de estudo assim como dos demais é que o estudante ouça a voz de Deus falando-lhe por meio da Bíblia Sagrada. No estudo expositivo você encontra um texto bíblico que fala ao seu coração e faz um estudo em cima desse texto. A pregação é exposição das Escrituras Sagradas, quem não expõe as Escrituras Sagradas não pregou. Em Lucas 24.32 lemos que os discípulos afirmaram que Jesus lhes expunha as Escrituras Sagradas. O estudo expositivo é a organização, estruturação e a apresentação de um tema por escrito ou oralmente.

O estudo expositivo do texto não se limita a estudar exaustivamente o texto de forma a explicar palavra por palavra, mas tem por objetivo principal é entender ou expor a verdade espiritual contida no texto onde jamais se altera a mensagem principal que aquele texto quer nos transmitir. Assim como os demais métodos de estudo o próprio Deus está presente orientando o estudante ou transmissor mensagem.

No estudo expositivo, diferente do que ocorre no estudo temático, é que geralmente o estudo expositivo trata de um texto mais longo a ser estudado ou exposto enquanto que no estudo temático você utiliza vários textos os comparando. Assim como nos demais métodos de estudo no estudo expositivo o texto deve ser lido quantas vezes for necessário até uma clara compreensão do mesmo.

V. O Estudo Devocional da Bíblia

Jesus usou o termo examinais em João 5.39 mostrando que seus perseguidores agiam corretamente no exame das Escrituras, embora não praticassem aquilo que aprendiam e queriam matá-lo (Jo 8.40). Paulo elogiou os bereanos porque ao ouvirem suas pregações conferiam nas Escrituras examinando-as todos os dias para ver se as coisas eram de fato assim (At 17.11). Daniel mesmo sendo profeta recebendo revelações de Deus estudou os escritos inspirados do profeta Jeremias (Dn 9.2). João pronunciou uma bênção divina sobre aqueles que lêem, ouvem e praticam as palavras deste livro (Ap 1.3). Jesus considerou como sua família os que ouvem a Palavra de Deus e a praticam (Lc 8.21). Paulo disse que o que foi escrito o foi para nosso ensino (Rm 15.4). Paulo disse à Timóteo que as Escrituras inspiradas tem por objetivo nos tornar perfeitos em Cristo e perfeitamente habilitados para as boas obras (2 Tm 3.16,17).

Jesus relacionou a santificação com a Palavra de Deus (Jo 17:17).  Davi comparou as Escrituras como uma lâmpada que nos ilumina nesse mundo de trevas espirituais (Sl 119.105). Isaías disse que a Palavra de Deus permanece eternamente (Is 40.8). Jesus disse que os céus e a Terra passarão, mas Suas palavras permanecerão eternamente (Mt 24.35). Jesus nos abre o entendimento para compreender as Escrituras (Lc 24.45). O evangelista Mateus narra as palavras de Cristo onde Ele afirma ser um erro não conhecer as Escrituras e nem o poder de Deus (Mt 22:29). O evangelista Lucas continua a narrativa temática do estudo das Escrituras mostrando as palavras de Jesus afirmando que bem-aventurados são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a guardam (Lc 11:28).

Devemos examinar a Palavra de Deus fazendo estudos devocionais, temáticos e expositivos e crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus. Devocional é também um momento do seu dia que você reserva para passar tempo com Deus lendo a Bíblia Sagrada, orando e buscando a Deus, mas devoção a Deus é também conversão, é estilo de vida, é viver com Deus e para Deus.
No seu momento devocional diário é necessário que esteja ligado a Deus e Sua Palavra. É um momento a ser desfrutado com Deus sem interferências desnecessárias de terceiros ou dividir a atenção com as redes sociais. O estudo devocional diário é um momento de comunhão com Deus e de contemplação das coisas espirituais, um momento de relacionamento com Deus, relacionamento que reflete uma vida de intimidade com Deus.  O estudo devocional da Bíblia Sagrada é importante como fortalecimento espiritual e aproximação de Deus.

Conclusão

Analisamos diferentes métodos de estudo da Palavra de Deus que visam diferentes benefícios mentais e espirituais. Estudos que fortalecem nosso relacionamento com Deus e ao mesmo tempo desenvovem nosso conhecimento teológico, nossa habilidade de discernimento e também desenvolvem nosso intelecto, mas que também melhoram nosso estado emocional.  Os inúmeros benefícios práticos do estudo da Palavra de Deus se tornam evidentes ao notarmos as consequências positivas desse estudo em todas as áreas de nossa vida.

Estudar a Palavra de Deus é ouvir a voz de Deus falando ao nosso coração e ao mesmo tempo nos enriquecendo com conhecimento de Deus e de Sua vontade para nossa vida. O conhecimento da Palavra de Deus é progressivo e infinito, um fator adicional que torna a Bíblia um livro singular e superior a todo e qualquer outro livro. Estudar a Bíblia é ter comunhão com Deus e aprender dEle e com Ele. A Bíblia é o único livro em que seu autor primário está presente ao mesmo tempo com aqueles que o lêem. A Bíblia não é um livro que se coloca acima de questionamentos, mas um livro que incita a questionar tanto ele como qualquer outra obra literária ou mensagens verbais, mas ao mesmo tempo nos fornece importantes e suficientes evidências para crer nele como o livro de Deus.

A Bíblia Sagrada não incita à aceitação cega de si mesmo, mas expande nosso intelecto incentivando a análise crítica, ao raciocínio lógico, aos questionamentos e ao desenvolvimento físico, mental e espiritual. A Bíblia traz em si mesma o selo de autenticidade divina.  Quem ler a Bíblia mesmo a questionando, mas a ler de forma imparcial, com a mente aberta e livre de preconceitos testificará desse livro como sendo a Palavra de Deus.



Recomendação de Leitura da Semana: JUNIOR, Carlos Alberto. A Obra da Redenção. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.


sábado, 23 de outubro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2021 - Capítulo 4 - A Confiabilidade da Bíblia

 




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Lucas 4.1-13


1. E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto;

2. E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome.

3. E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.

4. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.

5. E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo.

6. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero.

7. Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.

8. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás.

9. Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;

10. Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem,

11. E que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.

12. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.

13. E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.

Momento Interação

Usando os mesmos critérios pelos quais julgamos as outras obras históricas, a Bíblia não só é confiável, mas é mais confiável do que quaisquer outros escritos comparáveis. A confiabilidade é uma questão de veracidade e cópia exata. Escritos que são historicamente e fatualmente corretos e que foram fielmente preservados ao longo do tempo seriam considerados confiáveis. Níveis mais elevados de verificação histórica e melhor confiança na transmissão facilitam a determinação de se uma obra antiga é digna de confiança. Por essas medidas, podemos considerar a Bíblia confiável. Como acontece com qualquer obra histórica, nem todos os detalhes bíblicos podem ser diretamente confirmados. A Bíblia não pode ser acusada de insegura simplesmente porque contém partes que não podem ser confirmadas ou que ainda não foram confirmadas. O que é razoável é esperar que seja exata onde puder ser verificada. Este é o principal teste de confiabilidade, e aqui a Bíblia tem um histórico estelar.

Introdução

A autoridade da Palavra de Deus como regra de fé e prática decorre de sua origem divina. A origem e fonte das Escrituras testifica de sua singularidade. Os escritores bíblicos viam a Palavra de Deus como ocupando status único na categoria de todos os demais livros. Para eles a Palavra de Deus era tida como "sagradas escrituras" (Rm 1.2), "sagradas letras" (2 Tm 2.15) e "oráculos de Deus" (Rm 3.2; Hb 5.12). Os escritores bíblicos deixaram claro que seus escritos não eram obras deles, mas comunicação da parte de Deus por meio do Espírito Santo (Nm 9.30; 2 Sm 23.2; Is 1.1; Jr 38.21; Ez 2.2; Ez 11.5,24 ; Am 1.1; Mq 1.1; Mq 3.8; Hb 1.1; Zc 7.12).

O Novo Testamento reafirma essas declarações do Antigo (Mc 12.36; At 28.25; 1 Pe 1.10; 2 Pe 1.21; 2 Pd 3.16). Algumas vezes as Escrituras deixam tão claro a autoria do Espírito Santo que o autor humano desaparece quase que completamente aparecendo apenas como instrumento (Hb 3.7; Hb 9.8). O que nos garante a confiabilidade, inerrância e exatidão das Escrituras Sagradas é o fato de ao longo das Escrituras Deus revelar a Si mesmo.  Por meio de mãos humanas Deus se revelou por meio do Espírito Santo.

I. A Palavra de Deus é Inerrante

A inerrância bíblica deve ser definida mais em termos de verdade e de falsidade do que em termos de erro. A idéia básica de inerrância é que não há engano ou falsidade nos ensinamentos das Escrituras Sagradas, por consequência da inspiração divina, resultando daí sua autoridade máxima em questões de fé e prática. Devemos ter a mente aberta às discussões sobre esse tema tão importante para entendê-lo corretamente. Quando reivindicamos a inerrância da Bíblia não estamos afirmando que os escritores bíblicos ao escrever a Palavra de Deus em hebraico, aramaico e grego não cometeram nenhum erro gramatical. Sabemos que os discípulos eram pessoas de pouca cultura (At 4.13). O Novo Testamento foi escrito em grego koinê, mas se encontra cheio de aramaísmos, ou seja, uma estrutura linguística com expressões que são corretamente compreendidas quando se entende o aramaico.

É evidente que quem escreveu os evangelhos sofria influência do aramaico, como se detecta em certos "aramaísmos" dos textos, mas é praticamente certo que os evangelistas escreveram em grego. Aramaísmo é característica linguística do aramaico que ocorra em outra língua.  Os hebraísmos ou aramaísmos não implicam em erro doutrinário, apenas em imprecisões gramaticais.  Nenhum outro autor do Novo Testamento desrespeita tão frequentemente os cânones de estilo, gramática e sintaxe da língua grega como João o faz no Apocalipse. Isso sugere que o grego koinê para João era um segundo idioma. João escreveu às igrejas da Ásia portanto seria inviável escrever em hebraico língua falada pelos eruditos nas sinagogas ou o aramaico falado pelas pessoas mais simples no círculo familiar.  O Espírito Santo iluminou a mente dos escritores e os inspirou a relatar as verdades divinas sem anular suas personalidades e individualidades. A perfeita Palavra de Deus foi escrita na imperfeita linguagem humana.  Vamos abordar também algumas discrepâncias numéricas.

Em (2 Sm 10.18) diz que Davi matou 40.000 homens a cavalo, mas (1 Cr 19.18) diz que Davi matou 40.000 homens a pé. 
(Lc 18 35) diz que ao aproximar-se de Jericó foi a ocasião em que Jesus curou o cego, mas (Mc 10.46) diz que nessa ocasião Jesus estava saindo de Jericó. 
Em (Nm 25.9) diz que a praga matou 24.000 mortos, mas em (1 Co 10.8) diz que foram 23.000 mortos.
Em (1 Rs 4.26) diz que Salomão tinha 40.000 cavalos em estrebaria, mas em (2 Cr 9.25) diz que ele possuía 4.000 cavalos em estrebaria. 
Em (Sm 24.24) diz que Davi pagou 50 ciclos de prata a Araúna, mas em (1 Cr 21.25) diz que 600 ciclos de ouro foi o preço pago a Araúna. 
Em (2 Sm 24.9) diz que em Israel durante o levantamento do censo realizado por Joabe a mando de Davi havia em Israel 800.000 homens de guerra e em Judá 500.000, mas em (1 Cr 21.5) havia em Israel 1.100.000 homens de guerra e em Judá 470.000.
Em (Mt 28.5) lemos que um anjo falou às mulheres que seguiam a Jesus e foram até o Seu túmulo sobre Sua ressurreição, mas em (Lc 24.4) lemos que eram dois varões com vestes resplandecentes.

Agora surge a pergunta: As imprecisões numéricas e os erros gramaticais implicam na inerrância da Bíblia Sagrada como a infalível Palavra de Deus? Obviamente que não! Claro que Deus poderia fazer com que nenhuma imprecisão numérica ou equívoco gramatical fizesse parte da Bíblia, mas o propósito de Deus foi garantir a infabilidade da Bíblia como a infalível revelação de Sua vontade trazendo esta um relato fidedigno dos atos de Deus na história e uma clara revelação de Sua vontade.

Os algarismos em hebraico são muito parecidos e não é anormal que se confunda uns com outros, mas nada disso implica na veracidade, inerrância e infabilidade da Palavra de Deus. As verdades bíblicas são a norma pela qual todas as áreas do conhecimento devem ser testadas e toda ciência está sujeita à Palavra de Deus. As aparentes contradições entre a Bíblia e a ciência são, muitos vezes resultado de especulação, tendenciosidade ou de uma má compreensão tanto da Bíblia como da ciência. É um grave erro julgar a Palavra de Deus de acordo com padrões humanos quando, na verdade, toda a sabedoria humana está sob a autoridade da Palavra de Deus e deve ser por esta provada.

A leitura superficial das Escrituras inevitavelmente conduzirá a uma compreensão superficial das mesmas. A alta crítica estudado a Bíblia como uma literatura meramente humana.  A Bíblia apresenta a mensagem de salvação sem apresentar qualquer contradição doutrinária. Também apresenta profecias que se cumpriram com notável exatidão como as profecias de Daniel 2, 7 e 8 entre muitas outras.  A imperfeição e as limitações dos escritores bíblicos de forma alguma desautoriza a Bíblia como normatiza e inerrante Palavra de Deus e muito menos implica em sua veracidade e sacrocidade. A inerrância e infabilidade da Bíblia Sagrada não implica em linguagem perfeita, mas em uma fidedigna revelação da vontade de Deus. Portanto, ao lermos e estudarmos a Palavra de Deus devemos ir com profunda humildade cristã e disposição para aprender o que Deus quer nos revelar: "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1 Co 2.14). A Palavra de Deus é fiel, a Bíblia é inerrante em seus ensinos e a Palavra de Deus nunca falha. Trataremos mais dessas aparentes contradições ou discrepâncias e suas soluções no livro de apoio desse comentário.

II. A Palavra de Deus é Infalível

Em 2 Timóteo 3.16, Paulo testifica da fidelidade, veracidade e infabilidade da Palavra de Deus afirmando que toda a Escritura é divinamente inspirada. A palavra grega para inspirada utilizada por Paulo é theopneustos que literalmente significa soprada por Deus ou proveniente do fôlego de Deus. A inspiração foi o processo através do qual Deus nos comunicou as Escrituras Sagradas. Nesse quesito a Bíblia se distingue de qualquer outro livro religioso como o Alcorão, Livro de Mórmon, Vedas, Avestá, Cabala, Livro dos Médiuns e qualquer outro livro supostamente sagrado.  Deus inspirou a mente dos homens separados, escolhidos por Ele (2 Pe 1.21) e através dessa inspiração lhes comunicou verdades espirituais que eles escreveram o que viram e ouviram e assim foi consolidada as Escrituras Sagradas.

Os diferentes estilos literários e cultura dos autores bíblicos revelam que Deus lhes comunicou essas verdades e eles as descreveram em sua própria linguagem humana. O profeta era, em outras palavras a boca de Deus, mas falava na sua própria linguagem humana e utilizando aspectos de sua cultura para comunicar essas revelações. Isso é evidente quando notamos na Bíblia a diversidade de estilos e termos que aparecem na Bíblia refletindo a diversidade cultural de seus autores. Os escritores bíblicos foram os instrumentos de Deus e não sua pena, por isso a linguagem bíblica não é a maneira de Deus se expressar, mas a maneira humana. Mas, isso de forma alguma implica na veracidade das Escrituras Sagradas, uma vez que as declarações desses homens são revelações do próprio Deus. Os dez mandamentos foram escritos diretamente pelo próprio Deus em tábuas de pedra duas vezes (Êx 31.18; Êx 32.16; Dt 10.2-4) e Moisés copiou esses mandamentos na Torah (Êx 20.3-17; Dt 5.7-21), mas as demais Escrituras Sagradas são resultado da revelação.

Assim como Jesus é uma combinação do Divino com o humano (Jo 1.14) o mesmo o ocorre com a Bíblia Sagrada, é uma combinação da revelação de Deus com a linguagem humana. Jesus é a Palavra encarnada e a Bíblia a Palavra escrita. Esse e outros fatores faz da Bíblia um livro absolutamente singular na literatura humana inclusive entre os livros religiosos. A Bíblia não é perfeita em sua linguagem humana, mas é perfeita em sua mensagem divina.

III. A Palavra de Deus é Suficiente

Como cristãos cremos na totalidade e suficiência das Escrituras assim como cremos na inerrância, infabilidade, perfeição, confiabilidade e inspiração da mensagem do Evangelho presente em toda a mensagem bíblica.  Em caminho na estrada para a aldeia chamada Emaús Jesus apareceu aos discípulos e propositalmente de uma forma que eles não o conheceram (Lc 24.1-4) e os discípulos narraram-lhe os últimos eventos e manifestaram seu grande desapontamento, pois acreditavam que Jesus seria um rei político e militar terrestre que reinaria sobre Jerusalém libertando-os do jugo romano (Lc 24.5-24). Nesse ínterim Jesus poderia ter-se dado a conhecer, mas em vez de firmar a fé dos discípulos na evidência do milagre de Sua ressurreição encaminhou a mente dos discípulos às Escrituras Sagradas dizendo: "Ó néscios e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram!  Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunhá-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras" (Lc 24.25-26).
Nesse claro texto algumas coisas ficam evidentes: 

1. Jesus encaminha a mente dos discípulos não a sinais e milagres, mas às Escrituras como regra de fé, prática e doutrina.
2. Jesus utilizou da totalidade das Escrituras de Seus dias.
3. Jesus demonstrou a suficiência das Escrituras para evidenciar a direção de Deus nos acontecimentos, para explicar as profecias e tratar de doutrinas, nesse caso da doutrina da Sua ressurreição.
4. Jesus deixou claro o caráter sagrado das Escrituras.
5. Jesus mostrou que as profecias se cumprem mostrando que a Bíblia Sagrada não é um livro qualquer.
6. Jesus revelou a hermenêutica bíblica permitindo que a Bíblia fosse sua própria intérprete. Jesus deixou as Escrituras a si mesmas se explicarem comparando os diversos textos que tratam de Sua ressurreição.

Os discípulos relataram que as palavras de Jesus quando Este lhes expunha as Escrituras lhes ardia o coração (Lc 24.32) [Almeida Revista e Atualizada], ou seja, a pregação de Jesus não era pregação coaching, pregação motivacional de caráter emocional, mas uma pregação expositiva e cristocêntrica, pois expunha as Escrituras e estar testificam de Jesus como sua mensagem central (Jo 5.39). Se o pregador quer alcançar o coração das pessoas com o mesmo êxito que Jesus o fez deve pregar a Bíblia como Jesus pregou.

Em outra ocasião, durante Seu ministério público Jesus pregou às Escrituras e mostrou como estas profetizaram Seu ministério (Lc 4.16-21). Nessa ocasião novamente Jesus deixa claro a suficiência das Escrituras. Religiosos nessa ocasião que processavam ser o povo de Deus guardador de Seus mandamentos se encheram de ira e tentaram assassinar Jesus expulsando-o da sinagoga e o precipitando de um penhasco (Lc 4.28-30). Mas Jesus foi livrado deles. No deserto da tentação Jesus deixou claro que além da suficiência das Escrituras Sagradas também aplicam-se no auxílio contra a tentação e a vitória sobre o pecado (Mt 4.1-10; Mc 1.12-13; Lc 4.1-13). Assim como Jesus e tendo Ele como nosso exemplo cremos com toda a firmeza e convicção na suficiência das Escrituras Sagradas como regra de fé e prática contendo o conhecimento necessário à salvação, guia infalível de Sua vontade, o revelador de doutrinas e o relato fiel dos atos de Deus na história.

Conclusão

O Espírito Santo separou, preparou e capacitou certas pessoas para que recebessem e transmitissem as verdades divinas. O Espírito Santo não os escolheu por causa ideia talentos naturais, mas dotou essas pessoas de capacidade e as santificou para esse propósito, essas pessoas assim como nós e sujeitos às metas fraquezas e tentações como nós (Tg 5.17-18), assim como nós necessitavam continuamente da graça de Deus e de levar uma vida de vigilância e oração. 

Jesus não escreveu nada na Palavra de Deus, assim como João Batista e outros grandes homens de Deus nada escreveram na Palavra de Deus de modo que os que participaram no trabalho da transmissão escrita da Palavra de Deus nenhuma vantagem ou privilégio tinham em relação aqueles que transmitiram a Palavra de Deus oralmente. Por outro lado, a transmissão escrita é igualmente importante porque é um registo que pode e deve ser lido diariamente (Dt 17.19; At 17.11). Esses homens e mulheres de Deus, as vezes recebiam sonhos e visões (Nm 12.6) e, em outras ocasiões, Deus se manifestava a eles de forma audível (1 Sm 9.15; 1 Sm 16.7). João e Paulo receberam visões celestiais acompanhadas de instruções orais (2 Co 12.1-4; Ap 1-5).

Através dessas mensagens Deus comunicou Sua vontade em linguagem humana.  A Bíblia Sagrada é o livro mais importante já escrito e muitas vezes não é tão valorizado. O clero restringiu sua leitura e interpretação somente aos sacerdotes e com o advento da Reforma Protestante, a Liberdade de Expressão, Liberdade de Imprensa e as Sociedades Bíblicas temos o enorme privilégio de ter em mãos este livro sagrado singular, único de sua espécie. Cabe a nós levar nossa nação e nossa igreja de volta à Bíblia promovendo um verdadeiro reavivamento e reforma espirituais. Nunca na história houve um legítimo reavivamento e reforma espiritual sem a Palavra de Deus. Onde a Bíblia é negligenciada há apostasia e ruína e a Revolução Francesa deixa isso evidente.  Que Deus nos abençoe nessa grandiosa obra!

Recomendação de Leitura da Semana: RIBEIRO, Anderson. A Mensagem de Cristo. São Paulo: Evangelho Avivado, 2020.


domingo, 17 de outubro de 2021

O que é a teologia contemporânea?

 




Por Leonardo Pereira



A teologia contemporânea é geralmente definida como um estudo da teologia e tendências teológicas de logo após a Primeira Guerra Mundial até o presente. Abrangendo aproximadamente do século XX até hoje, as principais categorias tipicamente abordadas pela teologia contemporânea incluem o fundamentalismo, a neo-ortodoxia, o pentecostalismo, o evangelicalismo, o neoliberalismo, o catolicismo pós-Vaticano II, a teologia ortodoxa oriental do século XX e o movimento carismático. Além dessas categorias maiores, a teologia contemporânea também trata de áreas especializadas, como a teologia da libertação, a teologia feminista e várias teologias étnicas. Com a grande variedade de credos envolvidos, poucos estudiosos pretendem servir como "especialistas" na teologia contemporânea. Em vez disso, a tendência é se especializar em uma ou mais de suas áreas.

Um ramo mais recente da teologia contemporânea é o estudo do diálogo inter-religioso. A teologia cristã histórica é comparada com as cosmovisões dos sistemas de crenças não-cristãs como base para o diálogo entre as diferentes religiões. Pesquisas recentes se concentraram nos valores compartilhados entre duas ou mais religiões, como as "Fés Abraâmicas" (judaísmo, cristianismo e islamismo) ou religiões orientais (incluindo hinduísmo, budismo e movimentos cristãos, como a Igreja chinesa subterrânea). A teologia contemporânea é, em primeiro lugar, um campo de estudos acadêmicos. Como tal, aborda os desafios intelectuais enfrentados pela teologia, inclusive a ciência, questões sociais e práticas religiosas. Enquanto muitos teólogos contemporâneos compartilham uma herança cristã, nem todos os fazem. Na verdade, muitos estudiosos agnósticos, ou mesmo ateus, entraram no campo e estão ensinando seus pontos de vista sobre fé e crença na sociedade contemporânea.

Para o cristão que acredita na Bíblia, a teologia contemporânea é importante, pois traça o desenvolvimento das crenças na história recente. No entanto, é fundamental perceber que a teologia contemporânea geralmente se afasta da teologia cristã tradicional quando avalia a fé no contexto de vários movimentos sociais ou em comparação com outros sistemas de crenças. Aderir a uma cosmovisão bíblica geralmente não é o objetivo. Aqueles que querem entender o que a Palavra de Deus ensina sobre os tópicos importantes de hoje podem encontrar informações úteis em uma ampla variedade de materiais teológicos contemporâneos. No entanto, a própria Bíblia não muda. É o padrão da verdade para o crente, agora e para sempre (2 Tm 3.16,17).


sábado, 16 de outubro de 2021

O que significa ensinar a criança no caminho em que deve andar?

 




Por Leonardo Pereira



O conselho de Salomão aos pais é “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6). Criar e treinar uma criança dentro do contexto deste provérbio significa que o ensino começa com a Bíblia, pois “…Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Tm 3.16). Ensinar às crianças as verdades das Escrituras fará com que sejam sábias para a salvação (2 Tm 3.15); completamente as preparará para fazer boas obras (2 Tm 3.17); irá prepará-las para dar uma resposta a todos que lhes perguntarem o motivo de sua esperança (1 Pe 3.15); e irá prepará-las para resistir ao ataque de culturas empenhadas em doutrinar os jovens com valores seculares.

A Bíblia nos diz que as crianças são uma dádiva de Deus (Sl 127.3). Certamente pareceria apropriado, então, que atendêssemos ao sábio conselho de Salomão para treiná-las apropriadamente. De fato, o valor que Deus colocou em ensinar a verdade a nossos filhos é claramente abordado por Moisés, que enfatizou ao seu povo a importância de ensinar seus filhos sobre o Senhor e Seus mandamentos e leis: “tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 6.7-9). A meticulosidade de Moisés ressalta sua profunda preocupação de que sucessivas gerações manteriam a obediência às leis de Deus para garantir que "habitareis seguros na terra" (Lv 25.18), "para que bem te suceda a ti e a teus filhos" (Dt 12.28), e que Ele os abençoaria na terra (Dt 30.16).

Claramente a Escritura ensina que treinar as crianças a conhecer e obedecer a Deus é a base para agradá-lo e para viver vitoriosamente em Sua graça. Conhecer a Deus e Suas verdades começa quando a criança compreende o pecado e sua necessidade de um Salvador. Mesmo as crianças muito novas entendem que não são perfeitas e podem compreender desde cedo a necessidade de perdão. Pais amorosos modelam um Deus amoroso que não apenas perdoa, mas também fornece o sacrifício perfeito pelo pecado em Jesus Cristo. Treinar as crianças no caminho em que devem seguir significa, em primeiro lugar, direcioná-las ao Salvador.

A disciplina é parte integrante da criação de filhos piedosos, pois sabemos que o “SENHOR repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem” (Pv 3.12). Assim, não devemos encarar a disciplina levemente e nem ficar desanimados com ela, pois o Senhor “corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hb 12.5,6). E sabemos que Deus nos disciplina para o nosso bem, para que possamos compartilhar da Sua santidade (Hb 12.10). Da mesma forma, quando disciplinamos nossos filhos, eles recebem sabedoria (Pv 29.15) e nos trarão paz (Pv 29.17) e respeito (Hb 12.9). De fato, mesmo em tenra idade, as crianças são capazes de discernir que a disciplina está enraizada no amor. É por isso que as crianças que crescem em lares sem disciplina muitas vezes sentem-se mal amadas e têm maior probabilidade de desobedecer à autoridade à medida que envelhecem. Lembre-se de que a disciplina administrada deve ser proporcional à ofensa. A disciplina física, como a palmada (justamente motivada), é aceita pela Bíblia (Pv 13.24, 22.15, 23.13,14). De fato, a disciplina, embora possa parecer desagradável quando recebida, produzirá um “fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça” (Hb 12.11).

Os pais devem ter o mesmo zelo de ensinar seus filhos que Moisés tinha. Os pais têm o privilégio de ser cuidadores da vida de seus filhos por um tempo muito curto, mas o ensino e o treinamento que fornecem é eterno. De acordo com os princípios de Provérbios, uma criança que é diligentemente treinada no “caminho em que deve andar” provavelmente permanecerá fiel a esse caminho nesta vida e colherá suas recompensas na próxima.


Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2021 - Capítulo 3 - A Inerrância da Bíblia

 




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Josué 1.1-9


1. E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:

2. Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.

3. Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.

4. Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.

5. Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.

6. Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.

7. Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.

8. Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.

9. Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.

Momento Interação

inerrância não é um termo popular no contexto dos estudos bíblicos atuais. Para muitos, a inerrância é vista como uma invenção antiintelectual, motivada pelo receio dos fundamentalistas americanos dos séculos dezenove e vinte que estavam tentando proteger a autoridade da Bíblia da crescente onda do racionalismo iluminista. Naturalmente, há muito mais do que isso a dizer sobre a definição de inerrância. Inúmeros livros foram escritos explicando, definindo e defendendo essa doutrina, sem mencionar as afirmações e negativas da Declaração de Chicago de 1978 sobre a inerrância bíblica. Mas a essência da inerrância é a crença de que a Bíblia é a Palavra de Deus e de que, quando Deus fala, Ele fala a verdade. Assim, a crença na inerrância é a convicção de que tudo o que a Bíblia afirma é exato, seguro e confiável.

Introdução

A palavra inerrância denota ausência de erros.  Antes de entrarmos nesse campo reconhecemos a importância desse assunto e que o mesmo é muito polêmico. Não temos a pretensão de esgotar o assunto e nem de apresentar um posicionamento final do mesmo, uma vez que na área do saber o conhecimento e ilimitado e progressivo, mas em vez disso, apresentamos importantes princípios para discussão e reflexão. Como cristãos não cremos que os autores bíblicos ao escreverem escritos originais em hebraico, aramaico e grego foram isentos de erros gramaticais ou confusão entre algarismos. Cremos que a Bíblia é inerrante como regra de fé e prática estando isenta de fraudes, enganos e falsidades. O Evangelho descrito na Bíblia vem de Deus, sendo o poder de Deus para a salvação de todo aquele que nele crê (Rm 1.16).

Ao Deus inspirar os homens escolhidos por Ele para nos transmitir Sua Palavra não anulou a personalidade e individualidade desses autores. Encontramos na Bíblia uma semelhante união do Divino com o humano como encontramos em Jesus, a Palavra encarnada. Não cremos numa inspiração verbal das Escrituras Sagradas onde Deus estabeleceu palavra por palavra o que os profetas tinham que escrever, mesmo porque essa teoria é descartada tendo em vista os diferentes estilos literários de cada escritor, mas que Deus iluminou a mente dos homens que por sua vez foram possuídos de pensamentos aos quais transcreveram de acordo com sua própria linguagem. A Bíblia é a perfeita Palavra de Deus escrita na imperfeita linguagem humana, mas mesmo assim traz suas credenciais divinas. Mesmo escrita por seres humanos, a Bíblia é a autorizada e infalível Palavra de Deus e a revelação perfeita de Sua vontade para o homem.

I. A Palavra de Deus é Fiel

Apesar do diferente estilo literário , o compêndio da Bíblia Sagrada também revela a diversidade de circunstâncias em que ela foi escrita e as diferentes ocupações de seus escritores. Moisés era pastor de ovelhas em Midiã. Josué era líder militar. Esdras era sacerdote. Neemias era funciona público no império Medo-Persa. Davi era pastor de ovelhas e posteriormente se tornou rei em Israel. Salomão era rei em Israel. Daniel era primeiro ministério em Babilônia. Amós era cuidador de gado e colhedor de sicômoros. Mateus era cobrador de impostos. Lucas era médico e possível estudante de direito, pois o teor do Evangelho de Lucas era uma espécie de defesa jurídica. Pedro e João eram pescadores Paulo era um rabino e filósofo judeu e outros também tinham diferentes culturas e viveram em diferentes épocas em diferentes e escreveram em contextos.

Em toda essa diversidade literária e linguística esses autores não se contradizem na sua essência ao transmitir a vontade de Deus, pelo contrário, eles se complementam formando uma unidade doutrinária que, sem sombra de dúvidas deixa claro que a Bíblia é realmente a Palavra inspirada por Deus para transmitir Sua vontade para o bem do homem. Essa unidade doutrinária revela-nos a fidelidade da Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus é fiel, pois embora escrita por autores humanos é de origem divina. A Bíblia não tem por objetivo trazer uma mensagem popular, bonita e agradável, mas revela nossos erros, onde devemos mudar e nos dá esperança.

A fidelidade da Palavra de se nota no fato de a Bíblia não apoiar nenhuma cultura em especial tendo por objetivo popularidade. Traz uma mensagem fiel e ao mesmo tempo uma mensagem que condena o pecado e convida para um viver com Cristo. Das quase seis mil profecias bíblicas mais da metade já se cumpriram, outras já estão se cumprindo e as demais se cumprirão. Há também diversidade literária no sentido de que enquanto alguns escreveram de forma erudita, outros escreveram de forma mais simples, uns escreveram em proza, outros em forma de poesia, narrativas, cartas, leis, cânticos, revelações, etc... Enquanto que uns estavam no deserto, outros estavam na prisão, outros eram servos em impérios de suas respectivas épocas, outros em campanhas militares, viagens, fugindo de perseguições, trabalhando, etc... Há também vários sentimentos expressos na Bíblia refletindo contexto em que o autor escrevia, como por exemplo tristeza, alegria, angústia, depressão e fé. Foram muitas e distintivas situações. Em toda essa diversidade que aguça a mente do leitor, estimula o intelecto e aumenta a capacidade de raciocínio do exímio estudante das Escrituras vemos a mão de Deus preservando a Sua Palavra garantindo sua fidelidade e confiabilidade.

II. A Palavra de Deus é Pura

"Toda palavra de Deus é pura, ele é escudo para os que nele confiam" (Pv 30.5). O autor do livro de Provérbios inseriu as palavras de Agur filho de Jaque, de Massá (Pv 30.1) atestando a pureza da Palavra de Deus. Temos por pureza da Palavra de Deus tanto a ausência de mácula como a inalteração do texto sagrado nos proporcionando credibilidade a mesma. Estudamos que a Bíblia Sagrada, embora escrita por homens falhos como nós, mas foram homens inspirados (2 Tm 3.16) e separados (2 Pe 1.21) por Deus, santificados e capacitados para essa função. Resumindo, a Palavra de Deus é pura em todos os sentidos porque Deus, o seu autor primário é puro. O salmista diz: "As palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro" (Sl 12.6). As palavras do salmista nesse provérbio de sabedoria contrastam as falas de Deus com as falas dos homens ímpios mencionados nos versos anteriores. As palavras de Deus são ditas sem requíscios de falsidade. 

O autor da carta aos romanos, o apóstolo Paulo escreveu: "Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem (Rm 3.4). O apóstolo não estava aconselhando o homem a mentir nem pronunciando uma sentença nesse sentido como se o homem estivesse fadado a mentir, mas estava retratando a fidelidade de Deus em constraste com a natureza do homem não regenerado pelo Espírito Santo. Nos tempos antigos, a algumas gerações os homens confirmavam a veracidade de suas promessas dizendo: Dou a minha palavra! E isso era aceito pelo interlocutor como uma garantia das promessas. 

Hoje com a predominante apostasia e afastamento de Deus o ser humano parece ter orgulho da falsidade e mentira que sua palavra caiu em descrédito. Era uma honra dar a sua palavra e ser acreditado, hoje acreditar em alguém se tornou ingenuidade por causa daqueles que agem de má fé. Mas, embora o ser humano degenera física, moral e espiritualmente a cada dia, Deus não muda (Ml 3.6; Tg 1.17; Hb 13.8). Por isso, a Palavra de Deus é pura e Deus ainda é digno de confiança e o será para sempre porque Seu caráter é imutável. Os jovens podem manter puro o seu caminho, observando-o de acordo com a Palavra de Deus (Sl 119.9).  O salmista declarou: "Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu servo a estima (Sl 119.140).

A Palavra de Deus é tida pelo salmista como uma preciosidade extremamente refinada, pura, isenta de mistura com o erro. Ainda no livro de Salmos encontramos outra exaltação à Palavra de Deus no seguinte relato: "A lei (Torah) do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices.  Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos.  O temor do Senhor é límpido e permanecem para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente justos. São mais desejáveis que o ouro, mais do que muito ouro depurado; e mais doces do que o mel e o destilar dos favos" (Sl 19.7,10). Paulo disse, se referindo a Palavra de Deus que a lei de Deus é santa, justa e boa (Rm 7.12). Portanto, reconhecemos a importância da Palavra de Deus e sua pureza, santidade e credibilidade em vista do unânime testemunho de homens fiéis que a escreveram inspirados pelo próprio Deus.

III. A Palavra de Deus se cumpre Através dos Tempos

A Bíblia é o livro de Deus, suas mensagens e suas predições se cumprem através dos séculos: "Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente" (Is 40.8). Jesus demostrou raciocínio semelhante ao de Isaías ao declarar: "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt 24.36). "O que ensina o Antigo Testamento é válido até hoje para nós cristãos. Como diz Cristo em João, Moisés fala dEle. Por isso, um testamento é chave para entender o outro e os dois se completam. Não posso imaginar a Bíblia sem o Antigo Testamento." 

Conclusão

As Escrituras Sagradas formam um todo harmônico onde nenhuma parte delas deve ser descartada. Ao julgar o Antigo Testamento ultrapassado, lembre-se de que esta é a Bíblia que Jesus leu e citou. Devemos examinar o Novo Testamento à luz do Antigo e entender o cumprimento do Antigo no Novo. O Espírito Santo nos guia no estudo da Palavra de Deus iluminando a mente dos leitores da mesma forma que inspirou seus autores. O Espírito Santo não tem a função de substituir as Escrituras, mas nos guia às mesmas e trabalha em harmonia com elas. O Espírito Santo vai desdobrando à nossa mente a revelação da Palavra de Deus e seu cumprimento através dos séculos. Nada na Palavra de Deus é ultrapassado e nenhuma de suas profecias ou promessas deixam ou deixarão de se cumprir.

Entendemos que a Palavra de Deus é inerrante no que tange suas doutrinas. Sabemos que Deus não falha, por isso Sua Palavra também não falha. Deus preservou Sua Palavra da destruição ou de adulterações para que hoje tivéssemos uma infalível revelação de Sua vontade e um guia à vida eterna em Cristo Jesus. Embora escrita por seres humanos em linguagem humana, a Bíblia foi inspirada por Deus. O Espírito Santo desdobrou diante de homens fiéis o véu que oculta o futuro e os mesmos registraram as verdades que viram e ouviram. Longe de ser um livro qualquer ou mais um livro religioso em meio a tantos outros, a Bíblia é a Palavra revelada de Deus e traz em si mesma as provas de sua autenticidade.

Recomendação de Leitura da Semana: PEREIRA, Leonardo. O Livro de Josué. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.






sexta-feira, 15 de outubro de 2021

A ordem de prioridades na nossa família

 




Por Leonardo Pereira



A Bíblia não traça em apenas uma passagem uma ordem que devemos seguir passo a passo para as prioridades nos nossos relacionamentos. No entanto, ainda podemos depender das Escrituras para aprender os princípios gerais de como dar prioridade aos relacionamentos corretos, na ordem correta. Deus obviamente deve ser o primeiro: Deuteronômio 6.5: "Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força". Deus é a prioridade número um se todo o coração, alma e força de alguém está comprometido a amá-lo. Se você é casado, seu cônjuge deve ser a sua próxima prioridade. Um homem casado deve amar sua esposa como Cristo amou a igreja (Ef 5.25). A primeira prioridade de Cristo – depois da prioridade de obedecer e glorificar ao Pai – foi a Igreja. Aqui está um exemplo que os maridos devem seguir: Deus primeiro, então a sua esposa. Da mesma forma, as esposas devem submeter-se aos seus maridos “como ao Senhor” (Ef 5.22). Podemos aprender desse princípio que seu marido deve estar em segundo lugar apenas para Deus em sua ordem de prioridades.

Se maridos e esposas estão em segundo lugar apenas para Deus em nossas prioridades, e levando em consideração que o marido e sua esposa são uma só carne (Ef 5.31), aparenta ser a lógica que o resultado desse relacionamento matrimonial – filhos- deve ser a nossa próxima prioridade. Os pais devem criar filhos que temem a Deus e que vão ser a próxima geração daqueles que amam a Deus de todo o seu coração (Pv 22.6; Ef 6.4), mostrando mais uma vez que Deus deve ser o primeiro em nossa lista de prioridades e que todos os outros relacionamentos devem refletir essa verdade.

Deuteronômio 5.16 nos diz para honrarmos nossos pais para que nossos dias sejam prolongados e para que tudo vá bem aqui na terra. Limite de idade não é especificado, o que nos leva a acreditar que enquanto nossos pais estão vivos, devemos honrá-los. Claro que uma vez que o filho se torna um adulto, ele não tem mais a obrigação de obedecer aos seus pais (Filhos – crianças - , obedecei a vossos pais...), mas não há um limite de idade quando não temos mais o dever de honrar nossos pais. Podemos concluir, portanto, que nossos pais devem ser os próximos na nossa lista de prioridade, depois de Deus, do nosso cônjuge e dos nossos filhos.

Depois dos nossos pais, segue o resto da família (1 Tm 5.8) e então outros crentes. Romanos 14 nos diz que não devemos julgar ou desprezar nosso irmão (v.10), nem devemos fazer qualquer coisa que o leve a “tropeçar” ou cair espiritualmente. Muito do livro de 1 Coríntios contém as instruções de Paulo de como a Igreja deve viver em harmonia, amando uns aos outros. Outras exortações que se referem a nossos irmãos e irmãs em Cristo são: “...sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5.13); “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4.32); “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente” (1 Ts 5.11); “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb 10.24).

Finalmente segue, na nossa lista de prioridades, o resto do mundo (Mt 28.19), a quem devemos ir e proclamar o Evangelho e entre os quais devemos fazer mais discípulos de Cristo. Em conclusão, a ordem que achamos nas nossas Escrituras para as nossas prioridades deve ser Deus, cônjuge, filhos, pais, parentes, irmãos e irmãs em Cristo e o resto do mundo.


sábado, 9 de outubro de 2021

Comentário Bíblico Mensal: Outubro/2021 - Capítulo 2 - O Livro de Deus - As Sagradas Escrituras

 




Comentarista: Marcos Rogério



Texto Bíblico Base Semanal: Salmos 119.104-112


104. Pelos teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho.

105. Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.

106. Jurei, e o cumprirei, que guardarei os teus justos juízos.

107. Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra.

108. Aceita, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, ó Senhor; ensina-me os teus juízos.

109. A minha alma está de contínuo nas minhas mãos; todavia não me esqueço da tua lei.

110. Os ímpios me armaram laço; contudo não me desviei dos teus preceitos.

111. Os teus testemunhos tenho eu tomado por herança para sempre, pois são o gozo do meu coração.

112. Inclinei o meu coração a guardar os teus estatutos, para sempre, até ao fim.

Momento Interação

A Palavra de Deus é o maná que nos alimenta e nos satisfaz aqui na terra. João vê um livrinho que não estava selado e devia ser comido. Se não estava selado é porque já era conhecido como as Escrituras1. O sabor era doce como o mel porque dava prazer, mas era amargo no ventre devido à seriedade de seu conteúdo. Isso mostra que se trata de uma porção da Palavra de Deus que devemos nos alimentar sempre (Ap 10.2). A Bíblia foi inspirada por Deus (2 Tm 3.16) e por isso termina com uma declaração severa para não corromper as Escrituras (Ap 22.18,19). Precisamos estudar mais a Bíblia (Jo 5.39). Tanto a Revelação, como a Palavra de Deus, estão unidos num mesmo conteúdo que é a Bíblia. A única diferença é que a Revelação se faz uma mensagem específica sobre os últimos dias e o restante da Palavra de Deus é o alimento espiritual que fortalece a nossa fé. Não existe separação entre estas duas coisas. Apenas uma explicação de que a Palavra de Deus nos revela o fim de tudo.

Introdução

A Bíblia é a Palavra de Deus escrita por seres humanos, Seus representantes na linguagem humana."...homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21). A Bíblia revela que "toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça" (2 Tm 3.16). Antes do pecado, Deus falava ao homem face a face, mas após o pecado o homem apenas ouviu a voz de Deus (Gn 3.8). O pecado causou uma ruptura na relação do homem com Deus fazendo uma separação e afastando do homem o bem (Is 59.2; Jr 5.25). Deus, em Sua infinita generosidade e bondade, para que o homem não morresse diante de Sua glória por não suportá-la mais devido ao pecado, buscou novas formas de comunicação. Então, Deus se utilizou dos profetas que eram Seus representantes. A palavra profeta no hebraico é Nabi que significa porta-voz e no grego é prophetes com o mesmo significado. Nabi e prophetes são termos equivalentes. Foram os profetas quem escreveram a Bíblia Sagrada, o livro de Deus que revela ao homem o caminho da salvação e os padrões morais que Deus espera de nós.

I. A Bíblia Sagrada

A Bíblia Sagrada é composta de duas partes, a primeira escrita pelos profetas antes de Jesus a qual pedagogicamente chamamos de Antigo Testamento e a segunda escrita pelos apóstolos depois de Cristo, a qual pedagogicamente chamamos de Novo Testamento. As Escrituras Sagradas foram dadas à humanidade sob inspiração (2 Tm 3.16). São a infalível revelação da vontade de Deus e através delas Deus conferiu ao homem o conhecimento necessário à sua salvação. Elas constituem a norma de caráter, o revelador de doutrinas e o padrão pelo qual todo ensino e experiências devem ser provados. Traz em si o fiel registro dos atos de Deus na história da humanidade em favor da criação.

Por meio das Escrituras Sagradas Deus se revela ao homem e declara Sua vontade. O foco principal da Bíblia Sagrada é o Senhor Jesus Cristo. Para Ele apontam as cerimônias do Antigo Testamento as quais através de figuras e símbolos revelam ao homem de forma pedagógica, ilustrativa o grande plano de Deus para salvar o homem perdido. O Novo Testamento revela Jesus como o Filho de Deus para quem apontavam as profecias (Jo 1.45; Lc 24.25-27; Rm 10.4). Por isso ao estudar as Escrituras Sagradas encontramos Jesus e a vida eterna (Jo 5.39). As Escrituras Sagradas trazem consigo as provas de Sua origem divina, pois nenhum outro livro pode responder as dúvidas e anseios humanos como ela o faz. É um livro que transforma vidas, por meio de seu estudo somos santificados (Jo 17.17).

Escrita em um período de quase 1.600 anos por quase quarenta autores que exerceram diferentes funções e viveram em diferentes épocas contém impressionante unidade doutrinária como se uma única pessoa a houvesse escrito. Tal unidade é independente de fatores como a diversidade na cultura, formação, época e função de seus escritores, estes escreveram a Palavra de Deus em três diferentes idiomas. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico com pequenas porções em aramaico e o Novo Testamento foi escrito em grego, a linguagem comum da época. Esse grego comum é conhecido como grego koinê. Koinê é uma palavra grego que significa comum. O cumprimento exato de suas predições no decorrer da história de indivíduos e de grandes reinos atestam sua veracidade e credibilidade. Temos suficientes razões para crer na Bíblia Sagrada como a Palavra de Deus, pois há um diferencial entre ela e todos os outros livros "sagrados" das religiões. A Bíblia é incomparável, é o livro por excelência.

II. O Compêndio da Bíblia Sagrada

Conforme já estudamos, a Bíblia Sagrada contém 66 livros. 39 livros no Antigo Testamento e 27 livros no Novo Testamento. Os livros do Antigo Testamento são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiástes, Cântico dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

O Antigo Testamento é dividido em quatro blocos. O Pentateuco que é a Torah (Instrução), os livros históricos, os livros poéticos e os livros proféticos. Entre os livros poéticos temos os profetas maiores e os profetas menores. O Pentateuco são os cinco primeiros livros de nossas Bíblias que são Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.  Os livros históricos são: Josué, Juízes, Rute 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras Neemias e Ester. Os livros poéticos são: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiástes, Cântico dos Cânticos. Os livros poéticos são: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.  Os profetas maiores são: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. Os profetas menores são Oséias, Joel Amós Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

Os livros do Novo Testamento são Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse. O Novo Testamento está dividido em Evangelhos, História Epístolas e Profecia. Os Evangelhos são Mateus, Marcos, Lucas e João. O livro histórico é o livro de Atos dos Apóstolos. As epístolas são: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus,Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e a epístola de Judas e o livro profético é o livro do Apocalipse.

III. Bíblia Sagrada - Palavra de Deus

A palavra Bíblia é uma transliteração da latina da palavra grega biblia que significa "pequenos livros". Esses livros eram escritos originalmente em papiros feito do papiro egípcio. Papiro dá origem a palavra papel. O equivalente grego do papiro é bublos, posteriormente biblos que deu origem a palavra Bíblia que representa uma pequena coleção de livros. De acordo com o testemunho dos autores bíblicos, seus escritos são de origem divina. Os profetas declaram que as mensagens vinham do próprio Deus. "Disse o Senhor a Moisés (Êx 25.1). O salmista escreveu: "O Espírito do Senhor fala por meu intermédio e a sua palavra está na minha língua (2 Sm 23.2). "Assim diz o Senhor" (Is 48.17). "Veio a mim a palavra do Senhor (Ez 32.1). "Assim diz o Senhor" (Ob 1.1) "...veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias" (Zc 1.1). Estima-se que há quase 260 declarações desse tipo no Antigo Testamento.

O Novo Testamento traz a mesma ideia declarando a origem divina das Escrituras o que inclui suas profecias por meio da inspiração (2 Tm 3.16; 1 Pe 1.21). As evidências apresentadas anteriormente nesse livro deixam claro e inquestionável o fato da Bíblia ser realmente a Palavra de Deus.  Os escritos do Mar Morto confirmam que a Bíblia que temos em mãos é a mesma Escritura dada por meio dos profetas. As centenas de manuscritos encontrados e comparados atestam a veracidade do compêndio das Escrituras Sagradas.

Conclusão

A Bíblia Sagrada é o livro que contém um compêndio de escritos inspirados aceitos pelos cristãos como a revelação da vontade de Deus e o guia normativo para nossa vida que cremos deve harmonizar-se com a vontade de Deus expressa em Sua Palavra. Jesus Cristo ensinou que a Palavra de Deus é a verdade (Jo 8.32) e que a verdade liberta (Jo 8.32). A Bíblia é Deus falando em linguagem humana tendo como pano de fundo o amor e o caráter de Deus e tem Jesus Cristo como centro (Jo 5.39). É a perfeita revelação da vontade de Deus na imperfeita linguagem humana. 

A Bíblia não tem por objetivo provar a existência de Deus, mas trabalha da perspectiva de Sua existência mostrando-O como o grande Criador do universo e de tudo o que nele há. Mas isso não significa que a Bíblia não nos deixou sem nenhuma evidência da existência de Deus. Pelo contrário, podemos reconhecer a Deus pelas coisas que Ele mesmo criou: "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas" (Rm 1.20).  "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas mãos" (Sl 19.1). "Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o invisível veio a existir das coisas que não aparecem" (Hb 11.3).

Além da Bíblia Sagrada Deus revela Sua existência por meio de Suas ações na história da humanidade e por meio do próprio Senhor Jesus que é a revelação máxima de Deus. Jesus é a imagem visível do Deus invisível (Cl 1.15).  Em Sua Palavra Deus garantiu que essas informações chegassem a nós hoje que não tivemos o privilégio de conhecer a Jesus enquanto andou aqui na Terra entre os homens. Aí vemos a importância da Bíblia Sagrada.  A Bíblia foi escrita em três idiomas num período de aproximadamente 1.500 anos cobrindo quase 35 gerações por quase quarenta autores tendo um total de 66 livros. De acordo com o Livro dos Recordes (Guinness World Records) antigo (Guinness Book) a Bíblia Sagrada é o livro mais vendido e mais traduzido no mundo. 

A grande quantidade de cópias e manuscritos antigos atestam a veracidade e autenticidade da Bíblia Sagrada e que o texto chegou até nós quase da mesma forma que foi escrito, sem distorções ou adulterações. As evidências para crer na Bíblia Sagrada como a Palavra de Deus são muito maiores que as "evidências" contrárias à ela. A Bíblia além de ser uma obra de arte é uma obra miraculosa. A Bíblia Sagrada é o livro que contém um compêndio de escritos inspirados aceitos pelos cristãos como a revelação da vontade de Deus e o guia normativo para nossa vida que cremos deve harmonizar-se com a vontade de Deus expressa em Sua Palavra. Jesus Cristo ensinou que a Palavra de Deus é a verdade (Jo 8.32) e que a verdade liberta (Jo 8.32). A Bíblia é Deus falando em linguagem humana tendo como pano de fundo o amor e o caráter de Deus e tem Jesus Cristo como centro (Jo 5.39). É a perfeita revelação da vontade de Deus na imperfeita linguagem humana. 

Recomendação de Leitura da Semana: SANTOS, Matheus. O Viver do Cristão. São Paulo: Evangelho Avivado, 2019.